quarta-feira, dezembro 30, 2009

O que estão escondendo no caso do menino americano!!!!

PARENTESCO DO GAROTO SEAN COM A GUERRILHEIRA GUTA INFLUIU NO CASO?

Celso Lungaretti (*)


Resistentes trocados pelo embaixador dos EUA: Guta era a única mulher.

Por que resolvi escrever sobre os derradeiros capítulos da disputa da guarda do garoto Sean Goldman, que nunca chamara minha atenção?

Foi, é claro, por causa da ultrajante chantagem do senador estadunidense que, como resposta à sábia decisão do ministro Marco Aurélio Mello de adiar o desfecho do processo até que Sean fosse ouvido pelo Supremo Tribunal Federal, passou a embargar um projeto já aprovado pela Câmara de lá, no sentido de que se mantivesse durante 2010 uma isenção tarifária para exportações brasileiras.

Conhecendo Gilmar Mendes de outros carnavais, foi só ler a notícia para adivinhar que, aproveitando o recesso do STF, ele decidiria em nome da sonante razão de Estado (pois, se o projeto não fosse votado até 30/12, haveria um prejuízo de US$ 3 bilhões para os exportadores brasileiros).

Tão aberrante me parecia a capitulação diante dessa chantagem imunda que eu fiz tudo ao meu alcance para que ela não se consumasse. Foi pouco, infelizmente.

De início, nem sequer pretendia comentar o caso em si. Mas, compadeci-me desse menino que teve a vida virada pelo avesso quando a mãe o trouxe para o Brasil, outra vez quando a mãe morreu e mais uma vez agora, sendo privado da família que identifica como sua desde os quatro anos de idade.

E fiquei enojado ao saber que o tal David Goldman aceitara embolsar US$ 150 mil para não processar a avó de Sean.

Por último, desagradou-me seu egoísmo, ao priorizar a si próprio e não ao filho. É claríssimo que Sean preferia ficar no Brasil e não ser separado da irmãzinha.

Por que ele não aceitou uma solução intermediária, que não traumatizasse tanto aquele por quem deveria zelar? Por orgulho masculino ferido, senso de propriedade, oportunidade de despontar como vitorioso na mídia?

Tudo me faz concluir que seja um ser humano sem grandeza na alma.

Só neste domingo (27) vim a conhecer uma nova peça desse quebra-cabeças, que veio totalmente ao encontro da posição que assumi. Quis o destino que eu fizesse a opção mais coerente com com meus valores e devoções, mesmo sem conhecer todos os lados da questão.

O maior jornalista brasileiro vivo, Alberto Dines, publicou memorável artigo no Observatório da Imprensa, Uma História de Amanhã. Com sua sensibilidade aguçada, Dines também notou quão danosa foi a decisão de Gilmar Mendes para Sean:

"Prevaleceram no Supremo Tribunal Federal (STF) os argumentos ditos 'técnicos' e nos EUA as pressões de uma mídia sensacionalista, assanhada pelo espetáculo e pela bandeira 'Sean é nosso'.

"O governo americano sossegou, dona Hillary Clinton mandou dizer que está entusiasmada e agora pode implementar sua política de boa-vizinhança. Nossos magistrados estão certos de que cumpriram os ritos, as leis e convenções e agora podem lavar as mãos. Sempre lavam as mãos.

"Ao longo da encarniçada batalha judicial em torno do seu destino ninguém procurou saber o que se passava na alma desta criança que em quatro anos sofreu uma incrível sucessão de traumas: perdeu a mãe jovem, vivia ameaçado de ser separado da irmã recém-nascida, dos avôs maternos e do pai adotivo que lhe ofereciam carinho...

"...Ninguém pode adivinhar o que significa exatamente uma transição não-traumática para uma criança já tão traumatizada e sobressaltada".

A ÚLTIMA GRANDE CAUSA DE GUTA

Mas, foi nos comentários desse texto que eu encontrei a informação mais surpreendente e relevante (para mim). O leitor Flávio Salles, de Belém, postou:

"Não sou reporter e por isto mesmo acho muito estranho (na verdade nem tanto) que não se divulgue que o menino Sean é sobrinho-neto da ex-guerrilheira Maria Augusta Carneiro Ribeiro, a Guta, do MR8 e amiga intima do Zé Dirceu e do Lula. Acho que esta informação esclareceria mais um pouco o motivo de todo este carnaval em torno do repatriamento do menino..."

Seguindo a indicação de Salles, fui ao blogue do Zé Dirceu e encontrei o que ele escreveu quando da morte de Guta, no último mês de maio:

"Infelizmente, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, a Guta, não resistiu às conseqüências do acidente que sofreu há algumas semanas. Guardarei dela a imagem de combatente e de resistente - marcas que a acompanharam sempre...

"...Guta, junto com companheiros seus do MR-8 e da Dissidência Guanabara - Vladimir Palmeira e Ricardo Vilas Boas - fez parte do grupo dos 15 presos políticos (entre os quais, eu) trocados pelo embaixador americano Charles Burke Elbrick em 1969.

"Nos últimos anos, ela trabalhou como ouvidora da Petrobras. Sua última luta (...) foi em defesa do seu sobrinho neto, Sean...

"A permanência da criança no Brasil, com a família de sua mãe - Bruna Bianchi Carneiro Ribeiro, já falecida - foi a última grande causa na qual Guta se engajou. Essa é uma causa, portanto, que podemos e devemos abraçar como uma homenagem a Guta."

Mesmo ignorando tudo isso, eu o fiz. Tenho a consciência tranquila: graças à sorte ou à intuição, escolhi o rumo certo.

terça-feira, dezembro 22, 2009

Boas Festas aos amigos e leitores!!!

Feliz Natal, Boas Festas e um 2010 realmente Dez!!!

Nesta data que nos remete ao congraçamento entre as pessoas e significa paz e amor entre os seres humanos, eu, Polyana e meus filhos, desejamos a você e sua família, um Natal pleno de harmonia, felicidades, alegria e saúde!

E um 2010 repleto de prosperidade, paz, alegria e tudo de bom que a humanidade e a natureza possam produzir. E obrigado pela amizade e solidariedade que sempre dedicou a mim e minha família.

Luiz Aparecido, Polyana e filhos!

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Comentando nota de Carlos Fernando Lima!!

Mensagem que enviei ao amigo combatente da vida, Carlos Fernando, sobre seu artigo postado no blog www.esquinadovento.com.br

:"Meu caro Fernando!
Como disse antes seu texto e suas indagações e duvidas estão perfeitas. Dói saber que os homens do verdadeiro crime oganizado, continuam soltos por ai a desfrutar a fortuna que angariaram com vários tipos de crime, que vão do "inocente" jogo do bicho ao trafico de drogas, exploração do lenocicio, mortes encomendadas, como a do jovem juiz combativo, corrupção ativa nos poderes legislativo, executivo e até judiciario. Mas se fizermos uma leitura atualizada do Espirito Santo hoje, vamos ficar aterrorizados de novo. E agora perplexos por aqui não haver mais oposição politica seria ao poder dominante. Seja ele aceitavel ou não. O governo capixaba atual conseguiu a hegemonia politica quase total, o que beira o totalitarismo. È triste ver isto e tão pouca gente brigando para mudar este quadro e estabelecer a polemica social e política e portanto o avanço da luta no campo das idéias.Tenho dito e pronto a abrir trincheiras e dar os primeiros tiros nesta guerrilha saudavel".

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Um capixaba para moralizar Brasilia!!!!

O esquema de corrupção descoberto recentemente em Brasília envolvendo o governador José Roberto Arruda, do DEM( sempre ele), é resultado de uma briga de duas quadrilhas, uma do Arruda e do seu vice, o mega empresário Paulo Otavio e outra do ex-governador e ex-senador cassado, Joaquim Roriz e mais uma mulher rejeitada, a ex-esposa de Arruda, a atriz Mariane Vicentine e outros desafetos. Esta guerra começou ainda antes da campanha para governador de 2005, quando Arruda decidiu romper com o governador Roriz e se aliar a Paulo Otavio, para com muito dinheiro escuso e articulações bem montadas, tomar o poder no Distrito Federal.

Joaquim Roriz, desde o inicio da campanha e depois, já no governo de Jose Roberto Arruda, plantou espiões do tipo Durval Barbosa, que foi ser secretario de Relações Institucionais e de dentro do núcleo de poder, gravar e espionar a traquinagens de Arruda. O governador por sua vez, moveu mundos e fundos para cassar o mandato de Roriz, eleito na mesma eleição do governador. Roriz cassado se armou mais ainda e intensificou a espionagem ao esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, que por sinal existia desde o seu governo e ele conhecia bem. Arruda apenas o rearticulou em beneficio próprio. Montou também um mensalão para cooptar deputados e criar uma base aliada tão ampla, que tinha do PDT de Cristovan Buarque, até o PPS e o PSDB, PMDB e outros partidos. Só não entraram neste governo de união o PT e o PCdoB e os nanicos PSTU e PSOL.

Muita sujeira

Agora, depois que a bomba preparada por Roriz explodiu, todos estes partidos romperam com Arruda. Até seu partido, o DEM, deve expulsa-lo. Vejam que até Mariane Vicentine, ex esposa de Arruda diz em entrevista ao jornalista Mino Pedrosa da “Isto É”, que o governador usa o dinheiro da corrupção para construir patrimônio não declarado à Receita. No acordo extrajudicial, ela ficou com R$ 15 milhões. Depois se aliou a Roriz e diz que há mais corrupção a ser investigada.

Agora a atriz Mariane Vicentine, diz que não se surpreendeu com as denúncias e as imagens de corrupção, que colocam seu ex-marido como o chefe da quadrilha do Mensalão do Demo. “Ele se aliou a pessoas que são sujas e perigosas, e há muito mais para ser investigado” disse Mariane à ISTOÉ, referindo-se a Durval Barbosa (ex-secretário de Relações Institucionais), Marcelo Toledo (braço direito de Durval) e Fábio Simão (ex-chefe de gabinete). Segundo a ex-mulher de Arruda, além do dinheiro entregue em espécie, o governador teria gastos pessoais pagos com dinheiro ilegal, através de cartões de crédito usados por seus principais auxiliares.

Desde os tempos de Roriz

Segundo Mariane, o esquema corrupto do governo de Arruda não difere do que funcionou em governos anteriores. Ela diz que, já durante a campanha, Durval, Simão e outros começaram a gravar Arruda e empresários, para que depois de eleito o governador fosse obrigado a abrigar a quadrilha. “Lembro que deixava os comícios para correr para casa e amamentar o nosso filho; enquanto isso, esse grupo alimentava a discórdia para provocar a minha separação, pois nunca o recebi em minha casa. Fui saber depois que, enquanto eu amamentava nosso filho, Arruda se encontrava com mulheres apresentadas por esses assessores, que o gravavam e filmavam para chantageá-lo depois”, afirma. “Até o carro usado por Arruda na campanha foi todo grampeado pelo Simão.”

A solução

Provavelmente Arruda será cassado, assim como seu vice, Paulo Otavio. Na linha da sucessão, o presidente da Câmara Distrital(Assembléia de lá) está comprometido com o mensalão criado pelo governador. Até o presidente do Tribunal de Justiça, que seria outro na linha de sucessão, esta manchado pela sujeita que tomou conta do Distrito Federa e atingiu até o Poder Judiciário. Resta talvez, antecipar as eleições, ou assumir um deputado para terminar o mandato no final do ano que vem.

Nas próximas eleições o PT sai enfraquecido em Brasília, por não ter feito uma oposição dura e conseqüente ao governo Arruda, o PCdoB perdeu seu maior quadro exatamente para este PT enfraquecido e sobra quem, para disputar com a turma do Roriz, que apesar de cassado, deve ter um candidato na manga para tentar ganhar de novo o governo de Brasília. O PCdoB e os nanicos PSTU e PSOL. Um candidato natural desta aliança, que pode se fortalecer diante dos descalabros das legendas fortes, é Orlando Carielo, do PSTU, que já foi candidato a governador contra Roriz e não fez feio não.

A curiosidade é que orlando Carielo, criado em Brasília, arquiteto e ex-funcionario da Codeplan e professor de arquitetura na UNB, é capixaba. Mesmo morando há décadas no Distrito Federal, tem parentes no Espírito Santo e é filho de falecido Orlando Carielo, que foi em priscas eras, vereador e presidente da Câmara Municipal de Vitória. Homem de bem, político firme e sagaz, Orlando pode ser no próximo ano, a solução da esquerda para disputar o governo do Distrito Federal e iniciar um processo de limpeza na sujeirada deixada por Roriz e seus sequazes e acólitos.

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Torturador não merece perdão, nem anistia!!!

Entidades lançam campanha contra anistia a torturadores



Nos próximos meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar um processo decisivo para o futuro democrático do Brasil. Trata-se da ADPF (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental) nº 153, proposta em outubro de 2008 pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que reivindica que o Supremo interprete que a Lei de Anistia não se aplica aos crimes comuns praticados pelos agentes da ditadura civil militar (1964-1985). O processo aguarda o parecer do Procurador Geral da República, e, em seguida, o ministro relator, Eros Grau, poderá colocar em pauta de julgamento.



Com o objetivo de impedir que os agentes da repressão sejam anistiados, um grupo de defensores de direitos humanos e entidades da sociedade civil criou o “Comitê contra a Anistia aos Torturadores”.



Tortura, assassinato e desaparecimento forçado são crimes de lesa-humanidade, portanto não podem ser objeto de anistia ou auto-anistia. Estudos indicam que a impunidade dos crimes de ontem favorece a continuidade da violência atual dos agentes do Estado, que continuam praticando tortura e execuções extrajudiciais contra a população pobre.



A primeira iniciativa do comitê é o lançamento de um manifesto on-line, que já conta com o apoio de intelectuais, artistas, juristas, parlamentares e defensores de direitos humanos. Entres os que subscrevem a petição estão Antonio Candido, Chico Buarque, José Celso Martinez Correa, Aloysio Nunes Ferreira, Frei Betto, Marilena Chauí, João Pedro Stedile e Sérgio Mamberti.



Para assinar o manifesto,

clique em- http://www.ajd.org.br/contraanistia_port.php





Mais informações: Tatiana (11) 8327-5319

segunda-feira, novembro 23, 2009

Voltando ao SARAH!!!!

Mais de um ano após minha cirurgia na coluna para estancar o processo de paralisação, advinda com a doença “Meliopatia Cervical”, volto ao Hospital brasiliense SARAH para consulta e procura de algum novo tratamento que acelere minha recuperação. A “Meliopatia Cervical” é uma doença que me atingiu das vértebras c2 a c4 que foram se fechando e lesou a medula, causando um processo de paralisação (inicialmente dormência) nas mãos, depois pernas, chegou aos quadris, bexiga e intestinos.

A cirurgia abriu as vértebras, colocou pinos de tungstênio para mante-las afastadas e liberar a medula, para que aos poucos ela se recuperasse. Só que a recuperação é lenta.
Mais de um ano depois, os movimentos nas mãos, pernas e quadris votaram parcialmente e estacionaram. Só a bexiga e intestinos voltaram a funcionar quase normalmente. Para andar ainda preciso de apoio em longas distancias uso cadeiras de rodas, curtas distancias andador e proximidades ando( ou me arrasto) escorando os braços em paredes ou outros tipos de apoio.

Minha consulta no SARAH será no próximo dia 1 de Dezembro. Não sei se depois exigirão novos exames ou experimentarão outros medicamentos que acelere a recuperação dos movimentos e da lesão na Medula. Torço por uma solução, mas estou preparado para seguir como estou, com as limitações e seqüelas que ficaram com a doença. Mas sei que a solução se houver, esta no SARAH e na equipe do Dr. Hudson Mourão Mesquita, que me tratou nesses quase dois anos de doença.

Outro mistério é a origem da doença. De onde e como foram as vértebras se fechando até esmagar a medula e causar a quase completa paralisação do meu corpo? È algo que tanto eu como os médicos ainda teremos que descobrir, se isto for possível. Não houve queda ou acidente que pudesse detonar este processo Mas sigo confiante na melhoria e avanço da recuperação, que sempre soube seria demorada. Mas que cansa, cansa.

terça-feira, novembro 17, 2009

Solidariedade a Cesari Battisti!

Em defesa do direito de asilo político e humanitário

Luiz Aparecido*

Tomado pelo espírito e solidariedade revolucionaria e humanitaria, divulgo em meu artigo de hoje, cópia da CARTA ABERTA de autoria do preso político italiano CESARE BATISTTI, que se encontra preso na penitenciária da Papuda no Distrito Federal, EM GREVE DE FOME desde o dia 13 de novembro de 2009, por tempo indeterminado.
Cópia da presente carta foi entregue ontem, dia 16 de dezembro, pelo Senador José Nery, do PSOL do Pará, ao Ministro Luiz Soares Dulci para chegar às mãos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Várias atividades e iniciativas de apoio e solidariedade ao companheiro Cesare Battisti estão sendo articuladas para o início da próxima semana, com a finalidade de divulgarmos sua situação e buscarmos ampliar a mobilização em sua defesa, e impedir que o Presidente Lula assine sua deportação para a Itália, onde está condenado à prisão perpétua e sem direito a ver a luz do dia enquanto durar a pena. Importante lembrar que o companheiro Cesare Battisti foi guerrilheiro durante os anos de chumbo na Itália, na década de 70 e 80, quando enfrentou, juntamente com milhares de militantes de organizações da esquerda socialista, a máfia, a corrupção, a tortura e os esquadrões da morte das forças policiais do Estado italiano.
As entidades, parlamentares, partidos políticos, ativistas, militantes e personalidades do Distrito Federal que apoiam e se solidarizam com o movimento pela libertação e concessão de asilo político a Cesare, estarão realizando uma reunião plenária de mobilização e organização de atividades na próxima segunda feira, dia 16 de novembro de 2009, às 19 horas, na Auditório da FENASPS, situado no Edifício Venâncio V - Térreo - Loja 28 (CONIC).
Tais atividades visam ampliar a mobilização diante da realização do julgamento final do STF sobre o pedido de extradição formulado pelo governo fascista de Berlusconi, que ocorrerá na próxima quarta feira, 18 de novembro de 2009. Aos ativistas e militantes de outros estados, solicitamos que se integrem à corrente nacional de e-mails e manifestações públicas que possam chegar ao Presidente Lula, exigindo a imediata concessão de asilo político em nosso país e a consequente libertação de nosso companheiro de lutas e de sonhos por um mundo socialista. Aos ativistas do Distrito Federal, contamos com a sua presença nesta reunião de segunda feira. Pedimos, em nome de todos que estão envolvidos nessa campanha, que façamos unitariamente esse gesto humanitário e político pela vida e pela libertação de nosso companheiro Cesare Battisti.

*Jornalista e cientista social


“Carta aberta ao presidente Lula e ao povo brasileiro

Cesari Battisti

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR
LUIS INÁCIO LULA DA SILVA
PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO BRASILEIRA
AO POVO BRASILEIRO
“Trinta anos mudam muitas coisas na vida dos homens, e às vezes fazem uma vida toda”. (O homem em revolta –Albert Camus)
Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós, podem sinceramente dizer que nunca desejou afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo.
Entretanto, freqüentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida.
A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as reações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muitos exilados.
Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos. Não tudo! Os sonhos continuam!
Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram conquistadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia. Eu sou fruto desses anos 70, assim como muitos outros aqui no Brasil, inclusive muitos companheiros que hoje são responsáveis pelos destinos do povo brasileiro. Eu na verdade não perdi nada, porque não lutei por algo que podia levar comigo. Mas agora, detido aqui no Brasil não posso aceitar a humilhação de ser tratado de criminoso comum.
Por isso, frente à surpreendente obstinação de alguns ministros do STF que não querem ver o que era realmente a Itália dos anos 70, que me negam a intenção de meus atos; que fecharam os olhos frente à total falta de provas técnicas de minha culpabilidade referente aos quatro homicídios a mim atribuídos; não reconhecem a revelia do meu julgamento; a prescrição e quem sabem qual outro impedimento à extradição.
Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato.
E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político. Espero com isso impedir, num último ato de desespero, esta extradição, que para mim equivale a uma pena de morte.
Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver.
Findo esta carta, agradecendo aos companheiros que desde o início da minha luta jamais me abandonaram e da mesma foram agradeço àqueles que chegaram de última hora, mas, que tem a mesma importância daqueles que estão ao meu lado desde o princípio de tudo. A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!
Espero que o legado daqueles que tombaram no front da batalha não fique em vão. Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade.
Entrego minha vida nas mãos de Vossa Excelência e do Povo Brasileiro”.
Brasília, 13 de novembro de 2009

Cesari Battisti

quinta-feira, novembro 12, 2009

Fascista israelense no País!!!

Mercador da morte e do Apartheid visita o Brasil
Luiz Aparecido*


O Brasil recebeu nestes últimos dias, quarta e quinta-feira, o presidente do Estado de Israel, Shimon Peres. Como não podia deixar de ser, veio a negócios e tentar convencer nosso governo e nossa sociedade democrática, de sua política terrorista contra o povo palestino e os árabes e muçulmanos em geral. Foi recebido polidamente pelo presidente Lula, que não deixou passar a ocasião de, frente a frente com Shimon Peres, defender a próxima visita do presidente do Iran ao Brasil e de uma política de diálogo e respeito às diferenças raciais e religiosas, para criar um clima de paz e harmonia no Oriente Médio e no Mundo.
Deve ter surpreendido o presidente de Israel, que aqui veio disseminar sua política racista e de violência contra árabes e palestinos. Ao chegar Shimon Peres teve o desplante de dizer que iria fazer sugestões ao governo brasileiro em questões de segurança, principalmente porque vamos receber proximamente, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Como se Israel soubesse tratar de segurança de forma civilizada e democrática.
O partido de Shimon Peres é o Kadima, fundado por Ariel Sharon, que coordenou os massacres de Sabra e Chatila no Líbano em 1982 e organizou a sangrenta repressão à segunda Intifada em 2000, que ele mesmo havia provocado. A atual presidente do Kadima é Tzipi Livni, que disputava o “mérito” da organização do massacre de Gaza em janeiro de 2009.
Shimon Peres disse, em entrevista ao Expresso, diário português, que “no fim, o mundo irá agradecer-nos” pelo massacre em Gaza, pelos 1500 mortos, pela destruição completa de um território que já vinha sofrendo dois anos de fechamento de fronteiras. É também um presidente que defende o crescimento dos assentamentos na Cisjordânia e a expansão do Muro que dilacera a sociedade palestina.
Mesmo assim teve platéia
Mas mesmo no Brasil, esse porta-voz de Israel foi recebido por vários dignitários brasileiros e pelos empresários paulistas, na semana em que o mundo se levanta contra o Muro do Apartheid. A Fiesp, sempre na contra mão da história e dos interesses populares, organizou um seminário especial destinado a discutir as relações comerciais Brasil-Israel e o Acordo de Livre Comércio Mercosul-Israel, pautado para votação no Congresso.
Além de Shimon Peres, falou o presidente da empresa israelense Elbit, desenvolvedora dos principais armamentos e tanques israelenses usados no massacre em Gaza. E parecia ser este mercador da morte o homem que entende de segurança publica. Logo ele, que alimenta as tropas israelenses nos massacres que produz em Israel contra o indefeso povo palestino. Lá eles confundem alguns grupos revolucionários e considerados terroristas, com todo o povo palestino e os árabes em geral e atiram em tudo que vêem pela frente nos territórios palestino. È só ver o escandaloso numero de crianças, mulheres e idosos mortos em cada investida israelense contra o que eles chamam de “terroristas”
Qual mensagem o Brasil passa ao mundo com essa visita? A mensagem de que senhores da guerra podem testar seus equipamentos contra populações infinitamente menos preparadas e depois vendê-los a outros países, sedimentando assim as “parcerias estratégicas”. Entretanto, vários protestos foram organizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro contra este mercador da morte, racista e ponta de lança do imperialismo norte-americano no Oriente Médio.

*Jornalista e cientista social

sexta-feira, outubro 30, 2009

Violência do dia a dia!!!

Violência- Doença social

Luiz Aparecido*

Basta ver os noticiários na TV, ouvir nas emissoras de rádio ou ler nos jornais ou sites da Internet, para sentir como a violência na sociedade brasileira e capixaba aumenta e está impregnada em todas as camadas da população. Já não é mais sequer uma doença, mas uma septicemia aguda. E parece não haver política publica de segurança ou mobilização social que de jeito.

Os últimos acontecimentos do Rio de Janeiro, mostram a chaga de forma assustadora. Em guerra aberta de traficantes e policiais, a população civil das áreas conflagradas é quem mais sofre. Mais de 40 mortes numa semana de conflitos, muitos deles vitimas de balas perdidas. O povo trabalhador que é maioria da população destas áreas, sofre em meio aos tiroteios e anda é tratada como suspeita pelas forças de segurança. A guerra atinge a todos nos morros e favelas e afeta também a classe média e até mesmo, os antes intocáveis ricaços que habitam não só o Rio de Janeiro, mas São Paulo, Belo Horizonte e outros grandes e médios centros urbanos.

Nesta guerra fratricida, é a droga o principal combustível dos conflitos. Mas a miséria e o abandono social das populações pobres é outro detonador possante. A historia do Brasil mostra desde o fim da escravidão, como os negros e pobres foram sendo afastados dos centros urbanos e abandonados sem nenhuma política publica de inclusão social. Por décadas a situação só vem piorando, com o aumento da população e a concentração de renda e poder nas mãos de uns poucos, que nunca se preocupam com a distribuição de renda e Justiça social.

Num ambiente destes, a violência e o desprezo pela vida humana se dissemina e atinge setores médios e altos da população. Os parâmetros se diluem e o discernimento entre o certo e o errado, mais a disseminação do uso das drogas e do álcool, se tornam o combustível que incendeia a onda de violência. Crimes hediondos dentro de famílias aparentemente estabilizadas assusta ainda mais o vetor social. Filhos atacam pais em busca de meios para adquirir drogas, famílias se dilaceram em busca de heranças e vinganças pessoais, enfim, um pandemônio infernal assusta todo tecido social da Nação.

Isto, sem contar o mau exemplo dos políticos e classes dominantes, que como aves de rapina dilapidam o patrimônio publico e desmoraliza os símbolos do Estado e do que seria Publico. A própria Justiça parece contaminada por este mal, além de secularmente estar sempre ao lado dos ricos e poderosos. Estes exemplos vão solapando as bases de uma sociedade que deveria ser justa e solidária. Não basta mais a ação governamental, mas o despertar de toda população para a luta contra a pobreza, as drogas, o trafico de armas, a corrupção, a violência policial contra pobres e negros trabalhadores, o desperdício acintoso dos ricaços, que aviltam e despertam a ira da sociedade e cria o caldo de cultura da violência generalizada.

È hora de tomar consciência da gravidade da situação, os cidadãos de bem mobilizar a sociedade civil e exigir do poder publico ações concretas, contra a violência, a corrupção, e a inação dos poderosos e seus acólitos.

*Jornalista e cientista social

domingo, outubro 25, 2009

Manfredini mostra que a REVOLUÇÃO não morreu!!!!

24 de Outubro de 2009 - 0h03
Revolução, por que não?
Luiz Manfredini *

Pertenço a uma geração – a dos anos 60 – que conviveu com a idéia de revolução. É verdade que, de acordo com a pessoa ou o grupo, alterava-se o entendimento sobre a natureza e o alcance dessa revolução. Política para alguns, cultural ou meramente comportamental para outros.
Mas em todos – até mesmo naqueles que não se dedicavam à militância política – mantinha-se um pressuposto de ação coletiva, sob o influxo de uma idéia totalizante voltada para a transformação do mundo que, por iníquo, apresentava-se intolerável àquela juventude carregada de sonhos.

No deserto neoliberal que se instaurou no Brasil a partir fim dos anos 80, o impulsos de ação coletiva cederam espaço à perversa competição individual por ganhos pessoais dentro de um sistema inquestionável, e o termo revolução, quando usado, passou a designar circunstâncias e intenções particularizadas, desconectados de um projeto conjunto de superação civilizacional e, portanto, sem qualquer risco para o novo status quo do capital. Ouvia-se falar de revolução disso, revolução daquilo, as mudanças importantes dentro do sistema eram sempre revoluções. Digamos, o termo revolução tornou-se algo ordinário (no sentido de medíocre, vulgar), desidratado da substância política capaz de lhe conferir força e consequência.

O neoliberalismo esboroou-se, mas muitos dos seus pressupostos fincaram raízes e resistem à crise. Mantém-se, portanto, o desafio de resgatar uma cultura de transformação social capaz de robustecer o caminho ao avanço civilizacional representado pela construção do socialismo no Brasil. E tal resgate significa repor não apenas certos conceitos, como também suas designações. Então é preciso vincar que os que defendem a alternativa socialista defendem uma revolução. Revolução é fenômeno histórico, seus matizes (e quando se dará e como se dará) são determinados pelas circunstâncias concretas em que é gestada. Mas a transformação que se pretende será sempre revolução. E isso não pode ser escamoteado, deve ser dito.

Não defendo nenhum pregacionismo em relação à idéia e ao termo revolução. Nada de principismo, doutrinarismo., Defendo, isto sim, que não o abandonemos para a designação de banalidades, que restauremos seu sentido mais original e historicamente sustentado, o sentido da transformação política de fundo que altere a natureza e os objetivos sociais, econômicos, culturais de uma sociedade (ainda que coexistam, em forças da esquerda nacional, diferentes concepções dessa revolução).

Abrir mão dessa terminologia pode significar algo mais extenso e profundo que a mera escolha de palavras e conceitos segundo as necessidades de amplitude política. Pode significar renúncia – ainda que tácita, ou parcial – dos objetivos maiores do projeto socialista. Assim como os comunistas, a despeito da debacle no Leste europeu no início dos anos 80, não abriram mãos de cores e símbolos, de referências teóricas e objetivos estratégicos, não se deve relegar o termo e a idéia da revolução ao baú do esquecimento, sob qualquer tipo de pretexto.

5 comentários

* Jornalista e escritor paranaense, autor de "As moças de Minas" e "Memória de Neblina".

sábado, outubro 24, 2009

Como Corisco de Lampião!!

Minha gente!!!

Otto Lara Rezende dizia que “mineiro só é solidário no câncer”. Não somos mineiros nem cínicos. Estou aguardando há meses chamado do SARAH para novos exames e buscar outros, ou um novo tratamento que me ajude a melhorar. Não tem sido mole não. Tenho piorado vagarosamente, Antes melhorava lentamente. Isto me preocupa, porque meus movimentos se tornam mais difíceis e, por exemplo, no final da tarde estou com a impressão de pesar 400 quilos e mal me locomovo amparado nas paredes e objetos.
Mas isto não é um lamento não. È apenas informando aos amigos mais chegados como estou.
Continuo na luta com o INSS para receber meu auxilio doença e depois tentar uma aposentadoria e aguardando que se transforme em realidade, a Anistia que conquistei no STJ e na Comissão de Anistia. Justiça no Brasil é fogo, só é boa para o Daniel Dantas e seus acólitos da vida. A família, Polyana e as crianças vão bem. Polyana cansada e estressada, mas lutando bravamente para que ganhemos nossas batalhas e nossa vida melhore.

Como dizia Corisco, o Diabo Louro de Lampião. "Só me entrego na morte, de Parabelun na mão".

Luiz Aparecido*

*Leia meus blogs- www.luizap.blogspot.com e www.luiz-aparecido.zip.net

Brasil sem força militar para enfrentar qualquer conflito111

Hipotético uso da força!!

Luiz Aparecido*

O presidente deposto de Honduras continua com seus 60 seguidores arranchado na Embaixada brasileira em Honduras. As negociações não andam, a Organização dos Estados Americanos-OEA e a ONU não tomam nenhuma atitude, não forçam via bloqueio e sanções, afastar os usurpadores do poder naquele pequeno pais caribenho e o impasse se arrasta por semanas e meses. O próprio Brasil, que deu guarida a Zelaya se sente impotente e aguarda um milagre que desça dos céus para resolver a questão. Afinal tudo acabou num imbróglio difícil de resolver.

Mas, e se os golpistas decidirem invadir a embaixada e evacuar Zelaya e seus seguidores e os prenderem. O que o Brasil irá fazer concretamente? Hipoteticamente só restaria ao Brasil declarar guerra e invadir Honduras e restabelecer o Estado de Direito com Zelaya na presidência. Se fosse com os americanos, certamente seria isto que iria acontecer, com o beneplácito da OEA e da ONU. Mas o Brasil faria o que?

Brasil sem força militar

Sequer um porta-aviões e navios de transporte de tropas para chegar rapidamente até lá, nós temos funcionando. Nossos comandantes militares vivem dizendo que nossas naves de guerra e até aviões de ataque, não funcionam direito e os poucos que ainda navegam e voam, o fazem por autofagia, ou seja, um quebra e vão pegando peças de outro para consertar. È feia a nossa situação de força militar. Isto para um país como o Brasil, continental e importante no panorama mundial. Econômica e socialmente um sucesso e militarmente um fiasco.

E não é por culpa do governo Lula não. Esta situação sempre foi precária e ultimamente só piorou. Depois da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, herdamos um parque bélico sucateado e sobras do conflito e um acordo militar com os Estados Unidos, que só nos transformou em força auxiliar dos americanos em sua política belecista e hegemonista.Durante os mais de 20 anos de Ditadura Militar, as Forças Armadas foram voltadas para combater os inimigos internos do regime. Mas ainda assim os militares investiram num parque bélico brasileiro.

Criaram a Embraer e a Imbel, fabricaram pequenos aviões de treinamento e ataque, na Imbel, em consórcio com outras empresas produziram muitas armas, inclusive o lança mísseis Astra, que foi vendido para vários países e atuou com sucesso em guerras no Oriente Médio e na África. Nossa Marinha, através de seu Arsenal da Marinha produziu pequenos braços de guerra, reformou e modernizou vários navios e começou a trabalhar na construção de um submarino nuclear, projeto que continua em ação.

Enfim, os militares romperam o acordo militar que tinham com os americanos e diversificaram seu arsenal e fornecedores. A doutrina de Segurança Nacional que era inspirada pelos americanos em cima da Guerra Fria, foi ultrapassada, assim como a política de combate aos inimigos internos e o fim da Ditadura mudou tudo. A partir do governo Collor, houve uma deliberada política de desmonte das nossas Forças Armadas, também inspirada pela política norte-americana e neoliberal, de que com o fim da Guerra Fria e o “fim do socialismo real”, os paises não precisavam mais de forças armadas para combater o “perigo comunista”.

Hoje, o Brasil continua sem uma política de fortalecimento de suas forças armadas e luta para, pelo menos manter o mínimo de estrutura militar. Mas países como Argentina, Peru, Chile, Venezuela e Colômbia, apadrinhada pelos Estados Unidos na sua guerra interna contra a guerrilha das FARC e dos narcotraficantes, possuem forças armadas bem mais poderosas que o Brasil e podem nos vencer em qualquer conflito armado. Com crise Hondurenha ou não, o Brasil precisa ter uma Força Militar a altura de sua importância no Mundo e para defender suas fronteiras terrestres e marítimas, que são as maiores do Mundo. È uma questão de soberania nacional que deve interessar a todos os brasileiros de qualquer tendência política,

*Jornalista e Cientista Social

sexta-feira, outubro 23, 2009

Homenagem a Marighella!!!!

Companheiros e amigos

No dia 4 de novembro se completam 40 anos do assassinato de Carlos Marighella.
Frente a essa efeméride um grupo de companheiros relembra seu significado e o legado da luta histórica de Carlos Marighella.

Se você quiser aderir a essa manifestação, assine,através da Internet neste site :



http://www.PetitionOnline.com/19692009/petition.html



Programe atividades em sua comunidade e local de atuação para debater essas ideias
Saudações
Comissão Organizadora 1969 2009 - 40 anos - Marighella Vive

Aos brasileiros

EM MEMÓRIA DE CARLOS MARIGHELLA
Carlos Marighella tombou na noite de 4 de novembro de 1969, em São Paulo, numa emboscada chefiada pelo mais notório torturador do regime militar. Revolucionário destemido, morreu lutando pela democracia, pela soberania nacional e pela justiça social.

Da juventude rebelde, como estudante de Engenharia, em Salvador, às brutais torturas sofridas nos cárceres do Estado Novo; da militância partidária disciplinada, às poesias exaltando a liberdade; da firme intervenção parlamentar como deputado comunista na Constituinte de 1946, à convocação para a resistência armada, toda a sua vida esteve pautada por um compromisso inabalável com as lutas do nosso povo.

Decorridos quarenta anos, deixamos para trás o período do medo e do terror. A Constituição Cidadã de 1988 garantiu a plenitude do sistema representativo, concluindo uma longa luta de resistência ao regime ditatorial. Nesta caminhada histórica, os mais diferentes credos, partidos, movimentos e instituições somaram forças.

O Brasil rompeu o século 21 assumindo novos desafios. Prepara-se para realizar sua vocação histórica para a soberania, para a liberdade e para a superação das inúmeras iniqüidades ainda existentes. Por outros caminhos e novos calendários, abre-se a possibilidade real do nosso País realizar o sonho que custou a vida de Marighella e de inúmeros outros heróis da resistência. Garantida a nossa liberdade institucional, agora precisamos conquistar a igualdade econômica e social, verdadeiros pilares da democracia.

A América Latina está superando um longo e penoso ciclo histórico onde ocupou o lugar de quintal da superpotência imperial. Mais uma vez, estratégias distintas se combinam e se complementam para conquistar um mesmo anseio histórico: independência, soberania, distribuição das riquezas, crescimento econômico, respeito aos direitos indígenas, reforma agrária, ampla participação política da cidadania. Os velhos coronéis do mandonismo, responsáveis pelas chacinas e pelos massacres impunes em cada canto do nosso continente, estão sendo varridos pela história e seu lugar está sendo ocupado por representantes da liberdade, como Bolívar, Martí, Sandino, Guevara e Salvador Allende.

E o nome de Carlos Marighella está inscrito nessa honrosa galeria de libertadores. A passagem dos quarenta anos do seu assassinato coincide com um momento inteiramente novo da vida nacional. A secular submissão está sendo substituída pelos sentimentos revolucionários de esperança, confiança no futuro, determinação para enfrentar todos os privilégios e erradicar todas as formas de dominação.

O novo está emergindo, mas ainda enfrenta tenaz resistência das forças reacionárias e conservadoras que não se deixam alijar do poder. Presentes em todos os níveis dos três poderes da República, estas forças conspiram contra os avanços democráticos. Votam contra os direitos sociais. Criminalizam movimentos populares e garantem impunidade aos criminosos de colarinho branco. Continuam chacinando lideranças indígenas e militantes da luta pela terra. Desqualificam qualquer agenda ambiental. Atacam com virulência os programas de combate à fome. Proferem sentenças eivadas de preconceito contra segmentos sociais vulneráveis. Ressuscitam teses racistas para combater as ações afirmativas. Usam os seus jornais, televisões e rádios para pregar o enfraquecimento do Estado. Querem o retorno dos tempos em que o deus mercado era adorado como o organizador supremo da Nação.

Não admitimos retrocessos. Nem ao passado recente do neoliberalismo e do alinhamento com a política externa norte-americana, nem aos sombrios tempos da ditadura, que a duras penas conseguimos superar.

A homenagem que prestamos a Carlos Marighella soma-se à nossa reivindicação de que sejam apuradas, com rigor, todas as violações dos Direitos Humanos ocorridas nos vinte e um anos de ditadura. Já não é mais possível interditar o debate retardando o necessário ajuste dos brasileiros com a sua história. Exigimos a abertura de todos os arquivos e a divulgação pública de todas as informações sobre os crimes, bem como sobre a identidade dos torturadores e assassinos, seus mandantes e seus financiadores.

Precisamos enfrentar as forças reacionárias e conservadoras que defendem como legítima uma lei de auto-anistia que a ditadura impôs, em 1979, sob chantagens e ameaças. Sustentando a legalidade de leis que foram impostas pela força das baionetas, ignoram que um regime nascido da violação frontal da Constituição padece, desde o nascimento, de qualquer legitimidade. E procuram encobrir que eram ilegais todas as leis de um regime ilegal.

Sentindo-se ameaçadas, estas forças renegam as serenas formulações e sentenças da ONU e da OEA indicando que as torturas constituem crime contra a própria humanidade, não sendo passíveis de anistia, indulto ou prescrição. E se esforçam para encobrir que, no preâmbulo da Declaração Universal que a ONU formulou, em 10 de dezembro de 1948, está reafirmado com todas as letras o direito dos povos recorrerem à rebelião contra a tirania e a opressão.

Por tudo isso, celebrar a memória de Carlos Marighella, nestes quarenta anos que nos separam da sua covarde execução, é reafirmar o compromisso com a marcha do Brasil e da Nuestra America rumo à realização da nossa vocação histórica para a liberdade, para a igualdade social e para a solidariedade entre os povos.

Celebrando a memória de Carlos Marighella, abrimos o diálogo com as novas gerações garantindo-lhes o resgate da verdade histórica. Reverenciando seu nome e sua luta, afirmamos nosso desejo de que nunca mais a violência dos opressores possa se realimentar da impunidade. Carlos Marighella está vivo na nossa memória e nas nossas lutas.

Brasil, 4 de novembro de 2009.

segunda-feira, outubro 12, 2009

Houve erro, mas o alerta valeu!!!

Houve um engano, companheiros.

A notícia é velha mesmo, de 2007, e não vale mais. O assunto já foi recolocado e respondido pela Comissão de Anistia. Ou seja, Lamarca continua anistiado com promoção militar e sua viúva, Maria, recebe a pensão mensal.

Se for possível explicar, a notícia veio pelo grupo Os Amigos de 68, formado basicamente por cariocas ex-exilados e ex-presos, além de nordestinos simpáticos. Eles já pediram desculpas pelo engano.

Acontece que nem eles, nem quem leu e repassou, protestou e discutiu, inclusive eu, lemos a notícia na íntegra, onde constava a data. Peço desculpas em nome deles e no meu - embora tenha repassado inicialmente este e-mail que vocês todos receberam. Quem repassou deve fazer o mesmo.

Erramos todos. Mas desde ontem isso já havia sido corrigido.

Beijo.
Rose.

sábado, outubro 10, 2009

Barak Obama não merece este Nobel da Paz!

NOBEL PRECIPITADO

*Por Luiz Aparecido

O Comitê do Premio Nobel decidiu este ano, intempestivamente, conceder o Premio Nobel da Paz ao presidente norte-americano Barak Obama. Será merecido??
A mídia americana e mundial, controlada pelos mesmos homens e corporações que dominam o Mundo, celebram alegremente o premio. Mas não acredito que o presidente americano, o primeiro negro a chegar ao governo( não ao poder)seja merecedor desta honraria.

Ele até agora mantêm, com vagas promessas de acabar, a agressão americana no Iraque, no Afeganistão, interferindo em assuntos internos de vários paises do mundo, ameaçando nações soberanas, como Coréia do Norte e Irã e por ai vai. Os suspeitos de terrorismo (sem culpa formada ou julgamento justo) contra alvos americanos, continuam detidos e sendo torturados na Base usurpada de Guantanamo, em Cuba. O bloqueio econômico e humanitário que sufoca o povo cubano continua e a belicosidade americana permanece inalterada, apesar dos vários discursos de Barak Obama de que um dia mudara tudo isto.

Mas até agora nada mudou na beligerante política externa norte-americana e não creio que mudara tão cedo, se mudar!

O mundo espera

A eleição de Barak Obama presidente norte-americano, enfrentando o “status quo” mantido pelas corporações que formam o poder do imperialismo norte americano, foi um feito extraordinário para a sociedade americana. Afinal. Há poucas décadas os negros sequer podiam andar na mesma calçada que os brancos, freqüentar os mesmos ambientes e escolas e em certos Estados do Sul, sofriam as mais bárbaras perseguições e segregações. Portanto, eleger um negro presidente da República, já é um feito que mostra a sociedade americana e o cidadão médio daquela potencia mudando suas concepções de mundo.

Mas não podemos esquecer, que o tripé do poder americano, sediado nas corporações do setor industrial/militar, no sistema financeiro hegemonista e no poder do setor de comunicação/entretenimento e mídia, se mantém inalterado. E a crise econômica que foi gerada nos Estados Unidos e difundida por todo mundo capitalista, não foi combatida a partir de sua germinação. Pelo contrario, para manter o poderio das corporações, Barak Obama usou o potencial do Estado americano para socorrer os setores mais atingidos pela crise, que foram os crediticios/financeiros e as indústrias automobilística e bélica.

E a crise por lá continua, tendo sido seus efeitos mais graves apenas empurrados para debaixo do tapete. E quem mandava nos setores chaves do poderio americano continuam mandando, ou seja, o Pentágono, Wall Street e a CIA.

O golpe recente em Honduras, onde o presidente eleito e legitimamente no poder, foi deposto num golpe militar típico daqueles articulados pela CIA e seus amigos internos, ou seja, a classe dominante hondurenha e seus sócios americanos. Então onde estão as mudanças prometidas por Barark Obama e seu espírito e ações pela paz mundial. Continua inclusive sustentando política,financeira e militarmente Israel, que mantém sua agressão contra o povo e a nação palestina e fustigando os paises árabes independentes.

Se realmente Barak Obama decidir cumprir parte de suas promessas de campanha e terminar com as agressões americanas em várias partes do Mundo, aplicar até mesmo sua interna reforma do sistema de saúde, que beneficiara o povo pobre dos Estados Unidos( é isto mesmo, há milhões de pobres naquele país e miséria terceiro-mundista em vários locais) democratizar a mídia e o capital, acabar com o poder soberano do setor industrial/bélico e outras, pode mesmo é acabar com um tiro na cabeça. Que é como os americanos que realmente estão no poder, costumam resolver suas diferenças políticas.

*Jornalista/Cientista Social

segunda-feira, outubro 05, 2009

Congresso do PCdoB pode dar samba!!!!

O glorioso Partido Comunista do Brasil, o PCdoB esta em todo país discutindo suas teses e debatendo suas idiossincrasias em preparação de seu novo Congresso. Este processo sempre foi muito rico e o momento em que vivemos nós, os comunistas, entre a malfadada crise do socialismo real desde a queda do Muro de Berlin e o fim da União Soviética o transforma em mais rico ainda. A recente e ainda presente crise do capitalismo, gerada a partir do próprio pólo do capitalismo, transforma as discussões em mais ricas e mais esclarecedoras ainda.

Por isto. e talvez por isto, não entendo porque crises internas, motivadas pela má compreensão da luta de classes, idiossincrasias pessoais e motivos menores estão enpanando as discussões sobre as teses do Congresso e o esforço de fazermos um partido grande, massivo e a altura de seu objetivo que é fazer a revolução( qual método e caminho, ainda vamos descobrir) e engrandecer o Brasil. Ninguém é dono da verdade num momento destes e só a discussão séria e leal aos princípios pode nos levar a algum lugar. Bem distante de ser uma sublegenda do PT ou um partidinho de pseudo quadros iluminados, cujas lamparinas não clareiam sequer os próximos passos. Tenho dito, Benedito. Que o Cintra o tenha, com toda sua sabedoria de sambista da vida.Sem nenhuma ironia.

Congresso do PCdoB pode dar samba!!!!

O glorioso Partido Comunista do Brasil, o PCdoB esta em todo país discutindo suas teses e debatendo suas idiossincrasias em preparação de seu novo Congresso. Este processo sempre foi muito rico e o momento em que vivemos nós, os comunistas, entre a malfadada crise do socialismo real desde a queda do Muro de Berlin e o fim da União Soviética o transforma em mais rico ainda. A recente e ainda presente crise do capitalismo, gerada a partir do próprio pólo do capitalismo, transforma as discussões em mais ricas e mais esclarecedoras ainda.

Por isto. e talvez por isto, não entendo porque crises internas, motivadas pela má compreensão da luta de classes, idiossincrasias pessoais e motivos menores estão enpanando as discussões sobre as teses do Congresso e o esforço de fazermos um partido grande, massivo e a altura de seu objetivo que é fazer a revolução( qual método e caminho, ainda vamos descobrir) e engrandecer o Brasil. Ninguém é dono da verdade num momento destes e só a discussão séria e leal aos princípios pode nos levar a algum lugar. Bem distante de ser uma sublegenda do PT ou um partidinho de pseudo quadros iluminados, cujas lamparinas não clareiam sequer os próximos passos. Tenho dito, Benedito. Que o Cintra o tenha, com toda sua sabedoria de sambista da vida.Sem nenhuma ironia.

segunda-feira, setembro 14, 2009

30 anos de história da reorganização do PCdoB no Espirito Santo

30 ANOS ATRAS-REVIVEVNDO A REORGANIZAÇÃO
DO PCDOB NO ESPIRITO SANTO(primeira parte)

CHEGANDO EM TERRAS CAPIXABAS!

Foi num dia primeiro de janeiro de 1979, num calor de rachar e modorrento começo de tarde, que desembarquei em Vitória, na antiga rodoviária da Praça Misael Pena, perto do Parque Moscoso. Tinha saído de São Paulo na noite anterior com duas missões: uma profissional, de assumir o Departamento de Projetos Especiais da Rede Tribuna e outro de procurar os remanescentes do PCdoB que restavam no Estado e reorganizar o Partido.

Tinha saído da cadeia depois de mais de três anos de cana dura e pouco antes de ser decretada a Anistia. Trabalhei neste período em São Paulo, na redação da Revista Manchete e me articulava com o partido, que ainda vivia na clandestinidade, mas botava suas manguinhas de fora, lançando o jornal “Tribuna Operaria”, organizando movimentos de massa como o “Movimento Contra a Carestia” e atuando subliminarmente no antigo MDB, onde preparávamos o lançamento do primeiro deputado federal comunista e operário desde a legalidade de 1945, o Aurélio Peres.

Nesta época ainda subsistia no partido as duas estruturas montadas para sobreviver aos anos de chumbo, quando os militares dizimaram as organizações de luta armada e andava ferozmente atrás do PCdoB, que vinha da luta da guerrilha do Araguaia. Eu quando sai da prisão, contatei a estrutura 1 e foi esta que determinou minha vinda para o Espírito Santo. Na época precisávamos de gente audaciosa e com certa cobertura legal para reorganizar o Partido em vários Estados, onde ele tinha sido praticamente dizimado. A mim coube escolher entre Pernambuco e Espírito Santo.

Tive sorte de em dezembro de 1978, encontrar no prédio da Folha de São Paulo onde fui ver uns amigos, o Sergio Alves, que no inicio de minha carreira profissional, tinha me ajudado muito na “Ultima Hora”, onde trabalhamos sob a direção do lendário Samuel Wainer. Ele então me contou, que tinha assumido a direção do jornal “A Tribuna”, no Espírito Santo e que o grupo João Santos, dono do empreendimento, entre outros, tinha em mente montar um complexo de comunicação no Estado, com emissoras de rádio e Televisão. Sergião, como o chamávamos, me convidou então para vir com ele enfrentar a tarefa, porque ele tinha falta de pessoal mais qualificado na época para tocar os projetos.

Juntou a fome com a vontade de comer. Comuniquei a novidade ao partido que adorou a idéia e Ozéias, que era meu dirigente mais imediato concordou que eu fosse para o Espírito Santo. Chegaria inclusive, numa situação legal e com cobertura suficiente para iniciar a procura pelos camaradas comunistas dispersos e até recrutar mais gente para o partido. E foi nesta que embarquei sózinho, mas com a promessa de trazer logo depois minha companheira na época, a “italiana” Adelina Bracco, que também ajudaria no Jornal e a reorganizar o partido.

Nas primeiras semanas, encontrei o Sergio Alves (naquele mesmo primeiro dia), que me acomodou num apartamento que o Grupo João Santos possuía na Praia da Costa, em Vila Velha, fui conhecer o funcionamento do Jornal e preparar minha estrutura de trabalho e mergulhar nos arquivos para conhecer melhor o Espírito Santo. E tentar achar os remanescentes do combalido PCdoB.
CADÊ OS CAMARADAS?(Segunda parte)

Quando sai de São Paulo, o partido me indicou apenas codinomes, pessoas que já tinham se retirado da luta e apenas uma pessoa que poderia me ajudar a encontrar os membros do Partido dispersos. Um tal de Zanata, que quando o encontrei, um mês depois de ter chegado ao Espírito Santo, era ligado as pastorais da Igreja católica, que ficou até assustado quando lhe falei em encontrar membros do partido. Ainda vivíamos na Ditadura, apesar dela estar nos seus últimos estertores e o medo da repressão ainda prevalecia. Ele já estava comprometido com o projeto do PT, onde esta até hoje.

Estava na estaca zero quando voltei a São Paulo para buscar minha mulher e companheira da época, a italiana Adelina Bracco, que veio para trabalhar na A Tribuna comigo e me ajudar na reorganização do partido. Ela foi para a editoria de Política do jornal ser repórter, também com o objetivo de tentar encontrar algum comunista desgarrado. Acabou que ela cobrindo a Assembléia Legislativa, encontrou o Gildo Ribeiro, que era do partido e conhecia muita gente no Estado e os camaradas remanescentes que continuavam dispostos a reorganizar o partido.

Com a ajuda entusiasmada do Gildo, chegamos ao Dines Brozeguin, que tinha uma oficina de mecânica pesada perto do Aeroporto, o Paulo Mossoró, Nilson “Bigode” e mais tarde o Nilo Walter, Ildefonso, Mauro Edem e outros de Vila Velha, o seu Guilherme de Cachoeiro e outros arredios comunistas. Havia ainda um grupo de jovens e pessoal de esquerda, que faziam um jornal alternativo da época, chamado “Posição”, liderados por um comunista, Luzimar Nogueira Dias, que estava arredio e desconfiado de nós, pela ousadia de nos mostrarmos comunistas ainda em plena Ditadura. Ele tinha contatos coma a outra estrutura do Partido, que por motivos óbvios, não me conhecia, nem sabia de nossa tarefa no Estado.

Com este pessoal, eu e a Adelina gastamos muito “latin” para convencê-los de que era a hora de cuidadosamente, mas com ousadia, reorganizarmos o partido. Do pessoal do “Posição”, veio logo o Namy Chequer, que por sinal levamos também para trabalhar na editoria de Política de “ A Tribuna” e começamos a trabalhar a cabeça dos irmãos Martins, Joãozinho, que depois foi o primeiro deputado estadual do partido desde 1946, o Carlos Umberto e o Chiquinho. Eles estavam, como muitos outros jovens de esquerda, entusiasmados com o projeto de formação do PT que estava nascendo naquela época.

Nesta tarefa, o Namy ajudou muito a convencer os irmãos Martins a vir para o PCdoB, inclusive Joãozinho, que naquele tempo morava em Cachoeiro de Itapemirim e trabalhava no Banco do Brasil. Na “Tribuna” também tinha o Luiz Rogério Fabrino, antigo militante do PCdoB que estava desligado e aderiu imediatamente ao nosso projeto. Logo depois chegou de São Paulo o Clóves Geraldo, que entrou na estrutura do partido e ajudou ele a crescer numérica e teoricamente. Ainda de São Paulo, veio o capixaba que lá estava ha muito tempo, Graciano Dantas, que também entrou na Tribuna e na estrutura do partido.

Por ai começamos as primeiras reuniões, formamos a primeira célula partidária e começamos o trabalho político usando a estrutura do PMDB. Tínhamos como aliados o então deputado Dilton Lyrio e Roberto Valadão, cujo irmão e cunhada, Arildo e Áurea, tinha morrido combatendo na Guerrilha do Araguaya. E ainda Max Mauro, recém eleito deputado federal e antigo simpatizante do PCdoB.

A partir disso, enquanto corria o ano de 1979, fomos remontando o partido e recrutando outras pessoas. Muitos que tinham participado do partido antes da “queda” de 1972, que praticamente dizimou o partido no Estado, não demonstraram interesse em voltar a militar. Direito deles.

CRESCENDO E APARECENDO (Terceira Parte)

Já corria os anos 80, quando Antonio Alaerte, Zizi Mareto e João Amorim e Wanda Gasparini, Graça e outras amigas delas vieram para o PCdoB. Já ali por 1981 e 1982, quando fizemos a campanha vitoriosa do Gildo para vereador em Vitória, tínhamos um razoável contingente, alem de outros jovens que Joãozinho e Carlos Umberto foram recrutando. E ainda Zé Maria, Mastela e Walter Araújo, a Jô e outros. Ainda entre 79 e 80, Luzimar Nogueira Dias, que era uma referencia para estes jovens, depois de uma viagem ao Rio de Janeiro, onde lhe garantiram que éramos do PCdoB, acabou por aderir a nossa estrutura. Nesta época as duas estruturas do partido haviam já se fundido e com a Anistia e a volta de João Amazonas, Renato Rabelo e outros, novo alento alcançou o partido que crescia e se desenvolvia, adquirindo respeitabilidade na vida política local.

A”Tribuna Operaria” era nossa senha e porta voz. Criamos uma sede para a sucursal do jornal em Vitória, onde funcionava a direção provisória(ainda clandestina) do partido. Foram tempos difíceis, mas alvissareiros para o partido que ia ressurgindo cheio de energia e planos futuros. A direção nacional nomeou um assistente para o Estado, que foi no inicio o Ronald de Freitas e depois o Dineias Aguiar, na época conhecido como Décio, ou Careca.

Já com um bom numero de militantes e respeitabilidade política, começamos a preparar a nossa Conferencia de Reorganização, que aconteceu, clandestinamente, num apartamento alugado para este fim, na Praia da Costa, em Vila Velha. Foi Dineas Aguiar que dirigiu a Conferencia que elegeu a primeira direção formal e traçou a tática e a estratégia para o futuro do partido. Mais ou menos nesta época, ressurgiu da Clandestinidade e se reintegrou ao partido, Carlito Osório, o conhecido “Cascata”, que não ficou muito tempo, preferindo depois de algum tempo trilhar outros caminhos políticos. Outro que se reintegrou ao partido definitivamente foi Hélio Garcia, camarada histórico de Colatina, que tinha estado até na China se preparando para a luta.

Na primeira eleição que participamos dentro do PMDB em 1982, elegemos um aliado “quase” militante, Josmar Pereira suplente de deputado, que assumiu o mandato graças à ajuda do então governador Gerson Camata e o Gildo Ribeiro vereador por Vitória. E ainda ajudamos nas campanhas para deputado Federal do Max Mauro e demos até uma forcinha para Nelson Aguiar também se eleger deputado federal.

MEMÓRIAS GILDEANAS (Quarta parte)


Como recorda muito bem Gildo Ribeiro, “uma figura de grande importância que conviveu conosco durante um grande período foi sem dúvida o inicialmente Décio, depois Careca e por fim Dinéias Aguiar. Nos meados da´década de sessenta até fins dessa e inícios da década de 70. Por força de um vendaval que varreu o PCdoB-ES, quase do mapa, ficamos quase todos dispersos”.

Memória viva do PCdoB em terras capixabas, Gildo diz que “é bom lembrar que o Partido jogou um papel importante na campanha das Diretas Já. Ao ponto de fazermos a aproximação do PT com PMDB e outras forças, sendo que umas das principais reuniões para tal fim, se deu no Centro Comunitário de Ilha de Santa Maria e Monte Belo, inclusive com a presença do Deputado dissidente da Arena, o Deputado Teodorico Ferraço, que apoiava o Paulo Maluf. Dali nasceu uma organização que culminou com um dos maiores comícios da história do Espírito Santo, o Comício das Diretas Já”.

“Se envolveram nesta tarefa não só os já citados, como os deputados estaduais Salvador Bonomo, Nilton Baiano, o pessoal do Partidão e em seguida o próprio Governador e o seu Vice José Moraes e quase todos que tinham cargos comissionados e posição política contra o regime militar. Nosso papel de convencimento de que, passada a luta pelas Diretas Já, derrotada em votação no Congresso através da emenda Dante de Oliveira, mas vitoriosa no campo político e popular era preciso avançar, nos levou e as demais forças políticas, a entender que o caminho para derrotarmos a ditadura seria agora sim, pelo colégio eleitoral, como ficou provado. Gildo lembra ainda, “que Tancredo fez grandes comícios por aqui e demos nossa pequena mais forte e entusiasmada colaboração”.

Com o partido consolidado, tive necessidade de voltar a São Paulo em 1985, tanto por problemas familiares, como para me integrar a Comissão Nacional de Agitação e Propaganda, que tinha já a Editora Anita Garibalde, editando a Tribuna Operaria, a Revista “Princípios”, livros de clássicos do Marxismo Leninismo, de João Amazonas, Diógenes Arruda Câmara e outros autores do partido e com a legalidade recém conquistada, o jornal oficial do partido “A Classe Operaria”.

UMA PARTIDA COM MUITAS VOTAS (quinta parte)

Antes disso recontatamos o camarada Iran Caetano que servia o partido em Minas Gerais, mas tinha no Espírito Santo seu berço de lutas. Falamos com o Comitê Central e o pessoal de Minas, articulamos sua volta com condições de sobrevivência, o que não foi difícil, pois ele é um médico muito conceituado. Quando Iran voltou passou a integrar a direção que já tinha o Namy Chequer, o João Martins, o Clóves Geraldo e outros. O Partido tinha crescido e já estava presente em várias cidades do interior, no movimento estudantil, em alguns sindicatos e prestigio político em todo o Estado.

Na outra eleição que o partido participou ativamente em 1986, já com cara própria e não mais dentro da estrutura do PMDB, elegemos João Martins deputado estadual pela nossa sigla. Pela legenda do PCdoB elegemos o Namy Chequer vereador em Vitória em 1988 e o Professor Ramos suplente de vereador em Vila Velha, mas assumiu o mandato a maior parte do tempo. Eu já estava em São Paulo, mas toda eleição vinha para o Espírito Santo dar uma força. Depois disto é que vieram as eras Namy e Anderson Falcão, que dominam partido até hoje.

Depois de um longo período em São Paulo fui deslocado para Brasília, mas nunca deixei de em todas as eleições e períodos de férias estar presente no Espírito Santo. Como estou agora, num exílio convalescente da terrível doença que me pegou de jeito e quase me paralisa todo. Mas se não arrumar algum emprego, assessoria, consultoria, algo para fazer, terminando o verão bato azas de volta ao Planalto Central do Brasil. E sinto no Espírito Santo, alguns comunistas capixabas menos abnegados e generosos que antes, mais ainda um grande e solidário povo.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Solidariedade ao Lungaretti!!

Estão tentando calar uma das vozes mais combativas do Brasil, obstruindo sua comunicação como Mundo via Blogs e outros instrumentos da Internet. Abaixo se grito de protesto!! Leiam e divulguem!!!

"Companheiros, amigos e internautas em geral,

há muito eu vinha sofrendo pressões ostensivas ou veladas que preferi ignorar, para não conferir demasiada importância a covardes que agem nas sombras.

Era uma verdadeira enxurrada de armadilhas de hackers que me chegava diariamente, tentando penetrar no meu computador (a desproporção entre a quantidade recebida por mim e pelos outros internautas era suspeita, mas deixei pra lá).

Depois, houve mensagens ameaçadoras postadas como comentários nos meus dois blogues. Deletei-as.

E existia quem se desse ao trabalho de postar diariamente até 20 "comentários" no blogue Celso Lungaretti - O Rebate, com apenas uma enorme série de hieroglifos. Deletei-os.

As ameaças de morte pipocaram até no CMI, a maioria sendo tirada do ar pelos administradores.

Finalmente, hoje o meu blogue Náufrago da Utopia amanheceu bloqueado para novas postagens "devido a possíveis violações dos termos de serviço do Blogger". A acusação seria de se tratar de um blogue de spams (!).

Já requeri o desblogueio, mas não sei quando ocorrerá. Se alguém conhecer forma de agilizar o trâmite, agradeço. Eu não encontrei o caminho para tanto.

É sintomático que isto ocorra às vésperas do julgamento do Caso Battisti no STF, quando precisarei como nunca do meu blogue para centralizar a disponibilização de artigos relativos à batalha que estarei travando.

Por enquanto, informo que os meus textos diários agora estão sendo disponibilizados no blogue Celso Lungaretti - O Rebate.

E, ao contrário do que vinha fazendo, passarei a enviar TODOS pela rede de e-mails, não apenas os por mim considerados mais significativos.

É o caso do que está abaixo. Eu pretendia disponibilizá-lo só no blogue e mandar para entidades de direitos humanos. Mas, se está havendo interesse em me tirar do ar, é o momento de me manter tão no ar quanto possível.

A luta continua."

CELSO LUNGARETTI

segunda-feira, agosto 31, 2009

Vem coisa ai!!!

Nos próximos dias vai estar nos blogs a história dos 30 anos de minha pimeira chegada ao Espirito Santo e a narrativa de como reorganizamos o PCdoB em terras capixabas!!

quinta-feira, agosto 20, 2009

Que anistia é esta???

Estes miseros 80 paus que “ganhei” da Comissão de Anistia ainda dependem de um monte de coisas burocraticas para que eu o receba, fora os 20% do advogado e outros quesitos.Ainda tenho que pagar as dividas que contrai com meus amigos nos momentos mais difíceis,que dá quase que toda a pseudoindenização. E minha pensão estipulada pela Comissão de Anistia é de 1.080 reais. Da para viver como um nababo, hein?
Mas estou apelando ao STJ para reverter isto. Espero que saia resultado logo, pois estou numa pindaiba tão grande que vim morar em Fundão, no Espirito Santo.
Vou continuar lutando pelo que acho de direito meu, depois de tres prisões que resultaram em cinco anos atras das grades e muita porrada cujas sequelas levo no lombo até hoje.
Abração e veja meus blogs de vez em quando.
Luiz Aparecido

segunda-feira, agosto 17, 2009

Batalhasverbais e outras!

Brigas & Encrencas

Luiz Aparecido

Muitos dos que me conhecem, bem ou mais ou menos, me consideram briguento e encrenqueiro. Isto vai da minha vida profissional, pessoal e até partidária. Não é sem motivo, claro, esta visão que alguns têm de mim. Sou da Paz, mas também preparado para a luta, estando bem ou mal armado ou até mesmo desramado. Mas esta historia de briguento e encrenqueiro acaba virando folclore, distorce a verdade dos fatos muitas vezes e cria uma imagem que não corresponde à verdade da vida.

Já fui mais encrenqueiro que hoje, em que a idade e á vida me deram um pouco de sabedoria. Mas não gosto de mentiras, injustiças e falsidade e, muito menos de violência contra os despossuidos de força e poder. Agora eu acho que ficar brigando por coisas pequenas e insignificantes não vale a pena. Você fica colecionando um monte de pequenos inimigos, que as vezes são até gente boa, que hora ou outra pisou na bola e lhe desagradou ou ofendeu.

Decidi há tempos, que “só vou brigar agora com quem merecer que eu o mate”. Para não ficar colecionando desafetos e perder tempo com picuinhas que não valem o sacrifício de uma boa briga. Mas não quer dizer isto que deixarei de lutar pelo que acredito e defender quem ou o que merece.

Rememorando

Lembro-me de uma primeira briga minha que podia ser evitada, quando eu iniciava a carreira de jornalista no “Jornal da Tarde”, em São Paulo. Numa redação cheia de estrelas eu era iniciante e aprendiz. Perdi a estribeiras um certo dia em que o “genial” e genioso editor chefe, Murilo Felisbeto, rasgou na minha cara o texto de uma reportagem que fiz e ele achou mal escrita. Em vez de me pedir que refizesse a matéria, ele estrelissimo e autoritário como as vezes em que estava atacada ficava, me ofendeu rasgando a matéria na frente de toda redação.

Não tive duvidas de pegar uma das máquinas escrever (na época ainda não havia computador nas redações) e lhe jogar na cara. Bateu no peito de e caiu no chão a peça de ferro. Não causou muitos danos não. Apenas escoriações e um chilique do Murilo que era dado a estes estremiliques. È claro que fui chamado à sala do diretor do jornal, o gentilíssimo Ruy Mesquita e demitido imediatamente, depois de um sermão contra minha violenta atitude.

Poderia usar como desculpa a vida que vivia, com a adrenalina a mil, pois estudava de manha na Universidade, trabalhava no jornal e ainda por cima militava numa organização da luta armada, a ALN, tudo ao mesmo tempo. Mas foi uma atitude burra e infantil a minha. Ainda bem que não atrapalhou meu avanço profissional,pois dali fui para os Diários Associados e passei por outros veículos, nunca mais repetindo aquele tipo de ato.

Encrencas
Mas entrei em varias encrencas na militância política, tanto dentro das organizações que militei e até no PCdoB em que milito até hoje. Algumas valeram apena porque defendi pessoas e idéias que considerava corretas. Quando Fui para o Espírito Santo, comprei brigas de outros em campanhas eleitorais e na luta política. Briguei e ofendi adversários, que eram apenas adversários e não inimigos como os tratei na época. Houve também equívocos de minha parte ou erro de tratamento na disputa. Um deles foi com o hoje deputado Lelo Coimbra, numa época em que ele foi candidato a vice-governador na chapa do governador Paulo Hartung. Misturei alhos com bugalhos e ele se sentiu ofendido porque ataquei um irmão dele de forma virulenta. Falta de discernimento meu. Já com José Carlos Gratz o ataquei pelo que ele representava na época em que o chamado crime organizado mandava no Estado. Desta briga não me arrependo e nem faço reparos.

Também tive uma pinimba que acabou em processo com o atual senador pernambucano e então governador Jarbas Vasconcelos. Ele não me processou diretamente, mas colocou aliados em cima de mim. Apenas denunciei esquemas de favorecimentos no governo dele para empresas que haviam bancado sua campanha. Quem me alimentou de dados para meus ataques, simplesmente me deixaram na mão. Mas é a vida.

Encrencas tive no PCdoB também por defender idéias e pessoas que considerava estarem corretas. Mas tudo isto são águas passadas. Volto aquela máxima lá de cima: agora só vou brigar com quem for matar.

quarta-feira, julho 29, 2009

Refletindo sobre o novo socialismo!!

Reflexões sobre o novo socialismo!!!!

Como sabem sou amigo de Deus da Silva, que em homenagem a Pedro Pomar, me enviou a reflexão que publico abaixo.Mas é bom lembrar que tudo começou na época de Lenin, quando Nikolai Kalinin formulou os alicerces da NEP(Nova Politica Economica)na construção da União Sovietica. Alias, todos nós revolucionarios, precisamos aproveitar o momento e voltar a se debruçar sobre os livros e estudar melhor a obra de N. Kalinin!

"A respeito da análise do socialismo com características chinesas, ou vietnamitas, alguns setores da esquerda aceitam as teorias a granel dos pensadores liberais. Segundo elas, a China e o Vietnã já teriam se tornado capitalistas, só faltando liquidar ou transformar seus partidos comunistas, assim como os Estados que eles comandam.

Essas teorias não aceitam que seja socialista um país que, em seu processo de desenvolvimento, utilize mercado, propriedade privada e integração ao mercado mundial capitalista, mesmo em combinação com planejamento estatal, propriedade estatal, propriedade coletiva, industrialização e agricultura familiar. Afirmam que essas aparências de socialismo estão, na verdade, subordinadas ao processo de expansão capitalista.

Se a China e o Vietnã houvessem afundado sob essa sopa aparentemente eclética, se seus partidos comunistas e seus Estados nacionais não continuassem afirmando estarem na fase inicial da construção socialista, e fizessem como os russos e europeus do leste, que admitiram o capitalismo como sua salvação, talvez não se devesse perder tempo com suas experiências.

No entanto, ao contrário dos países que seguiram a cartilha do Consenso de Washington, tanto a China quanto o Vietnã estão se transformando de países atrasados, durante boa parte do século 20, em países avançados e desenvolvidos. A China, em especial, que iniciou mais cedo as reformas em seu socialismo, está ingressando paulatinamente num estágio de país desenvolvido, enquanto o Vietnã evolui para se tornar um novo "tigre" asiático."

segunda-feira, julho 27, 2009

Tristeza!!!

Vida roubada!!!

Elon Rocha Moita, 35 anos, mãe do meu filho dileto Yuri Rocha da Silva, foi assassinada numa quebrada e numa errada na noite/madrugada de sábado para domingo ultimo, 25/26 de julho, na Vila Planalto, em Brasília. Foi atingida por 4 tiros fatais, atendida no hospital, mas não resistiu.

Figura doce, solidária e amorosa, mas descabeçada. Entrou numa errada e a vida não a perdoou. Ficaram aos prantos e com um profunda tristeza arraigada no coração, a mãe dela dona Maria da Paz(veja a ironia), os irmãos, a filha Lissa Lee e meu querido filho Yuri. E os muitos amigos que ela deixou e cultivou durante toda a vida.

Queira a vida e a natureza, que agora o profundo e grande amor que sinto pelo Yuri, ajude ele a superar a tristeza de perder a mãe de forma tão cruel!

quarta-feira, julho 22, 2009

40 anos do homem na Lua!!!

Os astronautas na Lua e eu na Bahia!!!!

As comemorações dos 40 anos que o homem pisou no solo lunar me encheu de lembranças. Assisti o feito do século num pequeno aparelho de TV preta e branca, num apartamento transformado em aparelho da ALN, no bairro dos Barris, em Salvador. Tinha me transformado em militante guerrilheiro há algum tempo e aproveitando umas férias do trabalho( na época tinha uma vida semi clandestina e andava com uma metralhadora INA desmontada numa famosa bolsa preta e um treizoitão debaixo do braço).

Sai de São Paulo num ônibus e parei primeiro em Vitória da Conquista, onde a Organização tinha uns contatos com jovens propensos a entrar de cabeça na guerrilha. A garotada, todos entre os 16 e 20 anos tinha pouca idéia do que iriam encontrar e fui claro com eles: “ A luta sera difícil e estamos em enorme desvantagem. Precisamos de gente para entrar em combate logo e tendo a certeza que a vida ou a liberdade poderia ser curta”.

Dos oito jovens mais aguerridos que encontrei na cidade, apenas três se dispuseram a ir para São Paulo entrar em contato direto com a ALN e se engajar na luta. Um deles, o Geraldinho, tinha mais tesão pela musica e o violão que pela guerrilha e a metralhadora. Dei como encerrada minha missão ali e junto como Geraldinho fomos para Salvador, onde já existia uma base incipiente da ALN e poderíamos articular algumas ações pela região e ainda mandar gente para São Paulo ou Rio de Janeiro.

Esta base tinha um apartamento/aparelho nos Barris e foi ali que fiquei quase um mês trancado, fazendo reuniões e discussões sobre nossas ações na Bahia e região e no dia 19 de julho assistimos todos juntos na sala doa aparelho a transmissão da chegada do homem a Lua. Ficamos maravilhados e ao mesmo tempo preocupados pelos Estados Unidos, os imperialistas tomarem a dianteira da corrida espacial contra os soviéticos, os comunistas da época. Era um mal prenuncio para todos, URSS e nós.

Esta viagem a Bahia foi emblemática porque além de reuniões e treinamento para algumas ações urbanas, só sai daquele aparelho para uma ou outra noitinha ir ao Farol da Barra e as vezes ao Mercado Modelo comer lambreta. E isto fazem 40 anos Em alguns momentos parece que foi na semana passada.

Daquela rapaziada toda nunca mais tive noticias. Só os conhecia por codinome. Alguns com certeza morreram no enfrentamento com os algozes da Ditadura e outros que possam ter sobrevivido, ou foram cuidar da vida ou estão como eu, com outras armas, lutando pelo bem estar da humanidade.

terça-feira, julho 21, 2009

Aos meus amigos!

Amigo é para sempre!!!

Posso falar de cátedra que tenho amigos e o valor deles. Lá de longe de minha infância e adolescência, juventude, idade madura e pré-velhice, ou melhor idade, cultivei e fui cultivado por amigos. VOCE É UM AMIGO QUE NÃO POSSO ESQUECER NUM DIA COMO ESTE, DEDICADO A AMIZADE!

Como dizem os irreverentes cariocas “amizade é quase amor”. Digo até mais. Amizade é mais que amor ou equivalente.

Quando a coisa aperta é que vemos que temos ou não amigos. Aprendi em varias fazes de minha turbulenta vida, que sempre tive amigos de fé, camaradas. Procurei cultiva-los como o mais sensível lírio dos campos.

A você hoje dedico meu dia, meus pensamentos, meus sentimentos e minha vida.

Um grande abraço e saiba que meu coração pulsa hoje pensando em você!

Luiz Aparecido

quarta-feira, julho 15, 2009

Nova Operação Condor!!

Como dizem por ai, sou ateu e comunsta, mas amigo de "Deus". A mensagem abaixo foi ele quem me mandou e republico!!!!

OPERAÇÃO CONDOR E O GOLPE DE HONDURAS
"Como sempre acontece, a História provou o contrário com o Golpe em Honduras.
Quando foi deflagrado o golpe, o Império tratou de ganhar tempo, não reconhecendo o governo golpista, mas, quem observou bem os acontecimentos desde o primeiro instante percebeu que a Cia e os grandes interesses estadunidenses não só colaboraram como planejaram esse golpe" dra. Nina Cerveira
A OPERAÇÃO CONDOR E O GOLPE DE HONDURAS
Quando defendi minha Tese de doutorado sobre a Operação Condor na USP (2007), concluí que minhas pesquisas apontavam para a permanência de todo aparato que a criou e ainda que ela estava entrando em sua fase quatro: a criminalização dos movimentos populares.
A banca aprovou a Tese e a indicou para publicação, porém senti que as pessoas não levaram muito a sério o que indiquei como a possível crise do capitalismo que estava apontando no horizonte, o que levaria a uma fase cinco da operação condor: golpes de estado na América Latina.
Todos eram unânimes em dizer que não havia mais perigo nem clima para esse tipo de golpe.
Que o Império estadunidense tinha outras preocupações e a América Latina não era prioridade.
Como sempre acontece, a História provou o contrário com o Golpe em Honduras.
Quando foi deflagrado o golpe, o Império tratou de ganhar tempo, não reconhecendo o governo golpista, mas, quem observou bem os acontecimentos desde o primeiro instante percebeu que a Cia e os grandes interesses estadunidenses não só colaboraram como planejaram esse golpe.
Ninguém pode ser tão ingênuo ao ponto de ignorar que bastaria um telefonema da Casa Branca para restituir Zelaya a seu cargo e Honduras a Institucionalidade.
Esse foi apenas um ensaio para o plano maior que os EUA reservam para o Sub- Continente.
(nina cerveira)

domingo, junho 21, 2009

Restabelecer verdade histórica!!!

Mensagem que enviei ao companheiro Celso Lungaretti eoutros!

Meu caro Lunga!

Acabei de assistir hoje, domingo, dia 21 de junho de 2009, no Canal Brasil da SKY e repetido por outros canais de assinatura, o documentario,"Tempo de Resistencia", onde inumeros revolucionarios dão seu depoimento sobre a resistencia dos combatentes brasileiros à Ditadura. Entre os depoimentos sinceros e emocionantes de Denise Crispim,que foi mulher e tem uma filha do "Bacuri", um dos mártires da luta armada, Aloisio Nunes Ferreira e até do inefavel Zé Dirceu, há tambem o de Darci Rodrigues.Este ultimo me chocou ao repetir a cantilena mentirosa e falsa, de que o campo de treinamento da guerrilha da VPR, no Vale do Ribeira no inicio dos anos 70, no interior de São Paulo, foi entregue pelo quem ele chama de traidor, Celso Lungaretti.

È mais que a hora, de exigir dos produtores e diretores do documentario que façam, em nome da verdade histórica, o esclarecimento que historiadores como Jacob Gorender e a própria vida ja fizeram: Celso Lungaretti não foi o delator que entregou o local do treinamento para a repressão. Como esta informação se tornou publica e abrange, atraves do documentario exibido no "Canal Brasil" e outros veiculos, fórum de seriedade histórica, é necessário mais uma vez isentar o Lungaretti desta perfidia e se for o caso, até entrevistarem o Celso e outros companheiros da época, para apontar o verdadeiro delator daquele fato.

As toruras barbaras e humilhantes que nós revolucionarios fomos submetidos nos porões da Ditadura, devem ser denunciadas sempre, assim como a verdade dos fatos que elas originaram. Se alguns e não foram poucos, fraquejaram e abriram companheiros e ações, os fatos devem ser esclarecidos. Mas uma mentira não pode destruir a reputação, a honra, a vida e a coragem de quem teve a audacia e o desprendimento humano de enfrentar, armados ou não, o aparato selvagem da ditadura.

Dou meu depoimento publico da honestidade e coragem histórica de Celso Lungaretti, que assumiu suas fraquezas e teve a ousadia de dedicar até hoje a vida no sentido de superá-las.Vamos então cobrar de Darci Rodrigues, ex-militante da VPR que corrija seu erro e retire as acusações falsas contra o c0mpanheiro Lungaretti, Os produtorese diretores do documentario, teem tambem o dever civico, humano e histórico de esclarecer esta questão.

Luiz Aparecido

ex-preso politico e até hoje militante do glorioso PCdoB

terça-feira, junho 02, 2009

Homem de sorte!!!1

SOU UM HOMEM DE SORTE!!!!
(primeira parte)


Esta fazendo um ano e meio agora em maio, que comecei a sentir os primeiros sintomas da cruel e rara doença “Meliopatia cervical”, causada pela compressão das vértebras sobre a medula, causando paralisia generalizada e podendo ocasionar a morte se não for interrompida cirurgicamente a tempo e não for depois, tratada com fisioterapia e medicamentos. Passei mais de um ano internado, primeiro no Hospital de Base de Brasília e depois no Sara Kubstcheck, onde a equipe do Dr. Hudson realizou exitosamente a cirurgia que abriu as vértebras comprimidas e liberou a medula. Agora é ter tempo para que a melhoria surja vagarosamente com a fisioterapia, remédios e paciência.

Nestes tempos terríveis em que tive que parar de trabalhar e ficar imobilizado muito tempo, contei fundamentalmente com o apoio, amor, carinho e dedicação de minha esposa Polyana Demoner, sem a qual teria possivelmente ficado totalmente aleijado ou morrido. Ela foi atrás de médicos, hospitais, cuidou de nossos filhos e de negócios pendentes, o que faz até hoje. Mas não posso esquecer-me do apoio e solidariedade do meu irmão Fernando Lopes da Silva, que varias vezes se deslocou de Cuiabá onde mora para ir a Brasília, me dar assistência junto com sua mulher Meire e dos amigos/irmãos Caio Carneiro Campos e sua mulher Andréia Barbosa, do Marcos Tenório, do Renato Rabelo e da direção nacional do PCdoB, principalmente do deputado Aldo Rebello e Rita Polli, Lucia Ana e Assis Soares, do senador Inácio Arruda, do também deputado Edmilson Valentin, dos companheiros dos gabinetes deles, do Jairo Jose Junior e do ex- deputado e companheiro Sergio Miranda e outros camaradas e amigos.

Quem mais esteve comigo

Foram solidários e me ajudaram muito até na minha sobrevivência, o Dr. Pedro Ynterian e a Assibral e Interlab de São Paulo, o Marcio Pinheiro, do Grupo Arara Azul, os irmãos Nilton e Luiz Wagner Chieppe, do Grupo Águia Branca, assim como o coronel Klinger Sobreira de Almeida, do mesmo grupo na Bahia. Também na Bahia, o Celso Mathias esteve sempre solidário e presente, assim como meu camarada e amigo deputado Javier Alfaya, o Calucho e o Fernando Coelho. Outro amigo que não me faltou foi o Aramis Moraes da Receita Federal em São Paulo, o Luiz Augusto de Araujo, nosso querido “Lula” e a minha amigona Cynira Maturama. Outro sempre presente é o historiador, amigo e meu biógrafo Pablo Emmanuel Moura. E ainda o velho amigo Rubens Gatto, que saia de suas dolorosas sessões de hemodiálise para ir me visitar no Sara. Outro sempre presente tem sido meu companheiro e governador moral de Brasília, o Orlando Cariello e o combativo Carlos Pompe.

Um homem nunca esta só quando tem amigos verdadeiros. E disso não posso me queixar. O ex-governador Max Mauro acompanhou de longe o drama que vivi, o José Salvador e Max Filho que na época prefeito de Vila Velha, foi a Brasília com o Arnaldo Borgo me visitar. Muitos não puderam ir a Brasília me ver, mas telefonaram e acompanharam de longe minha agonia, sempre me apoiando e sendo solidários. O Carlos Fernando Lima, com uma doença parecida e mais grave que a minha, luta para superá-la e ainda tem tempo de ser solidário. Rogério Siqueira foi um bálsamo enquanto estive no Sara e até hoje acompanha de longe minha lenta e sofrida recuperação. Tem o Carlos Umberto Martins,o amigo de infância Ruy Palhares, presente na minha vida até hoje,o Altamiro Borges, o Chico Martins que aqui no Espírito Santo tem sido muito solidário e parceiro. Assim tem sido também o amigo jornalista capixaba sediado em Brasília, Sylvio Costa. Outro amigo sempre presente e solidário tem sido o combatente Celso Lungaretti. E ainda o iluminado Tom Zé e dona Neusa.

Aqui no exílio convalescente, tem o Gildo Ribeiro, Nilo Walter dos Santos, o blogueiro Dino Graccio, Wanda Gasparini e Ronaldo Montalvão, Luiz Palauro, Osmario Cavalcante, o “jovem” Rubens Pontes, Tião Fonseca, Anderson Falcão, Marcos Monjardim e outros companheiros de PCdoB e amigos como Fernando Herkenholf que estão sempre presentes. E ainda os parentes da minha esposa Polyana, sua mãe dona Cleusa, que mesmo abalada com a morte trágica do marido, tem me dado mito apoio e atenção, assim como seu filho e meu cunhado Wellisson. Tem ainda minhas mais antigas amigas, Denise Pini e toda sua família, a Márcia Xavier, querida Madame X, a batalhadora Fernanda Tardin e as inesquecíveis Maria Luiza de Araujo e Luciane Moreira de Oliveira, de Campinas. E ainda tem o Luiz Carlos Antero, que lá do Ceará, onde também esta o Inácio Carvalho, meu quase genro, me ajuda na minha luta pela anistia, o João Ferreira, Virgilio Alencar e o José Eduardo Faro Freire, o “Zezão”. Enfim é muita gente que tem sido solidaria comigo, o que renova minhas forças para enfrentar as adversidades da doença.

Estou me preparando agora, para mesmo com algumas limitações voltar a ativa. Tanto na militância partidária como ao trabalho, como assessor e consultor institucional, que venho desempenhando há muito tempo. Força de vontade, experiência e garra não tem me faltado. Os problemas causados pelas seqüelas da doença não irão me impedir de trabalhar e lutar.

* A segunda parte desta mensagem escreverei quando puder colocar todos os pingos nos is.

sexta-feira, maio 29, 2009

"CHE", sempre lembrado

“Che”, sempre atual e imprescindível!!!!!


Esta me foi enviada pelo Luiz Carlos Antero, sobre o filme “Che”-o Argentino

Quem ainda não foi ver esse filme porque sabe que vai chorar muito, sabe também que a honra, a dignidade e a solidariedade, entre outras virtudes que não se esgarçaram de modo generalizado nesses tempos, não são negociáveis. Nesses tempos em que a compulsão de roubar e enriquecer dominou uma certa parcela de “esquerda”, aquela que acha um abuso essa estória de algemar o Daniel Dantas e seus congêneres, disseminada em todas as esferas do poder (ou melhor, de governo, pois a esquerda ainda não chegou lá). Resgatar Che é resgatar a energia humana e revolucionária que engrandece a América libertária e repõe no grande patamar os grandes sentimentos.
Boa leitura e, com todo o afeto, um bom filme!

Fonte: www.evaldolima.blogspot.com.br
“Che – O Argentino”
por Remo M. Brito Bastos
Amigos,

Assisti ontem, IMPERDÍVEL, muito bom mesmo! O filme é “épico” de mais de quatro horas e os realizadores optaram por dividi-lo em duas partes. Acabo de assistir à primeira, intitulada “Che – O Argentino”. O diretor é Steven Soderbergh, um cineasta que não cansa de surpreender ao buscar novas e diferentes fontes de inspiração para suas obras, ao invés de render-se a fórmulas de sucesso fácil. Não causou surpresa, portanto, o anúncio de que iria dirigir uma biografia de Che Guevara, um dos controversos líderes da revolução cubana que se transformou num verdadeiro ícone e é até hoje odiado pela direita (que o enxerga como a encarnação de Belzebu na Terra) e celebrado pela esquerda (que o considera um dos maiores exemplos de coragem e dedicação na luta contra a opressão das elites).

Começo dizendo que se trata de um filme difícil de classificar. Apesar de trazer Che no nome, não se trata de uma tentativa de biografá-lo. Apesar de ele aparecer em quase todas as cenas, o diretor não se preocupa em aprofundar a personalidade de Guevara, optando por uma narrativa não-linear, onde alterna ações da guerrilha na Sierra Maestra com uma viagem de Che aos EUA já como Ministro de Cuba, onde faz pronunciamentos na ONU, dá entrevistas e participa de festas – numa delas ironiza o infame senador McCarthy, agradecendo-o em nome da causa revolucionária pela fracassada tentativa de invadir Cuba pela Baia dos Porcos. A primeira parte termina com a vitória dos guerrilheiros e sua partida para Havana.

Assim, o filme pula de um evento para outro sem muita preocupação em situar a ação dentro da cronologia ou explicar o que está acontecendo. Mesmo a figura de Che é tratada com reverência e distanciamento, o que é reforçado pela atuação contida e metódica de Benício Del Toro, que literalmente encarna o personagem fisicamente!

Para quem conhece mais a fundo a história da revolução cubana, “Che” vai agradar porque traz uma recriação precisa de vários acontecimentos e diálogos descritos em muitos livros sobre o assunto. Não por acaso, o jornalista estadunidense John Lee Anderson, autor da biografia de Guevara, serviu como consultor especial ao projeto. Anderson é aquele sujeito que humilhou os autores da ridícula “reportagem” sobre Che, publicada em 2008 no panfleto de extrema-direita da editora Abril, a famigerada revista Veja.

Por outro lado, essa aproximação distanciada e nem um pouco didática confundirá a cabeça do espectador comum que, acostumado a se “informar” pela mídia grande, pode ter dificuldade em conseguir entender direito o que se passa na tela e, por causa disso, poderá perder o interesse. O que é sempre uma pena.

O que mais gostei no filme foi que quase toda intervenção do Che é fundamentada em seus princípios éticos, como homem de sólida formação moral que foi. Destaca-se por quase todo o filme a preocupação daquele grande revolucionário em EDUCAR os companheiros, pois o homem educado sabe e entende PORQUE ESTÁ LUTANDO, e chegou a alfabetizar até mesmo as pessoas comuns da comunidade. Outro exemplo desse espírito formador do Che aparece exatamente na última cena do filme, quando estão todos, de jipe, já vitoriosos, se dirigindo à Havana, e estranhamente passa um carro de luxo lotado de guerrilheiros. Che manda entao alcançar o carro e fazê-lo parar. Dirige-se ao motorista e pergunta por que ele está com aquele carro, que nao lhe pertence. O rapaz responde: "Tomei-o, comandante, ora, era de um latifundiário que oprimia, explorava e até matava seus trabalhadores...". Che retrucou: Pois volte agora mesmo para a cidade de onde está vindo e devolva este carro, que não lhe pertence. Nós fizemos esta revolução para denunciar exatamente este tipo de comportamento, e eu preferiria ir à Havana a pé do que num carro roubado"

Che foi o maior homem que já existiu nas três Américas. Honras máximas a ele que, hoje mito, inspira milhões de inconformados com a crueldade e a indiferença do capitalismo.

PENSAMENTO DO CHE:

"Não nego a necessidade objetiva do estímulo material, mas sou contrário a utilizá-lo como alavanca impulsora fundamental, porque ela termina por impor sua própria força às relações entre os homens."

"Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um Revolucionário."

"Os poderosos podem matar uma, duas até três rosas, mas nunca deterão a primavera."

"Não há fronteiras nesta luta de morte, nem vamos permanecer indiferentes perante o que aconteça em qualquer parte do mundo. A vitória nossa ou a derrota de qualquer nação do mundo, é a derrota de todos."

"Nossos filhos devem possuir as mesmas coisas que as outras crianças, mas eles devem também devem ser privados daquilo que falta às outras."

"Vale milhões de vezes mais a vida de um único ser humano do que todas as propriedades do homem mais rico da terra".

"O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de generosidade; é impossível imaginar um revolucionário autêntico sem esta qualidade".

"É muito fácil agir com frieza quando se está no poder, mas um líder precisa de força moral tambem pela compaixão."

"No momento em que for necessário, estarei disposto a entregar a minha vida pela liberdade de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir nada em troca."

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No trajeto do aeroporto de Havana ao centro da cidade há um outdoor com o retrato de uma criança sorrindo e a frase: "Esta noite 200 milhões de crianças dormirão nas ruas do mundo. Nenhuma delas é cubana." Algum outro país do Continente merece semelhante cartaz à porta de entrada?

O regime sócio-político econômico cubano também tem, como os outros regimes, seus defeitos, muito embora a maioria deles causados pelo covarde embargo econômico estadunidense que já dura mais de 50 anos. Todavia, esses defeitos precisam ser analisados com honestidade, parcimônia e isenção sob a perspectiva histórica que os originou, pois a evolução dos processos sócio-econômicos pelos quais passou a sociedade cubana e das decisões a que foi obrigado a tomar o governo revolucionário para manter a soberania, a independência de sua nação e a dignidade de seu povo, até hoje, pode explicar com bastante consistência a natureza heterodoxa do regime político que ainda tem sido necessário viger em Cuba.

Por Remo Brito Bastos
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GRUPO DA SOCIEDADE CIVIL
A FORÇA DO POVO!
Fortaleza-Ceará

segunda-feira, maio 25, 2009

Guerrilha colombiana mosdtra que esta ativa!!!

Guerrilha colombiana reivindica seu movimento armado


Escrito por Camila Carduz
domingo, 24 de mayo de 2009
24 de mayo de 2009, 11:56Imagen activaBogotá, 24 mai (Prensa Latina) Ao comemorar 45 anos de fundada, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) reiteram que a paz é sua estratégia e o agir do movimento armado a táctica para chegar a ela.

Em um comunicado datado em maio desde as Montanhas da Colômbia, as FARC assinalam que a dignidade da Colômbia e o resgate do sentimento de pátria reclamam uma nova liderança que privilegie a unidade e o socialismo ao avançar para o horizonte futuro.

"Um novo grito de independência convoca-nos mostrando-nos o campo de batalha de Ayacucho do século XXI onde flama a certeza do triunfo da revolução continental, a de Bolívar e nossos próceres", agrega.

O grupo insurgente também expressa que é hora de superar a "vergonha nacional que significa um governo ilegítimo e ilegal, gerador de morte e de pobreza. Um governo que apoiado pelo de Washington, só atua para perpetuar a guerra e a discórdia enquanto garante a sangue e fogo a segurança de investimentos às transnacionais que saqueiam nossos recursos".

"Um regime apátrida, que apesar do alto número de tropas norte-americanas que intervêm no conflito interno da Colômbia, permite que nosso solo sagrado seja pisado por mais tropas estrangeiras, as expulsadas de Manta (Equador), permitindo aos Estados Unidos operar nesta terra uma base de agressão para o assalto aos povos irmãos do continente", expressa.

As FARC qualificam no comunicado ao atual governo de narco-paramilitar, que -segundo indicam- já não se altera diante das confissões de capas paramilitares que asseguram ter financiado as campanhas presidenciais de Álvaro Uribe.

Por sua vez, a guerrilha também revela que a guerra que o governo nega para não reconhecer o caráter político da insurgência em sua luta pelo poder, só no mês de março passado deixou 297 militares mortos e 340 feridos. Igualmente, fazem um chamado aos soldados a "não se deixar utilizar mais como bucha de canhão defendendo interesses que não são os seus senão os de uma oligarquia podre e criminosa, não solidária, que muito pouco faz por eles se caem prisioneiros ou ficam mutilados".

A Colômbia de hoje, enuncia o documento, não quer o guerrerismo ultramontano do governo. Quer soluções ao crescente desemprego e a pobreza. Reclama o investimento social sacrificada em aras da guerra.

"Pede - agrega educação, moradia, saúde, água potável, direitos trabalhistas, terra, estradas, eletricidade, telefonia e comunicações, mercado de produtos, renacionalização das empresas que foram privatizadas, castigo à corrupção, soberania do povo, proteção do meio ambiente, democracia verdadeira, liberdade de opinião, libertação de presos políticos".

As FARC recordam que há 45 anos surgiu nas alturas de Marquetalia (Caldas), "buscando paz para Colômbia, justiça e dignidade. Desde então, diz, somos a resposta armada dos que nada têm e os justos às múltiplas violências do Estado".