Não poderia deixar de fora o artigo abaixo, enviado pelo meu amigo baiano Celso Mathias, blogueiro dea revista eletronica VidaBrasil.
VEJA, MST, DASLU e luta de classes Por: Galindoluma (*)
“Assim como ser pobre não é qualidade, ser rico não é um crime, ao contrário do que esperneiam os demagogos de credo esquerdista” (Veja, 1º de Abril)
Não é novidade pra ninguém que a Veja é porta-voz da direita brasileira - a direita mais empedernida. O deputado federal Aldo Rebelo do PC do B em São Paulo chegou a dizer que a publicação é a única revista americana escrita em português. Uma das últimas capas estampou o presidente americano como o “camarada Barack Obama”, uma cópia mal feita das matrizes nos Estados Unidos que também exploraram esse gancho.
A receita deles é velha conhecida e aplicada semanalmente: esculhambar com Chaves, achincalhar a “ditadura” cubana, desmoralizar qualquer manifestação do povo organizado em luta; atacar o governo Lula e enaltecer o deus mercado, o capitalismo, o liberalismo, e tudo que represente os interesses da elite avarenta e corrupta que domina o mundo.
Na edição dessa semana, a Veja traz na capa o caso da prisão de Eliana Tranchesi, dona da Daslu, loja de luxo onde milionários/perdulários torram grana sem limites em produtos importados fraudulentamente. Para se ter uma idéia, uma bolsa adquirida no exterior por R$4 mil era contabilizada pelo insignificante valor de 12 reais, o que gerou uma sonegação de R$600 milhões, podendo chegar a R$1 bilhão.
A proprietária foi condenada a 94 anos por uma série de crimes e provocou reações diversas, entre as quais a do jurista Luís Flávio Gomes, ouvido por veja:: Não é porque a justiça é injusta para alguns que deve ser assim para todos”. Tanto a frase que abre esse texto como a desse jurista, são manifestações de solidariedade da nata da burguesia desse país a um de seus pares. A Veja acha que ser rico não é crime, mas é bom saber que não existe riqueza acumulada que não tenha origem na exploração de trabalhadores, uma espécie de crime não previsto no código penal. Quem é verdadeiramente demagogo nessa história? São eles próprios, que consideram crime o fato de pobres se organizarem e lutarem por uma vida melhor.
E sobre a perplexidade do jurista diante da “elástica” pena de Eliana, deve-se ao fato de nos acostumarmos nesse país a à prisão e condenação de pessoas pobres e negras. Fôssemos mais rigorosos, um cidadão que subtrai do erário R$ 600 milhões mereceria o que mesmo? Na China, bandidos assim são fuzilados e a família ainda arca com o custo da bala. Quantas casas populares poderiam ter sido construídas com esses recursos surrupiados? Quantos sem-terra poderiam ser assentados?
Agora nos lembremos de uma outra matéria, estampada em capa, onde os trabalhadores rurais sem-terra são rotulados de delinqüentes, bandidos, fora-da-lei e outros termos depreciativos. Alguns ingênuos e/ou mal intencionados rejeitam a tese marxista da existência da luta de classes na sociedade. Para estes, eis aí como funciona essa batalha encarniçada! A família Civita fica consternada com a prisão de um de seus e ataca ferozmente os pobres coitados que estão na miséria, vivendo em condições desumanas e que tentam conquistar um pequeno pedaço de terra para plantar e sobreviver. Luta de classes é assim. Cada qual no seu campo de batalha. Eu estou do lado do MST. E você?
(*) Galindoluma escreve quando bebe e bebe quando escreve
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