sexta-feira, setembro 14, 2007

Homem ajudou matar "Che Guevara" ainda tem informações!!!!!!

O cubano Gustavo Villoldo decidiu que já era hora de desfazer-se da mecha de cabelo de Ernesto "Che" Guevara e de outros objetos que ele guardou como relíquias desde a captura e a sepultura do guerrilheiro, da qual participou há quarenta anos.

Relíquias como a mecha de cabelo, fotografias e mapas da missão de busca e captura de Che na Bolívia em 1967 vão a leilão nos dias 25 e 26 de outubro pela empresa Heritage Auctions (www.ha.com).

"Com este leilão, quero fechar uma etapa da minha vida de quase cinqüenta anos, que comecei a viver com o suicídio do meu pai em 1959 por culpa de Fidel Castro e de Che Guevara e com todo este processo de destruição do meu país", explicou Villoldo, de 71 anos, em entrevista à Efe.

"É uma maneira de pôr um ponto final. Para meus filhos, isso tudo não tem o valor histórico que eu dou", acrescentou.

Perguntado sobre qual objeto é o mais valioso do leilão, Villoldo garante que todos são documentos e objetos que fazem parte da história.

"São, por exemplo, os documentos com os poderes que recebi do presidente boliviano René Barrientos e como foi feito o processo de localização e captura de Che na Bolívia", indicou.

Mas talvez o que mais atraia os colecionadores, segundo Villoldo, é a mecha de cabelo de Che. "Cortei a mecha porque representava um símbolo da revolução dos barbudos. Foi um gesto para satisfazer meu ego e que representava o sucesso da operação que acabou com o germe da revolução castrista na Bolívia", acrescentou.

Até aquele fatídico 9 de outubro de 1967, Villoldo sofreu múltiplos revezes desde que saiu de Cuba em 1959. Pouco depois disso, ele começou a participar das missões anticastristas que culminaram em 1961 com o fracasso da Baía dos Porcos.

A decepção da invasão fez Villoldo continuar ligado ao Exército dos Estados Unidos e mais tarde a fazer parte da Agência Central de Inteligência (CIA), que lhe instruiu em missões clandestinas para acabar com a tentativa de Che de estender a revolução comunista a países africanos e latino-americanos.

Com esse objetivo, Villoldo começou as missões de busca e captura de Che em 1965 perto de Leopoldville, no Zaire, a atual Kinshasa, na República Democrática do Congo (RDC).

"Ele escapou por muito pouco com um grupo de guerrilheiros pelas águas do lago Tanganica. Dois anos depois, na serra boliviana, os erros táticos e de segurança de Guevara facilitaram sua captura", lembra Villoldo.

Em 9 de outubro se completam exatamente quarenta anos da morte do "Che" no povoado de Vallegrande, na serra da Bolívia.

"Não me matem, sou o 'Che' e tenho mais valor vivo do que morto"; estas foram as primeiras palavras de Guevara quando se entregou aos soldados do Exército boliviano em 8 de outubro de 1967.

Após sua prisão, Guevara e dois dos guerrilheiros que o acompanhavam - o peruano Juan Pablo Chang e o boliviano Willy Cuba - foram transferidos à escola da cidade de La Higuera.

Após consultar o general Alfredo Ovando Candía, o presidente Barrientos ordenou que matassem Guevara e os outros dois guerrilheiros.

Oficiais bolivianos executaram a ordem. Primeiro morreram Chang e Cuba, e minutos depois Che.

"Discutimos então o que fazer com os cadáveres. A idéia de cremação foi descartada e o general Ovando me deu a ordem de realizar um enterro num lugar secreto", lembra Villoldo.

"Em uma noite escura, chuvosa e fria, enterrei o corpo de Guevara e dos outros dois guerrilheiros com a ajuda de três soldados bolivianos", acrescentou.

Em 1995, o Governo cubano começou uma ampla operação para localizar os restos de Che Guevara. Dois anos depois, foi anunciado que tinham sido encontrados junto com outros seis cadáveres.

"Os mortos não se multiplicam nem caminham", afirma Villoldo, convencido que Guevara continua enterrado na fossa onde ele mesmo o sepultou.

Por isso, oferece à filha mais velha de Che, Aleida Guevara March, sua ajuda para localizar os restos de seu pai, porque se trata "de um assunto puramente humano e familiar".

"Escrevi (em 1997) uma carta para ela, que chegou por meios clandestinos, para viajarmos juntos a Vallegrande, mas não recebi resposta", diz Villoldo.

A oferta continua de pé.

"É certo que ela (Aleida) e a família Guevara tenham dúvida de que os restos do 'Che' estejam no mausoléu que Fidel construiu em Havana. Se o Governo da Bolívia autorizar, estou disposto a ir com ela ao lugar onde está enterrado. Tenho as coordenadas e, embora 30 anos tenham se passado, será fácil lidar com o lugar".

Essas coordenadas do lugar exato onde Che está enterrado é a única coisa que Gustavo Villoldo continuará guardando.

E continuarão em seu poder até que Aleida ou a família Guevara queiram recuperar os restos de Che para pôr definitivamente um ponto final a este capítulo da história.

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