terça-feira, janeiro 19, 2010

considerações hereticas sobre aliança politica para derrotar direita em Brasilia!

BRASILIA TEM JEITO!!!

Luiz Aparecido*

Muita gente ainda esta atarantada com os acontecimentos que abalaram
as estruturas da política de Brasília. O chamado “mensalão do DEM”,
denunciado por gente do próprio governo Arruda, flagrou do governador
a secretários de Estado e deputados distritais da base governista,
recebendo dinheiro de propina pelas mãos de Durval Ferreira, então
secretario de Relações Institucionais do governador Arruda. O
escândalo mobilizou quem faz política a serio no Distrito Federal, o
Ministério Publico, a OAB e entidades da sociedade civil e partidos
oposicionistas.

Mas quem fez barulho mesmo e foi para a rua mobilizar o povo foi a
juventude, principalmente as ligadas aos partidos de esquerda como
PCdoB, parte do PT, Psol, PSTU, UNE, UJS e outras. A mobilização “Fora
Arruda” arrefeceu um pouco com as festas de fim de ano, mas parece que
voltam mais acirradas e organizadas agora. Considero que essas
manifestações devem ser ampliadas, envolvendo as massas que
decidem, esclarecendo o povo pobre da periferia das cidades satélites,
principal base popular de apoio governista. Sem este povo na luta não
se vai a lugar nenhum, porque será uma minoria nas ruas gritando “Fora
Arruda”. Mas, nas eleições que se aproximam, o “povão" vai lá e vota no
ex-governador Joaquim Roriz ou num candidato apoiado por Arruda.

O que fazer!

È preciso copiar milhões de vídeos/DVDs das imagens do escândalo,
distribuir ao povo pobre das periferias e realizar mutirões de visitas
a estes lugares para conversar com a população e explicar as causas do
escândalo. Só uma mo bilização massiva e permanente, pode criar as
condições de se articular uma base política forte para derrotar essa
corja de corruptos populistas que domina a cena política brasiliense
há décadas. Não se pode esquecer que a corrupção agora denunciada tem
origem nos governos de Roriz, Arruda e seus aliados -- filhotes do
mesmo ovo da serpente.

Não é hora de exclusivismo. Quem esta nas ruas
protestando, deve ser a base da aliança política capaz de
derrotar o populismo de Roriz/Arruda e seus asseclas. É preciso estar alerta
contra o oportunismo que tenta montar na situação como num "cavalo selado".
Exemplo disso é o caso do vacilante e pusilânime ex-ministro e
ex-deputado, Agnelo Queiroz, que oportunisticamente abandonou o P CdoB (onde
construiu sua vida política) para, como bom carreirista, correr atrás de
uma vaga de candidato a governador. Dois meses antes do escândalo vir a
tona, ele já sabia de tudo; conhecia os vídeos mostrando a
corrupção e ficou calado. Isto é grave e desqualifica uma figura que faria qualquer coisa
para ser governador do DF e vem se escalando como alternativa.

Somar forças e ir ao povo!

Se a mobilização continuar e se ampliar, incluindo parcelas
significativas das massas das periferias, liberando a coragem de costurar
alianças com quem esta na luta para a escolha do nome capaz de unir essas forças,
é possível ganhar as eleições de outubro e construir um
governo democrático e popular no Distrito Federal. Para isso, as forças polític as
mais consequentes devem buscar unir todos os setores avançados nas diversas
agremiações partidárias e nas organizações democráticas da sociedade civil.

Só assim, o sistema montado há décadas no DF para iludir o povo,
destruir o projeto arquitetônico/humanista e roubar dinheiro publico,
poderá ser derrotado nas urnas. Projetos exclusivistas (como o modelo PT, que
sempre quer montar a cabeça, tronco e membros da chapa, aventuras
individuais e sem base social, ou alianças de cúpulas partidárias, tendem a fracassar.
A direita corrupta vai se unir e, novamente logrando o povo pobre e carente das
periferias, ganhará novamente as eleições.

Por isso é preciso desprendimento, clareza de objetivos e inserção junto
ao povo para derrotar a quadrilha populista e corrupta. E, sem medo d e errar,
relembro que há um político em Brasília capaz de
derrotar a direita demotucana: é Orlando Carrielo, que já foi candidato a
governador, é um homem de esquerda honesto e desprendido e pode, se
não houver preconceito das forças envolvidas neste projeto
de salvação do Distrito Federal, ganhar as eleições e expulsar de vez
esta corja que domina o cenário político e de poder da capital do
Pais. E se houver outro nome no seio da esquerda combativa de
Brasília, capaz de desempenhar esta tarefa hercúlea, que apareça. A
hora é agora.

Pode significar o nascimento de uma nova força política inserida no povo e
com grandeza suficiente para acabar com o preconceito, que há tanto
tempo internamente derrota a própria esquerda. Mas essa força tem que mergulhar
no seio das massas despossuidas, carentes e mantidas como
ref éns dos populistas de direita. Vamos construir esta aliança
imbatível com quem está hoje nas ruas combatendo Arruda e sua corja!

*Jornalista e ex-secretário adjunto de Comunicação do DF

quinta-feira, janeiro 14, 2010

LUTA PELA VERDADEE PELA VIDA!!!

ECOS DO PORÃO!!! - Emiliano José

Fico pensando no que foi o nazismo. No Tribunal de Nuremberg. Na justiça que se procurou fazer diante daquele genocídio. Julgou-se os assassinos, e ponto. Não os que a ele resistiram. E só o faço como alusão à situação brasileira.

Fico pensando na decisão argentina de abrir todos os arquivos confidenciais das Forças Armadas referentes ao período da ditadura militar, ocorrida entre 1976-1983. Essa abertura foi feita para subsidiar a apuração de violações aos direitos humanos durante aquele período.

E penso novamente no Brasil, no barulho que se está fazendo diante da possibilidade da criação da Comissão Nacional da Verdade, que já aconteceu na maioria dos países da América Latina que viveram também a tenebrosa experiência de ditaduras. Nesses países encara-se com naturalidade que criminosos, torturadores, assassinos sejam julgados, e muitos deles foram julgados, condenados e presos.

Quem desembarcasse no Brasil nos últimos dias e não soubesse nada de nossa história, certamente começaria a assimilar a idéia de que não houve ditadura. Que ela não matou, não seqüestrou, não torturou barbaramente homens, mulheres, crianças, religiosos, religiosas. Que não empalou pessoas, que não fez desaparecer seres humanos, que não cortou cabeças, que não queimou corpos. Que não cultivou o pau de arara, o choque elétrico, o afogamento, a cadeira do dragão, que não patrocinou monstros como Carlos Alberto Brilhante Ustra ou Sérgio Paranhos Fleury, este morto, o primeiro ainda exibindo sua arrogância, cinismo e ainda certeza da impunidade.

De repente, se não insistirmos na luta para afirmar a verdade da história, gente do nosso povo pode até acreditar na versão que querem passar de que houve apenas uma luta entre um regime legal e os que a ele se opunham.

É falso, mentiroso dizer que a Comissão Nacional da Verdade que se pretende implantar queira eliminar a Lei de Anistia. Ela pretende, se instalada, apurar todas as violações de direitos humanos ocorridas no âmbito da repressão política durante os 21 anos de ditadura.

É a forma de legalmente desencadear o processo histórico, político, ético,
criminal, como disse o ministro Vannuchi, de todos os episódios de tortura, assassinatos e desaparecimentos de opositores políticos registrados naquele período.

O que se sustenta, aqui e em todo o mundo democrático, é que a tortura é crime imprescritível, e que esse crime não pode permanecer impune. Não é à toa que o ex-ditador Pinochet, um assassino, foi detido em Londres e depois julgado em seu país.

Não se queira fazer acreditar que a Comissão Nacional da Verdade pretenda desmoralizar as Forças Armadas. Ao contrário. Pretende-se que quaisquer que sejam os cidadãos que tenham cometido o crime da tortura ou que tenham assassinado pessoas por razões políticas ou tenham feito com que desaparecessem sejam julgados por seus crimes de lesa-humanidade.

E julgamento é atribuição do Judiciário, com sua soberania e com os ritos próprios da democracia. Diz-se isso para que se diferencie dos mais de 20 anos da ditadura, onde não havia qualquer legalidade. Muitos dos nossos companheiros não chegaram a ser julgados: foram mortos de forma covarde, insista-se na palavra, covarde, na tortura brutal, cruel, e os registros históricos são vastíssimos. Não cabem neste artigo.

Assistam o filme Cidadão Boilensen. É interessante como registro da associação corrupta entre grupos empresariais e a Operação Bandeirante, entre o aparato repressivo e as finanças, entre a ditadura e o grande negócio. Puro banditismo, acobertado pelo silêncio imposto à época. E para compreender, também, parte, apenas parte, da impressionante crueldade desse aparato.

Não sei como se movimentará a sociedade brasileira nesse caso. Sei que mais de 10 mil cidadãos assinaram um manifesto, inclusive eu, defendendo que os envolvidos em crimes de tortura em nome do Estado brasileiro devem ser julgados e punidos pelos seus atos.

Estamos defendendo a civilização, a humanidade, a democracia. Não dá para acobertar crimes como o da tortura ou assassinatos e desaparecimentos de opositores políticos. Esta é a posição de quem não esquece o terrorismo da ditadura. A posição de quem defende intransigentemente a democracia. E que grita: ditadura, nunca mais!

Emiliano Jose é Jornalista, escritor, deputado federal (PT/BA)

fonte : Agência Carta Maior

quinta-feira, janeiro 07, 2010

POLEMIZANDO SOBRE O PPS E SEU NEFASTO LIDER!!!!

O companheiro Jackson Rangel Vieira, postou nesta quinta-feira, dia 7 de janeiro, um comentário no Facebook, sobre um "tour" nacional do governador paranaense Roberto Requião, do PMDB, tentando mobilizar as bases do seu partido para lançamento de candidatura própria a presidente da Republica nas próximas eleições gerais de outubro próximo. Estabeleci com ele um debate que segue abaixo. Participe também deste debate comentando nos blogs.

Meu caro Jackson!
O governador Requião é o que de melhor tem o PMDB. Mas infelizmente esta sua iniciativa só servira para lhe dar visibilidade nacional, mas não frutificara em candidatura. O PMDB infelizmente esta amarado totalmente à candidatura Dilma para presidente e o vice tende a ser o fisiológico Michel Temer. Uma pena. Mas torço pelo Requião!!!
Faço aqui ainda uma premissa nada temerosa. Com o desmoronamento moral do DEM depois do escândalo de Brasília, creio que o candidato a vice na chapa do Serra (PSDB) a presidente, devera ser o chefão do PPS, o inefável Roberto Freire. Afinal eles precisam de uma corzinha pelo menos cor de rosa, para não sair a seco como neoliberais e o PPS tem servido bem ultimamente como sublegenda do PSDB.
Jackson Rangel Vieira
Análise irrepreensível. Nada a acrescentar!
Jackson Rangel Vieira
Ainda mais que Roberto Freire parou de fumar! Ponto significativo para o Serra!
×Luiz Aparecido da Silva
Meu caro!
O homem do PPS que serve para todos os fins é o Roberto Freire. Aquele que desmontou o antigo e glorioso PCB e o transformou nesta coisa que teve até o Blairo Maggi como quadro do partido. Para quem não sabe, o Maggi é governador de Mato Grosso e o maior plantador de soja do mundo e também o maior desmatador e devastador de floresta do Planeta!!
Jackson Rangel Vieira
Amigo, depois de muito tempo em silêncio observando, parece decidiu hoje desabafar. PPS não é mais partido comunista desde a operação implante R$ de Freire, transformando a legenda mais capitalista do que o menos de esquerda. Ele ficou só com o discurso, mas o partido faz corar qualquer comuna. Não fica com saudosismo! Será masoquismo! Abraços e prazer e ler seus comentários de qualidade acima da média!

terça-feira, janeiro 05, 2010

João Amazonas sempre!!



João Amazonas, a referência necessária
Luiz Manfredini *
“... no Partido reside o fator determinante dos sucessos
ou dos fracassos da revolução e da edificação socialista”.
João Amazonas
Nesses tempos novos, no Brasil e no mundo, novos e, portanto, desafiantes para quem trilha o caminho da transformação social, lembro-me frequentemente de João Amazonas, o construtor e o principal ideólogo do PCdoB, nascido em 1o de janeiro de 1912, em Belém do Pará. Teria completado 98 anos, mas viveu 90, 67 dos quais dedicados à luta pelo socialismo em nosso País. De 1962 a 2001, foi o dirigente principal do PCdoB. Vasta, portanto, sua experiência. E vasto e fecundo o pensamento que desenvolveu, persistente e agudo, até o fim da vida.

Diante desses tempos novos, das singularidades da luta pelo socialismo e por sua construção no mundo contemporâneo, poderíamos recolher de João Amazonas reflexões em diversos campos da atividade revolucionária. Opto por uma, cuja centralidade me parece atualíssima tanto para os comunistas, como para os que almejam a construção de uma sociedade socialista em nosso País. Refiro-me ao meio que tornará possível a conquista dessa nova ordem entre nós, ou seja, o partido revolucionário, os homens e mulheres que, nas palavras de Engels, “serão os únicos a possuir força e vontade para chamar à vida esta sociedade nova e melhor”.

Amazonas tratou disso no texto “Força decisiva da revolução e da construção do socialismo”, escrito em 1996. Eram os tempos miseráveis da década neoliberal no Brasil e a poeira do muro de Berlin ainda sufocava mentes e abalava convicções. Ao aprofundar seu exame sobre a derrota do socialismo no Leste europeu (iniciado quatro anos antes, no processo do VIII Congresso do PCdoB), Amazonas focou a questão crucial do partido como intérprete e condutor das mudanças. Não qualquer partido, mas um dotado das “qualidades indispensáveis ao cumprimento de sua missão histórica”. E citou o conselho de Marx e Engels aos dirigentes comunistas alemães: “Pactuai acordos para alcançar objetivos práticos do movimento, mas não trafiqueis com os princípios, não realizeis ‘concessões’ teóricas”.

Com Lênin

Amazonas situa Lênin como “quem, pela primeira vez, desenvolveu a teoria do partido como organização dirigente da classe operária e como instrumento insubstituível à vitória da revolução social”. O dirigente bolchevique, prossegue Amazonas, “sustentou a idéia do partido de princípios, marxista, que atua em todas as lutas dos trabalhadores e do povo, mantendo sempre sua feição revolucionária”. Na visão leninista, que Amazonas defende, “o partido deveria ser organização de vanguarda, uma vez que somente uma parte da sociedade, e mesmo da classe operária, tem condições de compreender em profundidade o processo da transformação histórica”. Em outras palavras: “O partido não é uma organização de frente única, na qual cabem diversas correntes em pugna por objetivos imediatos”.

Ao analisar as circunstâncias da derrota socialista na então URSS e no Leste da Europa, Amazonas afirma: “Indubitavelmente, o PCUS degenerou. A derrota do socialismo começou precisamente com a degenração dessa organização de vanguarda. Ainda no tempo de Stálin já apareciam sérios indícios. O PCUS burocratizava-se, desligava-se da classe operária e das amplas massas populares, caía na rotina e no formalismo, estimulava a fé supersticiosa nos dirigentes (...). Muitos quadros faziam ‘carreira’ no partido, visando a interesses pessoais”.

Para Amazonas, “socialismo e partido são inseparáveis. Apareceram juntos e caminharam juntos no histórico cenário dos entrechoques de classes”. Assim, “é impossível mudar o regime econômico e social sem ter como suporte fundamental uma organização de vanguarda”. E prossegue: “Para vencer, [o partido] precisa situar-se ideologica e politicamente no campo do proletariado, não apenas na fase da revolução, mas durante todo o período de transição, até a passagem ao comunismo, abrindo caminhos novos à transformação da sociedade”.

“Os fracassos originam-se, em última instância, das posições de conciliação de classes, das ilusões pequeno-burguesas de que se pode triunfar nos marcos do regime capitalista, ou realizar as mudanças históricas adaptando-se às normas e ao estilo de vida burgueses”. Mas adverte: “A luta de classes não pode ser enfrentada de maneira mecânica, sectária. O proletariado luta em todos os terrenos, utilizando as contradições existentes no campo adversário, defendendo as conquistas sociais, as liberdades democráticas, avançando passo a passo na estradaque conduz à revolução e o socialismo”.

Por todas essas razões, Amazonas conclui: “Cuidar do Partido para podermos dizer, como Lênin, do Partido bolchevique: ‘Nele temos fé, nele vemos a inteligência, a honra e a consciência de nossa época”.

Não se poderia pensar em outro modo de homenagear o velho dirigiente comunista, em seu 98o aniversário de nascimento, senão focando e difundindo as férteis reflexões que produziu e que se projetam para iluminar a contemporaneidade da luta revolucionária em nosso País.