quarta-feira, novembro 28, 2007

Leitura importante!!!!

Intervenção feita por José Reinaldo Carvalho, Secretário de Relações Internacionais do CC do PCdoB, no Seminário "Capitalismo contemporâneo e a nova luta pelo socialismo", realizado pelo Partido em conjunto com o Instituto Maurício Grabois em São Paulo, Brasil, nos dias 19 e 20/11/2007.


Derrotar o imperialismo, por um mundo de paz*
José Reinaldo Carvalho**

A Grande Revolução Socialista de Outubro, que com justiça homenageamos ao realizar este Seminário, na passagem do seu 90º aniversário, fundou o que o grande escritor Jorge Amado chamou de O Mundo da Paz. Hoje, década e meia após os acontecimentos contra-revolucionários que resultaram na liquidação do socialismo na URSS e demais países do Leste europeu, vivemos o mundo da guerra imperialista, que ameaça a paz, a segurança, a liberdade e a independência de todos os povos e nações.“Estamos em guerra”– foi como o pretendente a tirano do mundo, George W. Bush, dirigiu-se ao Congresso dos Estados Unidos ao iniciar o seu discurso sobre o estado da União no ano passado.

Bush proclama a tirania global

Em outubro de 2001, reagindo aos atentados de 11 de setembro, os Estados Unidos iniciaram a guerra contra o Afeganistão. Alcançaram um sucesso político efêmero. Naquele episódio aparentemente havia condições para o enfrentamento do terrorismo internacional através de mecanismos multilaterais e para a legitimação do uso da força pela comunidade internacional. Não foram poucas as ilusões à época.
Poucos dias antes do ataque ao Afeganistão, em 20 de setembro a superpotência norte-americana anunciou ao mundo uma flexão em sua política externa, que viria a ser posteriormente sistematizada no corpo de idéias e conceitos denominados de “doutrina Bush”. Naquele dia, o presidente George W. Bush exortou o mundo a criar a “coalizão antiterrorista”, dividiu as forças mundiais em termos maniqueístas – “quem não está conosco está contra nós” - , ameaçou punir “nações hostis”, num prelúdio do que viria a chamar poucos meses depois de “estados bandidos”, integrantes do “eixo do mal”, contabilizou a existência de 60 países onde se albergam terroristas e ameaçou usar as armas de que dispõe em seu poderoso e sofisticado arsenal.
O pronunciamento de George W. Bush em 20 de setembro de 2001 é o documento fundador da “nova ordem”, a proclamação dos meios e modos como percorrer o “novo século americano”. Marcou o início de uma fase de maior unilateralismo e securitarismo nas relações dos Estados Unidos com o resto do mundo e no exercício da hegemonia norte-americana. Abriu-se novo período, que as forças antiimperialistas no mundo chamariam de tirania global, um período de uso indiscriminado da força bruta, desprezo pela legalidade internacional e pelas instituições multilaterais. Abriu-se uma fase de militarização das relações internacionais e de decisões unilaterais que perdura e não há perspectiva visível de que será interrompida.
Em 20 de março de 2003, os Estados Unidos e o Reino Unido bombardeiam e invadem o Iraque, alegando que o regime de Saddam Hussein estaria produzindo armas de destruição em massa. Em 2004, atuando como autoridades de ocupação, os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido reconheceram que não havia armas de destruição em massa no Iraque.
Nos dezoito meses que transcorreram entre os atentados de 11 de setembro de 2001 e o início da guerra norte-americana no Iraque, em março de 2003 tomou forma e foi anunciada a chamada “doutrina Bush”. Os preparativos da guerra coincidiram com a gestação e proclamação dessa doutrina. É também nesse período que ocorrerá um tour de force entre a diplomacia e a guerra, tendo como palco as Nações Unidas.
A primeira manifestação pública reveladora da intenção dos Estados Unidos de atacar o Iraque foi feita pelo presidente Bush em seu discurso sobre o Estado da União, em janeiro de 2002 , quando utilizou pela primeira vez a expressão “eixo do mal”, vinculando ao conceito o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte: “Estados como esses e seus aliados terroristas constituem um eixo do mal, ameaçando a paz mundial”. Para Cristina PECEQUILO “Desde o 11 de setembro, quando alguns membros do Departamento de Defesa, como Paul Wolfowitz, declararam que Saddam Hussein e Bin Laden haviam colaborado para atacar os Estados Unidos, hipóteses de um novo conflito contra o Iraque foram consideradas pelo Executivo”.i Mais adiante a estudiosa da política externa norte-americana diz: “Anunciada como mais um capítulo da guerra contra o terror iniciada em 2001, a nova guerra do Iraque fazia parte, como temos procurado destacar, de um processo muito mais amplo. A primeira intervenção preventiva sustentava-se em motivações multidimensionais da agenda neoconservadora, envolvendo o reposicionamento das forças norte-americanas na Eurásia”.ii
Em 1 de junho de 2002, Bush fez outro pronunciamento definidor, falando aos cadetes de West Point, quando foi lançada a doutrina do “ataque preventivo”, uma reviravolta conceitual, verdadeira subversão do direito internacional, que somente autoriza o uso da força em defesa própria, para combater ameaças reais, não potenciais.
E em 17 de setembro foi publicado o documento “A Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos da América” , oficializando a doutrina dos “ataques preventivos”.
Os argumentos para a guerra foram largamente difundidos, mas não se sustentavam. Os EUA diziam: (i) o Iraque é uma ditadura, (ii) apóia a Al Qaeda e (iii) possui armas de destruição em massa. A argumentação norte-americana punha em cheque princípios consagrados do direito internacional contemporâneo, mas não só. O próprio princípio da soberania nacional, adotado desde a Paz de Westfália em 1648, passava a ser questionado por um Estado imperialista. Para o direito internacional e a concepção centrada na soberania e autodeterminação nacionais, são ociosas discussões sobre a natureza política-ideológica de um Estado nacional. Mudá-la ou mantê-la é questão de autodeterminação. Ainda que a soberania nacional não possa ser invocada nos mesmos termos de três séculos e meio atrás, em virtude de relações de interdependência objetivas no mundo contemporâneo, o direito internacional não reconhece a validade da doutrina bushiana dos ataques preventivos. O principal argumento dos EUA revelou-se funcional em termos de manipulação da opinião pública doméstica, mas ao mesmo tempo pesou muito negativamente nas tentativas que o governo estadunidense e seus aliados do Reino Unido fizeram para obter o aval da ONU, que afinal nunca foi dado. Afinal, a ONU, através de organismos credenciados, fez investigações exaustivas no Iraque de 1991 a 1998 e de novembro de 2002 até março de 2003. Seus inspetores nada encontraram. Na verdade, a motivação para a guerra era outra. Tinha como tem a ver com a afirmação do caráter unilateral e securitário da política externa estadunidense, com petróleo e a conquista de posições geopolíticas na luta que os Estados Unidos levam a efeito para exercer hegemonia no mundo.


Violação do direito internacional

Ao invadir o Iraque, os Estados Unidos atropelaram a ONU e romperam com as normas das instituições multilaterais. Ao fazê-lo ameaçaram de liquidação os próprios fundamentos da Carta das Nações Unidas, uma vez que esta só autoriza o uso da força em caso de real necessidade de autodefesa. Efetivamente, a ONU não autorizou o uso da força contra o Iraque. Ao ignorá-la, os Estados Unidos abriram grave precedente, expondo-a ao questionamento da sua própria utilidade. A ONU é o órgão supremo do direito internacional, cujos princípios fundamentais são o banimento da guerra, o reconhecimento da soberania nacional, da autodeterminação dos povos e dos direitos fundamentais do ser humano. Mas a ONU é também uma tribuna e uma arena de debate e luta política e diplomática em que os Estados atuam no quadro de determinadas correlações de força. Por isso mesmo, desde que a ONU foi criada não foram poucas as tentativas de instrumentalização das suas decisões pelos Estados Unidos.
Em 5 de fevereiro de 2003, o então secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, apresentou-se ao Conselho de Segurança da ONU, quando supostamente provaria todas as acusações formuladas contra o Iraque. Eram os últimos movimentos a fim de arrancar a autorização para o uso da força militar contra o país árabe. Colin Powell perorou, mostrou fotos, gráficos, depoimentos de espiões e até um tubo de ensaio com o vírus do antraz. Mas não provou nada. Numa cabal demonstração das tentativas norte-americanas para instrumentalizar o órgão da ONU, sentenciou, no que soou como ultimato, não ao Iraque, mas à ONU e como epitáfio do sistema multilateral: “Este órgão coloca-se em perigo de irrelevância se não responder efetivamente e imediatamente”.
Os Estados Unidos perderam a batalha no Conselho de Segurança. Fizeram ainda uma tentativa para obter a autorização ao ataque na forma de um memorando assinado também pela Inglaterra e a Espanha, em que se faz um histórico das alegadas violações da Resolução 1441 pelo Iraque e conclui dizendo que o Iraque perdeu a sua última chance para se desarmar. Por fim, Bush ainda tentou legitimar seus atos encenando a farsa dos Açores, no que contou com a ajuda dos líderes direitistas ibéricos, o português Durão Barroso e o fascista espanhol José Maria Aznar, este mesmo em cuja defesa inglória o atual ocupante do trono dos Bourbons perdeu a cabeça e o decoro diante de um impávido Comandante Hugo Chavez.
Os Estados Unidos perderam a batalha diplomática, mas mesmo assim foram à guerra. Por seu turno, a ONU não autorizou o uso da força, mas também foi incapaz de impedir a guerra, como não foi capaz de exigir posteriormente que os agressores retirassem suas tropas, hipótese que sequer foi aventada na ONU. A ocupação passou a ser considerada fato consumado. Ficou definitivamente claro que havia começado uma nova época. Se não uma “nova ordem”, como prefigurava Bush, pai, doze anos antes, passou-se a um momento novo em que as instituições multilaterais revelaram seus limites, em que uma potência usou a diplomacia e a política como contrafação. Abriu-se uma dolorosa época de transição de uma ordem com regras muito conhecidas para algo que não se sabe bem de que se trata e que mais se parece com desordem e caos, um processo de degradação do sistema internacional.

Doutrina Bush – o primado dos interesses do imperialismo estadunidense

Qual a essência da “Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos”? Que diz, em síntese a doutrina Bush? Primeiramente, o presidente norte-americano exibe a força do seu país, como que a lembrar o mundo de que é uma potência multidimensional: “Hoje os Estados Unidos gozam de uma posição de força militar sem paralelos e de grande influência política e econômica”. Em seguida, aponta seu alvo e demonstra sua disposição de estender a todo o mundo o modo de vida norte-americano: “Nós defenderemos a paz lutando contra terroristas e tiranos. Nós preservaremos a paz construindo boas relações entre as grandes potências. Nós ampliaremos a paz encorajando sociedades livres e abertas em todos os continentes”. “A estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos será baseada em um internacionalismo americano que reflita a união de nossos valores e de nossos interesses nacionais”. “Tendo em vista os objetivos dos estados malfeitores e terroristas, os Estados Unidos não podem mais somente confiar em uma postura reativa, como fizemos no passado. Não podemos deixar nossos inimigos atacarem primeiro (...) Nós precisamos adaptar o conceito de ameaça iminente às capacidades e objetivos dos adversários”.
No documento “Estratégia de Segurança Nacional ”, além do conceito do ataque preventivo o presidente Bush refere-se à guerra permanente e estabelece conexão entre o terrorismo e determinadas nações.
“Para derrotar esta ameaça, nós devemos usar cada ferramenta de nosso arsenal: poderio militar, melhores defesas da pátria, cumprimento da lei, inteligência e vigorosos esforços para cortar o financiamento terrorista. A guerra contra terroristas de alcance global é um empreendimento global de duração indefinida. Os Estados Unidos irão recriminar nações que estão comprometidas com o terror, incluindo aquelas que abrigam terroristas”. Das definições constantes nos pronunciamentos de Bush e das ações concretas levadas a efeito – guerras contra o Afeganistão e o Iraque -, depreendemos que a atual posição internacional dos Estados Unidos compreende os seguintes aspectos: (i) guerra infinita, (ii) guerras preventivas, (iii) acionamento do super-poder militar, inclusive nuclear, (iv) punição a estados nacionais considerados hostis, (v) política externa unilateralista e securitária e (vi) prevenir a reemergência de um novo rival.
Citemos de novo Cristina PECEQUILO: “Para o governo Bush, mesmo antes do 11 de setembro a América vive um momento unipolar, no qual seu poder deve ser exercido unilateralmente. Os atentados legitimaram esse padrão, validando a visão dos falcões neoconservadores que passaram, com mais confiança e agressividade, a definir a nova agenda internacional”.iii (...) “O discurso da segurança nacional passou a sustentar o unilateralismo”. iv
A discussão que tudo isso enseja é se se trata de uma linha conjuntural, facilmente reversível com mudanças também conjunturais, ou se estamos em presença de uma orientação de mais longo fôlego,uma orientação estratégica e permanente, destinada a ocupar lugar central na política externa estadunidense e não um breve parêntese.
A perspectiva histórica de Moniz BANDEIRA oferece-nos elementos para elucidar a questão: “A fim de racionalizar as guerras que se preparava para desencadear, o governo de George W. Bush oficializou a doutrina dos ataques preventivos. Essa doutrina, preconizando a antecipação de ataques com base na presunção do que o inimigo poderia fazer fora formulada, no início dos anos 90, por um pequeno círculo de teóricos conservadores entre os quais Paul Wolfowitz e Irvin Lewis ‘Scooter’ Lybby, que havia muito tempo pressionavam no sentido de que os Estados Unidos alargassem a função das armas nucleares, de forma a garantir sua superioridade militar e exercer influência econômica, política e estratégica em todo o mundo. Já em 1992, o então secretário de Defesa Richard Cheney, emitira um documento – Defense Planning Guidance (DPG) -, elaborado, em grande parte, pelo professor Paul D. Wolfowitz, seu subsecretário, no qual definia que o principal objetivo político e militar dos Estados Unidos, após a Guerra Fria, consistia em ‘prevenir a reemergência de um novo rival’, bem como impedir que ‘algum poder hostil obtivesse condições em quaisquer regiões de se tornar um poder global”. Essas regiões incluíam a Europa Ocidental, Ásia Oriental, o território da antiga URSS e o sudeste da Ásia. O documento recomendava que os Estados Unidos deveriam manter a necessária liderança para estabelecer e proteger a nova ordem contra eventuais competidores que aspirassem a um maior papel ou mantivessem postura agressiva diante dos interesses americanos”. v
Observa-se, pois, que enquanto o pai do atual presidente anunciava o advento de uma nova ordem, na esteira da Operação Tempestade no Deserto, os luminares do grupo que passou a ocupar a Casa Branca a partir da eleição de George W. Bush, filho, elaboravam a teoria do unilateralismo, da guerra permanente e das guerras preventivas. O problema que se apresenta é que outros países também foram inquinados como integrantes do “eixo do mal”: o Irã e a República Popular Democrática da Coréia. Como a realidade não permanece estática e a conjuntura muda, conforme a crise do momento, a lista dos integrantes do “eixo do mal” também se altera. Cuba e Venezuela, Síria, Líbia, Birmânia e Belarus também já foram citados. O próprio Bush declarou que são mais de 60 os países “terroristas” ou que “abrigam terroristas”. Serão também mais de 60 as guerras preventivas que os Estados Unidos empreenderão? Para além dos países inimigos, a doutrina Bush preconiza a guerra contra os grupos terroristas. Também elaborada a partir dos próprios critérios estadunidenses, a lista inclui organizações que se reivindicam como “movimentos” ou “partidos” “políticos”, “sociais”, “nacionais”, “religiosos” e, conforme o caso, com frentes de atuação legal e com amplo respaldo de massas. Os exemplos mais típicos, para ficarmos com uma referência oriental e outra ocidental são o libanês Hesbolá, e as colombianas FARC, que buscam legitimar as próprias ações armadas que realizam como insurgência, rejeitando a qualificação de terroristas.
O combate aos grupos considerados terroristas e às redes informais a partir das quais podem ser organizados atentados no território dos Estados Unidos ou alhures contra alvos estadunidenses traz para a ordem do dia outro problema, que tende a se tornar agudo. O de como combinar segurança global e soberania nacional e segurança interna e democracia.

Que mundo virá?

A deriva unilateralista e agressiva que a Doutrina Bush promoveu no internacionalismo norte-americano suscita debates, além da inquietação e insegurança nos demais atores da política internacional, sobre os rumos que irá tomar e sobre o mundo que espera a humanidade no transcurso do século 21. Unilateralismo ou multilateralismo, mundo unipolar ou multipolar, declínio ou recuperação da hegemonia do imperialismo norte-americano – são temas atuais que freqüentam as academias, o mundo político, os estados-maiores militares e as chancelarias.
Para mim não há dúvida de que o sistema prevalecente, tal como é concebido pelos falcões que conduzem a política externa norte-americana, é unipolar e sua política unilateral e militarista. Não será por geração espontânea que o mundo se tornará multipolar e a política externa norte-americana multilateral. Nem devemos associar nossa luta pela democracia, a paz e uma nova ordem mundial ao exercício de uma “hegemonia benigna” pelos Estados Unidos ou considerar aceitável que a hegemonia seja transformada em “liderança”, como apregoam os setores que crêem estarem os Estados Unidos dispostos a fazer concessões democráticas em nome de um “novo século americano”. O imperialismo não cederá posições sem cometer crimes contra a paz e a soberania dos povos e nações. Bush pai praticava uma política externa com acentuados traços de agressividade e exclusivismo, mas era por ele denominada de “multilateralismo seletivo”. Clinton praticamente destruiu o Iraque ao longo dos anos 90, bombardeou a Iugoslávia, fez aventuras militares no chifre da África, quis impor a ALCA à América Latina, mas sua política externa era chamada por sua secretária de Estado, Madeleine Albright, de multilateralismo assertivo.
O fato é que o establishment norte-americano concebe o que se chama “governabilidade global” e “estabilidade internacional” como uma estrutura hierárquica de potências imperialistas, em que os EUA estão no vértice, uma “multipolaridade” e um “multilateralismo” quando muito exercidos ao sabor da manifestação dos termos de cooperação ou rivalidade entre essas mesmas potências. Eduardo Viola e Héctor Leis, defensores da atual política externa norte-americana, fazem no livro O Sistema Político dos EUA e suas Repercussões Externas, coletânea de artigos organizada pela professora Heloísa Vilhena de Araújo e publicada pela Fundação Alexandre de Gusmão e o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, uma bem documentada sistematização das mais relevantes correntes de pensamento e ação da política externa nos EUA: os unilateralistas, os unilateralistas-moderados, os multilateralistas-moderados e os multilateralistas.vi Os unilateralistas constituem o grupo atualmente no poder, os unilateralistas-moderados seriam os que estavam no poder durante o governo de Bush, pai, os multilateralistas-moderados o grupo de Clinton e os multilateralistas, sem nenhuma chance de prevalecer, constituiriam a esquerda do Partido Democrata. Obviamente, a política que prevalecerá e o mundo que virá não resultarão apenas das opções a serem feitas pelos grupos de poder dos Estados Unidos. Como a política internacional é sempre uma relação de poder nos marcos da sociedade internacional, as próprias opções americanas estarão condicionadas pela evolução da realidade objetiva, evolução que, por sua vez, está ligada tanto ao poderio norte-americano como ao das demais potências. Nesse quadro, ganha relevo a opinião de Immanuel WALLERSTEIN. Num artigo escrito para a prestigiosa revista marxista “Monthly Review”, ele afirma: “Agora, peço que reflitam sobre tal anomalia. Como chegamos até este momento em que vivemos uma forma de imperialismo particularmente agressivo e clamoroso, o qual pela primeira vez em mais de uma centena de anos está pronto para usar as palavras ‘império’ e ‘imperialismo’? Porque seria assim? A resposta que a maioria das pessoas dá, resumindo em uma palavra é devido à força dos EUA. E a que eu darei é por causa da fraqueza dos EUA”.vii
O cenário atual revela os intentos dos Estados Unidos para impor sua hegemonia . Os Estados Unidos, diante das próprias dificuldades econômicas estruturais, entre estas a debilidade do dólar, com o maior passivo externo do mundo, frente à emergência de novas áreas econômicas, geopolíticas e financeiras que ameaçam seu primado, optam pela força exatamente como um sinal de debilidade. Tentam vencer a competição global no terreno militar, onde são esmagadoramente os mais fortes. Buscam inverter uma tendência objetiva. Em 1945 os Estados Unidos detinham 45% do PIB mundial, hoje detêm 25%, mesmo percentual da União Européia. Prevê-se uma ulterior diminuição do percentual dos EUA nos próximos 20 anos. Enquanto isso, o mundo vê a vertiginosa ascensão econômica da China, a recuperação da Rússia e os conflitos de interesses entre os Estados Unidos e os países em vias de desenvolvimento. São contradições objetivas que tendem a se expressar no campo político. Rússia e China convergem no âmbito da Organização de Cooperação de Xangai. Há que levar em conta também na evolução do quadro mundial a reemergência das lutas antiimperialistas e socialistas, do que são expressões diferentes forças políticas em ascensão na América Latina. A maioria dos autores contemporâneos de Relações Internacionais concordam que estamos vivendo um mundo em transição. Ninguém se atreve a opinar categoricamente sobre a “ordem” que prevalecerá. As hipóteses existentes são o novo século norte-americano, o equilíbrio de poder entre potências equivalentes, uma nova guerra fria ou um período prolongado de caos e desordem.

Cenário de conflitos

Tudo nos leva a crer que o ambiente político em que se processam as relações internacionais na atualidade é caracterizado por um inaudito retrocesso. O principal vetor do quadro político mundial é uma abrangente e brutal ofensiva dos Estados Unidos para impor a sua hegemonia, o que cobra elevado preço aos povos e países que circunstancialmente se tornam alvo dessa ofensiva. Um preço que é pago em vidas humanas e retrocesso econômico e nas condições de vida, mas também com a perda de liberdade, de independência, segurança, soberania e direitos. É um momento político em que o diálogo é substituído pela força, a diplomacia pela guerra, as decisões multilaterais pelo unilateralismo.
Tudo leva a crer também que em grande medida a estratégia atual dos Estados Unidos consiste em impedir o fortalecimento das nações que buscam caminho próprio de desenvolvimento e em afastar a possibilidade de que surjam forças competidoras, seja em nível regional, seja no global. Nesse sentido, é importante notar como os Estados Unidos tratam de envolver a Índia e jogá-la contra a China, enquanto prosseguem seus esforços para estabelecer uma presença sólida no Oriente Médio e na Ásia Central. A ameaça de atacar o Irã guarda intrínseca relação com isso.
Se é verdade que emergem novos pólos econômicos e de poder político, como fenômeno objetivo e tendência inexorável, isso não significa que o mundo será multipolar no sentido do equilíbrio de poder ou do surgimento de uma espécie de “diretório” do século 21. A idéia da paz perpétua kantiana não cabe num mundo de lancinantes contradições sociais e geopolíticas. Distantes também estamos do multilateralismo wilsoniano e do ordenamento das relações internacionais por um organismo multilateral estabilizador, promotor do equilíbrio, do direito e da igualdade. O malogro da Liga das Nações na primeira metade do século 20 e o atropelo da ONU pelas políticas imperialistas de Washington legaram importantes lições. Não se pode, outrossim, opor a essa realidade a imagem dum caos que leve a uma conflagração generalizada que destruiria o mundo e o gênero humano. A aposta dos revolucionários será sempre um mundo de paz. Mas o horizonte imediato sugere a ocorrência de conflitos e o estreitamento da margem para a cooperação e o entendimento.
A razão disto são os dois grandes paradoxos da presente época. O primeiro deles é o que se expressa através de um sistema capitalista que se expandiu adquirindo dimensões mundiais, atingiu o nível da globalização mercantil, produtiva e financeira, mas que, ao revelar-se incapaz de gerar prosperidade coletiva, antes pelo contrário, revela também suas contradições, seus limites e a inexorável tendência às crises. O outro paradoxo de nossa época é a existência de uma superpotência multidimensional , os EUA, com um poderio militar e nuclear superdimensionado, mas que é precisamente o epicentro dos desequilíbrios econômicos estruturais e sistêmicos do capitalismo atual e revela sinais de parasitismo e declínio, expressos em seus déficits gêmeos – passivo externo e déficit fiscal – e erosão do dólar como padrão monetário internacional. Faz falta uma interpretação dos novos fenômenos que tome em consideração a dialética entre desenvolvimento e crises, auge e declínio do capitalismo e do imperialismo. Não basta constatar os fenômenos novos, mas para além disso, é necessário compreender o alcance e a virulência das crises financeiras e a relação intrínseca que guardam com a deterioração da chamada economia real. Tudo isso explica a agressividade com que os EUA se comportam atualmente e é foco de tensões
A perspectiva de conflitos se torna nítida se observarmos o comportamento de outros grandes atores da cena internacional e a evolução dos acontecimentos. A China proclama seu engajamento pela paz, a coexistência pacífica, a cooperação internacional e o multilateralismo. Aposta no mudo multipolar, no que é apoiada pelos povos e governos progressistas, inclusive o nosso, pois precisa de um ambiente externo estável para atingir suas metas de desenvolvimento Mas independentemente de sua sincera vontade, a vertiginosa emergência que experimenta, elevando-se ao status de potência econômica, além de militar e nuclear, assim como o aumento de sua influência política e diplomática, objetivamente coloca-a, em perspectiva, em posição de rival dos Estados Unidos. Ou pelo menos é assim que será vista por estes.
Quanto à Rússia, em franca recuperação do seu poderio nacional, também manifesta traços de rivalidade, expressando duras reações ao expansionismo estadunidense e ocidental vis à vis à Europa Oriental. São ilustrativas a este respeito as declarações do presidente russo Vladimir Putin, em conferência de imprensa após a realização da reunião do G-8, em julho último na Alemanha, nas quais não só se opõe em termos veementes contra os planos estadunidenses de implantar um sistema de defesa de mísseis na Europa oriental, como promete represálias caso isto se concretize. O exame de outros fatos em curso e outras tendências que se delineiam também nos mostram elementos de conflitualidade no cenário político internacional. O segundo mandato de Bush tem como foco prioritário o “plano de reestruturação do Oriente Médio”. Construir um “Oriente Médio americano”, com regimes dóceis e a destruição dos inimigos dos EUA é o objetivo visado. Até agora, porém, a ocupação do Afeganistão e do Iraque, principalmente este último, resultam em retumbante fracasso político e militar. No Líbano, quando dos bombardeios israelenses em julho e agosto de 2006, a secretária de Estado dos EUA disse que estavam ocorrendo “as dores do parto do novo Oriente Médio”, ao contrário de uma estabilidade pró-americana, fortalecem-se os partidos inimigos dos Estados Unidos, como o Hesbolá. Na Palestina, a situação é cada vez mais complexa e a paz fica mais distante. A instabilidade das posições estadunidenses aumenta, atiçando sua agressividade, quando observamos o que ocorre na América Latina – derrota da ALCA e emergência no poder de forças antiimperialistas e socialistas, com possibilidade de surgimento no curto ou médio prazos , sob a liderança do presidente Hugo Chavez, de movimentos de contestação ao hegemonismo norte-americano na região.
Tudo nos mostra que está a se desenvolver um novo cenário político internacional, com a acumulação de fatores de conflitos nacionais e sociais. Não é ainda uma situação que abale os alicerces do poder americano, mas sem dúvida reveladora do surgimento de novas tendências históricas. Nesse quadro, é difícil, senão impossível, proceder a uma análise unívoca e chegar a conclusões definitivas quanto ao sentido em que evoluirá a situação internacional. Sendo uma transição, parece-me que se trata de uma transição conflitiva, na qual o governo global e compartilhado, fundador de uma ordem de paz e harmonia é, no horizonte visível, mera especulação ou mesmo uma quimera.
Para além das especulações, penso que o importante para as forças progressistas, mormente o Partido Comunista, o fundamental é atuar na cena política com estratégias e táticas sintonizadas com as exigências da época. As contradições geopolíticas não se desenvolvem à margem das lutas antiimperialistas e das lutas sociais em cada país e região. Umas incidem sobre as outras e se entrelaçam. Conscientes da necessidade de acumular forças revolucionariamente, num processo de longo prazo, compreendemos a necessidade de entrelaçar as lutas entre o capitalismo e o socialismo, os trabalhadores e a burguesia, os povos e nações contra o imperialismo e as próprias contradições interimperialistas. No processo de acumulação de forças o essencial é infligir no dia a dia derrotas às políticas econômicas anti-sociais e anti-nacionais do imperialismo e às suas políticas de guerra.
O imperialismo não é invencível. A humanidade viverá num mundo de paz, o mundo socialista.

terça-feira, novembro 13, 2007

AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ!!!!!!!

*92% dos alemães orientais preferem o comunismo no país *

Para marcar a data da queda do Muro de Berlim, o *Der Spiegel* fez uma
pesquisa, divulgada neste sábado (10), com mil alemães que cresceram nos
dois lados do país dividido até 9 de novembro de 1989. A conclusão, para
desespero do semanário alemão, é que, mesmo depois de 18 anos da queda do
muro, 92% dos germânicos orientais, de 35 a 50 anos, ainda preferem o regime
comunista ao capitalista. Já 60% dos jovens, de 14 a 24 anos que moram no
Leste, lamentam que nada tenha restado do comunismo na sua pátria.
Por Carla Santos

Junto com a TNS Forschung, o *Spiegel* fez a pesquisa com duas gerações
distintas de alemães orientais e ocidentais com o objetivo de obter um
retrato dos resultados da unificação na psique nacional. A conclusão é que o
muro ideológico ainda permanece nas mentes alemãs, quase duas décadas após a
reunificação.

Foram entrevistadas 500 jovens na faixa etária de 14 a 24 anos e seus 500
pais na faixa de 35 a 50 anos. A primeira, tinha no máximo seis anos quando
o muro caiu e, evidentemente, possui uma experiência temporal menor do
período em que o país estava dividido pela Guerra Fria.

Já a segunda geração tinha pelo menos 17 anos, e no máximo 32, quando
ocorreu a debacle do muro. O método da pesquisa constatou que praticamente
não há diferenças entre as gerações mais jovens e mais velhas na sua forma
de pensar a reunificação.

*Socialismo, uma boa idéia*
**
As maiores diferenças na pesquisa aparecem quando os entrevistados orientais
e ocidentais compartilham suas opiniões sobre a vida na antiga Alemanha
Oriental. O Estado comunista recebe notas muito mais altas dos que moram no
Leste com relação aos que moram no Oeste.

Dos alemães orientais de 35 a 50 anos, 92% acreditam que um dos maiores
atributos da antiga Alemanha Oriental foi sua rede de segurança social; 47%
dos jovens no Leste também pensam assim. No item ''padrão de vida'', os
jovens do Leste avaliam a Alemanha comunista de maneira ainda mais positiva
que seus país.

Por outro lado, apenas 26% dos jovens ocidentais e 48% dos seus pais
expressaram a opinião que a Alemanha Oriental tinha um sistema mais forte de
bem estar social comparado com o de hoje.

Os alemães orientais também estão menos satisfeitos e menos otimistas com
sua situação do que os que vivem nos Estados que compunham a antiga Alemanha
Ocidental. Eles estão muito menos convencidos das virtudes do capitalismo do
que seus colegas ocidentais. Muitos acreditam que o socialismo é uma boa
idéia que simplesmente não foi bem implementada no passado.

Contudo, apesar da nostalgia pela Alemanha Oriental, a maior parte dos
alemães orientais diz que preferiria morar no Oeste, caso um novo Muro de
Berlim fosse construído hoje. O que não é de todo contraditório, já que
durante a Guerra Fria, com o apoio de todo tipo dos EUA ao Oeste, e também
todo tipo de boicote ao Leste, a Alemanha Ocidental oferecia muito mais
riqueza, ainda que com alguma desigualdade, do que a Oriental.

*Identidades diferentes*
**
Os dados da pesquisa revelam que as diferenças ideológicas se refletem na
identidade de cada grupo, já que 67% dos jovens alemães, e 82% de seus pais,
orientais e ocidentais não sentem que possuem as mesmas identidades.

Quanto tempo, entretanto, levará para a Alemanha se unificar
ideologicamente? Para 25% dos jovens alemães ocidentais, e só 5% dos
orientais, ''não levará mais do que cinco outros anos''. Apenas 12% e 4%,
respectivamente, de pais concordaram com os filhos.

Muitos jovens alemães orientais vêem a Alemanha de hoje como um lugar onde
seus pais têm dificuldades para encontrar um caminho. Apesar da geração mais
nova praticamente não ter vivenciado a vida sob o socialismo, o compartilhar
das lembranças, opiniões e histórias de seus pais naturalmente os
influênciam.

*Jovens pensam como seus pais*
**
Esta talvez seja a explicação - que os comentários do *Spieguel* tentam
manipular a favor do Oeste - para que os jovens alemães do Leste vejam a
antiga Alemanha Oriental sob uma luz mais otimista do que seus compatriotas
no Oeste, e vice-versa.

''É uma opinião [as dos jovens da Alemanha Oriental] de lentes cor-de-rosa,
que vê uma Alemanha Oriental com emprego para todos, creches para todas as
crianças e um sistema de bem estar social que acompanhava o cidadão do berço
ao túmulo. É claro, essa geração não foi exposta aos aspectos negativos da
vida sob o domínio comunista - como filas de comida e repressão da
polícia'', argumenta o *Spiguel*.

Porém, a pesquisa indica que o mesmo argumento de ''lentes cor-de-rosa' '
para desqualificar a opinião dos jovens do Leste, sobre a Alemanha
Oriental, também serve aos jovens do Oeste, com relação a Alemanha
Ocidental, com pelo menos um ponto de vantagem para os primeiros. Quem viveu
a Alemanha comunista agora está vivendo a capitalista, enquanto que o
inverso não foi possível.

*Tiro no pé*
**
Como toda manipulação não se sustenta por muito tempo, o próprio *Spiguel* é
obrigado a admitir a realidade, um verdadeiro tiro no pé, no último
parágrafo da matéria que noticiou a pesquisa neste sábado.

''Ainda assim, os sentimentos positivos para certos aspectos da antiga
Alemanha Oriental continuam altos. Dos jovens alemães orientais
entrevistados, 60% disseram que achavam ruim que nada tivesse restado das
coisas que se podiam orgulhar da Alemanha Oriental''.

Os resultados da pesquisa fazem lembrar o seriado alemão que - devido ao
imenso sucesso no país - virou filme lançado em 2003, chamado *Adeus, Lênin!
*, do diretor alemão Wolfgang Becker.

*''Adeus, Lênin!''*
**
No longa, Christiane Becker (Kathrin Sa), que mora na então Alemanha
comunista, é abandonada pelo marido, tendo que criar seus dois filhos,
Alexander (Daniel Brühl) e Ariane (Maria Simon), sozinha.

Uma vez recuperada do trauma da separação, Christiane torna-se uma cidadã
ativa e exemplar, transformando o país em um substituto de seu marido,
abraçando assim, o ideal comunista.

Mas ao ver Alexander participando de uma revolta anti-socialista, ela fica
gravemente doente e acaba entrando num longo coma que a faz dormir durante a
queda do Muro de Berlim e a adaptação ao capitalismo de sua Alemanha
Oriental.

Ela acorda do coma, mas frágil demais para se deparar com o choque das
mudanças do mundo ao seu redor. Comovido, Alexander precisa forjar a vitória
da ideologia do comunismo e sapatear para criar a ilusão na mãe de que nada
mudou.

** *Socialismo vivo*
**
Quatro anos após o lançamento do filme, que teve como pano de fundo o dilema
da reunificação sob a égide capitalita com o fim da Guerra Fria, a pesquisa
reafirma que o ideal comunista não morrerá tão cedo nos corações dos alemães
que viveram as primeiras experiências mais duradouras do regime no mundo.

A manifestação com 50 mil pessoas pessoas em Moscou (Rússia), no último dia
7 de novembro, por ocasião das comemorações dos 90 anos da Revolução Russa,
é apenas mais uma fotagrafia do quanto por lá esse sentimento continua
extremamente vivo.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Não se iluda. O poder é assim mesmo!!!

Tá tudo no site do Liberal( que só é liberal no nome)

1. “Basta analisar os programas dos principais candidatos às eleições presidenciais de 2008, para perceber que a “velha” estratégia imperial se mantém de pé, integralmente” (José Luís Fiori).

2. “O dever constitucional da função social da propriedade e o respeito aos direitos coletivos são ameaçados pela pressão dos países ricos e seus conglomerados econômicos” (Carol Proner).

3. “Desde as priscas eras, o problema do mundo é mesmo um só - uma luta de classes cruel e sem fim” (Zeca Baleiro).

4. As redes privadas, sempre arredias ao controle público, querem, coléricas, normatizar a TV pública no molde dos seus interesses comerciais.



As eleições e a doutrina estratégica imperial. É comum atribuir à eleição de George W. Bush e aos atentados de setembro de 2001 a definição da atual doutrina estratégica imperial dos EUA. Mas, foi seu pai, George H. W. Bush, quem propôs, em primeiro lugar, desde 1990, logo depois da queda do Muro de Berlim, que os Estados Unidos adotassem uma política internacional preventiva, de contenção universal, para impedir o aparecimento de novas potências capazes de rivalizar com os EUA, depois do desaparecimento da União Soviética.

Por isto, o bombardeio “teleguiado” Bagdad, em 1991, cumpriu um papel semelhante ao do bombardeio atômico de Hiroshima e de Nagasaki, em 1945: apresentou ao mundo o novo arsenal, e a nova estratégia estadunidense, e definiu a nova hierarquia de poder, dentro do sistema mundial pós Guerra Fria. Com a diferença que, neste caso, não houve uma “rendição” explícita dos derrotados, nem um “acordo de paz” entre os vitoriosos, que consagrasse uma nova ordem mundial, como aconteceu logo depois da Segunda Guerra.

A ausência deste pacto foi encoberta pela comemoração coletiva da vitória e, durante a “era Clinton”, pela envolvente força da utopia da globalização, com sua crença no fim das fronteiras, das guerras, e da própria história. Mas, mesmo assim, à sombra da “globalização”, durante os anos do governo Clinton, os EUA aprofundaram a doutrina estratégica, proposta pelo presidente Bush (pai), apesar da retórica liberal e multilateralista do presidente Clinton.

(...) Como conseqüência, ao terminar a década de 90, os EUA já haviam construído um verdadeiro “cinturão sanitário”, separando a Alemanha da Rússia, e a Rússia da China. E consolidado uma infra-estrutura mundial de poder, com cerca de 750 bases e meio milhão de soldados fora do seu território, com controle quase absoluto dos oceanos e do espaço, e com uma rede de acordos de defesa e ajuda militar, com cerca de 130 países.

Leia integralmente o texto de José Luís Fiori (*) escrito para a Agência Carta maior.



Função social para a propriedade. O debate sobre a propriedade do conhecimento vem ganhando crescente importância nos fóruns internacionais. Em especial na Organização Mundial do Comércio (OMC) onde o tema da propriedade intelectual industrial tornou-se alvo de acirrada disputa. O assunto ainda é relativamente desconhecido da maioria da população, embora diga respeito a vários aspectos do nosso cotidiano. Os medicamentos genéricos são, provavelmente, a ponta mais conhecida desse debate, constituindo hoje um sério ponto de divergências entre o seleto clube das nações mais ricas do mundo e o resto dos mortais.

O debate é marcado por uma forte pressão dos países ricos pela liberalização do comércio e por maior proteção jurídica à propriedade intelectual, incluído as mais diversas áreas do conhecimento. A liberalização acrítica avança em todos os setores do comércio, trazendo conseqüências desastrosas às economias que não possuem estrutura para suportar a concorrência de produtos e serviços. Neste cenário de subdesenvolvimento e subordinação tecnológica, a propriedade intelectual industrial cumpre um papel fundamental no sentido de aprofundar as desigualdades tecnológicas.

“Além disso, esse debate está relacionado ao direito de comunidades tradicionais e indígenas, detentoras de rica biodiversidade e conhecimentos tradicionais. Vivendo, na maioria das vezes, em condição de pobreza, essas comunidades não são capazes de defender seus direitos, e sofrem a ameaça do patenteamento desse conhecimento por parte de grandes grupos transnacionais”. É o que sustenta Carol Proner, Doutora em Direito Internacional, pesquisadora da UniBrasil e da Universidade Pablo de Olavide, de Sevilha (Espanha), em entrevista a Marco Aurélio Weissheimer, de Carta Maior.

Leia a entrevista (*) completa publicada na Agência carta Maior.



Um sumário de Zeca Baleiro: No início de outubro, o apresentador Luciano Huck escreveu sobre o roubo de seu Rolex. O artigo gerou uma avalanche de cartas ao jornal, uma delas escrita por mim. Há momentos em que me parece necessário botar a boca no trombone, nem que seja para não poluir o fígado com rancores inúteis. Foi o que fiz. Foi o que fez Huck, revoltado ao ver lesado seu patrimônio, sentimento, aliás, legítimo. Eu também reclamaria caso roubassem algo comprado com o suor do rosto. Reclamaria na mesa de bar, em família, na roda de amigos. Nunca num jornal.

Por que um cidadão vem a público mostrar sua revolta com a situação do país, alardeando senso de justiça social, só quando é roubado? Lançando mão de privilégio dado a personalidades, utiliza um espaço de debates políticos e adultos para reclamações pessoais (sim, não fez mais que isso), escorado em argumentos quase infantis, como: "sou cidadão, pago meus impostos".

A surpreendente repercussão do fato revela que a disparidade social é um calo no pé de nossa sociedade - desfilaram intolerância e ódio à flor da pele, a destacar o espantoso texto de Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, notório reduto da ultradireita caricata, perigosa. (...) A exclusão social não justifica o pendor ao crime, mas ninguém poderá negar que alguém sem direito à escola está mais vulnerável aos apelos da vida bandida. Por seu turno, pessoas públicas não são blindadas e estão sujeitas a roubos, violências ou à desaprovação de leitores, especialmente se cometem textos fúteis sobre questões tão críticas.

Texto completo de Zeca Baleiro publicado no Portal Vermelho (*).



No bastidor, redes agem contra TV pública. Preocupadas com a eventual perda de publicidade oficial, as principais redes do país deflagraram uma campanha nos bastidores políticos para modificar a medida provisória (MP) que criou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) _a futura rede pública do governo federal. Integrantes da Abert (a associação das TVs), Globo, Record e SBT decidiram pedir a parlamentares para que apresentem emendas definindo o que é publicidade institucional e apoio cultural. A idéia é limitar o financiamento da TV pública com publicidade.

A MP proíbe na EBC "anúncios de produtos e serviços", mas libera a captação de "publicidade institucional de entidades de direito público e privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos". A EBC terá R$ 350 milhões do Orçamento da União e pretende arrecadar R$ 60 milhões com publicidade. "Isso é um desvirtuamento", protesta Daniel Pimentel, presidente da Abert.

Leia o original de Daniel Castro na Folha de S. Paulo de 29.10.2007.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Homem ajudou matar "Che Guevara" ainda tem informações!!!!!!

O cubano Gustavo Villoldo decidiu que já era hora de desfazer-se da mecha de cabelo de Ernesto "Che" Guevara e de outros objetos que ele guardou como relíquias desde a captura e a sepultura do guerrilheiro, da qual participou há quarenta anos.

Relíquias como a mecha de cabelo, fotografias e mapas da missão de busca e captura de Che na Bolívia em 1967 vão a leilão nos dias 25 e 26 de outubro pela empresa Heritage Auctions (www.ha.com).

"Com este leilão, quero fechar uma etapa da minha vida de quase cinqüenta anos, que comecei a viver com o suicídio do meu pai em 1959 por culpa de Fidel Castro e de Che Guevara e com todo este processo de destruição do meu país", explicou Villoldo, de 71 anos, em entrevista à Efe.

"É uma maneira de pôr um ponto final. Para meus filhos, isso tudo não tem o valor histórico que eu dou", acrescentou.

Perguntado sobre qual objeto é o mais valioso do leilão, Villoldo garante que todos são documentos e objetos que fazem parte da história.

"São, por exemplo, os documentos com os poderes que recebi do presidente boliviano René Barrientos e como foi feito o processo de localização e captura de Che na Bolívia", indicou.

Mas talvez o que mais atraia os colecionadores, segundo Villoldo, é a mecha de cabelo de Che. "Cortei a mecha porque representava um símbolo da revolução dos barbudos. Foi um gesto para satisfazer meu ego e que representava o sucesso da operação que acabou com o germe da revolução castrista na Bolívia", acrescentou.

Até aquele fatídico 9 de outubro de 1967, Villoldo sofreu múltiplos revezes desde que saiu de Cuba em 1959. Pouco depois disso, ele começou a participar das missões anticastristas que culminaram em 1961 com o fracasso da Baía dos Porcos.

A decepção da invasão fez Villoldo continuar ligado ao Exército dos Estados Unidos e mais tarde a fazer parte da Agência Central de Inteligência (CIA), que lhe instruiu em missões clandestinas para acabar com a tentativa de Che de estender a revolução comunista a países africanos e latino-americanos.

Com esse objetivo, Villoldo começou as missões de busca e captura de Che em 1965 perto de Leopoldville, no Zaire, a atual Kinshasa, na República Democrática do Congo (RDC).

"Ele escapou por muito pouco com um grupo de guerrilheiros pelas águas do lago Tanganica. Dois anos depois, na serra boliviana, os erros táticos e de segurança de Guevara facilitaram sua captura", lembra Villoldo.

Em 9 de outubro se completam exatamente quarenta anos da morte do "Che" no povoado de Vallegrande, na serra da Bolívia.

"Não me matem, sou o 'Che' e tenho mais valor vivo do que morto"; estas foram as primeiras palavras de Guevara quando se entregou aos soldados do Exército boliviano em 8 de outubro de 1967.

Após sua prisão, Guevara e dois dos guerrilheiros que o acompanhavam - o peruano Juan Pablo Chang e o boliviano Willy Cuba - foram transferidos à escola da cidade de La Higuera.

Após consultar o general Alfredo Ovando Candía, o presidente Barrientos ordenou que matassem Guevara e os outros dois guerrilheiros.

Oficiais bolivianos executaram a ordem. Primeiro morreram Chang e Cuba, e minutos depois Che.

"Discutimos então o que fazer com os cadáveres. A idéia de cremação foi descartada e o general Ovando me deu a ordem de realizar um enterro num lugar secreto", lembra Villoldo.

"Em uma noite escura, chuvosa e fria, enterrei o corpo de Guevara e dos outros dois guerrilheiros com a ajuda de três soldados bolivianos", acrescentou.

Em 1995, o Governo cubano começou uma ampla operação para localizar os restos de Che Guevara. Dois anos depois, foi anunciado que tinham sido encontrados junto com outros seis cadáveres.

"Os mortos não se multiplicam nem caminham", afirma Villoldo, convencido que Guevara continua enterrado na fossa onde ele mesmo o sepultou.

Por isso, oferece à filha mais velha de Che, Aleida Guevara March, sua ajuda para localizar os restos de seu pai, porque se trata "de um assunto puramente humano e familiar".

"Escrevi (em 1997) uma carta para ela, que chegou por meios clandestinos, para viajarmos juntos a Vallegrande, mas não recebi resposta", diz Villoldo.

A oferta continua de pé.

"É certo que ela (Aleida) e a família Guevara tenham dúvida de que os restos do 'Che' estejam no mausoléu que Fidel construiu em Havana. Se o Governo da Bolívia autorizar, estou disposto a ir com ela ao lugar onde está enterrado. Tenho as coordenadas e, embora 30 anos tenham se passado, será fácil lidar com o lugar".

Essas coordenadas do lugar exato onde Che está enterrado é a única coisa que Gustavo Villoldo continuará guardando.

E continuarão em seu poder até que Aleida ou a família Guevara queiram recuperar os restos de Che para pôr definitivamente um ponto final a este capítulo da história.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Esta é a pura verdade!!!

A IMPRENSA NO BRASIL VIROU PARTIDO POLÍTICO


Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 629



Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.






. A imprensa no Brasil é um partido político. É o que diz o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos (*).



. A imprensa no Brasil se considera indestrutível porque ela resiste à democratização, à republicanização do Brasil.



. Os militares brasileiros hoje se submetem mais à lei do que a imprensa.



. Para Wanderley Guilherme dos Santos, restou à imprensa brasileira ter a capacidade de gerar crises, instabilidade política.



. No Governo Lula, a imprensa pratica o “quanto pior melhor”, que, antes, atribuía à esquerda: ela combate políticas que, sabe, são benéficas ao país, mas não tolera que sejam praticadas por um líder comprometido com as classes populares.



. “Isso (o compromisso com as classes populares) é algo que irrita e, conseqüentemente, faz com que aumente a disposição da imprensa para acentuar tudo aquilo que venha a dificultar e comprometer o desempenho do governo”, continuou o professor.



. Essa entrevista faz parte de um projeto sobre a mídia conservadora (e golpista!), que chegará ao seu final em 2008.









Leia a íntegra da entrevista com o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos:



Quando se fala em mídia como o “Quarto Poder”, qual é a primeira coisa que lhe vem à cabeça?



A primeira coisa que me vem à cabeça: não é uma particularidade nacional. Porque, na verdade, na teoria democrática clássica, não havia previsão para o aparecimento de um lugar institucional com poder político relevante. Então, você tinha o Parlamento e você tinha o Executivo. O Parlamento podia ser dividido em duas Casas, como quando tem Senado e Câmara, ou ser unicameral. O Executivo podia ser ou de gabinete ou uma Presidência da República. Mais o Judiciário, quando árbitro dos conflitos eventualmente surgidos entre as duas estâncias anteriores. Mas não havia, não há previsão em nenhuma teoria, de algo, de uma instituição que veio a ser a imprensa. Como também, aliás, não havia para as Forças Armadas. Não se concebia que as Forças Armadas viessem a ser um ator político relevante.



Mas, sobretudo, a imprensa. Porque, de certo modo, ela encarnaria não um poder, mas a vigilância do poder. Era a garantia do direito de opinião, a garantia do direito de expressão de idéias e a garantia de vigilância dos poderes constituídos. Então, era muito mais um órgão defensivo e reflexivo do que interferente. A partir do momento em que você tem uma sociedade de massa, ou seja, o tamanho do eleitorado traz novidades para o funcionamento da democracia – ninguém jamais imaginou eleitorado de mais de dez milhões de pessoas –, isso também trouxe uma modificação do papel das instituições. Em princípio, elas interagem com estas massas que têm peso.



O resultado foi que aquelas instituições que, de certa maneira, condicionam e influenciam a formação de opinião das massas, fazendo com que a disposição delas se altere ou se incline numa direção ou em outra, aquelas instituições passaram a ter um papel de importância.



A imprensa, os órgãos de comunicação e informação, na medida em que condicionavam e orientavam a inclinação desta população, e o peso delas se tornando cada vez maior dentro do funcionamento das democracias, fizeram com que esta instituição, a imprensa, passasse a ter um papel híbrido: de um lado, refletia o real; e de outro, ao mesmo tempo, interferia, interfere e condiciona as alternativas deste real.



É necessário deixar claro que isso não aconteceu por nenhuma conspiração, nenhum plano previamente estipulado. Foi assim, numa democracia de massa, com o problema do populismo, por exemplo. Este novo papel desempenhado pela imprensa, envolvida no seu papel constitucional, teórico, de expressão de opinião, controle e vigilância da ação dos poderes públicos, e, ao mesmo tempo, cobrar responsabilidade desta instituição pública, tem que ter norma a que deva obedecer, tem que ter instâncias de julgamento – com o qualquer agente público. E não se trata de julgamento estritamente policial, trata-se de julgamento político. Não existe consenso sobre como conciliar esta responsabilidade, que deve ser cobrada neste ato público, com o que é fundamental também numa democracia - que é o respeito à liberdade de imprensa, à liberdade de opinião.



Quer dizer, a liberdade de expressão de opinião é crucial e essencial na definição do que é democracia. Quando esta expressão de opinião pode de alguma maneira trabalhar contra a democracia, cria um problema. É o mesmo problema que se coloca em relação a partidos revolucionários. Democraticamente, é necessário que se permita a organização em partidos as diversas opiniões, correntes. Agora, em que medida este direito deve ser ou pode ser assegurado a partidos cujo objetivo é fazer com que desapareçam as instituições que permitam que ele exista - isso é uma complicação numa teoria democrática. Então, esse é um problema contemporâneo da imprensa, não é só no Brasil: como conciliar os dois papéis que a imprensa tem. Primeiro, como instituição da sociedade privada de exprimir o que se passa no mundo e a opinião da população. Por outro lado, na medida em que se comporta como ator político, ter instâncias que cobrem responsabilidade política dessa instituição.





Este problema já foi resolvido em algum país ?



Institucionalmente, não. O que você encontra é uma evolução da cultura política e também do poder da sociedade civil, do poder privado. Na verdade, até agora não se criaram instituições consensuais para a solução deste problema. Tem sido resolvido pela idéia gradativa de redução da importância da imprensa, como condicionador das atitudes da população. Isso é o que tem acontecido nas sociedades ricas, porque dependem cada vez menos das políticas de governo. Porque são ricas, porque a sociedade é abundante, então, a opinião que os jornais e as televisões começam a distribuir – dizer que o governo é isso, que o governo é aquilo, isso não tem conseqüência sobre a vida privada dos cidadãos. E por isso mesmo a opinião da imprensa deixa de ser relevante. Então, o que tem acontecido nos países mais estabilizados, não é que se tenham criado instituições de controle ou de chamada à responsabilidade, mas que os jornais e as televisões vêm perdendo importância.





Especificamente no Brasil, como é que esse cenário se desenvolveu? Quem se aproveitou?



Quem se aproveitou eu não sei. No Brasil, você tem uma circunstância peculiar que é o fato de que as empresas jornalísticas têm os interesses empresariais também fora do circuito de informação. Então, isso faz com que as opiniões da imprensa não se apoiem apenas, como se diz, pelos preceitos de seus comentários, mas pelo interesse de matérias econômicas também, que são defendidos sob a desculpa, o contexto de que está sendo defendido o interesse da população. Então, este aspecto é o aspecto que não se encontra muito nos países desenvolvidos: a distância entre empresas, empresas jornalísticas que têm interesses comercias e empresariais, além dos interesses jornalísticos.



E isso cria uma situação muito particular, porque, afinal de contas, os interesses econômicos e empresariais de proprietários de jornais deviam ter suas instâncias de defesa e não utilizar a imprensa para isso. Mas, esta é a peculiaridade do Brasil. E é isso o que se mistura com freqüência no Brasil: as campanhas políticas desenvolvidas pela imprensa, sob o pretexto de que são questões que se quer públicas, mas, na verdade, são interesses privados dos próprios empresários jornalísticos.





Paulo Henrique Amorim costuma dizer que em nenhuma democracia importante do mundo os jornais e uma só emissora de TV têm a importância política que têm no Brasil.



Quer dizer, só em países mais ou menos parecidos com o Brasil. Fora países, digamos, com renda per capita inferior a 30 mil dólares, fora países desta faixa, isso não existe. Ou seja, em todos os países (com renda superior a 30 mil dólares), a imprensa não tem esta capacidade de criar crises políticas, como tem nos países da América Latina.





Aqui no Brasil, com esta importância política que os jornais e a Globo têm, como é que eles exercem este poder?



O modo tradicional de exercer o poder em países como o Brasil, e isso tem acontecido historicamente com freqüência, é a capacidade que a imprensa tem de mexer na estabilidade, ou seja, de criar crises, cuja origem é simplesmente uma mobilização do condicionamento da opinião pública. O que a imprensa nos países da América Latina, e particularmente no Brasil, tem é a capacidade de criar instabilidades. É a capacidade que a imprensa tem de criar movimentação popular, de criar atitudes, opiniões, independentemente do que está acontecendo na realidade. Isso é próprio de países latino-americanos, mas particularmente no Brasil, em que as empresas jornalísticas têm poder econômico e capacidade e disposição para a intervenção política. Então, a arma da imprensa no Brasil, o seu recurso diante dos governos: esta capacidade de criar instabilidade política.





Como é que o senhor vê o papel da mídia no governo Lula ?



Tem dois aspectos. O primeiro aspecto é fato de o governo Lula ser um governo inédito no Brasil. É realmente um governo cuja composição de classe, cuja composição social é diferente de todos os governos até agora. Isso não foi e dificilmente será bem digerido. Agora, em acréscimo a isso é que, ao contrário do que se teria esperado ou gostariam que acontecesse, este é um governo que até agora tem se mantido fiel à sua orientação original, independentemente das discussões internas do grupo do PT. A verdade é que as políticas do governo têm prioridades óbvias, que são as classes subalternas. Isso é algo que irrita e, conseqüentemente, faz com que aumente a disposição da imprensa para acentuar tudo aquilo que venha a dificultar e comprometer o desempenho do governo.





Em que outros episódios da Historia do Brasil a imprensa usou a arma da instabilidade ?



No Brasil, tivemos em 1954, com a crise que resultou no suicídio de Vargas, em que tudo foi utilizado. Documentos falsos que foram apresentados como verdadeiros, testemunhos de estrangeiros que seriam associados a confusões internas...



Houve em 1955, na tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitschek. E em 1961, na crise de Jânio, na sucessão do Jânio. E em 1964.



Depois, durante o tempo do período autoritário, evidentemente, houve uma atuação explícita da imprensa. Não se falava a favor, mas também não se desafiava. Com o retorno da democracia, a imprensa interveio outra vez, na sucessão de Sarney, com todas as declarações e reportagens absolutamente falsas em relação ao candidato das forças populares, que já era Lula. Isso se repetiu nas duas eleições de Fernando Henrique, mas mais moderadamente. Foi bastante incisiva durante a primeira campanha. Na segunda, a imprensa se comportou razoavelmente. Houve certas referências, mas nada escabroso.



Mas, os dois últimos anos foram inacreditáveis em matéria de criação de fatos sobre nada: foi inacreditável. Para 50 anos de vida política, é uma participação à altura dos partidos políticos e dos militares. Quer dizer, fazem parte da política brasileira os partidos, as Forças Armadas e a imprensa.





Destes episódios que o senhor listou qual o senhor acha que é o mais emblemático ?



Eu acho que dois episódios. Primeiro, a tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitschek. Por quê? Porque Juscelino não era intérprete ou representante de uma classe ascendente. Ele pertencia à elite política. Era um homem do PSD – Partido Social Democrata. Juscelino era um modernizador. Portanto, a tentativa de impedir a sua posse mostra o radicalismo e a intolerância das classes conservadoras brasileiras. Quer dizer, naquele momento, não aceitava nem mesmo um dos seus membros, porque era um modernizador. Este episódio é bem emblemático. Não houve nada de dramático, de trágico ou suicídio, mas é um exemplo de até onde pode chegar a intolerância do conservadorismo brasileiro. É impressionante. Esse foi pra mim um episódio que define muito bem até onde o conservadorismo é capaz de violar os escrúpulos democráticos.



E o segundo ?



É agora com Lula, porque a posse de Lula realmente revela uma nova etapa histórica no país. E revela o quanto o conservadorismo se dispõe a comprometer o futuro do país, pelo fato de o governo estar sendo exercido pelo intérprete de uma nova composição social. Isto é, há um grupo parlamentar e há grupos privados – e neles se inclui a imprensa - dificultando a implementação de políticas que são reconhecidamente benéficas ao país, porque estão sendo formuladas e implementadas por um governo intérprete das classes populares. Isso é impressionante. Quer dizer, no fundo, aquilo que os conservadores dizem que as forças populares – segundo eles, para a esquerda, quanto pior melhor –, na prática, quem pratica o quanto pior melhor são os conservadores.





Por que, na opinião do senhor, a mídia se considera inatacável, indestrutível ?



Ela se considera indestrutível porque ela tem razões para isso. Ou seja, uma das instituições que até agora vem resistindo à democratização, à republicanização do país é a imprensa. Um país moderno e democrático é um país em que não existe instituição ou pessoa com privilégio de direitos, pessoa que não seja submetida à lei. Na medida em que a democracia se implanta nos países, se reduz o número de instituições e grupos sociais que não se submete à lei. Todo mundo fica, de fato, igual diante da lei. Isso vem acontecendo gradativamente, vagarosamente, mas inapelavelmente no Brasil. Na realidade, nós temos até que as Forças Armadas hoje, no Brasil, estão mais democraticamente enquadradas, mais juridicamente contidas do que a imprensa. Hoje, é muito mais difícil para um representante das Forças Armadas violar impunemente as leis do que a imprensa.





(*) Wanderley Guilherme dos Santos é titular da Academia Brasileira de Ciências, diretor do Laboratório de Estudos Experimentais e pró-reitor de Análise e Prospectiva da Universidade Cândido Mendes, professor titular aposentado de teoria política da UFRJ e membro-fundador do Iuperj.



Seus últimos cinco livros publicados são:

Governabilidade e Democracia Natural (FGV editora, 2007)

O Paradoxo de Rousseau (Editora Rocco, 2007)

Horizonte do Desejo (Editora FGV, 2006)

O Ex-Leviatã Brasileiro (editora Civilização Brasileira, 2006)

O Cálculo do Conflito (UFMG, 2003)

segunda-feira, setembro 10, 2007

A onda golpista continua! È bom ficarmos atentos e fortes!!!!

Não é paranóia não! A coisa é séria!
Deu no BLOG do Paulo Henrique Amorin, jornalista sério e preocupado com o futuro do país!

O GOLPE CONTRA LULA CONTINUA



Paulo Henrique Amorim



Máximas e Mínimas 474


. Uma parte do Governo acha que a tentativa de golpe da mídia conservadora (e golpista) contra o Presidente Lula “se arrefeceu!” - foi o que ouvi recentemente no Palácio do Planalto.



. Outra tese - que também ouvi de um alto funcionário do Governo - é que a imprensa ia fazer a “autocrítica”.



. E a terceira “via” é abaixar a cabeça, dizer que no Brasil há liberdade de imprensa, e que numa democracia é “assim mesmo”.



. Ou seja, o Governo e o PT têm medo da mídia.



. Ou seja, o Governo e o PT têm medo da Globo.



. Como diria a professora Marilena a Chauí, “liberdade de quem?”



. Como se sabe, a mídia conservadora (e golpista) – especialmente a Rede Globo – levou a eleição para o segundo turno.

(Clique aqui para ler “O primeiro golpe já houve. Falta o segundo”)



. A reeleição esmagadora do Presidente Lula (ganhou de Alckmin com a mesma diferença com que nocauteou Serra: 61% a 39%) poderia dar a impressão de que a mídia conservadora (e golpista) ia cair na real.



. Não caiu.



. A mídia conservadora (e golpista) continua golpista e quer derrubar o presidente Lula.



. A leitura dos jornais da mídia conservadora (e golpista) neste domingo, dia 17 – Globo, Folha e Estadão – sugeriu que o Conversa Afiada fizesse um levantamento sobre o “noticiário negativo” contra o Presidente Lula, desde que começou o segundo mandato.



. Como no primeiro mandato, quando o golpe quase deu certo, de novo é uma crise atrás da outra.



. Tem a do Vavá. Não colou a do Vavá, tem a do Vevé. Não colou a do Vevé, tem a do Vivi. A do Vovó. E a do Vuvu.



. Todo dia tem uma(s) crise(s) nova(s).



. Veja o resultado. É espantoso.



(O Conversa Afiada passará a fazer este levantamento todo mês – será chamado de “O Golpe em Marcha”.)



. Parece a Venezuela.



. O Governo de um lado e a mídia toda do outro.



. Só que o Governo Lula não bate. Prefere apanhar.



. Seguia-se uma seleção de títulos de “reportagens” do Globo, da Folha e do Estadão, que configuravam, em seu conjunto, o trabalho golpista da mídia conservadora brasileira.

quarta-feira, setembro 05, 2007

O tempo- E ele não para mesmo, como dizia Cazuza!

O autor é desconhecido, mas quem me enviou este texto primoroso foi o Celso Mathias, meu bom amigo baiano que conhece o mundo pelas avessas. Do topo à toupeira. Vale a pena ler e refletir.
O tempo

Parte I
Eu sou de um tempo distante, o chamado "Tempo do Onça", tempo em que
qualquer máquina era uma geringonça...
Sou do tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça, que, aos domingos a
gente ia à missa...
Trago lembranças bacanas das Casas Pernambucanas, das farras, no bonde
aberto, dos chapéus da Casa Alberto.
Tempo em que adultério era crime e o Flamengo.. ainda tinha time.
Do busca-pé, do rojão, sou do tempo do xarope São João!
Venho do tempo em que menino só gostava de menina, tempo do confete e
serpentina nas festas de Carnaval do Sírio, do Monte Líbano, dos bailes do
Municipal.
Sou do tempo do bicarbonato, do lançamento do Sonrisal.
Sou do tempo em que futebol era para macho, em que ninguém sossegava o facho
nos bailes de formatura, dos play-boys botando banca.
Tempo que o telefone era preto e a geladeira era branca!
Sou do tempo em que se confiava nas companhias aéreas, em que a penicilina
curava as doenças venéreas!
Sou do tempo da Rádio Nacional, do lança perfume no Carnaval, do calouro na
hora da peneira.
Tempo em que "pó" era o mesmo que poeira...
Tempo do terno risca de giz, da calça de boca apertada, da Lapa de Madame
Satã, de poder ir torcer no Maracanã
e lembrar da mãe do juiz...
Sou do tempo do "Dói-Codi", do comigo-ninguém-pode, da ditadura
envergonhada.
Sou do tempo em que "ficar" era não ir...
Tempo de permitir passeios à beira-mar.
Tempo de se curtir a vida sem medo de bala perdida, tempo de respeito pelos
pais.
Enfim, sou de um tempo ...que não volta mais...


--------------------------------------------------------------------------------

Parte II
Sou do tempo da brilhantina, do laquê, da Glostora, do Gumex.
O correio não tinha Sedex o que vinha era telegrama trazendo uma má
notícia...
Sou do tempo em que a polícia perseguia todo sambista que tivesse alguma
fama.
Tempo em que mulher é que usava brinco, em que as portas não tinham trinco,
e que se dizia "demorou", só pra quem chegasse atrasado...
As calças não perdiam o vinco.
Picada, era só na bunda, se aquela febre profunda não tivesse melhorado...
No meu tempo, coca era refrigerante e todo homem elegante abria a porta do
carro.
Aceitava-se qualquer cigarro sem medo de ser um novo fato.
Só preço podia ser barato
"Bicho" era só o animal.
"Cara", o rosto do pobre mortal...
Sou do tempo do tergal, do ban-lon, do terilene, da Emilinha e da Marlene no
sucesso musical.
Sou do tempo do mocinho e o vilão com cara de mau, do "reclame" de
fortificante do óleo de fígado de bacalhau.
Sou do tempo do coreto e da banda, do velho cigarro Yolanda vendido na venda
da esquina...
Sou do tempo da estricnina, veneno tão poderoso!
Sou do tempo do leite de magnésia, do sagu, do fubá Mimoso, do fosfato que
curava a amnésia.
Sou do tempo da cocoroca do tempo da Copa Roca que muita gente não viu.
Do progresso tão abrupto que todo mundo assistiu.
Porém: Político corrupto, o rato que sai da toca, Ora!... Esse, sempre
existiu!...


--------------------------------------------------------------------------------

Parte III
Sou do tempo em que Benjor se chamava Jorge Bem, a carne do bife era acém,
ração de cachorro era bofe.
No meu tempo, não havia estrogonofe.
Sou do tempo do tostão e do vintém, da zona com seus bordéis, programas de
dez mil réis...
Sou do tempo da Cibalena e do Veramon
Só não vi a revista Fon-fon.
Assisti filmes do Rin-tin-tin.
Sou do tempo da confeitaria Manon da magia, do pó de pirlimpimpim.
Colecionei estampas Eucalol, acompanhei o lançamento da Avon, tomei o
fortificante Calcigenol.
Sou do tempo da PRK 30, do rádio tipo capelinha, dos contos da Carochinha,
do remédio anunciado:
"Veja ilustre passageiro o belo tipo faceiro que o senhor tem a seu lado..
Mas, no entanto, acredite, quase morreu de bronquite, salvou-o o Rhum
Creosotado!".
Sou do tempo da Cafiaspirina, da compressa de antiflugestina, do bálsamo de
benguê...
Fui leitor do almanaque Tico-Tico, tempo em que trabalhador ficava rico...
Sou do tempo da Casa Cave do taco com cera Parquetina dos discursos do
Presidente Gegê.
Sou do tempo do óleo de linhaça, andei na Maria Fumaça, li muito a revista
Cruzeiro, escrevi com caneta- tinteiro,
separei o joio do trigo, vi muito vigarista na cadeia...
Só não fui garçon da Santa-Ceia.
Também, não sou assim tão antigo!...

(autor desconhecido)

terça-feira, agosto 21, 2007

Solidariedade e repudio aos ataques contra o professor João Quartim de Moraes!!!!

O renomado professor João Quartim de Moraes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), militante do PCdoB, tem sido vitima recentemente de infames agressões por parte de um elemento de extrema-direita. Nestes ataques, que enviamos em anexo, este individuo investe enfurecido contra uma entrevista concedida pelo professor à Revista Princípios, a propósito da publicação da segunda edição de “A esquerda militar no Brasil”. Nesse sentido, solicitamos seu apoio e solidariedade ao professor Quartim, que pode ser feita através da assinatura de petição on line em:



http://www.petitiononline.com/1848mc/petition.html

segunda-feira, agosto 20, 2007

Este Pompe não é mole não!!! Seus artigos no "Vermelho" são imperdíveis!!!!!!

Deus, orgulho e preconceito

por Carlos Pompe*


A entrevista com Richard Dawkins, a pretexto do livro Deus, um delírio, aqui reproduzida na semana passada, levou um estudante que freqüenta um estabelecimento de ensino de orientação cristã a me escrever que, na sua escola, o livro já causou polêmica (mesmo antes de ser lançado!), e adiantou sua opinião: “Eu concordo que a religião tem que ser debatida e discutida. Mas eu ainda acho que Deus não é orgulhoso e muito menos homofóbico!!!! Homofobia é discriminar alguém por sua opção sexual. Acredito que Deus não faz isso... alguns religiosos e algumas religiões, sim”.


Ira de Deus: expulsos do Paraíso É uma opinião corrente, que merece ser avaliada. A história de Deus, para os cristãos, é narrada na Bíblia. Deus não é orgulhoso? Bem, essa é o que se poderia chamar a versão de alguns religiosos, mas não do Livro Sagrado. No Êxodo 34:14, Javé disse a Moisés: “Não se prostre diante de outro deus, porque Javé se chama Ciumento: ele é um Deus ciumento”. Em Levítico, 19:1-2, 1 “Javé falou a Moisés: ‘Diga a toda a comunidade dos filhos de Israel: Sejam santos, porque eu, Javé, o Deus de vocês, sou santo’”.
Quanto a discriminar alguém por opção sexual... Javé fala a Moisés em Levítico 18:22: “Não se deite com um homem, como se fosse com mulher: é uma abominação.” E no mesmo livro, 20:13: “O homem que se deita com outro homem, como se fosse mulher, está cometendo uma abominação. Os dois serão réus de morte, e o sangue deles cairá sobre eles mesmos.” Mas do que discriminar, criminaliza e condena à morte (ou “o sangue deles cairá sobre eles mesmos” seria resultado da castração?).
No Novo Testamento, temos: “Por isso, Deus entregou os homens a paixões vergonhosas: suas mulheres mudaram a relação natural em relação contra a natureza. Os homens fizeram o mesmo: deixaram a relação natural com a mulher e arderam de paixão uns com os outros, cometendo atos torpes entre si, recebendo dessa maneira em si próprios a paga pela sua aberração” (Primeira Carta aos Romanos, 1:26-27); “Vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se iludam! Nem os imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os caluniadores irão herdar o Reino de Deus” (Primeira Carta aos Corintos 6:9-10); “Sabemos que a Lei é boa, contanto que a tomemos como uma lei. Ela não é destinada ao justo, mas aos iníquos e rebeldes, ímpios e pecadores, sacrílegos e profanadores, parricidas e matricidas, homicidas, impudicos, pederastas, mercadores de escravos, mentirosos, para os que juram falso, e para tudo o que se oponha à sã doutrina, de acordo com o Evangelho glorioso do Deus bendito, que me foi confiado” (Primeira Carta a Timóteo 1:8-11).
O estudante considera que “a Bíblia, as religiões e tudo mais, passaram por milhares de anos, por milhares de interpretações...” Sem dúvida. Mas o que acima está citado foi retirado do texto bíblico, antigo e novo testamentos, e não de suas interpretações...

sábado, agosto 18, 2007

A putada tá cansada!! De que????

Meu amigo revolucionário de priscas eras, Vasco Nunes, me enviou este artigo do Lula Miranda sobre o cansaço dos que exploram o povo brasileiro há mais de 500 anos e seus idiotas acólitos. Leiam, comentem!!

Lula Miranda

A elite branca "cansou". Resolveu, em sinal de protesto, fazer barulho e
demonstrar toda sua indignação. Pode-se vê-los, mais uma vez, devidamente
"enquadrados" numa charge do Angeli, onde se vê, como que numa coreografia
mais ou menos ensaiada, esses singulares membros da nossa sociedade com os
braços para cima a chacoalhar suas jóias e Rolex num veemente e ruidoso
protesto. Indubitavelmente bastante ruidoso e veemente... Risível, decerto.

A elite branca, em definitivo, cansou de conviver com um operário na
Presidência da República. Um presidente "monoglota" e sem curso superior é
duro de agüentar. E os familiares do presidente então!? Todos de uma pobreza
lastimável. Onde foi parar o "glamour" da Presidência da República?

A elite branca cansou desse romantismo ignaro e pobre do proletariado no
poder. Esse negócio do Partido dos Trabalhadores "lotear" a máquina pública
colocando sindicalistas e outros "desqualificados" em cargos estratégicos da
administração federal, é duro de engolir. Esses cargos, você há de se
recordar, eram antes todos de livre provimento das elites brancas. Claro!
Pois só eles sabem governar, só a eles, e aos seus, devem ser reservados os
melhores empregos, escolas, faculdades, casas e hospitais.

Esse negócio de pagar faculdade para pobre também é algo que a elite branca
já não suporta mais. Cotas para negros e pobres nas Universidades Públicas,
então, é algo intolerável. O que é pior: essa história de investimentos em
um sistema universal de saúde à custa do rico dinheirinho dos impostos não
pagos pela elite branca, é para acabar.

Fernando 10:30(1 minuto atrás) A elite branca cansou de carga tributária
extorsiva para financiar essa tal bolsa-esmola. Cansou de ver os seus iguais
"enquadrados", não pelas charges inteligentes do cartunista Angeli, mas pela
Polícia Federal mesmo, em horário nobre da TV. Tem "madame" e "doutor"
chacoalhando as algemas e fazendo test-drive em camburão zero quilômetro,
modelo 2007/2008.

A elite branca quer cheirar sua cocaína em paz e harmonia. A mesma cocaína
que desce os morros e favelas para abastecer as festas, e mancha de sangue a
alvura de sua hipocrisia branca; não quer a Força Nacional, e o que sobrou
da polícia digna e cidadã do Rio de Janeiro, causando contratempos ao bom
andamento dos "negócios" no complexo de favelas do Alemão. A elite branca,
empalidecida, não admite que o governo da Venezuela não renove a concessão
da RCTV, pois temem que um dia a "sua casa", a sua Rede Globo de Televisão,
encontre o mesmo destino

Fernando 10:30(0 minutos atrás) elite branca não interessa que nesse mesmo
governo, que lhes causa indignação e cansaço, o emprego formal bate recorde
após recorde: só no primeiro semestre desse ano de 2007, foram criados cerca
de 1,096 milhão de empregos com carteira assinada. A elite branca tem
verdadeira ojeriza a pobres e desempregados - e também pelos pobres que
mofam nas filas em busca de emprego. A elite branca vetou o projeto de FGTS
para empregados domésticos - não gastaria o valor de um jantar para pagar a
parcela mensal do FGTS da criadagem. Como nos evidencia os nossos vexatórios
índices sociais, a nossa elite branca é por demais benevolente e generosa.


Portanto, deixe a elite branca reclamar, e clamar aos quatro ventos o seu
cansaço. Afinal, o Veuvet Clicquot nunca esteve tão barato: virou "carne de
vaca", "todo mundo" hoje está bebendo. Viajar ao exterior então! E esse tal
"caos aéreo" é, em grande parte, culpa das passagens muito baratas e dessa
"gentalha" que deixou de viajar de ônibus (ou de pau-de-arara) e passou a
viajar de avião, enchendo assim os aeroportos e aviões com sua pobreza e
maus modos. Um horror! Viajar de avião antes era exclusividade dos
bem-nascidos.

A elite branca detesta o governo Lula. A elite branca detesta pobre. A elite
branca adora as revistas Caras e Veja, os jornais Folha de S.Paulo e Estado
de S. Paulo e a rede Globo. A elite branca enxerga o país como uma jazida a
ser explorada até a exaustão, apenas isso. E o povo brasileiro, os escravos
de sempre que aí estão para servi-la.
Apenas isso e não mais que isso.

terça-feira, agosto 14, 2007

Comunistas de Brasilia convidam todos para discutir sua estratégia!!!!!

14º Conferência Regional do PCdoB-DF


Camaradas,

Convidamos a todos filiados e amigos para participarem do debate :

Um partido a altura dos seus desafios no DF.

Mesa: Walter Sorrentino - Secretário Nacional de Organização do PCdoB
JÔ MORAES - Deputada Federal MG (membro do Comitê Central do PCdoB)
Enelson Gomes _ Secretário de Organização do PCdoB-DF
Apolinário Rebelo - Presidente do PCdoB-DF ( Moderador).

Local : Associação Médica de Brasília - AMBR 713/913 sul ( Perto da FACULDADE UNIP)
Horário : 19:30 hs
Data : 16 de agosto de 2007.

Recomendamos a leitura dos seguintes documentos anexos.
Haverá abertura de intervenções para perguntas e tirar dúvidas sobre o tema.

PARTICIPEM E CONVOQUEM OS MILITANTES E FILIADOS AO PARTIDO!!!!

Alan Bueno
Secretário de Formação e Juventude.
Pelo Comitê Regional do PCdoB-DF.

segunda-feira, agosto 13, 2007

O Brasil quer a Vale do Rio Doce de volta!!!!

A VALE É NOSSA

Isto não Vale!
Queremos participação no destino da Nação
Não vale!
Vender a CVRD - Companhia Vale do Rio Doce por 3,3 bilhões de reais, não
Vale! O valor estimado em 1997, época do Leilão era de 92 bilhões de reais,
ou seja, 28 vezes mais do que foi vendida.
Também não vale o Banco Bradesco ter sido um dos avaliadores da companhia e
ao mesmo tempo um dos compradores deste verdadeiro patrimônio público
brasileiro.
Não vale o superávit primário que retira recursos destinados à educação,
saúde, moradia. Não vale continuar pagando a dívida externa e interna.
Não vale dobrar-se diante das políticas neoliberais deste modelo econômico.
Mas também não vale os movimentos sociais preocuparem- se apenas com sua
agenda e não investir no conjunto de lutas articuladas para mudar este
modelo.
Nesta Cartilha vocês vão encontrar elementos e subsídios para debatermos com
os setores populares qual o Brasil que queremos e como recuperar a Companhia
Vale do Rio Doce para o povo brasileiro, participando do Plebiscito sobre a
Privatização da Vale, em Setembro de 2007.
O que Vale então:
Vale o Plebiscito sobre a Privatização e a reestatização da Vale do Rio
Doce. Este exercício de participação popular garante a soberania da nação.
Vale o Presidente Lula ter dito no segundo turno das eleições que "foi um
erro a privatização da Vale do Rio Doce". E isso faremos questão de cobrar.
Vale realizar assembléias populares municipais e estaduais para construir o
Plebiscito.
Vale manter a autonomia das forças populares, estimular as lutas sociais,
retomar o trabalho organizativo de base.
Informações e contato
Secretaria Nacional da Campanha da Vale
Rua da Abolição, 227 - 2° andar - tel: (11) 3105.9702
Site: www.avaleenossa. org.br
Correio eletrônico: avaleenossa@ yahoo.com. br

sexta-feira, agosto 10, 2007

Parente do Conde Drácula coloca o dedo na ferida!!!!!

Meu amigo e irmmão Carlos Fernando, do alto de sua sagaz sabedoria, me manda lá de Marataizes, litorânea e afrodisíaca cidade do sul capixaba, artigo publicado no BLOG do Alon, que distrincha o pensamento da classe média, que antes chamávamos de pequena burguesia.
O Alon é um excelente jornalista meu amigo e trabalhamos juntos na Presidência da República quando Aldo Rebelo, o deputado federal comunista era Ministro da Coordenação Política.
Para quem não sabe, o nome complicado do Alon é porque ele é da Transilvânia, um pequeno principado na Romênia, de onde surgiu o Conde Dráculo em luta contra os que queriam dominar seu País e as histórias e estórias dai subsequentes. Dizem nas rodas jornalísticas de Brasilia, que Alon é parente distante da linhagem do Conde Drácula, o heróio romeno que virou lenda das histórias de terror e terrir.
Mas vejam abaixo o artigo e sintam como Alon tem realmente razão:
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O LIMITE DA AÇÃO POLÍTICA DA CLASSE MÉDIA!


Por Alon Feuerwerker

Jornalista.


Eu saudei desde o início a emergência do "Cansei". Não porque concorde com as motivações do "Cansei". Eu simplesmente torço para que o "Cansei" ajude a aquecer a sopa social e política do Brasil (leia É do jogo). No que depender da minha torcida, entraremos todos num novo período, em que amplos contingentes de cansados, seja qual for o motivo do cansaço, deverão ir às ruas (e à Internet) manifestar o seu inconformismo e dizer o que desejam mudar no statu quo. O "Cansei" tem despertado reações iradas. Mas a vida é assim mesmo. Do mesmo jeito que a turma do "Cansei" possivelmente possa achar os beneficiados pelo Bolsa Família um bando de vagabundos, que preferem ser sustentados pelo governo a trabalhar, é compreensível que os admiradores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva possam ver a turma do "Cansei" como um punhado de playboys e dondocas, insensíveis diante dos problemas sociais do Brasil. Aqui e ali no pessoal do "Cansei" nota-se gente que enxerga o governo federal como a ponta-de-lança de um movimento para transformar o Brasil numa nova Cuba. E do outro lado tem gente que desconfia das convicções democráticas do "Cansei", que vê nele o embrião de uma articulação golpista. Como a que pretendeu em abril de 2002 na Venezuela tirar, pela força, o presidente Hugo Chávez do poder. Tudo isso é do jogo. A opinião é livre. Só não vale ficar choramingando diante da agressividade alheia. Desde Isaac Newton sabe-se que a força aplicada por um corpo sobre outro produz como efeito outra força de mesma intensidade, só que aplicada pelo segundo corpo no primeiro. E o interessante nesse princípio da física clássica é que, ao contrário do que poderia supor o senso comum, as forças não se anulam. Porque os pontos de aplicação são diferentes. Eu repito, não acho ruim que as múltiplas insatisfações transbordem para as ruas. Os países não ficam piores quando as pessoas saem às ruas para atuar politicamente. Eles ficam melhores. O problema maior do "Cansei" é que por enquanto ele é um movimento restrito à classe média. Nada contra a classe média. Eu sou de classe média. Meus amigos são de classe média. Mas se eu tivesse projeto político, se tivesse projeto de poder, não investiria meu tempo e minhas melhores energias organizando movimentos de classe média. A classe média tem um problema. Ela tem grande dificuldade para enxergar além dos seus próprios limites de classe. Antigamente a classe média era chamada de pequena burguesia. A pequena burguesia (ou classe média) de hoje agrupa empresários e assalariados. A espinha dorsal do discurso dela e de sua ideologia é a rejeição ao estado. Sintomaticamente, essa rejeição cresce na medida que o Estado é penetrado por novas forças sociais e políticas -e à medida em que as massas de trabalhadores e pobres conseguem arrancar do estado benefícios que antes eram exclusivos da classe média e dos ricos. É comum ouvir de representantes da pequena burguesia que "antigamente a escola pública era boa". Em geral, o comentário omite que "antigamente" a escola pública atendia meia dúzia de pessoas e que a maioria dos pobres estavam condenados ao analfabetismo. Mas a reclamação mais freqüente vinda da pequena buguesia é que o estado não devolve, na forma de bons serviços, os impostos que o contribuinte paga. A reclamação em muitos casos é justa. Só que a decorrência costuma ser tipicamente pequeno-burguesa: se o estado gasta mal o dinheiro dos impostos, então o sujeito deduz que o certo é pagar menos imposto. Você não vê por aí movimentos de classe média pelo fortalecimento e pela melhoria da qualidade da educação e da saúde públicas. Por que motivo eu digo que essa conclusão (vamos então pagar menos imposto) é pequeno-burguesa? Porque seus efeitos práticos esgotam-se no limite dos interesses imediatos da pequena burguesia. A classe média pagar menos imposto é uma solução para a classe média, mas não é uma solução para a maioria das pessoas. Para o trabalhador que não é de classe média o mais conveniente é que o imposto pago pelo pequeno-burguês (e pelo grande burguês, por que não?) resulte em educação grátis e boa para o filho do trabalhador que não é de classe média. E em atendimento médico bom e grátis para a família do trabalhador que não é de classe média. Anos atrás tomei conhecimento de uma pesquisa que me abriu os olhos para certas coisas. Acho que foi feita pelo ministério da Saúde quando o ministro era José Serra. A pesquisa mostrou na época que a avaliação do atendimento médico na rede pública era bem melhor entre os usuários do serviço do que entre a população em geral. Ou seja, a classe média xinga o atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), do qual ela não precisa, mas o pobre que depende do SUS defende e valoriza o SUS. Porque a pequena burguesia tem plano de saúde, mas o trabalhador que não é de classe média só tem o SUS. Enquanto a oposição não entender coisas como essa, vai ficar do jeito que está, com um ar apalermado a cada nova pesquisa de opinião sobre a avaliação do governo.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Não deixem de ver o filme! É IMPERDÍVEL!!!!

Ronaldo Duque enviou para LUiz Carlos Antero e eu tomo a liberdade de reproduzir a chamada para ver o grande filme nacional!!!

Amigo LCA,

Meu filme "Araguaya, a Conspiração do Silêncio", será exibido no Canal Brasil nos dias:
06/08/2007 Segunda-feira às 22:00 hs
11/08/2007 Sábado às 23:00 hs
12/08/2007 Domingo às 13:30 hs
Grande abraço

Ronaldo Duque

sexta-feira, agosto 03, 2007

O mundo é pequeno, Cachoeiro é grande. Igual Penápolis!!!!!!!

Dêm uma olhada ali no BLOG do Luiz Aparecido no http://luiz-aparecido.zip.net e vejam o que Cachoeiro de Itapemirim, aquela cidade perdida nas montanhas do sul do Espírito Santo quer e deseja. Como o mundo tem suas sétimas maravilhas, Cachoeiro não se fez de rogado e vai ter também as suas séte maravilhas.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Dino Graccio bota pra quebrar!! PAU NA DIREITA GOLPISTA!!!

CANSEI DE GOLPES
O Cansei adota como principal fundamento o caos aéreo - que, é óbvio, tem que ser interrompido - e apela à dor dos familiares e de todos nós, chocados e indignados com o desastre do vôo 3054.
Mas o Cansei, claramente golpista, tem nababescos padrinhos, confortavelmente instalados em São Paulo e dignos representantes da extrema direita brasileira.
Tenho futucado a internet à procura de material para escrever com maior propriedade sobre isso.
Aí, encontrei na excelente Revista Consultor Jurídico, fonte frequente deste Blogracio, o artigo transcrito abaixo.
É perfeito. Nada mais exato sobre o Cansei. O texto não cansa. Leia com atenção.
--------------------------------
"Briga interna
OAB-RJ diz que movimento Cansei é golpismo paulista"

O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas do estado de São Paulo”.

A afirmação é da OAB do Rio de Janeiro, que publicou nota declarando que não considera o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, vulgo Cansei, como de caráter nacional. “Tanto no ponto de vista das Seccionais da OAB quanto do ponto de vista das demais entidades que estão participando. É, na verdade, um movimento estritamente paulista”, diz a entidade fluminense.

O movimento tem a assinatura da OAB paulista, mas é articulado pelo apresentador João Dória Júnior, conhecido pelas boas relações com o PIB nacional, Sérgio Gordilho, presidente da agência África, e representantes da Fiesp, poderosa entidade dos barões da indústria paulista, segundo a entidade. A intenção do grupo é “sensibilizar” os brasileiros a pararem durante um minuto, às 13 horas do dia 17 de agosto, quando o acidente com o avião da TAM completará 30 dias.

O movimento se diz apartidário. Mas, o governo não tem a mesma interpretação. O Palácio do Planalto, que conta com o apoio irrestrito dos movimentos sociais com MST e UNE, já prepara uma reação.

A OAB do Rio diz que também cobra das autoridades investigações sobre o acidente. “No entanto, não aceita que essa tragédia seja utilizada de forma golpista das classes mais abastardas de São Paulo. A OAB do Rio de Janeiro cobra a regularização dos serviços do sistema aéreo brasileiro”, diz a nota.

Segundo a secional, uma das soluções para o problema aéreo é a instalação de Juizados Especiais nos aeroportos. A idéia foi aceita pelo presidente da OAB, Cezar Britto.

“É importante ressaltar em relação a esse movimento paulista que até mesmo setores conservadores, esclarecidos, têm criticado a forma como essa tragédia da TAM vem sendo instrumentalizada por determinados setores. A OAB do Rio de Janeiro lembra que, em determinados momentos da vida nacional, a extrema direita já se assanhou, como agora está se assanhando novamente, e que isso não fez bem ao país”, completa o comunicado.

Segundo Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, “não se trata de um ato político, mas de uma manifestação cívica de cidadania e de amor ao
Brasil”.

O ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (DEM) afirmou ironicamente que a iniciativa é liderada “por um segmento da elite branca. Deve ter
começado em Campos do Jordão”.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 31 de julho de 2007

Dino Graccio bota pra quebrar!! PAU NA DIREITA GOLPISTA!!!

CANSEI DE GOLPES
O Cansei adota como principal fundamento o caos aéreo - que, é óbvio, tem que ser interrompido - e apela à dor dos familiares e de todos nós, chocados e indignados com o desastre do vôo 3054.
Mas o Cansei, claramente golpista, tem nababescos padrinhos, confortavelmente instalados em São Paulo e dignos representantes da extrema direita brasileira.
Tenho futucado a internet à procura de material para escrever com maior propriedade sobre isso.
Aí, encontrei na excelente Revista Consultor Jurídico, fonte frequente deste Blogracio, o artigo transcrito abaixo.
É perfeito. Nada mais exato sobre o Cansei. O texto não cansa. Leia com atenção.
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"Briga interna
OAB-RJ diz que movimento Cansei é golpismo paulista"

O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas do estado de São Paulo”.

A afirmação é da OAB do Rio de Janeiro, que publicou nota declarando que não considera o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, vulgo Cansei, como de caráter nacional. “Tanto no ponto de vista das Seccionais da OAB quanto do ponto de vista das demais entidades que estão participando. É, na verdade, um movimento estritamente paulista”, diz a entidade fluminense.

O movimento tem a assinatura da OAB paulista, mas é articulado pelo apresentador João Dória Júnior, conhecido pelas boas relações com o PIB nacional, Sérgio Gordilho, presidente da agência África, e representantes da Fiesp, poderosa entidade dos barões da indústria paulista, segundo a entidade. A intenção do grupo é “sensibilizar” os brasileiros a pararem durante um minuto, às 13 horas do dia 17 de agosto, quando o acidente com o avião da TAM completará 30 dias.

O movimento se diz apartidário. Mas, o governo não tem a mesma interpretação. O Palácio do Planalto, que conta com o apoio irrestrito dos movimentos sociais com MST e UNE, já prepara uma reação.

A OAB do Rio diz que também cobra das autoridades investigações sobre o acidente. “No entanto, não aceita que essa tragédia seja utilizada de forma golpista das classes mais abastardas de São Paulo. A OAB do Rio de Janeiro cobra a regularização dos serviços do sistema aéreo brasileiro”, diz a nota.

Segundo a secional, uma das soluções para o problema aéreo é a instalação de Juizados Especiais nos aeroportos. A idéia foi aceita pelo presidente da OAB, Cezar Britto.

“É importante ressaltar em relação a esse movimento paulista que até mesmo setores conservadores, esclarecidos, têm criticado a forma como essa tragédia da TAM vem sendo instrumentalizada por determinados setores. A OAB do Rio de Janeiro lembra que, em determinados momentos da vida nacional, a extrema direita já se assanhou, como agora está se assanhando novamente, e que isso não fez bem ao país”, completa o comunicado.

Segundo Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, “não se trata de um ato político, mas de uma manifestação cívica de cidadania e de amor ao
Brasil”.

O ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (DEM) afirmou ironicamente que a iniciativa é liderada “por um segmento da elite branca. Deve ter
começado em Campos do Jordão”.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 31 de julho de 2007

Dino Graccio bota pra quebrar!! PAU NA DIREITA GOLPISTA!!!

CANSEI DE GOLPES
O Cansei adota como principal fundamento o caos aéreo - que, é óbvio, tem que ser interrompido - e apela à dor dos familiares e de todos nós, chocados e indignados com o desastre do vôo 3054.
Mas o Cansei, claramente golpista, tem nababescos padrinhos, confortavelmente instalados em São Paulo e dignos representantes da extrema direita brasileira.
Tenho futucado a internet à procura de material para escrever com maior propriedade sobre isso.
Aí, encontrei na excelente Revista Consultor Jurídico, fonte frequente deste Blogracio, o artigo transcrito abaixo.
É perfeito. Nada mais exato sobre o Cansei. O texto não cansa. Leia com atenção.
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"Briga interna
OAB-RJ diz que movimento Cansei é golpismo paulista"

O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas do estado de São Paulo”.

A afirmação é da OAB do Rio de Janeiro, que publicou nota declarando que não considera o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, vulgo Cansei, como de caráter nacional. “Tanto no ponto de vista das Seccionais da OAB quanto do ponto de vista das demais entidades que estão participando. É, na verdade, um movimento estritamente paulista”, diz a entidade fluminense.

O movimento tem a assinatura da OAB paulista, mas é articulado pelo apresentador João Dória Júnior, conhecido pelas boas relações com o PIB nacional, Sérgio Gordilho, presidente da agência África, e representantes da Fiesp, poderosa entidade dos barões da indústria paulista, segundo a entidade. A intenção do grupo é “sensibilizar” os brasileiros a pararem durante um minuto, às 13 horas do dia 17 de agosto, quando o acidente com o avião da TAM completará 30 dias.

O movimento se diz apartidário. Mas, o governo não tem a mesma interpretação. O Palácio do Planalto, que conta com o apoio irrestrito dos movimentos sociais com MST e UNE, já prepara uma reação.

A OAB do Rio diz que também cobra das autoridades investigações sobre o acidente. “No entanto, não aceita que essa tragédia seja utilizada de forma golpista das classes mais abastardas de São Paulo. A OAB do Rio de Janeiro cobra a regularização dos serviços do sistema aéreo brasileiro”, diz a nota.

Segundo a secional, uma das soluções para o problema aéreo é a instalação de Juizados Especiais nos aeroportos. A idéia foi aceita pelo presidente da OAB, Cezar Britto.

“É importante ressaltar em relação a esse movimento paulista que até mesmo setores conservadores, esclarecidos, têm criticado a forma como essa tragédia da TAM vem sendo instrumentalizada por determinados setores. A OAB do Rio de Janeiro lembra que, em determinados momentos da vida nacional, a extrema direita já se assanhou, como agora está se assanhando novamente, e que isso não fez bem ao país”, completa o comunicado.

Segundo Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, “não se trata de um ato político, mas de uma manifestação cívica de cidadania e de amor ao
Brasil”.

O ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (DEM) afirmou ironicamente que a iniciativa é liderada “por um segmento da elite branca. Deve ter
começado em Campos do Jordão”.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 31 de julho de 2007