quarta-feira, janeiro 30, 2013

ZEZÃO SE FOI!!!!!!


Morreu ontem em São Paulo com um tiro no peito, pós ser diagnosticado com câncer no cérebro, meu amigo e camarada José Eduardo Faro Freire, o “Zezão”. Grande amigo, sempre solidário em todas as horas, brilhante jornalista, ousado revolucionário, destemido e adorava a vida e seus doces prazeres. Deixa Lia Ribeiro Dias, grande amor de sua vida e nós todos, seus amigos e admiradores arrasados! Não tenho mais força para alguma coisa dizer, a não ser TRISTEZA!!!!!!!!
Acima duas fotos de Zezão. Uma quando mais novo era editor de Internacional dos Diários Associados de São Paulo e a outra, há pouco tempo com nosso querido  amigo Roberto Codas, velejando. Sempre um capitão na rota certa!!

sábado, janeiro 26, 2013

Clóves Wonder e Arthur de La Meza estão de volta!!!


Ultima foto de Clóves Wonder(de óculos) e Arthur de La Meza, ainda no Brasil, na inauguração da casa de Luiz Aparecido no Lago Norte, em Brasilia!

Após mais de 10 anos, reencontrei através do inefável  camarada e amigo Rogério Siqueira, meus  camaradas e colegas de Blog(de antes até de existir os blogueiros) Clóves Wonder e Arthur de La Meza!! E nos prometemos voltar a atuar juntos.
 Clóves (de mulher nova- a Elita) esta morando na Europa, mais precisamente em Londondery_Irlanda do Norte, onde clandestinamente milita no IRA e no Sien Fien e de lá, vai a Europa toda atrás de noticias e de combates contra o colonialismo e o imperialismo. Me disse inclusive, que esta disposto a ir sempre que possível ao Oriente Médio ver “in loco” a luta daqueles povos, principalmente dos Palestinos e  sírio. Nos prometeu noticias quentes para o Blog do Luiz Aparecido, pois não usa mais seu antigo Blog, que julga estar sendo monitorado constantemente pelos agentes da CIA, Mossad e MI 6 ingles. Esperem pois, novidades sempre!!
Arthur de La Meza, jornalista formado pela Universidade de Cochabamba, na Bolivia, mas que considera melhor que a ECA da USP, esta circulando pela America Latina(sempre com Loretta, sua eterna companheira) e do Norte, usando suas identidades clandestinas, sempre fugindo dos home da “Operação Condor”, que julga estar ainda atuando apesar dos regimes democraticos da America Latina(vide o sequestro e prisão do ativista Basco recentemente no Rio de Janeiro e do Battisiti  que ficou preso clandestino em Brasilia durante anos e a prisão do líder das FARC-EP Olivério Medina há poucos anos atrás). Vai estar sempre no Blog contando o que vê e prenunciando atividades da extrema direita latino americana, sempre articulando golpes e desestabilização em nossos Países.
Dois cabras de coragem e vigor que terão sempre espaço aqui no Blog do Luiz Aparecido e nos meus insites no Facebook e outras redes sociais onde cavo espaço. Só tenho a agradecer Rogério Siqueira por reaproximar estes dois combatentes revolucionários pelas liberdades e o socialismo e a revolução de nossas atividades. Salve Rogério, Clóves e Arthur!! Sejam bem vindos!!!

Manfredini homenageia um Revolucionario: Paulo Stuart Wright!!!


Presto, em meu blogue, homenagem ao grande revolucionário Paulo Stuart Wright, neste 2013 em que ele completaria 80 anos. Em setembro de 1973, ele foi preso e trucidado pela ditadura militar. Na foto, Paulo exerce o mandato de deputado estadual em Santa Catarina. Foi cassado em maio de 1964.

Leia o texto no blogmanfredini.blogspot.com.br


Homenagem mais que justa. Conheci e convivi muito com o Paulo Stuart(codinome João) na velha APML em fase de fusão com o PCdoB. Dei seu nome de Paulo Stuart a meu filho(já falecido) e tinha por ele grande amizade e respeito, apesar de divergencias factuais e pontuais, principalmente sobre a questão da fusão PCdoB/APML. Fomos presos em setembro de 1973 praticamente no mesmo dia!! Saudades deste grande revolucionário, como afirma aqui Luiz Manfredini!!

quarta-feira, janeiro 23, 2013

O que o filme "Lincoln", de Spielberg, não diz sobre Lincoln


 

Lincoln é um filme de drama e biográfico  lançado em 2012 e em exibição no Brasil, dirigido por Steven Spielberg com Sally Field como Mary Todd Lincoln e Daniel Day-Lewis como Abraham Lincoln. O filme baseia-se na obra biográfica de Lincoln Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln de Doris Kearns Goodwin, o filme abrange os quatro últimos meses de vida de Lincoln. As filmagens começaram segunda-feira, 17 de outubro de 2011 e terminou em 19 de dezembro de 2011. O filme está programado para lançamento limitado em 9 de novembro de 2012 e grande lançamento em 16 de novembro de 2012, pela DreamWorks através da distribuidora Touchstone da Disneynos Estados Unidos e internacionalmente pela 20th Century Fox.



 por Vicenç Navarro, da Carta Maior




O filme “Lincoln”, de Steven Spielberg, que acaba de estrear no Brasil, narra como esse presidente de forte lembrança popular lutou contra a escravidão e pela transformação dos escravos em trabalhadores. O que a obra cinematográfica não conta, porém, é que Lincoln também lutou por outra emancipação: que os escravos e os trabalhadores em geral fossem senhores não apenas de sua atividade em si, mas também do produto resultante de seu trabalho.

O filme “Lincoln”, produzido e dirigido por um dos diretores mais conhecidos dos EUA, Steven Spielberg, fez reviver um grande interesse pela figura de Lincoln, um dos presidentes que, como Franklin D. Roosevelt, sempre apareceu no ideário estadunidense com grande lembrança popular. Destaca-se tal figura política como o fiador da unidade dos EUA, após derrotar os confederados que aspiravam à secessão dos Estados do Sul daquele Estado federal. 

É também uma figura que se destaca na história dos EUA por ter abolido a escravidão e ter dado a liberdade e a cidadania aos descendentes das populações imigrantes de origem africana, ou seja, a população negra, que nos EUA se conhece como a população afro-americana.

Lincoln foi também um dos fundadores do Partido Republicano, que em suas origens foi diretamente oposto ao Partido Republicano atual - este altamente influenciado hoje por um movimento – o Tea Party – chauvinista, racista e reacionário, por trás do qual existem interesses econômicos e financeiros que querem eliminar a influência do governo federal na vida econômica, social e política do país. 

O Partido Republicano fundado pelo presidente Lincoln era, pelo contrário, um partido federalista, que considerou o governo federal como avalista dos Direitos Humanos. E entre eles, a emancipação dos escravos, tema central do filme “Lincoln” e para o qual o presidente deu maior expressão. Terminar com a escravidão significava que o escravo passava a ser trabalhador, dono de seu próprio trabalho.

Lincoln, inclusive antes de ser presidente, considerou outras conquistas sociais como parte também dos Direitos Humanos e, entre elas, o direito do mundo do trabalho de controlar não só a atividade em si, mas também o produto resultante dela. O direito de emancipação dos escravos transformava o escravo em uma pessoa livre assalariada, unida – segundo ele – em laços fraternais com os outros membros da classe trabalhadora, independentemente da cor da pele. 

Suas demandas de que o escravo deixasse de sê-lo e de que o trabalhador – tanto branco como negro – fosse o dono não só de seu trabalho, mas também do produto de seu trabalho, eram igualmente revolucionárias. A emancipação da escravidão requeria que a pessoa fosse dona do seu trabalho. 

A emancipação da classe trabalhadora significava que a classe trabalhadora fosse dona do produto do seu trabalho. E Lincoln demandou os dois tipos de emancipação. O segundo tipo de emancipação, entretanto, nem sequer é citado no filme Lincoln. Na realidade, é ignorado. E utilizo a expressão “ignorado” em lugar de “escondido” porque é totalmente possível que os autores do filme ou do livro sobre o qual se baseia nem sequer conheçam a história real de Lincoln.

A Guerra Fria no mundo cultural e inclusive acadêmico dos EUA (que continua existindo) e o enorme domínio do que ali se chama a Corporate Class (a classe dos proprietários e gestores do grande capital) sobre a vida, não só econômica, mas também cívica e cultural, explica que a história formal dos EUA que se ensina nas escolas e nas universidades seja muito distorcida, purificada de qualquer contaminação ideológica procedente do movimento operário, seja socialismo, comunismo ou anarquismo. 

A grande maioria dos estudantes estadunidenses, inclusive das universidades mais prestigiadas e conhecidas, não sabe que a festa de 1º de Maio, celebrada mundialmente como o Dia Internacional do Trabalho, é uma festa em homenagem aos sindicalistas estadunidenses que morreram em defesa de trabalhar oito horas por dia (em lugar de doze), vitória que transformou tal reivindicação exitosa na maioria dos países do mundo. 

Nos EUA, tal dia, o 1º de Maio, além de não ser festivo, é o dia da Lei e da Ordem - Law and Order Day - (ver o livro People’s History of the U.S., de Howard Zinm). A história real dos EUA é muito diferente da história formal promovida pelas estruturas de poder estadunidenses.

As ignoradas e/ou escondidas simpatias de Lincoln

Lincoln, já quando era membro da Câmara Legislativa de seu Estado de Ilinóis, simpatizou claramente com as demandas socialistas do movimento operário, não só dos EUA, mas também mundial. 

Na realidade, Lincoln, tal como indiquei no começo do artigo, considerava como um Direito Humano o direito do mundo do trabalho de controlar o produto de seu trabalho, postura claramente revolucionária naquela época (e que continua sendo hoje) e que nem o filme nem a cultura dominante nos EUA lembram ou conhecem, que está convenientemente esquecida nos aparatos ideológicos do establishment estadunidense controlados pela Corporate Class. 

Na realidade, Lincoln considerou que a escravidão era o domínio máximo do capital sobre o mundo do trabalho e sua oposição às estruturas de poder dos Estados sulinos se devia precisamente a que percebia estas estruturas como sustentadoras de um regime econômico baseado na exploração absoluta do mundo do trabalho. 

Daí que visse a abolição da escravidão como a liberação não só da população negra, mas de todo o mundo do trabalho, beneficiando também a classe trabalhadora branca, cujo racismo ele via que ia contra seus próprios interesses. Lincoln também indicou que “o mundo do trabalho antecede o capital. O capital é o fruto do trabalho, e não teria existido sem o mundo do trabalho, que o criou. O mundo do trabalho é superior ao mundo do capital e merece a maior consideração (…). Na situação atual o capital tem todo o poder e há que reverter este desequilíbrio”. 

Leitores dos escritos de Karl Marx, contemporâneo de Abrahan Lincoln, lembrarão que algumas destas frases eram muito semelhantes às utilizadas por tal analista do capitalismo em sua análise da relação capital/trabalho sob tal sistema econômico.

Será surpresa para um grande número de leitores saber que os escritos de Karl Marx influenciaram Abraham Lincoln, tal como documenta detalhadamente John Nichols em seu excelente artículo “Reading Karl Marx with Abraham Lincoln Utopian socialists, Germam communists and other republicans” publicado em Political Affairs (27/11/12), e do qual extraio as citações, assim como a maioria dos dados publicados neste artigo. 

Os escritos de Karl Marx eram conhecidos entre os grupos de intelectuais que estavam profundamente insatisfeitos com a situação política e econômica dos EUA, como era o caso de Lincoln. Karl Marx escrevia regularmente no The New York Tribune, o rotativo intelectual mais influente nos Estados Unidos daquele período. Seu diretor, Horace Greeley, se considerava um socialista e um grande admirador de Karl Marx, quem convidou para ser colunista de tal jornal. 

Nas colunas de seu jornal incluiu grande número de ativistas alemães que haviam fugido das perseguições ocorridas na Alemanha daquele tempo, uma Alemanha altamente agitada, com um nascente movimento operário que questionava a ordem econômica existente. Alguns destes imigrantes alemães (conhecidos no EUA daquele momento como os “Republicanos Vermelhos”) lutaram mais tarde com as tropas federais na Guerra Civil, dirigidos pelo presidente Lincoln.

Greeley e Lincoln eram amigos. Na realidade, Greeley e seu jornal apoiaram desde o princípio a carreira política de Lincoln, sendo Greeley quem lhe aconselhou a que se apresentasse à presidência do país. E toda a evidência aponta que Lincoln era um fervente leitor do The New York Tribune. 

Em sua campanha eleitoral para a presidência dos EUA convidou vários “republicanos vermelhos” a integrarem-se a sua equipe. Na realidade, já antes, como congressista, representante da cidadania de Springfield no Estado de Ilinóis, apoiou frequentemente os movimentos revolucionários que estavam acontecendo na Europa, e muito em especial na Hungria, assinando documentos em apoio a tais movimentos.

Lincoln, grande amigo do mundo do trabalho estadunidense e internacional

Seu conhecimento das tradições revolucionárias existentes naquele período não era casual, e sim fruto de suas simpatias com o movimento operário internacional e suas instituições. Incentivou os trabalhadores dos EUA a organizar e estabelecer sindicatos antes e durante sua presidência. Foi nomeado membro honorário de vários sindicatos. 

Em sua resposta aos sindicatos de Nova York afirmou “vocês entenderam melhor que ninguém que a luta para terminar com a escravidão é a luta para libertar o mundo do trabalho, para libertar todos os trabalhadores. A libertação dos escravos no Sul é parte da mesma luta pela libertação dos trabalhadores no Norte”. 

E, durante a campanha eleitoral, o presidente Lincoln promoveu a postura contra a escravidão afirmando explicitamente que a libertação dos escravos permitiria aos trabalhadores exigir os salários que lhes permitissem viver decentemente e com dignidade, ajudando com isso a aumentar os salários de todos os trabalhadores, tanto negros como brancos.

Marx, e também Engels, escreveram com entusiasmo sobre a campanha eleitoral de Lincoln, em um momento em que ambos estavam preparando a Primeira Internacional do Movimento Operário. 

Em um momento das sessões, Marx e Engels propuseram à Internacional que enviasse uma carta ao presidente Lincoln felicitando-o por sua atitude e postura. Na carta, a Primeira Internacional felicitava o povo dos EUA e seu presidente por, ao terminar com a escravidão, haver favorecido a liberação de toda a classe trabalhadora, não só estadunidense, mas também mundial.

O presidente Lincoln respondeu, agradecendo a nota e dizendo que valorizava o apoio dos trabalhadores do mundo a suas políticas, em um tom cordial, que certamente criou grande alarme entre os establishments econômicos, financeiros e políticos de ambos os lados do Atlântico. 

Estava claro, a nível internacional que, como afirmou mais tarde o dirigente socialista estadunidense Eugene Victor Debs, em sua própria campanha eleitoral, “Lincoln havia sido um revolucionário e que, por paradoxal que pudesse parecer, o Partido Republicando havia tido, em suas origens, uma tonalidade vermelha”.

A revolução democrática que Lincoln começou e que nunca se desenvolveu

Não é preciso dizer que nenhum destes dados aparece no filme Lincoln, nem são amplamente conhecidos nos EUA. Mas, como bem afirmam John Nichols e Robin Blackburn (outro autor que escreveu extensamente sobre Lincoln e Marx), para entender Lincoln tem que entender o período e o contexto nos quais ele viveu. Lincoln não era um marxista (termo sobreutilizado na literatura historiográfica e que o próprio Marx denunciou) e não era sua intenção eliminar o capitalismo, mas corrigir o enorme desequilíbrio existente nele, entre o capital e o trabalho. 

Mas, não há dúvida de que foi altamente influenciado por Marx e outros pensadores socialistas, com os quais compartilhou seus desejos imediatos, claramente simpatizando com eles, levando sua postura a altos níveis de radicalismo em seu compromisso democrático. É uma tergiversação histórica ignorar tais fatos, como faz o filme Lincoln.

Não resta dúvida que Lincoln foi uma personalidade complexa, com muitos altos e baixos. Mas as simpatias estão escritas e bem definidas em seus discursos. E mais, os intensos debates que aconteciam nas esquerdas europeias se reproduziam também nos círculos progressistas dos EUA. 

Na realidade, a maior influência sobre Lincoln foi a dos socialistas utópicos alemães, muitos dos quais se refugiaram em Ilinóis fugindo da repressão europeia.

O comunalismo que caracterizou tais socialistas influenciou a concepção democrática de Lincoln, interpretando democracia como a governança das instituições políticas por parte do povo, no qual as classes populares eram a maioria. 

Sua famosa Expressão (que se converteu no esplêndido slogan democrático mais conhecido no mundo – Democracy for the people, of the people and by the people - claramente afirma a impossibilidade de ter uma democracia do povo e para o povo sem que seja realizada e levada a cabo pelo próprio povo. Daí vem a libertação dos escravos e do mundo do trabalho como elementos essenciais de tal democratização. 

Seu conceito de igualdade levava inevitavelmente a um conflito com o domínio de tais instituições políticas pelo capital. E a realidade existente hoje nos EUA e que detalho em meu artigo “O que não se disse nos meios de comunicação sobre as eleições nos EUA” (Público, 13.11.12)é uma prova disso. Hoje a Corporate Class controla as instituições políticas do país.

Últimas observações e um pedido

Repito que nenhuma destas realidades aparece no filme. Spielberg não é, afinal, nenhum Pontecorvo e o clima intelectual estadunidense ainda está estancado na Guerra Fria que lhe empobrece intelectualmente. “Socialismo” continua sendo uma palavra mal vista nos círculos do establishment cultural daquele país. 

E, na terra de Lincoln, aquele projeto democrático que ele sonhou nunca se realizou devido a enorme influência do poder do capital sobre as instituições democráticas, influência que diminuiu enormemente a expressão democrática naquele país. E o paradoxo brutal da historia é que o Partido Republicano se tenha convertido no instrumento político mais agressivo hoje existente a serviço do capital.

Certamente, agradeceria que todas as pessoas que achem este artigo interessante o distribuam amplamente, incluindo, em sua distribuição os críticos de cinema, que em sua promoção do filme, seguramente não dirão nada do outro Lincoln desconhecido em seu próprio país (e em muitos outros). 

Um dos fundadores do movimento revolucionário democrático nem sequer é reconhecido como tal. 

Sua emancipação dos escravos é uma grande vitória que deve ser celebrada. Mas Lincoln foi muito além. E disto nem se fala.


*Vicenç Navarro (Barcelona, 1937) é cientista social. Foi professor catedrático da Universidade de Barcelona e hoje dá aulas nas universidades Pompeu Fabra e Johns Hopkins. Por sua luta contra o franquismo, viveu anos exilado na Suécia. Este artigo foi publicado em 

segunda-feira, janeiro 21, 2013

Tá tudo péssimo, mas está ótimo!!


Cheguei a Brasilia hoje à tarde(segunda, dia 21) e já, os  amigos se manifestaram. Muitos preocupados com meu estado de doença!!
 Calma!!
Tudo péssimo, mas ótimo, sob controle! Em Sampa fiz a Terapia Craneo/sacral e auto-hemoterapia com meu querido amigo e mentor de  saúde Tato Fischer(que também é ator, compositor e cantor)e foi tudo quase bem, a não ser que notaram também um avanço de minha redução de massa e  força muscular. Até minhas “lindas pernas” parecem estar mostrando isto. Mas vou a luta!
 Fisioterapia, exames daqui umas semanas no hospital SARAH e depois, se conseguir juntar grana, Havana-Cuba, onde no centro neurológico de lá, pretendo alcançar o pleno restabelecimento, ou pelo menos avançar na minha recuperação. Fico  agradecido ao PCdoB que articula e ajuda na minha ida a Cuba e aos amigos e médicos como Hudson Mourão Mesquita(este sim é o cobra na área neurológica) que me dão apoio e orientam meu tratamento.
Mas continuo com forças para amar quem amo( meus filhos e minhas adoráveis mulheres e aquela mulher especial) e continuar na luta pelo bem estar da humanidade, pelo socialismo, a Revolução! Estou ai na briga! È só me convocar, meus comandantes!!
Obs: Daqui a pouco vou tomar meu “Jamesson”, porque a luta anticolonialista dos irlandeses contra a Inglaterra  tem que continuar!

sexta-feira, janeiro 18, 2013

Encontro com TomZé!!!



Na manhã de ontem, quinta feira, passei horas agradáveis na casa do meu amigo e cumpadre TomZé e Neusa. Fui com Umberto Martins(do PCdoB/CTB), que aproveitou para solicitar uma entrevista dele ao Portal Vermelho e participar da abertura do Terceiro Congresso da CTB com um show exclusivo. Ele topou na hora participar e nos contou sua história de estudante quando era militante do PCB e diretor musical do CPC da UNE na década de 1960. Falamos dos velhos tempos que convivemos aqui em Sampa e muitas de suas divertidas e ilustrativas histórias. Ele como sempre, estava em processo de criação musical. Saindo sempre para o studio que tem em casa para orientar seu produtor. Voltava e continuávamos a conversa. Como há muito não nos víamos, proseamos muito e nos prometemos estreitar os contatos. Ele quando for a Brasilia e eu quando voltar a Sampa, vamos nos ver de novo. Manhã de quinta memorável. Hoje ele deve estar por Salvador para o Festival de Verão e outros eventos.

domingo, janeiro 13, 2013

CAP vem ai com tudo!!!

Atenção Penapolenses que moram em Sampa e arredores e no Estado: Dia 27 de janeiro, domingo, tem a estréia de nosso glorioso CAP(Clibe Atlético Penapolense) no Paulistão 2013. Sera no Pacaembú contra o combalido Palmeiras. Seria ótimo convidar os amigos e formar o embrião de uma torcida organizada para ocupar espaço no Estádio. E dia 28 de fevereiro, no mesmo Pacaembú, vamos encarar o Corinthians! Sera uma campanha gloriosa esta do CAP!!!

DIRIGENTE COMUNISTA ITALIANO O FAZ ANÁLISE SUCINTA E PRECISA DA CRISE ATUAL DO CAPITALISMO!!


Erman Dovis: Os comunistas e a crise do capitalismo



A crise sistêmica do capitalismo entra na sua fase de putrefação, as conjunturas políticas e econômicas dos continentes e das nações sofrem mudanças, os efeitos sobre os povos são devastadores.

Por Erman Dovis*, em Marx21


Na Síria, depois de ter fomentado e gerado uma situação de extremo caos, depois de ter armado bandos mercenários, fornecido cobertura logística e militar, exercendo o total controle da mídia ocidental, o imperialismo se apresta a desencadear a enésima guerra de agressão, com pouquíssima distância da matança criminosa realizada com danos para o povo líbio. 

Os grandes capitalistas e os monopólios privados impõem o uso do extraordinário potencial militar do Pentágono e da Otan, autênticos braços armados que ameaçam, agridem, balcanizam os Estados, causando enormes sofrimentos às populações. Os imperialistas marcham de maneira forçada rumo à realização de seu projeto neocolonialista, e o intervalo entre uma agressão militar e outra se reduz cada vez mais. A isto acrescem as intrigas, a desesabilização, o fomento de ações para derrubar governos democraticamente eleitos, como está acontecendo na América Latina, onde se assiste a um retorno de ingerências agressivas, na maior parte provenientes dos norte-americanos.

A ação e a prática unitária dos governos progressistas, (Brasil, Bolívia, Argentina, Venezuela, Equador, Cuba, Uruguai, Nicarágua...) que perseguem objetivos comuns de interesse social e a independência nacional, reduz espaço aos negócios das multinacionais que buscam com insistência sempre maior o retorno aos períodos de absoluto domínio econômico do passado recente.

A política de destruição das forças produtivas e de açambarcamento dos recursos, ocorre também na Europa, sob um plano de ataque geral ao Estado social, aos direitos conquistados, às Constituições democráticas. Os monopólios, através da criação de seus próprios organismos como o Banco Central Europeu e a União Europeia impõem uma submissão geral das nações e dos governos, reféns dos interesses e dos potentados econômicos que chegam a privatizar todo o Estado, que se transforma em um simples comitê de negócios. Hoje o modo de produção capitalista é de caráter monopolista-financeiro, e na atual fase o Estado desaparece na empresa monopolista, tornando-se um simples elemento da produção, sem nenhuma possibilidade de mediação, como acontecia há não muito tempo. Pelo menos neste âmbito, podemos definir como concluída a época da terceirização política. 

No concreto, isto comporta uma selvagem requisição de dinheiro que se manifesta através da liquidação do Estado Social, cortes salariais, privatização de bens e serviços, desemprego em massa, aumento e introdução de novos impostos, e também a aquisição dos bens da burguesia produtiva, que fica espremida e falida e manifesta com frequência cada vez maior o seu desconforto. Os povos da Grécia, França, Espanha, Itália, Portugal sofrem um ataque de uma violência inaudita, vivemos e tocamos com as mãos o verdadeiro desespero.

As formações monopolistas têm assumido uma veste multinacional, os seus interesses abarcam numerosos setores, apesar de diferentes entre si, e não especificamente mercadológicos. O capital se concentra cada vez mais em poucas mãos, centralizando-se não mais em nível nacional, mas quando menos europeu, razão pela qual a resposta que os comunistas devem dar deve ser de caráter continental. É necessário trabalhar para se desprender da dependência econômica dos monopólios, para relançar as nacionalizações e o setor público: uma recuperação da soberania nacional no âmbito de um processo unitário europeu. Enquanto as políticas econômicas europeias geradas pela busca do lucro máximo espremem e lançam ao desespero os povos, a brutal concorrência por mercados gera profundos contrastes que abalam os grandes capitalistas da União Europeia: de uma parte, tentam fortalecer e estabilizar a atual fase política, através da instituição de organismos privados intergovernamentais e, de outra, a própria União Europeia é confrontada internamente com ferozes tensões. Uma luta feroz, por exemplo, se desenvolve entre os governos da Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Reino Unido para atrair capitais offshore, graças às jurisdições secretas dos regimes fiscais desses países. Mas isto é só um aspecto. A tentativa de compor a Europa capitalista no âmbito de um Estado federal, segundo as recentes declarações do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, é um projeto que vem de longe, mas as profundas contradições inter-capitalistas impedem esta passagem definitiva: em 1966 foram tais contradições que determinaram a saída da França da Otan, embora isto não tenha impedido uma estratégia comum contra a URSS, os Estados socialistas do Pacto de Varsóvia, e os partidos comunistas da Europa ocidental. Em definitivo, sem prejuízo da estrutura capitalista, o Estado europeu não existirá jamais, porque como disse Lênin, são tubarões que se comem uns aos outros.

A Itália, prossegue o plano de demissões na indústria, para tornar o país cada vez mais exposto e economicamente dependente. Só quem não é afetado é o capital financeiro que se enriquece sobre a base de dinâmicas especulativas, enquanto são golpeadas a vida concreta e a dignidade de milhões de pessoas. As medidas assumidas pelo governo de Monti refletem uma condição dramática que mostra o governo e as instituições completamente a serviço do poder direto das formações monopolistas. A produção industrial caiu, o desemprego está em constante aumento chegando a pontos culminantes. A indústria do aço (Ilva, Thyssen-Krupp, Lucchini), a têxtil, a do alumínio, a dos produtos da linha branca mostram condições de mortalidade produtiva que levam o país para a dependência econômica do exterior.

O mercado automobilístico está em queda: a Fiat fechou o ano com 415 mil automóveis vendidos e realizando demissões em massa. Este dado permite prever facilmente uma definitiva reorganização industrial: 400 mil automóveis por ano, com a devida organização, podem ser tranquilamente produzidos em um só estabelecimento. E enquanto os trabalhadores são expulsos do ciclo produtivo, enquanto o investimento morre, os dados das vendas do grupo voam nos EUA, no Canadá, México e Brasil. Isto demonstra que o problema não é a inovação, como se diz por aí: o diminuto poder aquisitivo, determinado pela exploração capitalista e pela busca do lucro máximo, causa a drástica redução da produção e direciona os investimentos e a atividade para quem pode dispender. Desde sua perspectiva de classe, o patrão Elkann não erra. Para fazer face às despesas, finalmente os capitães da indústria impõem a reforma do mercado de trabalho, fundamental para desembaraçar-se sem muito barulho dos trabalhadores considerados excedentes para livrar-se da vanguarda politizada e sindicalizada, e, finalmente, obter margens de lucro maiores. O que se vai delineando é um processo de americanização das relações industriais, para obter um modelo baseado unicamente em relações de força. De fato, recentemente o patrão John Elkann viajou a Melfi, levando consigo Sérgio Marchionne e o presidente do Conselho de Ministros Mario Monti. Elkann foi mostrar seu plano de classe, sua ameaça, seu rosnado para com a classe operária exatamente em Melfi, onde em 2004 se produziu uma das maiores batalhas operárias no plano europeu dos últimos trinta anos, uma disputa que ajoelhou Elkan e o governo de Berlusconi. 

As contradições gerais hoje mostram que a classe operária italiana está em recuo. É uma situação objetiva de isolamento, de fragmentação, de constante ameaça e terrorismo a que somos submetidos. Há até mesmo quem fique com medo de se aproximar de uma banca de recolhimento de assinaturas para um abaixo-assinado, e isto ocorre por meio do cordão sanitário construído em torno dos trabalhadores, que os isola, expondo-os ao projeto de restauração. Isto automaticamente complica o trabalho dos comunistas. A divisão dos trabalhadores e a ausência do papel dirigente da classe operária em suas próprias organizações, fruto de longas estratégias revisionistas que hoje dão seus resultados, não permite um contraste eficaz com a cultura burguesa dominante, com o pensamento dominante. Existe também outra dificuldade objetiva, ainda mais séria: reduzindo-se a presença operária e seu pensamento de classe, tomam impulso as reivindicações da pequena burguesia intelectualizada. Através de uma fraseologia ultrarrevolucionária e de extrema esquerda, o individualismo pequeno-burguês alimenta divisões, demolindo “pela esquerda” as experiências dos outros. Não tendo a capacidade de análise concreta da classe operária, mas somente retórica vazia, este desvio se exprime por meio de esquematismo e de palavras de ordem cativantes, imediatistas e atraentes, mas ilusórias e devastadoras para os comunistas e os trabalhadores. O individualismo intelectual do pequeno-burguês se manifesta por exemplo na presunção de ser autossuficiente, na alta consideração de si mesmo, na absoluta convicção de que suas próprias ideias podem substituir a análise dialética, no desprezo ao companheiro de luta, na criação do caos e da confusão. 

É nestas condições dramáticas que se encontram atuando a classe operária e os comunistas, enquanto o país se prepara para as próximas eleições. Sem papas na língua, o capitalismo monopolista pretende estabilizar o quadro político dentro de uma ótica reacionária, subsumir definitivamente o Estado e as instituições, liquidar o Estado social e a representação democrática, impedir a todo custo qualquer retardamento de tal projeto (mesmo que através de um impasse entre as duas casas legislativas), revogar a Constituição republicana nascida da Resistência antifascista.

O retorno de Berlusconi, a “saída” de Monti, o apoio a este da parte de Montezemolo e do Vaticano correspondem precisamente a estas exigências. Obviamente as tensões existentes entre o ex-premiê e o atual, são contrastes secundários com respeito ao plano comum dirigido contra os trabalhadores, as massas populares e a própria burguesia. É preciso deter Monti e Berlusconi.

A política não é exercício intelectual, mas é luta de classe, mesmo nas competições eleitorais.

Os comunistas devem saber sempre distinguir a contradição principal da secundária, ter, com base nisso, a capacidade de modificar a estratégia e a tática de acordo com as mudanças na situação e trabalhar para construir a mais ampla concertação de forças para desarticular o inimigo principal. Inclusive aliando-se, em certas situações, em certas circunstâncias, com o inimigo secundário. Na fase atual, os comunistas buscarão romper com todos os meios o cerco e a condição de isolamento a que foram submetidos, favorecendo a máxima convergência das forças políticas disponíveis a conduzir a oposição ao montismo [de Mário Monti] e ao berlusconismo [de Berlusconi], convergência materializada na lista eleitoral Revolução Civil. Os comunistas, no âmbito dessa coalizão de forças, levarão adiante a batalha em favor dos direitos dos trabalhadores e das massas populares, pelo direito ao trabalho, contra a guerra, pela paz e a amizade entre os povos. Este é um importante percurso de acumulação de forças, ainda necessária para manter aberta a perspectiva de luta pelo socialismo. Recordando sempre que a condição insubstituível para o fortalecimento e a reconstrução do Partido é o retorno ativo, criativo, protagonista e dirigente da classe operária. Quando os trabalhadores e as massas populares irrompem na cena política, as tendências pequeno-bueguesas recuam, a luta toma corpo, cria-se a verdadeira unidade e os governos reacionários podem ser batidos. O inimigo de classe pode ser derrotado.

*Membro do Comitê Central do Partido dos Comunistas Italianos (PdCI); publicado em www.marx21.it/index.php 

Tradução do italiano por José Reinaldo Carvalho 

sexta-feira, janeiro 11, 2013

Vice presidente Maduro denuncia plano da direita para manchar Venezuela de sangue!





Um mar vermelho voltou a tomar as ruas de Caracas nesta quinta-feira (10). Unidas pela confiança e respaldo à Constituição venezuelana, milhares de pessoas, lideradas pelo vice-presidente do país, Nicolás Maduro, juraram lealdade à Revolução Bolivariana conduzida pelo presidente Hugo Chávez. Durante o ato, Maduro denunciou que há um plano da direita para desestabilizar o país e “manchar de sangue as ruas venezuelanas”.

 “Há um plano de setores da direita para provocar mortes e encher de sangue as ruas da Venezuela em manifestações que dizem que farão, como espécie de piquetes e sabotagem. Eles estão tentando manchar a vida política e a vitória que este povo está conquistando”, denunciou o vice-presidente durante seu discurso no ato que reuniu mais de 20 líderes de diversos países latino-americanos em respaldo a Chávez.

Também pediu que estes setores oposicionistas reflitam antes de praticar tais atos para evitar panoramas de violência nas ruas e enfatizou que “aqui existe liberdade de expressão para se manifestar por meio de vias pacíficas, mas em nenhum momento permitirei caos nas ruas da Venezuela”.

Neste sentido, convocou todos a acatarem o que decidiu o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), segundo o qual Chávez pode fazer o juramento do novo mandato quando terminar seu tratamento em Havana. “Todo mundo tem que dizer ‘santa palavra’ quando o máximo tribunal do país dita a sentença”, reiterou Maduro.

Mídia manipula situação de Chávez

Outro alerta feito pelo vice-presidente é o de que a direita e seus meios de comunicação pretendem, tanto no nível nacional, quanto internacional, manipular as circunstâncias da operação e recuperação de Chávez para desestabilizar o país.

“Na imprensa mundial mentem todos os dias sobre a realidade da Revolução Bolivariana. Passaram-se 30 dias desde a operação do comandante Hugo Chávez e ele se encontra neste momento, como vocês sabem, na batalha. Daqui lhe dizemos: ‘fique tranquilo, continue sua batalha, que aqui há um governo e um povo bolivariano, revolucionário te respaldando e uma Força Armada Nacional Bolivariana firme’”, exclamou Maduro.

Solidariedade internacional

Diante dos diversos presidentes e líderes de diferentes países latino-americanos, Maduro agradeceu aos “povos irmãos pelo compromisso renovado com a Revolução Bolivariana, com a união, libertação e independência da América Latina e do Caribe”.

“A realização do sonho de nossos libertadores, a independência, a união verdadeira de nossos povos, essas são algumas das grandes conquistas do comandante-em-chefe Hugo Chávez Frías". E lembrou do papel protagonista desempenhado pelo mandatário na criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em dezembro de 2011: “Há apenas 13 meses estavam em Caracas os 33 chefes de Estado e de governo da América Latina tomando uma decisão transcendental e fundando a Celac”.

O também chanceler do país lembrou a coragem de Chávez que organizou e participou do encontro poucos meses depois de ter se submetido a uma cirurgia. “Que orgulho sentimos quando vimos este comandante que havia lutado para abrir as portas da integração, e que apenas algumas semanas antes havia saído de um tratamento longo e intenso.”

Aproveitou para destacar também a união interna: “Esta revolução tem seus motores ligados, nosso povo está mais unido do que nunca, a força armada está firme com o socialismo e a revolução”, acrescentou.

Durante a manifestação, a Força Armada mais uma vez reiterou o comprometimento com a revolução e a fidelidade a Chávez. Gesto ovacionado pela multidão.

Povo jura fidelidade

O ato foi encerrado com o juramento dos milhares de venezuelanos que, com os braços direitos erguidos, repetiram as palavras ditadas por Maduro e, perante a Constituição, juraram levar adiante o programa da Pátria para o período de 2013 a 2019 e defender a presidência de Chávez nas ruas.

“Juro que defenderei esta Constituição, nossa democracia popular, nossa independência e o direito de construir o Socialismo em nossa Pátria.

Juro que me comprometo a levar adiante o Programa da Pátria, em cada bairro, em cada fábrica, em cada escola, em cada esquina, em cada praça, em cada família.

Juro pela Constituição Bolivariana que defenderei a presidência do comandante Chávez nas ruas, com a razão, com a verdade e com a força e a inteligência de um povo que se libertou do jugo da burguesia.

Aqui em Caracas, hoje 10 de janeiro, dizemos ao Comandante Chávez, recupere-se que este povo jurou e vai cumprir lealdade absoluta.

Que Viva Chávez! Que vivam os povos do mundo! Que viva a Revolução Bolivariana!

Até a vitória para sempre! Independência e Pátria Socialista! Avante Compatriotas!

Eu juro!”.

Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva, com Agência Venezuelana de Notícias

quarta-feira, janeiro 09, 2013

Tabuleiro do Mundo e cenários futuros!!!


China e EUA disputarão Ásia. Europa seguirá em crise. Obama pode encerrar bloqueio de Cuba. Israel tentará bombardear Irã
Por Ignacio Ramonet 
| Tradução: Antonio Martins
Depois de termos sobrevivido ao anunciado fim do mundo, resta-nos agora tratar de prever nosso futuro imediato. Com raciocínios prudentes, porém mais cartesianos; baseando-nos nos princípios da geopolítica, uma disciplina que permite compreender o jogo geral das potências e avaliar os principais riscos e perigos. Para antecipar, como nos tabuleiros de xadrez, os movimentos de cada adversário potencial.
Se contemplarmos, nestes início de ano, um mapa do planeta, imediatamente observaremos vários pontos com luzes vermelhas acesas. Quatro deles apresentam altos níveis de perigo: Europa, América Latina, Oriente Médio e Ásia.
Na União Europeia (UE), 2013 será o pior ano desde que começou a crise. A “austeridade” como crença única e os ataques ao Estado de bem-estar social continuarão, porque assim exige a Alemanha que, pela primeira vez na História, domina a Europa e a dirige com mão de ferro. Berlim não aceitará nenhuma mudança até as eleições do próximo 22 de setembro, em que a chanceler Angela Merkel poderia obter um terceiro mandato.
Na Espanha, as tensões políticas aumentarão na medida em que a Generalitat de Catalunyacomece a tornar precisos os termos da consulta aos cidadãos sobre o futuro desta comunidade autônoma. Processo que os nacionalistas bascos seguirão com o maior interesse. A situação da economia, já péssima, dependerá do que ocorrer… na Itália, nas próximas eleições (em 24 de fevereiro). E das reações dos mercados, diante ou de uma eventual vitória dos amigos do conservador Mario Monti (que conta com o apoio de Berlim e do Vaticano), ou do candidato de centro-esquerda, Pier Luigi Bersani, melhor colocado nas pesquisas.
Também dependerá das condições (sem dúvida brutais) que Bruxelas exigirá, para o resgate que o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, acabará pedindo. Sem falar dos protestos, que continuam espalhando-se como rastro de gasolina – e acabarão por se encontrar com algum fósforo aceso… Podem ocorrer explosões em qualquer uma das sociedades do sul europeu (Grécia, Portugal, Itália, Espanha), exasperadas pelos cortes sociais permanentes. A UE não sairá do túnel em 2013, e tudo pode piorar se, além disso, os mercados decidirem voltar-se (como os neoliberais os incitam a fazer) (1) contra a França, do moderadíssimo socialista François Hollande.
Na América Latina, 2013 também estará cheio de desafios. Em primeiro lugar, na Venezuela, que desde 1999 desempenha um papel importante nas mudanças progressistas em toda a região. A recaída imprevista do presidente Hugo Chávez – reeleito em 7 de outubro último – cria incertezas. Embora o dirigente esteja se restabelecendo de sua nova operação contra o câncer, não se podem descartar novas eleições presidenciais em fevereiro. Designado por Chávez, o candidato da revolução bolivariana seria o atual vice-presidente Nicolás Maduro, um líder muito sólido, com qualidades humanas e políticas para se impor.
Também haverá eleições, dia 17 de fevereiro, no Equador. Quase ninguém duvida da reeleição do presidente Rafael Correa, outro dirigente latino-americano fundamental. Honduras (onde, em junho de 2009, um golpe derrubou Manuel Zelaya) viverá importante pleito. O atual presidente, Porfirio Lobo, não pode disputar um segundo mandato consecutivo. E o Tribunal Eleitoral Supremo autorizou a inscrição do partido Liberdade e Refundação (Libre), que, liderado por Zelaya, apresenta como candidata sua esposa, Xiomara Castro. Já no Chile, que terá eleições presidenciais em 17 de novembro, a impopularidade atual do presidente conservador Sebastián Piñera oferece possibilidades de vitória à socialista Michelle Bachelet.
A atenção internacional também se voltará para Cuba. Por duas razões. Continuam em Havana as conversações entre o governo colombiano e as FARC, para tentar acabar com o último conflito armada na América Latina. E esperam-se decisões de Washington. Nas eleições do último 6 de novembro, Barack Obama venceu na Flórida: obteve 75% do voto hispânico e – muito importante – 53% do voto cubano. São resultados que dão ao presidente, em seu último mandato, ampla margem de manobra para avançar rumo ao fim do bloqueio econômico e comercial da ilha.
Onde nada parece avançar é, mais uma vez, o Oriente Médio. Ali encontra-se o atual foco de perturbações no mundo. As revoltas da “primavera árabe” conseguiram derrotar vários ditadores locais: Bem Alí, da Tunísia; Mubarak, do Egito; Gadafi, na Líbia; Saleh, no Yêmen. Mas as eleições livres permitiram que partidos islâmicos com tendências reacionárias (os Irmãos Muçulmanos) conquistassem o poder. Agora querem, como se vê no Egito, conservá-lo a todo custo. Para consternação da população laica, que, por ter sido a primeira a se sublevar, nega-se a aceitar esta nova forma de autoritarismo. Um cenário idêntico está armado na Tunísia.
Depois de terem acompanhado com interesse as explosões de liberdade na primavera de 2011 nesta região, as sociedades europeias estão de novo desinteressando-se do que nela ocorre. Talvez por ser muito complicado. Um exemplo: a inextricável guerra civil na Síria. Ali, o que está claro é que as grandes potências ocidentais (Estados Unidos, Reino Unido e França), aliadas à Arábia Saudita, Qatar e Turquia, decidiram apoiar (com dinheiro, armas e instrutores) a insurgência islâmica sunita. Esta continua ganhando terreno, em distintas frentes. Quanto tempo resistirá o governo de Bashar El Assad? Sua sorte parece lançada. A Rússia e a China, seus aliados diplomáticos, não darão sinal verde na ONU para um ataque da OTAN, como na Líbia, em 2011. Mas tanto Moscou quanto Beijing consideram que a situação do regime de Damasco é militarmente irreversível, e começaram a negociar com Washington uma saída que preserve seus interesses.
Diante do “eixo xiita” (Hezbolá libanês, Síria e Irã), os Estados Unidos constituíram, na região, um amplo “eixo sunita” (desde a Turquia e Arábia Saudita até o Marrocos, passando pelo Cairo, Trípoli e Túnis). Objetivo: derrubar Bashar El Assad e despojar Teerã de seu grande aliado regional – antes da próxima primavera. Por que? Porque em 14 de junho haverá, no Irã, eleições presidenciais (2). Nelas, Mahmud Ahmadinejad, atual mandatário, não pode concorrer, já que a Constituição não permite exercer mais de dois mandatos. Ou seja, durante o próximo semestre, o Irã estará imerso em ácidas disputas eleitorais, entre os partidários de uma linha dura diante de Washington e os que defendem a via da negociação.
Diante desta situação iraniana de certo desgoverno, Israel estará em ordem de marcha para um eventual ataque contra as instalações nucleares de Teerã (3). No Estado judeu, as eleições gerais de 22 de janeiro produzirão provavelmente a vitória da coalizão ultraconservadora que reforçará o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, partidário de bombardear o Irã o quanto antes.
Este ataque não pode ser executado sem a participação militar dos Estados Unidos. Washington irá aceitá-lo? É pouco provável. Barack Obama, que toma passoe em 21 de janeiro, sente-se mais seguro depois da reeleição. Sabe que a imensa maioria da opinião pública estadunidense (4) não deseja mais guerras. O front do Afeganistão segue aberto. O da Síria, também. Outro pode abrir-se no norte do Mali. O novo secretário de Estado, John Kerry, terá a delicada missão de acalmar o aliado israelense.
Enquanto isso, Obama olha para a Ásia, zona prioritária desde que Washington decidiu a reorientação estratégica de sua política externa. Os Estados Unidos tratam de frear, ali, a expansão da China. Cercam-na de bases militares e apoiam-se em seus parceiros tradicionais: Japão, Coreia do Sul e Taiwan. É significativo que a primeira viagem de Barack Obama, depois de sua reeleição, tenha sido para a Birmânia, Camboja e Tailândia. São três membros da Associação de Nações do Sudeste Aiático (Asean), uma organização que reúne aliados de Washington na região e cuja maioria dos membros tem problemas de limites marítimos com Beijing.
A China designará Xi Jinping presidente, em março próximo. Seus mares converteram-se nas zonas de maior potencial de conflito armado da área Ásia-Pacífico. As tensões de Beijing com Tóquio, a respeito da soberania das ilhas Senkaku (Diaoyú, para os chineses), podem agravar-se depois da vitória eleitoral, em 15 de dezembro último, do Partido Liberal-Democrata (PLD), cujo líder e novo primeiro-ministro, Shinzo Abe, é um “falcão” nacionalista, conhecido por suas críticas à China. Também a disputa com o Vietnã, sobre a propriedade das ilhas Spratley, está subindo perigosamente de tom. Sobretudo, depois que as autoridades vietnamitas colocaram oficialmente o arquipélago sob sua soberania, em junho passado.
A China está modernizando a todo vapor sua marinha de guerra. Em 25 de setembro último, lançou seu primeiro porta-aviões, o Liaoning, com intenção de intimidar seus vizinhos. Beijing suporta cada vez menos a presença militar dos Estados Unidos na Ásia. Entre os dois gigantes, está se instalando uma perigosa “desconfiança estratégica” (5) que, sem dúvidas, marcará a política internacional do século XXI

sábado, janeiro 05, 2013

VAMOS COMEÇAR O ANO LEMBRANDO A LIÇÃO DOS LÍDERES DO PROCESSO REVOLUCIONARIO BRASILEIRO!!






Líderes revolucionários, gigantes da História

 Editorial do Portal Vermelho


 

No espaço de 13 meses, entre dezembro de 2011 e este início de ano, os comunistas, socialistas, revolucionários e progressistas, que atuam em diferentes partidos da esquerda brasileira, e mesmo ativistas individuais sem partido, celebraram de distintas maneiras efemérides relacionadas com as maiores figuras do pensamento e da ação da luta revolucionária do Brasil do século 20.

Os centenários natalícios de Carlos Marighella, em 2011, de João Amazonas e Maurício Grabois, em 2012, foram comemorados por seus correligionários, seguidores, amigos e familiares. Seus feitos, relembrados com a realização de atos políticos, a publicação de artigos, ensaios e livros, o lançamento de peças musicais, teatrais e cinematográficas. Suas histórias, contadas em reuniões com estudantes, operários, intelectuais. As ações que protagonizaram, rememoradas pelos militantes de hoje imbuídos dos mesmos ideais e das mesmas convicções que constituíram a es sência de suas vidas.

Hoje, dia 3 de janeiro, o Brasil relembra a figura de outro grande dirigente comunista, Luiz Carlos Prestes, no transcurso do seu 115º aniversário natalício.

Sem o ânimo de culto à personalidade e sem cair no modismo e na futilidade de invocar esses personagens da nossa História para reivindicar seu “charme”, “talento” e “fama”, como faz a historiografia oficial burguesa com suas figuras de destaque, é justo homenageá-los porque foram gigantes da História, dedicaram-se à luta pelo ideal comunista, pela revolução político-social e o socialismo, deram suas vidas à democracia, às causas patrióticas, aos direitos do povo, à solidariedade internacional. Foram combatentes cujos exemplos ficarão eternamente gravados na memória do povo brasileiro, da atual e das futuras gerações de lutadores. Dois deles – Marighella e Grabois – foram assassinados pelos esbirros da ditadura militar, um regime de facíno ras que por mais de duas décadas infelicitou a vida do povo brasileiro.

Num momento histórico em que se acentua a ofensiva reacionária e obscurantista do imperialismo no plano mundial e particularmente das classes dominantes domésticas na América Latina e no Brasil contra as ideias progressistas, as conquistas civilizacionais alcançadas pelo movimento revolucionário e o socialismo no século 20, e quando é notória a campanha anticomunista como último recurso ideológico de um sistema em inarredável crise, é edificante estudar, difundir e ensinar às novas gerações o pensamento e a obra desses revolucionários, por cima da intolerância, do sectarismo, da estreiteza, do arrivismo e do irracionalismo.

Os comunistas e o conjunto da militância da esquerda revolucionária e consequente têm muito a aprender com Marighella, Amazonas, Grabois e Prestes nas suas tarefas atuais. Até porque a construção de uma vanguarda revolucionária no país é uma obra aberta que não pode prescindir do concurso de todos os que têm convicções revolucionárias e lutam pelo socialismo e o comunismo.

Estes dirigentes formaram, ao lado de tantos outros, o núcleo que conduziu o Partido Comunista do Brasil, com a sigla do antigo PCB, de meados dos anos 1930 até os finais dos anos 1950. Foi um período rico da história do Partido, com altos e baixos, acertos e erros, até ocorrerem as cisões internas, no quadro da acirrada luta política e ideológica que tinha a ver com as linhas estratégicas e táticas da luta revolucionária no Brasil e no mundo de então. Em períodos históricos distintos, estiveram alternadamente unidos e separados. Tinham suas razões que – é preciso insistir – são também as razões da época que viveram. Transplantar mecanicamente os termos daqueles debates e embates para a presente época é demonstração de cegueira e anacronismo.

O que é necessário reter, resgatar e capitalizar da contribuição de todos eles para a atual etapa da luta é o esforço que fizeram para elaborar e pÃ?r em prática uma estratégia revolucionária e construir um partido de classe, capaz de enfrentar os grandes embates políticos e sociais, enraizar-se nas massas trabalhadoras e abrir os caminhos da luta pelo socialismo no Brasil.

Eles tinham uma visão aguda sobre os problemas nacionais, sobre o caráter retrógrado das classes dominantes brasileiras, a opressão do imperialismo e o papel das classes trabalhadoras no desenvolvimento histórico, sabiam que o caminho da emancipação nacional e social do povo brasileiro não era o da conciliação com o inimigo, mas o de uma árdua luta de classes.

Esses dirigentes foram quadros políticos sem igual na esquerda brasileira, homens extraordinários, guerreiros do povo brasileiro. Deixaram uma memória e um legado que não se devem perder em debates estéreis, antes precisam frutificar na l uta criativa, no combate concreto, nos labores teóricos e práticos na busca das melhores soluções para os cruciantes problemas que os povos enfrentam diante da brutal ofensiva do imperialismo e do capitalismo senil.

Cabe à atual geração dos lutadores pelas transformações sociais cuidar dessa memória, cultivar e desenvolver esse legado, como fonte de inspiração e ensinamentos para obter vitórias e avançar nas lutas atuais e futuras.