quinta-feira, novembro 25, 2010

Do Portal Vermelho: Câmara homenageia Aurélio Perez


PCdoB homenageia líderes, antigos e atuais, em galeria de foto

Na homenagem de aposição do retrato como líder do PCdoB na Câmara, na noite desta quarta-feira (24), Aurélio Peres falou de amor e dor. “Foi muito dolorido, o que eu sabia de bancada era a bancada de fazer ferramenta. Eu era um operário, (...) mas fui até o fim por amei e sempre amarei este Partido”. A declaração emocionou a plateia e encheu de lágrimas os olhos do deputado recém-eleito, Assis Melo (RS), operário como Aurélio.
O deputado Aldo Rebelo, que representa o Estado de São Paulo como Aurélio, também estava emocionado quando disse que a homenagem não era apenas pelos mandatos de deputados, mas por toda a vida dedicada ao partido.

O dia era de troca de elogios. Daniel Almeida (BA), que passa a figurar na galeria de fotos de líderes do PCdoB na Câmara, disse que jamais imaginou que um dia estaria ao lado de figuras como Aurélio.

Já Vanessa Grazziotin (AM), que vai cumprir mandato de senadora quando encerrar o mandato como deputada e atual líder do Partido na Câmara, elogiou a participação das mulheres da legenda, lembrando que Jô Moraes (MG) foi a primeira líder mulher.

E comemorou a vinda de duas novas colegas – Jandira Feghali, eleita pelo Rio de Janeiro e Luciana Santos, por Pernambuco. Com as reeleitas Perpétua Almeida (AC), Jô Moraes e Manuela D´Ávila (RS), a nova bancada mantém a tradição do Partido de possuir a maior proporção de mulheres em cerca de 40%.

Cartão de visita

Coube ao presidente do PCdoB, Renato Rabelo, estender os elogios a todos os deputados, a quem definiu como cartão de visita do Partido. “É através da atuação deles que a sociedade conhece o que pensa e como age o PCdoB”, afirmou o líder comunista.

Ele disse que a galeria de fotos conta a história de atuação dos comunistas na Câmara, desde o tempo em que os representantes do Partido estavam abrigados no antigo MDB, porque a legenda estava na clandestinidade, perseguida pela ditadura militar.

Rabelo confirmou as palavras de Aurélio Peres ao descrever as dificuldades em exercer o mandato, destacando a falta de estrutura e suporte. E lembrou, junto com o homenageado, a história de sua vida e militância.

Peres, que não vinha a Brasília há 25 anos, se mostrou admirado com toda a estrutura e a bancada atual do PCdoB. Ele lembrou que, apesar das dificuldades, que quase o fizeram desistir do mandato, contabiliza grandes vitórias como deputado. Ele participou, junto com o ex-deputado já falecido Teotônio Vilela (PMDB-AL), de quem se tornou amigo, da luta pela anistia.

Após o descerramento do pano vermelho que cobria a galeria, o deputado Assis Melo puxou o grito do Partido: “Um, dois, três, quatro, cinco mil, e viva o Partido Comunista do Brasil”, dando um toque de informalidade ao evento cheio de emoção.


De Brasília
Márcia Xavier

segunda-feira, novembro 22, 2010

Lembranças de Penapolis- a capital secreta do Mundo!!!



Reminiscencias Penapolenses

Semana importante esta para minha história que divido aqui com os leitores do BLOG.Recebi de uma conterrânea penapolense, a Suzete Sabino, a mensagem abaixo e dai surgiram outros papos, inclusive com seu irmão Sander.

“Prezado Luiz,

Pela internet, prazer em conhecê-lo. O caminho q trouxe-me até seu blog, foi pesquisa no google, com o nome do meu pai Nagib Sabino.

Conto com a possibilidade de narrar os fatos finalizados, descritos pelo Amaral(penapolense que vive em Brasilia) até 1962...estamos em 2010. "O Nagib Sabino estava sendo investigado por uma CPI na Câmara Municipal, acusado de desviar dinheiro público e material de obra da construção da Escola Técnica (os caminhões de material entravam na construção, eram apontados e saiam com a mesma carga para despejar na obra que o Nagib estava construindo - um prédio de dois andares que existe até hoje lá - no centro da cidade perto da igreja matriz."(sic).

Meu pai, na época, foi julgado pelo STF e absolvido c 10 votos a 01. Em 1972 dispututaram à eleição para Prefeito de Penápolis dois candidatos. Um deles foi meu pai. O outro candidato foi o q representava a elite e a câmara da época. O povo elegeu Nagib Sabino para seu 2º mandato. A conclusão da outra metade da história.

Havia muita rivalidade política, nessa época, como em todas as épocas. Dá-se o fato dessas eleições presidenciais. Que Dilma seja louvada.

Um tempo que findou para os filhos de Nagib e sua esposa, esse de 1962, tão bem descrito pelo Amaral.

O legado quemeu pai nos deixou, foi de não guardar mágoas, de um tempo vivido com muita dor, por nós familiares. Meu pai é falecido. Deixou para Penápolis a sua história, como homem público q governou Penápolis para os menos afortunados.

Luiz, vindo a Penápolis, teremos o maior prazer em recebê-lo em nossa casa.
saudações
abs”

Suzete Sabino
RESPONDI A ELA NO ATO:
Luiz Aparecido Silva para
Suzete

Bom.PT não tem nada com o meu, nosso PCdoB, mas somos aliados. mas nos respeitamos muito. Que pena que voce não venha para a festa. Entre ai no Facebook que conversaremos sempre.OK?
Abraço e salve Penapólis, a capital secreta do Mundo(não fale pra ninguem,rsrsr)
Luiz Aparecido
Veja sempre que puder meu blog. esta semana recomeço a atualizá-lo, pois dei um tempo depois do vendaval das eleições. Mas jaja , amanhã talves tenha post novo, quem sabe citando nosso reencontro e relembrando os penapolenses.


Em 22 de novembro
Suzete escreveu:

ola querido Luiz...

bom receber mensagem sua...obrigada pelo carinho,

infelizmente nao irei à posse da Dilma...acompanharei pela TV...

das pessoas que citou, nao os conheço...apenas por nomes e familiares...sou de 55, um pouco mais nova...sua história faz parte da história do Brasil. O governo Lula e agora de Dilma, são conquistas de muitas lutas de pessoas como vc. Nunca militei partidariamente ao PT, mas sempre muito próxima e eleitora e defensora dos ideais deste partido.

Esperamos voce em Penápolis, e sempre bom saber q nossa cidade é divulgada.

abs
Suzete


Luiz Aparecido Silva para
Suzete
Querida Suzete!!!

Um prazer imenso receber esta mensagem sua. Tudo que é de Penapolis me interessa e voce pode ver isto pelo meu blog www.luizap.blogspot.com

Conheci seu pai, ainda adolescente e a loja que ele tinha, se não me engamno, em frente a Igreja Católica. Eu era muito jovem na época, mas tenho lembranças boas dele e meu pai, Cicerto Tomas da Silva,era eleitor e amigo de seu pai.Não conheço os detalhes das lutas travadas politicamente na época, mas se meu pai era eleitor dele, era porque era gente boa.
Continue se correspondendo comigo e na medida do possivel e do interesse publico,terei prazer em colocar no meu blog.
Tenho imensas saudades dai, onde não vou há uns 20 epoucos anos. Mas pretendo no próximo ano, já melhor recuperado das sequelas da minha doença na medula, pretendo ir passar uns dias ai e ver os amigos que restaramporai. Terei imenso prazer em lhe visitar etrocar idéias e lembranças. Voce conhece a Dina, os Lacava me outros da época?
Mande noticias do Eninho Soriani e de outros amigos que deixei ai.
Hoje moro em Brasilia, mas depois de Penapolis,andei por muitos cantos deste país e outros e entrei na minha militancia politica, fui parar na cadeia por tres vezes me estou até hoje no PCdoB, onde em Brasilia sou do partido um militante avariado.
Depois fui morar uns bons tempos no Espirito Santo, após a Anistia, andei por este Brasil todo, America Latina, Libano e Israel como jornalista e até como fugitivo politico da Ditadura. Enfim, são muitas histórias e experiencias de vida.
Aqui em Brasilia há muitos penapolenses, como o Walter Valente, o Peninha, Paulo Sergio Castilho Mouçacah e outros.
Aqui em Brasilia o nosso querido Celso Lacava, infelismente morreu há allguns anos. O Rui Palhares esta em São Paulo, mas deve vir para Brasilia ver se arranja trabalho no governo aqui.
Ligue quando quiser e se vier a posse da companheira Dilma na Presidencia, faça de minha casa seu abrigo e morada.
Um baita abraço e lute para manter o córrego Maria Chica, de tantas lembranças.
Luiz Aparecido

AGORA AS MENSAGENS ENTRE SANDER SABINO(IRMÃO DE Suzete)e eu:
Companheiro Sr. Luiz,

Recebi o E mail de minha querida irmã Suzete, eu não poderia de expressar também meu depoimento ao assunto do Sr. Amaral. Em primeiro instante queria falar sobre todos os nomes dos seus colegas citados no seu E mail, p/minha irmã, conheci pessoalmente dos seus amigos, apesar de ser um pouco mais novo que eles vou citar dois nomes relacionados. Walter Pini, eu me lembro de sua luta contra a famosa ditadura, nunca me esqueço o Pini que saiu estampado na primeira folha do Jornal Estadão, no ano 1968 ou 1969, lembra caro Luiz. Celso Lacava (in memoria) este estive mais contato pessoal porque, estudou desde o primário até o antigo científico com querida irmã Suzete, 02 anos + velha, que também admirava do Celso sua luta contra a ditadura.

Luiz vou ter a liberdade de chamar de vc.,ou relatar um pouco da historia da familia Sabino que meu orgulho muito pertence-la por vários motivos, carater humildade e dignidade. Meus queridos avos paternos vieram de navio nos anos 1870 do Libano, foram p/ Ribeirão Preto e depois, Bauru e depois para a querida Penápolis no final de 1915. Meu avos e seus 9 filhos, seu primeiro emprego foi proprietário do botequim assim chamado na aquela época na antiga estação ferroviária que voce conheceu. Mais tarde comprou um terreno em frente da igreja matriz em 1928, e fez a Alfaitaria que meu pai e seus irmãos trabalharam muito com sacrifício para construir o prédio principal que até hoje pertence a nossa família Sabino no ramo de comercio.
Luiz, meu querido pai Nagib e seus irmãos formaram a famoso “Jazz Sabino” em 1935 ate 1951 que seu querido pai conheceu, o “Jazz” apresentou na noroeste inteira e 1946 os que pertenciam ao “Jazz” foram tocar na Radio Nacional do Rio de Janeiro em dois programas ao vivo em auditório e aplaudido de pé de todo público la presente A hora do Pato e Papel Carbono levando o nossa querida Penapolis ser conhecida em todo território brasileiro, e conseguindo conquistar nos programas em 1º lugar, o premio era quantia em dinheiro que foram doados a associação dos pracinhas que participaram da Segunda Guerra Mundial.
Luiz meu pai entrou na politica na decada de anos 50, ganhando por duas vezes para vereador e em 1958 ganhou como prefeito, voce, conhece quando o adversários perdem prinpalmente para um alfaiate que assim era conhecido. A familia Sabino e nos filhos fomos perseguidos em escolas, ginasio de esportes clubes etc..., como a minha irmã relatou para voce. em 1972 meu estimado pai ganhou pela segunda vez dos mesmos politicos adversarios, ele queria provar para familia e povo penapolense a sua inocência e com com 65 anos de idade; Luiz meu pai antes de falecer procurou quase todos seus adversarios politicos p/ fazer amizade e sem recentimentos qualquer, meu querido pai falou com todos seus filhos e irmãos p/ perdoar todos seus adversarios politicos.
Companheiro Luiz, vou me aposentar até final do ano e atuamente trabalho na Fundação Ibge, sou casado querida Ester e tenho duas filhas maravilhosas a Pollyane e formada fisioterapia na UEL e pos grauada no Incor em cardiorespiratoria e Kallyna se forma em Jornalismo na Metodista de SP., esta estagiando desde Jan. no SBT. Luiz desculpa do meu E mail longo, estou a inteira disposição qdo vier p/ nossa querida Penapolis.
OBS: Luiz apesar do meu pai ser tanto caluniado (de roubar pedras) aposentou apenas c/hum salário minimo.
Saudação Fraternal.

Luiz Aparecido Silva
Querido Sander!!! Se voce permitir, vou postar esta correspondencia no meu Blog.
Sandersabino para mim
Amigo Luiz, tenha minha total autorização p/ plublicar em seu blog. Qdo a dina, fui colega dela na campanha de vereador de 1992, sou amigo também do João Miguel. Luiz o meu Fone (18) 3652 1380, estou ao seu dispor e também trocar figurinhas. abraços


Em 22 de novembro de 2010 , Luiz Aparecido Silva escreveu:
Querido Sander!!!
Que bom que voce tem um blog tambem e poderemos trocar tabelinhas. Se voce viu o meu, lá atrás tem coisas de PENAPOLIS E COISAS MINHAS, COMO MINHA DOENÇA, ETC. NÃO FALO SÓ DE POLITICA, APESAR DESTA SER O MEU FORTE. meu endereço é www.luizap.blogspot.com visite-o. Até esta semana estava descansando da campanha, como podera ver, mas a partir de hoje,amanhã, vou atualizá-lo e se me permitirem, com as "Reminiscencias penapolenses".

Seu pai foi um grande homem, pode ter orgulho dele sem nenhum problema . Ele fez muito pela cidade, mas naquela época como hoje,as calunias e malediscencias permeam campanhas e vidas politicas. Faz parte da coisa.

Tenho muito ogulho de ser um penapolense que escolheu ser, pois nasci em Araçatuba e meu pai mudou-se para Penapolis quando eu tinha uns 9 anos e foi alí que me formei como homem e até comunista. Depois fui para Sampa e trabalhar,porque meu pai era humilde, ganhava de aposentadoria pouco e não pode me dar a mordomia de pagar escola e estadia em São Paulo.
Fui primeiro fazer pesquisa de mercado para viver, depois me deram uma oportunidade no jornal "Ultima Hora", do saudoso Samuel Wayner, depois fui para os Diarios Associados, Estadão, Revista Manchete e outros veiculos. Tudo isto ao meio de minha militancia politica que começou aos 14 anos ai em Penapolis, no gremio do ginasio. Fui preso tres vez e na cadeia os piores momentos de barbarie da Ditadura, mas continuei firme. Depois entrei na APML que estava se fundindo com o PCdoB, partido do qual faço parte até hoje. Ai em Penapolis ele deve ser dirigido pela Dina, que é professora da Funepe e foi casada com o João Miguel.
Enfim, sou eu que estou falando muito aqui. Já disse a tua irmã e repito, considero Penapolis a "capital secreta do Mundo" e com isto ganhei uma briga amistosa com o pessoal de Cachoeiro de Itapemirim, que a acham a capital secreta do mundo porque lá nasceu Roberto Carlos, o escritor Rubens Braga e outras figuretas. Mas são curtições suaveis. Eu sou mais Penapolis, pois digo sempre para raiva dos Linenses, araçatubenses, pessoal de Bauru e Birigui e outras cidades vizinhas, como São José do Rio Preto, que a "região metropolitana de PENAPOLIS, VAI DE CAMPINAS ATÉ TRES LAGOAS,EM MATO GROSSO”.

Mas tambem digo e repito. Minha casa em Brasilia, considere seu abrigo e morada quando quiser vir aqui. A posse da companheira Dilma é uma boa desculpa. Voces vão adorar a cidade, que tem vários penapolenses atuando aqui e em pontos chaves do governo e da Universidade, a UNB. Um baita abraço e Viva Penapolis, a capital secreta do Mundo.
Luiz Aparecido
PS. desculpe se há alguns erros de ortografia e digitação. mas ainda tenho um séria sequela de minha doença que continua me prejudicando as mãos e as pernas. O mais funciona tudo bem,ainda bem e graças aos avanços das ciencias medicas e biológicas.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Uma dica do amigo Assis Soares.UMA PAUSA PARA OS PETISTAS E PEEMEDEBISTAS PENSAREM!!


"A arte de ouvir é, também, a ciência de ajudar"
(Joanna de Ângelis)


TEMPO DE AMOLAR O MACHADO!

Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e experiente lenhador da região onde morava, cortava e empilhava madeiras das árvores que cortava.

O jovem o admirava, e o seu desejo permanente era de, um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, que aquele homem, no ofício de cortar madeira.

Certo dia, o rapaz resolveu procurar o velho lenhador, no propósito de aprender com quem mais sabia.

Enfim ele poderia tornar-se o melhor lenhador que aquela cidade já tinha ouvido falar.

Passados apenas alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que já sabia tudo, e que aquele senhor não era tão bom assim quanto falavam.

Impetuoso, afrontou o velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho, quem cortaria mais árvores.

O experiente lenhador aceitou, sabendo que seria uma oportunidade para dar uma lição ao jovem arrogante.

Lá se foram os dois decidir quem seria o melhor.

De um lado, o jovem, forte, robusto e incansável, mantinha-se firme, cortando as suas árvores sem parar.

Do outro, o velho lenhador, desenvolvendo o seu trabalho, silencioso, tranqüilo, também firme e sem demonstrar nenhum cansaço.

Num dado momento, o jovem olhou para trás a fim de ver como estava o velho lenhador, e qual não foi a sua surpresa, ao vê-lo sentado.

O jovem sorriu e pensou: Além de velho e cansado, está ficando tolo. Por acaso não sabe ele que estamos numa disputa?

Assim, ele prosseguiu cortando lenha sem parar, sem descansar um minuto.

Ao final do tempo estabelecido, encontraram-se os dois, e os representantes da comissão julgadora foram efetuar a contagem e medição.

Para a admiração de todos, foi constatado que o velho havia cortado quase duas vezes mais árvores que o jovem desafiante.

Este, espantado e irritado, ao mesmo tempo, indagou-lhe qual o segredo para cortar tantas árvores, se, uma ou duas vezes que parara para olhar, o vira sentado e tranqüilo.

Ele, ao contrário, não havia parado ou descansado nenhuma vez.

O velho, sabiamente, lhe respondeu:

Todas as vezes que você me via assentado, eu não estava simplesmente parado, descansando. Eu estava amolando o meu machado!

* * *

Reflitamos sobre o ensino trazido pelo conto.

Obviamente, com um machado mais afiado, o poder de corte do velho lenhador era muito superior ao do jovem.

Este, embora mais vigoroso na força, certamente não percebeu que, com o tempo, seu machado perdia o fio, e com isso perdia a eficácia.

Quando chegamos em determinadas épocas de nossas vidas, como o fim de mais um ano de trabalho, de esforço, de empreendimento, esta lição pode ser muito bem aplicada.

É tempo de amolar o machado!

Embora achemos que não possamos parar, que tempo é dinheiro, que vamos ficar para trás, perceberemos, na prática, que se não pararmos para amolar o machado, de tempos em tempos, não conseguiremos êxito.

Amolar o machado não é apenas descansar o corpo, é também refletir, avaliar, limpar a mente e reorganizar o nosso íntimo.

Amolar o machado é raciocinar, usar da inteligência para descobrir se estamos usando nossas forças da melhor forma possível.

Assim, guardemos algum tempo para essas práticas realmente necessárias, e veremos, mais tarde, que nosso machado poderá cortar as árvores com muito mais eficiência.







Redação do Momento Espírita com base em conto da obra S.O.S. Dinâmica de grupo, de Albigenor e Rose Militão. ed. Qualitymark.

segunda-feira, novembro 01, 2010

Faço minhas as palavras do Almada: O inimigo não está morto!!!


Almada: que a vitória não nos faça esquecer que o inimigo é forte


Bem que o Brasil do atraso tentou, o Brasil da calúnia, da infâmia, da subserviência, o Brasil que perdeu a noção da História e da realidade em que vive e da realidade que o cerca.

Por Izaías Almada, no blog Escrevinhador

Não adiantou o cidadão e candidato José Serra e a oposição que representa construírem uma estratégia eleitoral torpe, baseada no ódio, na intolerância e no preconceito, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou que parte de sua acertada estratégia política está cumprida ao eleger sua candidata e sucessora.

Vitória da perspicácia, da sensibilidade no trato das coisas políticas, da coragem pessoal em confrontar, à sua maneira, a oligarquia que deixou o governo em 2002. E o fez com paciência e tentativas de diálogo e – sobretudo – com o conhecimento do seu povo.

É preciso reconhecer: haja sociologia para explicar 83% de aprovação popular a um governo no Brasil. Já disse alguém que a política é a arte do possível. Para muitos, infelizmente, ainda é difícil entender isso. À direita e à esquerda.

Ontem, 31 de outubro de 2010, venceu o Brasil que quer continuar mudando, que busca alternativas para se tornar um país mais soberano e menos injusto. Venceu o povo brasileiro mais sofrido e humilde. Venceu novamente a esperança. Ou, para os menos otimistas, a possibilidade de se continuar tendo esperança. E ouso dizer também que, mais do que o Brasil, venceu a nova América Latina de Chávez, Morales, Correa, Lugo, Cristina e Nestor, Castro, Funes, Mujica e Ortega.

Os miasmas da intolerância e de um fascismo travestido de faniquitos democráticos não muito bem explicados em manifestos e editoriais jornalísticos, em telejornais e revistas de final de semana, em violência e profanação religiosa, em tentativa de manipulação da opinião do eleitor, nos últimos três meses, ou se quisermos, nos últimos oito anos, não foram suficientes para desviar milhões de eleitores brasileiros da rota de um desejo sincero de ver o Brasil mais justo, mais independente e de olhos postos no futuro e não no passado.

Retomando a História interrompida com a morte de Getúlio Vargas e traumatizada pelo golpe civil/militar de 1964, que derrubou um governo eleito democraticamente, a vitória de Dilma Roussef faz uma ponte com nosso passado ainda recente e relança as bases de um protagonismo popular para o futuro, fazendo o país voltar ao leito democrático de onde foi retirado pela força de tanques e baionetas apoiados pelo Departamento de Estado norte americano, esse mesmo Estado que continua a insistir com sua política de desestabilizar governos eleitos democraticamente, como a Venezuela de Chávez, a Bolívia de Evo Morales, a Honduras de Manuel Zelaya ou o Equador de Rafael Correa. E que, com certeza, não dará tréguas ao governo de Dilma Roussef. É bom que não nos esqueçamos disto no calor e na alegria da vitória.

No vácuo da repressão policial/militar da ditadura, com a sua falta de garantias democráticas plenas, instalou-se também no Brasil, em anos mais recentes, a ditadura do poder econômico, impondo-se entre nós o pensamento e a prática hegemônica neoliberal, assumida por uma social democracia encantada com a possibilidade de chegar ao poder político, como de fato chegou, com a chamada redemocratização do país na metade dos anos oitenta.

E com o sonho de lá permanecer por pelo menos 20 anos, no dizer de alguns de seus caciques, começando com a imoral compra de votos para a reeleição do seu até então maior ideólogo, Fernando Henrique Cardoso, o presidente das privatarias e traidor do povo brasileiro. Essa prática política encantou àqueles que olharam o país e a História com o binóculo posto ao contrário.

Nesses últimos 50 anos de História, tanto uma, a ditadura, quanto o outro, o poder econômico imposto pelo Consenso de Washington, tiveram a seu lado aquele que pode ser considerado o mais forte aliado do mundo contemporâneo: a força do quarto poder, a mídia. Jornais, rádios, televisões, revistas, em grande parte subsidiados ideologicamente por pensadores e acadêmicos de dentro e de fora do país, fizeram de seus editoriais e matérias jornalísticas a apologia diária do paraíso para o capital transnacional, com seus deslumbrados e submissos defensores internos, ao mesmo tempo em que combatiam e dilapidavam as garantias e a defesa dos direitos dos trabalhadores através do arrocho salarial, da terceirização de serviços, do aumento do desemprego, do desestímulo às reivindicações de inúmeras categorias profissionais, da privatização de empresas nacionais estratégicas, agindo contra os interesses nacionais, da criminalização dos movimentos sociais, mantendo intacto – de certa maneira – o arcabouço repressivo ditatorial com um inquestionável conservadorismo na sua prática política.

Tudo isso sustentado por uma democracia e uma Constituição, aquela que melhor se pôde arranjar em 1988, a tal Constituição Cidadã, um imenso tratado com quase quinhentos artigos, tamanho o número de interesses a serem contemplados e acomodados, e que ainda assim, na prática, vem sendo solapada e substituída no dia a dia por um mecanismo anacrônico denominado Medida Provisória, que sempre poderá agradar ou desagradar a gregos e troianos, conforme os interesses de momento e o grupo que estiver no poder político.

Em verdade, passamos a viver a partir da segunda metade dos anos 80 um arremedo de democracia. Dá para o gasto, é claro, pois sempre podemos encher a boca e dizer que vivemos num país democrático, e sob vários aspectos isso é verdade, muito embora os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com as honrosas exceções de sempre, se deixaram ou ainda se deixam escorregar tentadoramente por caminhos tortuosos, para dizer o menos, quando fica bastante evidente a verdadeira luta de classes no país.

A recente campanha eleitoral deixou à mostra como muitos brasileiros entendem a democracia: um regime de privilégios que é preciso manter a ferro e fogo, sempre e quando para isso se use tais “privilégios” para arrasar o adversário, assassinar sua reputação, atribuindo-lhe as piores qualidades morais e profissionais. São os democratas de fins de semana, dos almoços dominicais com a família. Hipocrisia que a campanha do candidato José Serra mostrou à perfeição.

Nesse quadro político e institucional, os homens que queriam governar “por 20 anos” descuidaram-se e o sentimento de mudanças que permeava partidos de esquerda e movimentos sociais desde o período ditatorial, soube se movimentar, mesmo com suas divergências, contradições e até defecções, criando condições para que o país buscasse alternativas para o sufoco neoliberal.

Incrédulos com a vitória do metalúrgico semi-analfabeto em 2002, os serviçais e bajuladores da “Casa Grande”, fiéis leitores da cartilha econômica do neoliberalismo, apostaram suas fichas no fracasso e na incompetência do operário, sem jamais esconder o seu preconceito de classe e seu espírito impatriótico. À medida que o tempo avançou e o fracasso esperado do governo Lula não vinha, os órgãos de comunicação social foram mais uma vez acionados com bastante virulência no ano de 2005, pois nova derrota eleitoral seria o início do desastre.

De nada adiantou a campanha moralista naquela altura, curiosamente liderada por alguns dos políticos mais imorais e corruptos do país, alguns deles felizmente defenestrados nas recentes eleições, ou as CPIs policialescas instaladas nas duas casas do Congresso Nacional, onde a pregação intolerante contra o Partido dos Trabalhadores e a esquerda de um modo geral chegou a ser defendida com o chamamento à eliminação “dessa gente” da política brasileira.

Bravatas, arrogância e intolerância substituíam os discursos políticos daquilo que se poderia esperar de uma oposição minimamente civilizada, se é que se pode chamar de civilizados um grande número de dilapidadores do patrimônio nacional em beneficio próprio.

Acuado, o governo soube esperar a hora do contra ataque. E o fez no seu segundo mandato, aprofundando as suas políticas sociais e de infraestrutura econômica. Lula se reelegeu em 2006 e chega a 2010, no final do seu governo, com um índice de popularidade “nunca visto antes na história desse país”. E mais: sai o operário e entra uma mulher. Impensável no Brasil de dez anos atrás.

O desafio que tem pela frente a presidente Dilma Roussef é enorme, a começar pela guerra diária que lhe imporá a vetusta oligarquia brasileira e sua velha mídia incompetente, desonesta e oportunista.

Mas, guerra é guerra e o povo, atento e organizado, sempre que chamado, irá se manifestar através de sindicatos, dos movimentos sociais, das entidades estudantis e dos partidos políticos comprometidos com a soberania do país e das suas conquistas sociais, fazendo avançar essas conquistas. E também através de uma nova mídia que se forma pela internet ou – o que espera o país – ver alguns jornais, revistas e televisões tendo que se ajustar a um novo marco regulatório para a comunicação social, tornando-a verdadeiramente democrática.

De hoje em diante toda atenção é pouca, porque o conservadorismo, agora efetivamente de mãos dadas com o emergente fascismo tupiniquim não irá descansar. E essa é uma união mais do que perigosa. Alguém já disse que para onde pender o Brasil, deverá pender a América Latina. Não deixemos que a vitória nos faça esquecer que o inimigo é forte e continuará sua insidiosa luta no dia a dia das calúnias, das mentiras, dos factóides, tentando minar a confiança do povo no seu novo governo.

Felicidades, presidente Dilma Roussef! Seja bem-vinda.

* Izaías Almada é escritor e dramaturgo. Escreveu, entre outros, o livro Teatro de Arena – Uma Estética de Resistência (Boitempo) e Venezuela – Povo e Forças Armadas (Caros Amigos)