segunda-feira, janeiro 31, 2011

Polyana e as crianças na Praia!!!






POLYANA E A CRIANÇADA NA PRAIA!!


Enquanto eu estava curtindo a pousada do "Alemão",Antonio Eduardo Molina Mandell em Taperai, no meio da Mata Atlantica, no Vale do Ribeira em São Paulo e fazia uma viagem no tempo e na hisória da minha vida por Penápolis, minha querida familia,Polyana a companheira de todas as horas, minha filhinha Elza Maria e o filho Paulo Roberto, curtiam uma praia no Espirito Santo.

Ficaram duas semanas entre Fundão e Praia Grande no litoral capixaba. Voltaram bronzeados a Brasilia. Vejam as fotos deles acima.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Fotos da viagem a Penapolis!!!





1- Antonio Eduardo Molina Mandell, o "Alemão"!

2-O Colégio onde estudamos!!

3-Eu, a irmã do "Alemão", a Vera e o inefavel "Tunico"

4- Eu e o Zé Mauricio de novo e o "Tunico".

Quem não aparece nas fotos, fora a nossa musa de VIAGEM E FOTÓGRAFA MARA, É PORQUE NÃO APARECERAM MESMO!

Diário de Bordo.Viagem a Penapolis e a memória.


Eu, Zé Mauricio e o "Tunico"

Dina foi nossa líder e cicerone!


Penápolis fica cerca e 500 quilometros de São Paulo. Já a “Grande Penápolis, região metropolitana, vai de Campinas até Tres Lagoas, em Mato Grosso do Sul”. De Tapirai, perto de Sorocaba onde estou hospedado na casa/pousada do Antonio Eduardo Molina Mandel, o “Alemão”, até lá, é quase a mesma distancia e 11 pedágios que cobram de R$8.65 a R$ 3.50. Um verdadeiro assalto.

Por isto sugeri uma campanha de desobediência civil ao povo paulista. Não pagar mais pedágio, ou então dar apenas uma moeda de um real em cada posto, que já daria muito bem para a manutenção das rodovias.

Cinema e arte

A distancia e os pedágios valeram a pena. Penápolis continua linda, punjante, comercio, lavoura , agroindústrias, industrias animados, muito bem arborizada e cuidada. E a cultura também. O Antigo cinema de minha infância e juventude, depois de ter virado igreja evangélica nas décadas de 70 e 80 do século passado, virou cinema de novo. Coisa inédita neste interiorzão de São Paulo e do Brasil.

O Museu esta sendo restaurado, assim como o Teatro que minha geração criou e outros espaços que a Dina Waldman, também presidente municipal do glorioso PCdoB na cidade esta ajudando a reanimar. A Funepe, Faculdade de Letras e Filosofia criada na minha época, continua funcionando, meio perrengue, mas produzindo saber.

A viagem foi por tudo uma mini aventura. Saimos de Taperai eu e o Alemão, sua companheira/ sabia mulher Mara, seu filho, o sapeca falador Antonio, o “Tunico” e a irmã dele, a Vera Molina. Saimos por volta das 9 horas da manhã de Taperai e chegamos a Penápolis, por volta das 15 horas. Xingamos muito pelo caminho os pedágios, mas ao chegar nos deparamos com uma cidade viva, até mais animada que nos nossos tempos de juventude.

Os encontros

Tinhamos combinado com a Dina( que deixou os netos em casa)encontrarmos os amigos de nossa juventude que, ou ficaram na cidade estes anos todos (40 anos),ou voltaram depois de se aventurarem ou irem estudar em São Paulo e Brasilia, os dois destinos dos que terminaram os estudos secundários na cidade. A Dina estava firme nos esperando e avisado o Joel Pereira Gomes e o Jackson Leal, agora dois senhores advogados na cidade, o emérito professor Fulanette e o José Mauricio Soliani, de nossa chegada.

Fui, como não poderia deixar de ir, ver meu amigo de infância e eterno barbeiro Arquimedes e dona Amélia Lacava, viúva de seu Manoel, que nos tempos duros da Ditadura deram a mim e a outros, abrigo e refugio e sua filha Cilô, que morando e dando aula em São Paulo, estava a cidade. Fiquei emocionado ao ver dona Amélia, aquela que foi professora de várias gerações, acabado de completar 90 Anos e com a saúde frágil, mais ainda singela e gentil.

Agradavel surpresa

Nosso encontro marcado para aquela noite de 17 de janeiro foi um bar de nome esquisito, mas muito frequentado em frente a Faculdade. Zé Mauricio Soliani chegou na hora acertada e a Dina Tambem. Joel, Jackson e o professor Fulanette, deram desculpas esfarrapas e não apareceram, prometendo ir no dia seguinte. Não sabem o que perderam!

Não encontrei a Suzette e o Sander Sabino, porque infelizmente não estavam na cidade naquela semana. Mas na próxima ida iremos ve-los, com certeza. A nossa querida Ana Maria, de tantas histórias e gentilezas, também estava fora de Penapolis neste período.

O Zé Mauricio eu lembrava que era irmão do Enio Soliani, meu colega de turna e era mais novo e gostava de violão e tocava bem. Me surpreendi com seu carinho conosco e suas lembranças mais vivas que as minhas. Ele tinha sido o ator principal de uma peça que escrevi na época chamada “Sebastião, o Covarde”. Ele se lembrava até de trechos da peça e da musica paródia que fizemos na época para o “Proibido Proibir”, de Caetano Velloso.

Resultado é que reatamos o amor/amigo de outrora e combinamos a partir de agora fazer musica juntos. Uma paixão que nos unia, além das belas garotas penapolenses que hoje são na maioria sombrias senhoras. E vamos mesmo fazer boas musicas!!!
Terminamos a primeira noite em Penapolis, eu ensinando ao garçon do bar, a diferença entre o “brandy” e o conhaque”. Como sempre!!

Lembranças e lamentos

O segundo dia na cidade gastamos andando por lugares que nos lembravam o tempo longiquo. O colégio onde estudamos(tem foto), o inefável córrego “Maria Chica”,hoje canalizado e onde há mais de 40 anos atrás tomávamos banhos nus e escondido de nossas famílias. Até a Pepita Rodrigues, depois famosa atriz de teatro e Televisão, que foi criada em Penapolis, participava ainda menininha destes banhos coletivos no Maria Chica.

À noite voltamos ao bar de nome esquisito em frente a faculdade, para ver se os velhos amigos tinham aparecido. Mas só estava a Dina, sempre bela, afável e presente, a Cilô e de novo o Zé Mauricio, agora com sua linda esposa e duas meninas que adotaram como filhas. Foi uma noite de novas recordações e de estranheza pelo Joel, Jackson e Fulanette não terem ido de novo, apesar de novamente convidados pelo Zé Mauricio. Trocas de amor eterno entre nós, reafirmação do compromisso meu e do Zé de fazermos musicas juntos e uma despedida de até breve.

No dia seguinte, pegamos a rodovia Marechal Rondon, seus impagáveis pedágios e voltamos a Taperai.

Até breve Penápolis. Voltaremos logo para um show do TomZé(que esteve duas vezes na cidade e adorou!) e uma cancha minha e do Zé Mauricio com as musicas que com certeza iremos compor!!!!!!!

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Para a presidente Dilma e o povo brasileiro refletir!!! Deu no Vermelho!



Geração que pegou em armas contra ditadura sobe a rampa com Dilma

“Ousar lutar, ousar vencer.” O lema da Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares) era discretamente mencionado por alguns convidados na posse da presidente Dilma Rousseff. A citação vinha de 14 ex-integrantes da organização de esquerda que aderiu à luta armada na ditadura e que teve Dilma como uma de suas lideranças.

Por Ana Paula Grabois, no Valor Econômico

Os 14, a maioria de Minas Gerais, foram convidados especialmente pela presidente para a cerimônia de posse no Palácio do Planalto e para o coquetel no Itamaraty, junto com as colegas de cela do presídio Tiradentes — onde Dilma ficou presa por quase três anos, em São Paulo, no início dos anos 70, depois de ser torturada.

“Quando nos encontramos, choramos. Uma emoção foi ver a Dilma, nossa companheira, tomando posse. Outra foi o nosso encontro, a nossa história estava muito misturada naquela posse. Fui reconhecendo os antigos companheiros. Nós tínhamos chegado lá. A Dilma não existiria como presidente sem o [ex-presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva] e o Lula não seria presidente sem essa luta que também foi parte da história da Dilma”, diz a colega de VAR-Palmares Linda Goulart, assessora desde 2004 do ministro da Educação, Fernando Haddad.

“Dilma reafirma seu compromisso com a sua história, isso eu achei muito forte no discurso do dia 1º. Ela não nega, pelo contrário. Está em outra etapa da vida — e nós todos estamos”, avalia Linda, uma das poucas militantes da VAR-Palmares que não foram presas, nem torturadas. A organização, entre outras ações, executou o famoso roubo ao cofre do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros, em uma mansão no bairro de Santa Teresa, no Rio, em 1969.

Linda conheceu a presidente em 1965 em Belo Horizonte. Dilma já ingressava na Política Operária (Polop), onde era obrigatório passar pelo curso de marxismo. Da época, lembra da presidente como uma pessoa “brilhante”, que ganhava uma discussão pela argumentação, como no congresso do Comando de Libertação Nacional (Colina), em 1968, quando Dilma tinha 20 anos e já tinha o respeito de lideranças mais experientes.

Vitória não só do grupo

O cineasta mineiro Helvécio Ratton militou na luta armada com a presidente. Do encontro na posse, diz que foi tudo muito rápido, em uma sala reservada para a família de Dilma no prédio do Itamaraty. Lá, encontraram a mãe da presidente, Dilma Jane, e a tia, Arilda.

Dias antes, Ratton ouviu do ex-presidente Lula que a vitória de Dilma era a chegada ao poder de uma pessoa de esquerda daquela geração. “Quando ele falou isso, pensei que a Dilma encarna não só esse grupo — mas toda uma geração que teve essa ousadia de lutar naquele momento”, diz. Ratton conheceu Dilma na Faculdade de Economia da UFMG, em Belo Horizonte. Logo depois, estavam juntos da militância política.

Preso no movimento estudantil, foi condenado no mesmo processo que condenou praticamente toda a organização. Clandestino, exilou-se no Chile, onde passou a trabalhar profissionalmente com cinema. Voltou ao Brasil antes da anistia e foi preso. Depois, retomou a vida.

No dia da vitória de Dilma, mandou um e-mail à amiga com o título “Ousar vencer”. “Ela estava vencendo a Presidência, não tomando o poder daquela forma que a esquerda armada pensava, mas chegava como um representante daquela geração”, avalia Ratton, para quem Lula não tinha “visão de esquerda”.

“O Lula é um sindicalista que lutava por melhoria de salário”. Conta que Lula brincava muito com Dilma e com o atual ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, dizendo não ter vivido “essas coisas aí”. “Vocês é que são doidos, eu não”, dizia Lula, segundo o relato de Ratton.

Continuidade

O grupo que estava na posse era formado por pessoas com trajetória semelhante à de Dilma na militância. Começaram na Polop, seguiram para o Colina e, depois, para a VAR-Palmares, uma fusão do Colina com a VPR, a organização armada mais militarizada na época, integrada por militares que se opunham à a ditadura, como Carlos Lamarca.

Alguns integrantes da VAR se veem esporadicamente. Há casos, poucos, de gente que não se via há 40 anos e se reencontrou na posse. “Parece que você retoma o papo de antes, não sei se é pelo mesmo clima de identificação, talvez por termos vivido coisas muito fortes, que marcaram. Um preso, outro torturado, outro exilado, mas todo mundo sabia um do outro”, diz Ratton.

Ao cumprimentar a presidente no Itamaraty, Jorge Durão, o carioca no grupo dos mineiros, falou baixinho no ouvido de Dilma “ousar lutar, ousar vencer”. “Ela repetiu o lema, meu nome completo e falou assim: o que você tem que não tinha da última vez que eu vi? Respondi: cabelos brancos. E foi só isso”, conta.

Durão, hoje diretor da ONG Fase, no Rio, vê o convite de Dilma aos antigos companheiros como a maneira de afirmar uma continuidade de sua trajetória política. “Ela quis mostrar que lutando contra a ditadura numa organização que aderiu à luta armada, ou fazendo parte de um governo democrático, de composição, alguns valores e objetivos são os mesmos, como a luta contra a desigualdade”, diz Durão.

Um dos momentos mais emocionantes para os ex-guerrilheiros foi quando os militares bateram continência para a presidente. “Sou contido, mas tinha momentos na posse em que era impossível não se emocionar. Fiquei muito emocionado quando a Dilma chegou ao Planalto e tinha duas fileiras de soldados ou oficiais da Aeronáutica prestando continência”, relata Durão, preso e torturado na ditadura.

A cena foi marcante para todos os ex-gerrilheiros presentes, muitos deles torturados e que tiveram amigos mortos no regime militar. “Quando a gente viu a Dilma passando em revista da tropa, eles todos batendo continência para ela, alguém comentou: e pensar que ela já passou pelo corredor polonês”, conta Linda Goulart.

“Imaginei o significado daquilo para ela e também para os militares, porque um mês antes a turma que se formou na Agulhas Negras [academia de formação do Exército] escolheu Garrastazu Médici como patrono. De repente, uma de nós está lá e eles têm que fazer continência e ver a carruagem da história passar com a Dilma”, afirma Lenira Machado, companheira de cela de Dilma, convidada com outras 16 ex-presas do Tiradentes.

Socióloga aposentada, Lenira vive hoje em São Paulo. Para a posse, ela e mais um grupo de seis ex-presas que passaram pela mesma cela do Tiradentes se hospedaram na casa de uma amiga, em Brasília. “Era o nosso aparelho”, brinca.

Ética

Lenira conviveu com Dilma durante quase dois anos na “Torre das Donzelas”, como era chamado o presídio feminino que misturava presas políticas e presas comuns. Da época, lembra que fazia companhia à dupla formada por Dilma e pela colega Cida Costa na cozinha da prisão. “Eu não trabalhava na cozinha porque estava muito mal fisicamente depois das torturas. Ficava com elas implicando porque as duas cozinhavam muito mal.”

A rotina na prisão incluía trabalhos manuais, leitura, música e TV. Dilma ficou presa por quase três anos, entre 1970 e 1972. “Chegar no Tiradentes era se livrar do cheiro da dor da tortura”, diz Lenira. Todas as companheiras da cela, no térreo da torre do presídio, eram de organizações políticas e já haviam passado por torturas. Algumas delas, como Dilma, iam e voltavam ao presídio por diversas vezes. “Tinha a grande vantagem de saber que você não ia ser torturada, era um alívio. E tinha as companheiras nos recebendo”, lembra.

Dos amigos de militância política da presidente ouvidos pelo Valor, incluindo dois que pediram para não ser identificados, todos a veem como alguém racional, que planeja e é rígida com seus princípios. Nas relações pessoais, é dona de um bom humor que pouco aparece em sua vida pública e gosta de dar apelidos às pessoas mais próximas.

A maioria aposta que a ex-colega de luta armada pode fazer um governo melhor que o de Lula, diante de sua inflexibilidade em relação a princípios éticos. “A Dilma é uma pessoa extremamente ética — quem sabe pode melhorar a política brasileira”, diz Ratton. “No geral, as pessoas dessa geração com essa trajetória não estão envolvidas em escândalos. É outro estofo — e a Dilma é desse estofo. Tenho a maior admiração pelo Lula, mas tem chance de ser um governo melhor do ponto de vista do que ela pode fazer”, afirma Linda.

Jorge Durão é otimista com o compromisso de erradicar a pobreza, tratado como prioridade pela nova presidente. Vê, no entanto, problemas na economia, seja pelo câmbio valorizado ou pelo risco de desindustrialização de alguns setores. “A Dilma não herdou a mesma conjuntura internacional do Lula”, diz.

Da Redação, com informações do Valor Econômico

domingo, janeiro 23, 2011

Cuidado com o Google e como usa a Internet: somos todos vigiados!!


Este é o "prigoso" hacker Jacob!!

Jacob Appelbaum, o hacker norte-americano por trás do WikiLeaks, luta contra regimes opressores no mundo inteiro. Agora, está fugindo do governo de seu próprio país . ...

"É inacreditável quanto poder uma pessoa tem se recebe acesso irrestrito aos bancos de dados do Google", afirma Applebaum. Como rapidamente observa, os regimes opressores estrangeiros são apenas parte do problema. Nos últimos anos, o governo dos EUA está silenciosamente acumulando bibliotecas de dados sobre os próprios cidadãos.

A polícia pode intimar seu provedor de internet a dar seu nome, endereço e registros telefônicos. Com um mandado de Justiça, pode solicitar o endereço de e-mail de qualquer pessoa com quem você se comunique e os websites que visita. Seu provedor de telefonia móvel pode rastrear sua localização o tempo todo.

"Não é só o Estado", diz Appelbaum. "Se quisesse, o Google poderia acabar com qualquer país. O Google tem sujeira suficiente para destruir qualquer casamento nos Estados Unidos."

A PARTIR DE AMANHÃ COMEÇO A CONTAR VIAGEM A PENÁPOLIS. MAS VOU ADIANTAR UMA NOVIDADE.O CINEMA DE LÁ VOLTOU A FUNCIONAR. SÓ PENAPOLIS MESMO!!!!!

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Dynéas, nosso querido camarada esta melhorando!!!! E vai ficar bom logo!!



O nosso querido camarada, que em breve completa 60 anos de militância ininterrupta no Partido Comunista do Brasil - PCdoB, Dynéas Aguiar ,(foto acima) foi acometido de grave doença e esta internado no Hospital Galileo, em Valinhos/SP.

Passou por graves momentos, perdeu a vóz e foi para a UTI. Mas finalmente hoje, dia 22 de janeiro, temos boas notícias, que nos foi transmitida pelo seu filho Dilair: “depois de uma nova bateria de testes realizada ontem, dia 21, os médicos concluiram que meu pai sofre de miastenia gravis, que pode ser curada através do uso de medicamentos. Estivemos com meu pai na UTI e a aparência dele mudou: está conseguindo falar direito, respirar e, principalmente, está animado com o prognóstico feito pelo dr. Marcondes, da Unicamp”.

Segundo Dylair, “os dois médicos que o tratam (um é o Marcondes, o outro o dr. Enrico), já haviam saído quando chegamos, mas o intensivista nos explicou que meu pai estava reagindo bem (o que, aliás, era visível), e indicou que é remota a possibilidade de que se trate de outra doença. O tratamento será feito com dois medicamentos, Mestinon e predinizona. Por enquanto, as perspectivas são muito boas”.

Comunistas, revolucionários, democratas e pessoas de Bem de todo o Brasil e até de vários Países, por onde Dynéas andou refugiado e fazendo politica nos tempos da Ditadura, formam uma corrente de pensamento positivo-me torcem para sua rápida recuperação e sua volta à trincheira de lutas onde batalha atualmente, no Instituuto Mauricio Grabóis.

domingo, janeiro 16, 2011

Penápolis. aqui vamos nós!!!!!



Amanhã, ou hoje, dia 17 de janeiro, será uma data história para Penápolis. Eu, Luiz Aparecido e o Alemão(Eduardo Mandel), sua companheira Mara, seu filho Tonico e sua irmã, Vera Molina estaremos aportando na cidade. Eu há 20 anos não piso naquele solo sagrado banhado pelo córrego da Maria Chica. O Alemão e a Mara e Vera há muitos anos também.

Minha querida amiga Dina será nossa cicerone. Tentara achar o Joel Pereira Gomes, o professor Fulanette, a Ana Maria e quantos amigos de infância e juventude que ainda estiverem por lá para o encontro saudoso. Vamos falar muito de nossa juventude e dos velhos tempos alegres e tristes.

Na volta postarei aqui fotos e texto com as reminiscencias da viagem. Não será um diário de bordo, mas quase.
Penápolis, lá vamos nós!!

Aurélio Perez é quem diz:"o partido tem que estar no movimento de massas"


Aurélio entre Vanessa Grazziotin, Renato Rabelo e Daniel Almeida, quando foi homenageado pela bancada do PCdoB no Congresso.

Aurélio Peres: "Quantas pancadarias nós evitamos com o meu simples mandato?!"

Por Mariana Viel

A cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo, conhecida pela prisão de cerca de 900 estudantes durante o Congresso da UNE de 1968, foi escolhida pelo líder comunista Aurélio Peres para voltar às suas origens camponesas. Destacada liderança, Aurélio se tornou, em 1978, o primeiro deputado federal eleito pelo PCdoB durante o regime militar (1964-1985). Na época, o partido ainda atuava na clandestinidade e lançava seus candidatos pela legenda do MDB.


Aurélio Peres no ato pela legalidade do PCdoB no Pacaembu em 1985
Em entrevista ao Vermelho, esse militante histórico do PCdoB fala sobre sua luta social e as dificuldades de exercer um mandato em meio à repressão da ditadura. Aurélio Peres enfatizou o protagonismo dos movimentos sociais e a necessidade de os partidos revolucionários defenderem bandeiras sociais amplas.

Vermelho: Como foi o início de sua militância comunista?
Aurélio Peres: Eu era camponês e comecei na luta social em Santa Fé, interior de São Paulo. Foi uma experiência inédita porque, após o Julião [Francisco Julião, fundador das Ligas Camponesas], não havia nenhuma outra experiência ligada ao campo. Santa Fé foi uma retomada do movimento.
Nós éramos arrendatários de fazendeiros e tínhamos um contrato de dois anos para derrubar a mata, plantar e depois devolver a terra plantada de capim. Digo “nós”, mas na verdade eu não era arrendatário apenas me integrei à luta. O pessoal perdeu duas safras por problemas climáticos e eles iam ter que entregar a fazenda sem ter recebido nada pelo trabalho de desmatamento.
Eles tentaram negociar com o fazendeiro, mas este disse que não tinha acordo. Então, os camponeses se reuniram e tomaram a decisão de arrancar o capim. Foi a operação “Arranca Capim”. Começamos às 2 horas da madrugada de uma noite enluarada e quando foi às 6 horas da manhã já não tinha mais nenhum capim plantado.

Vermelho: Como você se integrou ao movimento?
AP: A cidade era pequena e eu era ligado à Igreja. Tínhamos um pároco aberto aos problemas sociais e que estimulava a participação. Depois, com o aparecimento do pessoal da AP (Ação Popular), a coisa facilitou porque eles já tinham conhecimento político e estratégico. Ficamos nessa luta por cerca de cinco anos e quase saímos vitoriosos. Costumo dizer que fomos derrotados na verdade pela Cesp (Companhia Energética de São Paulo).
A fazenda era na beira do Rio Paraná, e a Cesp estava planejando a barragem de Ilha Solteira. Pedimos um financiamento público para comprar as terras. O empréstimo seria cedido para uma cooperativa – que nós fundamos e registramos. Para fazer o empréstimo tinha que ter uma avaliação da Cesp, porque a área ia sofrer inundação. Ela deu o parecer contrário e foi o suficiente para as forças reacionárias dizerem “então não”. Fomos despejados e veio uma proposta do governo para levar o pessoal para um assentamento no Mato Grosso, divisa com o Paraguai.

Vermelho: Você foi o primeiro deputado federal do PCdoB durante o regime militar. Como foi o processo de candidatura?
AP: Às vezes até arrepio quando falo dessas coisas. Nunca imaginei ser deputado. Eu coordenava o Movimento do Custo de Vida em São Paulo, e foi ele que nos impulsionou a participar das eleições. O Movimento do Custo de Vida decidiu que iria lançar um candidato a deputado estadual e um ao cargo de deputado federal. Para estadual foi escolhida a Irma Passoni e para federal a escolha recaiu sobre Aurélio Peres.
Só que Aurélio Peres não era registrado em partido legal e não era elegível. Eu respondia processo porque havia sido preso em 1974. Tinha sido absolvido em primeira instância, mas havia recurso na segunda instância. Como o movimento não estava pensando em eleger, e sim participar e fazer um protesto, nós lançamos a candidatura assim mesmo. Se não fosse aprovada, a candidatura por si só já seria um protesto.
Como não tínhamos legenda, o (Orestes) Quércia — que era presidente do MDB em SP — veio em nosso socorro. O prazo para filiação já havia acabado, mas ele disse que não tinha problema. Preenchi uma ficha sem data e ele falou que ia dar um jeito. Fui inscrito no MDB com data retroativa e a candidatura saiu. Esse foi o primeiro passo.
Mas, quando chegou no registro da candidatura, ela foi rejeitada. Continuamos a campanha porque o objetivo era o mesmo protesto. Decidimos lutar até o fim. Faltando três dias para expirar o prazo de registro, fui absolvido e minha candidatura vingou. Continuamos a campanha e a eleição confirmou minha vitória.

Vermelho: Como foi a experiência de defender as bandeiras progressistas do partido em meio à ditadura militar?
AP: Eu era um camponês-operário que nunca tinha ouvido falar em Câmara dos Deputados. Nunca pensei nisso. Eu pensava: “Vou fazer o quê?”. Eu sabia era fazer agitação, mas subir numa tribuna para defender uma causa parlamentar; jamais. Fui com a cara e a coragem para Brasília.
Meu primeiro mandato eu passei com muita dificuldade. Cheguei a redigir uma carta de próprio punho renunciando ao meu mandato. Só não entreguei a carta porque a Conceição (a esposa Maria da Conceição Peres) e o Antônio Carlos — jornalista do Movimento, que era quem me dava alguma assessoria — me ajudaram a refletir e me convenceram que eu não devia renunciar. Acabei usando o meu mandato para as lutas populares.
Minha estrutura em Brasília foi colocada, durante um certo tempo, a serviço da luta pela Anistia. Me tornei amigo inseparável de Teotônio Vilela e viajamos o Brasil todo visitando presídios e ouvindo a opinião dos presos políticos. Meu gabinete e meu apartamento também funcionaram como a sede da UNE . A UNE estava em processo de reestruturação. Num período de quatro anos, recebi duas advertências da Secretaria da Câmara por uso indevido do apartamento. Não importava. Eu sabia que era indevido, mas também era justo.

Vermelho: Como você mesmo vinha da classe operária, o seu mandato também contribuiu muito com a luta da classe trabalhadora da época. Como foi a atuação do operário deputado?
AP: O movimento operário também se apoiou muito na estrutura do meu mandato. Quantas pancadarias nós evitamos com o meu simples mandato?! Quantas vezes o Coronel Rigonato — que era o comandante da Tropa de Choque de São Paulo — teve de recuar porque tinha um deputado na frente da greve? Era um deputado qualquer, mas era um deputado.

Vermelho: Que lições extrair do método de atuação política do PCdoB naquela época? Quais ensinamentos podem ser utilizados nos dias de hoje?
AP: Uma lição que eu levantaria e que acredito que o PCdoB entendeu muito bem é que ele tem que mergulhar na luta de massas. O meu mandato, em função disso, rendeu muitos frutos: a luta pela Anistia, a estruturação da UNE, o apoio ao Movimento do Custo de Vida — que depois se tornou Movimento da Carestia —, o apoio aos aposentados, aos operários, às greves. O meu mandato ajudou muito.
O partido extraiu muitos ensinamentos daquela época, mas ainda deveria mergulhar mais fundo ainda na luta de massas. É da luta de massa que saem os grandes elementos que irão dirigir o partido depois. Isso é um viveiro de elementos novos e de valores. É preciso extraí-los da massa, burilá-los, lapidá-los e colocá-los à frente da luta.

Vermelho: A violência foi uma das marcas do período da ditadura. O que significou a morte de Santo Dias da Silva para você?
AP: O Santo Dias era mais do que um amigo — ele era da família, um companheiro muito interessante. Ele não era um homem arrojado, atuava mais na linha da conciliação, mas era um homem que não recuava. Quem se sentia apoiado por Santo Dias se sentia seguro. Isso era muito importante para nós na luta naquele período.
Perdemos o Santo Dias numa luta boba, que não era nossa. Foi numa greve decretada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, que era uma pelegada terrível — mas, como a greve era justa, apoiamos. Fomos fazer piquete na porta das fábricas.
Existem controversas hoje sobre se o Santo Dias foi escolhido ou foi acidental. Na minha opinião, foi acidental — mas o que importa é que ele foi atingido. Nós perdemos o Santo Dias numa greve que não era nossa, mas naquela época qualquer coisa que surgisse era importante e fomos de corpo aberto ao apoio.

Vermelho: Como vocês reagiram a essa perda?
AP: A morte de Santo Dias acabou resultando depois em um grande avanço. Ela estimulou a base a lutar mais. Tanto que o enterro de Santo Dias foi uma demonstração de que a ditadura estava temendo. Foi um negócio incrível. A ditadura recuou e recolheu as Forças Armadas para o quartel. O preço que nós pagamos foi alto, mas ele não foi em vão.

Vermelho: Nesse contexto, como você avalia a participação do PCdoB e das demais forças democráticas na luta contra a ditadura?
AP: Jogamos um papel importante. Éramos um grupo que enxergava bem à frente. O PCdoB jogou o papel de alguém que enxergava à frente — e me parece que é esse o verdadeiro papel de um partido revolucionário. Ele era uma força política que enxerga mais do que os outros e que, por isso, mostrava o caminho, mesmo na clandestinidade.
Muita gente que participou da organização, que esteve à frente – mostrando o caminho – nunca apareceu como sendo do PCdoB. Esse me parece o papel fundamental do PCdoB nessas lutas todas: uma espécie de desbravador de caminhos. Embora muitas vezes ninguém percebesse, o papel foi fundamental. Acho que a luta contra a ditadura se perdeu um pouco ao longo do caminho.
Estamos até hoje discutindo o problema da anistia, que é uma coisa tão simples. Como você vai anistiar os torturadores? Eles estão todos aí, foram todos anistiados. E foram inclusive muitas pessoas que lutaram contra a ditadura que votaram nessa lei que anistiou os torturadores. Isto porque era gente que enxergava curto. Poderíamos ter um país muito mais democrático e avançado se tivéssemos ido mais a fundo nessa questão. Temos democracia hoje, mas em minha opinião ela ainda é relativa.

Vermelho: Como foi a atuação do Movimento Contra a Carestia, do qual o você e a sua mulher, Maria da Conceição Peres, foram fundadores?
AP: Em São Paulo, existia um movimento de Clubes de Mães cujo objetivo inicial era ensinar as mulheres a bordar, costurar e orientar sobre os cuidados com os filhos. Esse movimento se espalhou pela periferia. Chegamos a ter 200 Clubes de Mães, com uma média de 10 a 15 mães, que se reuniam uma vez por mês — isso apenas na região de Santo Amaro (zona sul de São Paulo). Mas também tínhamos Clubes de Mães na região leste, norte, no ABC, em Guarulhos. A ditadura não havia percebido esse movimento.
Só que chegou um momento em que veio a pergunta: o que fazer agora? Nós vamos continuar ensinando a costurar, tricotar e mexer com criança? Assim não vamos a lugar nenhum. Então, a resposta foi a necessidade de politizar o movimento. Fizemos uma pesquisa e o que as mães mais sentiam era a carestia. Chegamos à conclusão — a Conceição, a Irma Passoni e eu — de que devíamos fazer uma carta e enviar ao Congresso e à Assembleia Legislativa pedindo o congelamento dos preços.
Esta carta deu muito o que falar. Saiu a ideia então de fazer o abaixo-assinado. Fui designado para lê-la no Sindicato dos Metalúrgicos, o que causou também minha prisão. Aquilo que era apenas um Clube de Mães começou a ter uma atenção maior, e eu fui preso pelo regime. Reunimos 1,3 milhão de assinaturas, colhidas principalmente pelas mães, em plena ditadura. Esse movimento da coleta de assinaturas foi muito importante porque abriu o leque.
Havia também estudantes da USP, da PUC, do Mackenzie, trabalhando em cima dessas assinaturas. Foi muito interessante. O material depois foi entregue em Brasília, já no meu mandato. O movimento mostra o quanto é importante trabalhar em cima de bandeiras amplas. O trabalho de massa, se não for feito com bandeiras amplas, tem vida curta.

Vermelho: Essa experiência mostra a importância da participação da sociedade civil organizada no exercício da democracia e na luta por seus direitos?
AP: O Movimento da Carestia unificou todos os setores — porque todos sentiam o problema da carestia com os salários arrochados. Todos cabiam nessa mesma bandeira. A Igreja jogou um papel importantíssimo porque ela tinha a estrutura disponível. Nós tínhamos o carro da Igreja para nos deslocar, tínhamos um local para fazer as reuniões e a autoridade religiosa nos apoiando. Quantas pancadas nós evitamos com o apoio de bispos e do cardeal. Inclusive a minha vida eu devo a um cardeal.

Vermelho: Como foi o episódio da sua prisão?
AP: Devo a minha vida a Dom Paulo Evaristo Arns. Se a denúncia da minha prisão não tivesse chegado rapidamente até a Cúria Metropolitana — e a Cúria não tivesse acionado o comando do Segundo Exército —, eu teria sido liquidado. Ele ligou para o comandante e disse: “Eu tenho um militante preso com vocês”. Eles disseram que não, mas ele deu meu nome e identidade completa, e não houve como negar.
Entrei na sala de tortura sem capuz. Se eu vir os meus torturadores hoje, eu os reconheço. Fui torturado por 27 horas ininterruptas. Foi só depois da intervenção da Igreja que eles me colocaram o capuz. A tortura não parou, mas seguiu de uma maneira diferente. Não era mais para matar. Eu fazia parte da lista em que estavam incluídos Manoel Fiel Filho e Herzog. Eles dois foram assassinados.

Vermelho: Você é reconhecido como um dos grandes líderes do sindicalismo classista. Como foi participar da luta operária?
AP: A Conceição e eu sempre falamos sobre isso. Se por um lado o mandato parlamentar ajudou — e não há dúvidas de que ajudou —, nós acreditamos que ele poderia ter sido exercido por um outro elemento. Tive que sair para exercer essa tarefa e deixei um vácuo no movimento operário. Nós lamentamos muito essa lacuna deixada.
Naquele momento não existia um elemento à altura para assumir a vaga deixada por mim no movimento, e isso causou um prejuízo enorme. O sindicato mais importante naquele período era o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Nós poderíamos ter aquele sindicato nas mãos, se tivéssemos continuado o trabalho. Cometemos alguns erros, mas não tenho dúvidas de que, mesmo com os erros, se eu não tivesse me afastado, nós teríamos aquele sindicato nas mãos.

Vermelho: Mas qual era a importância do movimento operário naquela época?
AP: O movimento sindical estava nas mãos de pelegos e não saía daquilo. Os pelegos jogavam um papel de apoio à ditadura — vocês não são capazes de imaginar o que isso significa. Tanto que um operário mais consciente não conseguia arrumar emprego em uma indústria grande. Se você tentasse entrar em uma empresa grande, logo perdia o emprego e corria o risco de ser preso.
Eu entrei na Metal Leve — que era uma indústria grande na época — e fui mandado embora depois de 60 dias, sem motivo nenhum. Logo depois fui descobrir que o secretário-geral dos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo era da Metal Leve. A luta sindical era importantíssima!

Vermelho: Como você analisa o papel das seis sindicais (CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CGTB, Nova Central) legalizadas pelo Ministério do Trabalho que atuam no país atualmente?
AP: Essas entidades todas estão engessadas. O movimento sindical como um todo está engessado. É preciso quebrar esse gesso.

Vermelho: Mas como quebrar esse gesso?
AP: Não sei se é batendo com marreta ou com ponteiro, mas é preciso quebrar.

Vermelho: Lênin dizia que era preciso um esforço para transformar cada fábrica em uma fortaleza do comunismo. Como você vê o empenho para a construção de um partido da classe operária?
AP: A realidade mudou. Se Lênin estivesse aqui hoje, talvez não dissesse isso. Hoje não existem mais aquelas fábricas de 24, 25 mil operários. Na época da ditadura, tínhamos uma compreensão de que cada fábrica deveria ter um comitê revolucionário. Só não conseguimos isso porque a repressão era forte demais.
Se você quer uma revolução mesmo, ela tem que ter estruturas nessas bases. Não estou dominando bem o quadro hoje, mas não vejo grandes aglomerações. Mesmo assim, continuo defendo que a organização partidária deveria ter em mente os locais de trabalho. É preciso olhar para o trabalhador em geral.

Vermelho: O que significou a eleição de Lula em 2002 — o primeiro operário presidente da República?
AP: Acho que um dos grandes avanços foi justamente um operário chegar ao poder. Isso mostrou que um operário tem cabeça — um operário não é só a unha cheia de graxa. Para governar um país, não é preciso ser um intelectual apenas. É necessário ter uma visão estratégica. Embora o Lula tenha suas deficiências ideológicas, ele sempre teve uma visão longa.
Acho que o país avançou. Embora não tenha conseguido barrar todas as mazelas dessa sociedade, ele foi um freio. Ele nunca apoiou a corrupção e a malandragem. Apenas o fato de termos um presidente que não apoiou a corrupção já é um grande avanço. Nossa sociedade é corrupta e os políticos são um espelho dela.
Lula defendeu a democracia. Isso me parece fundamental. Uma revolução precisa desses patamares para dar um salto maior. A revolução socialista nunca vai acontecer se não tiver essa base.

Vermelho: E com relação a Dilma Rousseff, o que esperar de uma presidente com um passado de luta revolucionária?
AP: Conheço pouco da Dilma, mas, se você pensar em simbologia, é muito importante. O fato de ela representar atualmente o movimento das mulheres é um negócio muito forte. Sua origem revolucionária , embora de visão curta, também é algo importante. Digo de visão curta porque em minha opinião todos aqueles que partiram para a guerrilha na época enxergaram curto.

Vermelho: Até mesmo o PCdoB, com a Guerrilha do Araguaia?
AP: Até nós. Um dos argumentos que eu uso hoje é que nós temos necessidade dos grandes quadros que perdemos lá. Não vou dizer que o movimento não foi importante, mas o prejuízo também foi grande.

Vermelho: Quais são suas expectativas de continuidade dos avanços conquistados por Lula, no governo Dilma?
AP: Acho que, se a Dilma não se embriagar pelo poder – porque ele embriaga –, ela tem condições de avançar. Na linha que o Lula vinha, acho que ela pode avançar mais. Ela tem estrutura e apoio para isso — é só não se fascinar.

Vermelho: Recentemente o PCdoB prestou uma homenagem a você em Brasília. Como foi retornar para a cidade e encontrar seus ex-camaradas de luta?
AP: Isso me deixa feliz. O partido se esqueceu de valorizar as suas lideranças, e acho que isso está sendo corrigido. Pouco tem sido feito para jogar essa imagem para o público, e a grande massa precisa saber disso. Acho importante — não pelo meu merecimento mas pelo próprio partido — que precisa de divulgar.
Me emocionou muita a posição da Nádia [Nádia Campeão, presidente do PCdoB-SP] quando disse, no Congresso do partido, se referindo a mim: “Esse foi um desbravador”. Nunca tinha imaginado que eu tivesse sido um desbravador, mas depois, pensando bem, percebi que desbravei mesmo. O povo tem que saber quem lutou, como lutou e o que fez. Não fui só eu. É preciso pegar outros nomes. O partido tem uma história e ela é importante.

Vermelho: Você é conhecido por manter uma vida modesta mesmo depois de ter exercido dois mandatos como deputado federal. Como você vê os políticos que usam seus cargos para o enriquecimento pessoal?
AP: Isso é uma deturpação da estrutura política do país, não é pessoal. O problema da avareza, do dinheiro, da riqueza, do nome, nunca deixou de existir na massa. Esse pessoal poderia ter sido impedido de ter acesso ao poder se tivéssemos outra estrutura política. Ou você tem uma estrutura corrupta na mão ou tem o bolso cheio.
Veja se sobra uma legenda para os operários — e, se sobra, veja se ele consegue se eleger... O problema dos homens que estão lá em cima, avarentos por dinheiro e cargos, é fruto da estrutura político-partidária. As campanhas políticas hoje precisam ser financiadas pelo Estado, é preciso democratizar isso.
Quando assumi em 1978 eu tinha uma casinha para morar — num bairro periférico, que não tinha nem esgoto nem água tratada — e um fusquinha. Quando entreguei o mandato em 1987, eu tinha dois fusquetas e uma casinha um pouco maior no mesmo bairro. Melhorei a casa em função do trabalho, porque não tínhamos um salão para fazer nossas reuniões, e os encontros aconteciam na minha própria casa. Isso foi reconhecido pelo próprio Renato [Renato Rabelo, presidente do PCdoB] no dia da homenagem. Ele disse que “a casa do Aurélio era a casa da mãe Joana”.

Vermelho: Você tem alguma saudade do tempo como parlamentar?
AP: Não. Não me arrependo de nada, mas foram tempos muitos difíceis e não sinto saudades. Se eu pudesse, voltaria à luta sindical. Se eu pudesse, voltaria.

Fonte: Portal Vermelho

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Deu no Portal Vermelho de hoje!!

Para a esquerda brasileira e a presidente Dilma refletir!! Este é o caminho!!!

Chávez propõe um partido para as lutas do povo e o socialismo

Num pronunciamento em que criticou o burocratismo, a cultura política capitalista e a inércia da máquina eleitoral, o líder da Revolução Bolivariana, em encontro realizado na terça-feira (11) em Caracas com dirigentes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), fez um chamamento a que o partido seja efetivamente um líder das lutas do povo e um poderoso instrumento de propaganda, agitação e comunicação.
Após uma reunião com a direção do PSUV, do qual é o principal dirigente, Chávez deu a conhecer as cinco Linhas de Ação Estratégicas para um eficiente funcionamento dessa força com vistas às eleições de 2012.

A primeira, disse, é passar da cultura política capitalista à militância e cultura socialistas.

Acrescentou que é urgente, em segundo lugar, transformar a organização do PSUV num partido-movimento a serviço das lutas concretas do povo, o que alguns chamam de política prática.

"Não podemos ficar somente na teoria", disse Chávez, e fez um chamamento a fazer política em cada bairro, em cada comunidade com o objetivo de tonar a vida melhor para os venezuelanos.

Essa é uma das estratégias fundamentais do partido para deixar de ser uma máquina eleitoral, afirmou o líder da Revolução Bolivariana.

Chávez enumerou como terceira linha, a importância de transformar o PSUV em um poderoso instrumento de propaganda, agitação e comunicação.

Em quarto lugar, destacou a necessidade de passar da inércia da máquina partidária, para liderar a luta do povo e desenvolver o poder popular, a fim de que se converta em sujeito histórico.

Avançar para a construção de um grande Polo Patriótico em uma audaz política de repolarização, reunificação e repolitização, é a quinta linha, detalhou o presidente do PSUV e estadista.

Chávez ressaltou que no país há dois polos representados na Assembleia Nacional, que se transformou num importante espaço de debate político onde a oposição mostrará seus verdadeiros interesses.

O mandatário informou que a direção nacional do PSUV trabalhou na minuta do documento denominado Linhas Estratégicas de Ação Política do Partido, que será apresentado no dia 21 de janeiro em um encontro nacional com a presença de mais de 1.440 dirigentes revolucionários.

Na última terça-feira (11), a direção nacional do PSUV debateu estas linhas estratégicas com o objetivo de acertar os detalhes sobre as ações da organização no período de quase dois anos que antecede as eleições para presidente da República, governadores e prefeitos.

Ao apontar essas cinco linhas estratégicas, Chávez retoma o debate sobre a construção da vanguarda política da revolução democrática, popular e anti-imperialista que está em curso no país, num esforço voltado acima de tudo para a conscientização e mobilização do povo e a unidade das forças avançadas, demonstrando que a ação política de um partido revolucionário não se limita às eleições, à ocupação de cargos públicos e ao manejo de aparatos de governo.

Com informações da agência Prensa Latina

sábado, janeiro 08, 2011

Mesmo no novo governo da Dilma, a direita ainda vocifera!!

A PRESIDENTE DILMA E OS ESTRANHOS NO NINHO



Celso Lungaretti (*)




Demorou bem pouco para os estranhos que a presidente Dilma Rousseff admitiu no ninho revelarem ou confirmarem sua incompatibilidade com um governo democrático.




O general José Elito Siqueira, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, defendeu a estapafúrdia tese de que um país não deva envergonhar-se quando agentes do Estado sequestram, torturam e executam opositores políticos, dando depois sumiço nos restos mortais para ocultarem as provas de seus crimes.




Se é esta a visão que ele tem das instituições, está no posto errado. Que segurança haverá se quem zela por elas não considera vergonhosos os procedimentos ilegais, covardes e bestiais dos poderosos, mesmo quando se trata de golpistas que usurparam o poder e impuseram uma ditadura à Nação?




Se a incontinência verbal do tal Elito foi inesperada, já o ministro da Defesa Nelson Jobim era caçapa cantada de todos os analistas perspicazes.




Não decepcionou: mal começa o novo governo e ele vem trombetear que a Comissão da Verdade deveria investigar também a atuação dos que resistiram ao regime militar.




O Estado brasileiro tem a obrigação de esclarecer onde, quando e como os cidadãos que não se vergavam ao arbítrio foram vitimados por seus agentes e, se possível, dar às famílias algo para enterrarem, tanto tempo depois.




Quanto às baixas do outro lado, foram mais que investigadas na época, com a utilização de torturas de todo tipo; e os responsáveis, punidos não só de acordo com as leis de exceção então vigentes, como também ao arrepio delas.




No fundo, o que Jobim pretende é apenas equiparar, para efeitos propagandísticos, as novidades que venham a surgir com escassos e requentados casos de excessos cometidos pelos resistentes -- em toda luta desse tipo os há, mas a Resistência Francesa, p. ex., foi incomparavelmente mais violenta do que a brasileira, e isto Jobim esquece.




Ou seja, cada vez que a Comissão da Verdade esclarecesse mais uma atrocidade dos carrascos da ditadura, a rede de extrema-direita contra-atacaria com os poucos episódios de sempre, sobejamente esclarecidos e por ela já explorados ad nauseam, se estes estivessem também no pacote.




Omite, como de hábito, o fundamental: um abismo separa, em termos jurídicos e morais, o que agentes de um governo ilegítimo e despótico fizeram e o que foi feito por cidadãos que confrontavam sua tirania, em condições de enorme desigualdade de forças.




Tanto quanto a responsabilidade do Estado é incomensuravelmente maior no que tange às ações de quem agia, ainda que com investidura espúria, em nome dele.




A conclusão salta aos olhos: se a presidente Dilma contemporizar, os desafios à sua autoridade serão cada vez mais frequentes e insolentes.




Urge afastar os corvos do seu ninho.




* Jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com