quinta-feira, janeiro 27, 2011

Diário de Bordo.Viagem a Penapolis e a memória.


Eu, Zé Mauricio e o "Tunico"

Dina foi nossa líder e cicerone!


Penápolis fica cerca e 500 quilometros de São Paulo. Já a “Grande Penápolis, região metropolitana, vai de Campinas até Tres Lagoas, em Mato Grosso do Sul”. De Tapirai, perto de Sorocaba onde estou hospedado na casa/pousada do Antonio Eduardo Molina Mandel, o “Alemão”, até lá, é quase a mesma distancia e 11 pedágios que cobram de R$8.65 a R$ 3.50. Um verdadeiro assalto.

Por isto sugeri uma campanha de desobediência civil ao povo paulista. Não pagar mais pedágio, ou então dar apenas uma moeda de um real em cada posto, que já daria muito bem para a manutenção das rodovias.

Cinema e arte

A distancia e os pedágios valeram a pena. Penápolis continua linda, punjante, comercio, lavoura , agroindústrias, industrias animados, muito bem arborizada e cuidada. E a cultura também. O Antigo cinema de minha infância e juventude, depois de ter virado igreja evangélica nas décadas de 70 e 80 do século passado, virou cinema de novo. Coisa inédita neste interiorzão de São Paulo e do Brasil.

O Museu esta sendo restaurado, assim como o Teatro que minha geração criou e outros espaços que a Dina Waldman, também presidente municipal do glorioso PCdoB na cidade esta ajudando a reanimar. A Funepe, Faculdade de Letras e Filosofia criada na minha época, continua funcionando, meio perrengue, mas produzindo saber.

A viagem foi por tudo uma mini aventura. Saimos de Taperai eu e o Alemão, sua companheira/ sabia mulher Mara, seu filho, o sapeca falador Antonio, o “Tunico” e a irmã dele, a Vera Molina. Saimos por volta das 9 horas da manhã de Taperai e chegamos a Penápolis, por volta das 15 horas. Xingamos muito pelo caminho os pedágios, mas ao chegar nos deparamos com uma cidade viva, até mais animada que nos nossos tempos de juventude.

Os encontros

Tinhamos combinado com a Dina( que deixou os netos em casa)encontrarmos os amigos de nossa juventude que, ou ficaram na cidade estes anos todos (40 anos),ou voltaram depois de se aventurarem ou irem estudar em São Paulo e Brasilia, os dois destinos dos que terminaram os estudos secundários na cidade. A Dina estava firme nos esperando e avisado o Joel Pereira Gomes e o Jackson Leal, agora dois senhores advogados na cidade, o emérito professor Fulanette e o José Mauricio Soliani, de nossa chegada.

Fui, como não poderia deixar de ir, ver meu amigo de infância e eterno barbeiro Arquimedes e dona Amélia Lacava, viúva de seu Manoel, que nos tempos duros da Ditadura deram a mim e a outros, abrigo e refugio e sua filha Cilô, que morando e dando aula em São Paulo, estava a cidade. Fiquei emocionado ao ver dona Amélia, aquela que foi professora de várias gerações, acabado de completar 90 Anos e com a saúde frágil, mais ainda singela e gentil.

Agradavel surpresa

Nosso encontro marcado para aquela noite de 17 de janeiro foi um bar de nome esquisito, mas muito frequentado em frente a Faculdade. Zé Mauricio Soliani chegou na hora acertada e a Dina Tambem. Joel, Jackson e o professor Fulanette, deram desculpas esfarrapas e não apareceram, prometendo ir no dia seguinte. Não sabem o que perderam!

Não encontrei a Suzette e o Sander Sabino, porque infelizmente não estavam na cidade naquela semana. Mas na próxima ida iremos ve-los, com certeza. A nossa querida Ana Maria, de tantas histórias e gentilezas, também estava fora de Penapolis neste período.

O Zé Mauricio eu lembrava que era irmão do Enio Soliani, meu colega de turna e era mais novo e gostava de violão e tocava bem. Me surpreendi com seu carinho conosco e suas lembranças mais vivas que as minhas. Ele tinha sido o ator principal de uma peça que escrevi na época chamada “Sebastião, o Covarde”. Ele se lembrava até de trechos da peça e da musica paródia que fizemos na época para o “Proibido Proibir”, de Caetano Velloso.

Resultado é que reatamos o amor/amigo de outrora e combinamos a partir de agora fazer musica juntos. Uma paixão que nos unia, além das belas garotas penapolenses que hoje são na maioria sombrias senhoras. E vamos mesmo fazer boas musicas!!!
Terminamos a primeira noite em Penapolis, eu ensinando ao garçon do bar, a diferença entre o “brandy” e o conhaque”. Como sempre!!

Lembranças e lamentos

O segundo dia na cidade gastamos andando por lugares que nos lembravam o tempo longiquo. O colégio onde estudamos(tem foto), o inefável córrego “Maria Chica”,hoje canalizado e onde há mais de 40 anos atrás tomávamos banhos nus e escondido de nossas famílias. Até a Pepita Rodrigues, depois famosa atriz de teatro e Televisão, que foi criada em Penapolis, participava ainda menininha destes banhos coletivos no Maria Chica.

À noite voltamos ao bar de nome esquisito em frente a faculdade, para ver se os velhos amigos tinham aparecido. Mas só estava a Dina, sempre bela, afável e presente, a Cilô e de novo o Zé Mauricio, agora com sua linda esposa e duas meninas que adotaram como filhas. Foi uma noite de novas recordações e de estranheza pelo Joel, Jackson e Fulanette não terem ido de novo, apesar de novamente convidados pelo Zé Mauricio. Trocas de amor eterno entre nós, reafirmação do compromisso meu e do Zé de fazermos musicas juntos e uma despedida de até breve.

No dia seguinte, pegamos a rodovia Marechal Rondon, seus impagáveis pedágios e voltamos a Taperai.

Até breve Penápolis. Voltaremos logo para um show do TomZé(que esteve duas vezes na cidade e adorou!) e uma cancha minha e do Zé Mauricio com as musicas que com certeza iremos compor!!!!!!!

Um comentário:

Marcos Tenório disse...

E você não me convidou, né seu Luiz Aparecido!
Queria ter tido a honra, a alegria e o prazer de compartilhar daqueles momentos.
Estive em Penápolis algumas vezes durante a campanha e o ano de 2010. E queria ter voltado na companhia do meu querido e ilustre camarada penapolense.
Bom, que sabe da próxima vez!
Um grande abraço!