sexta-feira, agosto 31, 2012

Major Curió e Brilhantes Ustra vão as barras dos Tribunais. COMISSÃO DA VERDADE COMEÇA A AGIR!!


Mais cruel dos assassinos da Guerrilha do Araguaya

Coronel Brilhante, chefão dos Torturadores e asssassinos



Justiça determina abertura de ação penal contra militares por crimes na ditadura
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM

Militares que atuaram na repressão durante o regime militar (1964-85) responderão a ação penal por supostos crimes cometidos durante a ditadura.

A Justiça Federal em Marabá (685 km de Belém) aceitou denúncia do Ministério Público Federal e determinou a abertura de ação penal contra o coronel da reserva Sebastião Rodrigues Curió, 77, e contra o tenente-coronel da reserva Lício Maciel, 82.

Ambos combateram a guerrilha do Araguaia (1972-1975), na região sul do Pará, e são acusados do crime de sequestro qualificado.

A Procuradoria sustenta que corpos de militantes de esquerda supostamente mortos por eles até hoje não foram encontrados e, por isso, podem ser considerados como desaparecidos.
O crime de sequestro qualificado prevê pena de prisão de dois a oito anos.

A ação contra Curió havia sido rejeitada em março, mas o Ministério Público Federal recorreu e agora conseguiu mudar a decisão.

Antes, o juiz federal João César Otoni de Matos havia entendido que a Lei da Anistia, de 1979, perdoou crimes cometidos durante a ditadura militar e por isso rejeitou a abertura da ação.

ANISTIA

Em São Paulo, uma ação semelhante contra o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra foi rejeitada pela Justiça Federal, sob entendimento da Lei da Anistia.
É, portanto, segundo a Procuradoria, inédita a decisão da juíza federal Nair Cristina de Castro pela abertura dos processos. Ela já determinou que os acusados sejam ouvidos. As decisões são da última terça-feira (28) e foram divulgadas nesta quinta (30) pela Justiça Federal no Pará.

A juíza diz que, se o crime de sequestro continua até o presente momento, não se aplica a ele a Lei da Anistia, pois ultrapassou o período dos crimes anistiados.

O tenente-coronel Lício Maciel diz que o guerrilheiro Divino Ferreira de Souza foi baleado em combate. Maciel diz que não pode ser acusado de sequestro porque Divino foi levado a uma enfermaria e, posteriormente, militares o informaram que ele havia morrido.
Procurado pela reportagem, o coronel Sebastião Curió não quis comentar o caso.

Ulstra é convocado

A Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo aprovou ontem a convocação do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do Doi-Codi, principal órgão de repressão da ditadura militar (1964-85).

Ele é acusado de comandar práticas de tortura contra presos políticos na unidade, que foi criada sob o nome de Oban (Operação Bandeirante). O militar nega a participação direta em maus-tratos.

Como a comissão municipal não tem poderes para forçar a presença de testemunhas, a convocação será feita pela Comissão Nacional da Verdade, explicou o vereador Italo Cardoso (PT).

Os dois órgãos assinaram termo de cooperação para permitir a tomada de depoimentos em São Paulo.

O vereador Gilberto Natalini (PV), que é ex-preso político e integra a comissão, diz ter sido torturado por Ustra.

"Ele me bateu durante várias horas e me obrigou a declamar poesias nu e diante dos soldados para me humilhar", disse Natalini.

"Ele me batia com uma vara de cipó de um metro e meio de comprimento. Tive que ficar equilibrado com os pés em cima de latas de leite em pó. Também sofri choques elétricos. Tudo pelas mãos dele", afirmou.

No último dia 14, numa decisão inédita, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou sentença de primeira instância que reconheceu Ustra como torturador. Ele ainda pode recorrer. O militar, que se recusa a dar entrevistas, não foi localizado ontem.

A comissão também aprovou um convite para o ouvir o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto. Ele foi um dos signatários do AI-5, o ato institucional nº 5, que endureceu o regime e instituiu a censura prévia a partir de 1969.

Os vereadores querem questioná-lo sobre sua suposta participação na arrecadação de recursos para a Oban, que foi criada com a ajuda de empresários paulistas.
Segundo um assessor, Delfim só deve se pronunciar depois de ser convidado formalmente. De acordo com Italo Cardoso, o convite por ser transformado em convocação caso ele não o aceite.

Torturas hoje

A Comissão Nacional da Verdade deverá incluir no relatório recomendações contra a tortura praticada hoje por corporações policiais. Ontem, no Pará, membros da comissão ouviram relatos sobre torturas em um presídio do Estado e na Aeronáutica.

Eles disseram que o relatório vai se restringir ao período de 1946 a 1988, mas as recomendações incluirão fatos atuais.

"É claro que [haverá] recomendações em relação à estrutura policial do Brasil, que não pode continuar como está. Nós ratificamos a convenção da tortura, e a tortura continua sendo aplicada em todos os Estados", disse o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro. "A tortura ainda está institucionalizada", disse o ex-procurador-geral Cláudio Fonteles.

A comissão anunciou que encaminharia ao cartório que registrou a morte do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975, pedido de alteração em sua certidão de óbito. "Queremos que seja incluída a informação 'morto por tortura nos porões da ditadura'", disse Fonteles. A versão da ditadura é que Herzog se suicidou.

No Rio, outra integrante da comissão, Maria Rita Khel, disse que jamais poderia ter "saudade daquele tempo em que se praticou terrorismo de Estado". Khel disse ser difícil determinar, com apenas três meses de trabalho, que resultados a Comissão da Verdade conseguirá, mas se disse cética em relação às chances de localizar corpos de desaparecidos.

quinta-feira, agosto 30, 2012





Recentemente, inúmeros incêndios “nada suspeitos” vem atingindo  favelas no Município de São Paulo. Estranhamente sempre próximos a bairros de classe média abastada ou onde se prevê empreendimentos imobiliários  para atender a “classe média”. As autoridades municipais ligadas aos “Demo/tucanos nenhuma providencia tem tomado e a Policia e os “Bombeiros”, que deveriam investigar os sinistros não avançam nas apurações.
Já se comenta que haveria uma “tropa de choque” ligadas a poderosos interesses,  que estariam provocando estes sinistros. Centenas, talvez milhares de famílias vem perdendo tudo que construíram por toda uma vida. Já houve até vitimas fatais nestes “incidentes”. Mulheres, crianças, homens trabalhadores perdem tudo que tem e ainda não encontram nenhuma ajuda do “poder publico”.
Pode ser uma “limpeza étnica”, afastando os pobres de seus lugares de trabalho e convivência e abrindo caminho para a especulação imobiliária desregrada e com  apoio de “autoridades municipais. A Câmara Municipal ja esta investigando (com seus poucos recursos técnicos), mas esta na hora do Ministério Publico e até a Policia Federal entram firme nesta questão. E uma questão criminosa e de lesa humanidade.
Quem tem compromisso com o povo pobre e trabalhador e com os direitos humanos deve começara a agir e rápido. Desmascarar os criminosos e dar guarida e respaldo legal  aos pobres desamparados e perseguidos!!
Luiz  Aparecido
   

São Paulo sofre quarto incêndio em favela em duas semanas
Nova ocorrência destruiu em torno de 30 barracos em São Miguel Paulista, na zona leste da cidade 

Novo incêndio em favela paulistana atingiu comunidade da zona leste da cidade. Quarta ocorrência em duas semanas 

São Paulo – Mais uma favela em São Paulo pegou fogo na manhã de hoje (28). O incêndio, desta vez, ocorreu na favela da Paixão, no bairro de São Miguel Paulista, zona leste da cidade. Até as 12h30 o fogo ainda não havia sido controlado e já havia destruído pelo menos 30 barracos, de acordo com a Defesa Civil. As causas ainda não são conhecidas.

Este é o quarto incêndio em favela em duas semanas na capital paulista. Na última quinta-feira (23) ocorreu um incêndio em uma favela localizada na rua Capitão Pacheco Chaves, na Vila Prudente, entre as zonas sul e leste da capital paulista, que destruiu cerca de 100 barracos e deixou 600 pessoas desabrigadas.

Antes disso, em 17 de agosto, a favela do Areão pegou fogo e deixou cerca de 280 pessoas desabrigadas. Um dia depois ocorreu um incêndio na Favela Alba, na zona sul, que deixou pelo menos 120 desalojados. A prefeitura não ofereceu abrigo para as vítimas, que tiveram que se hospedar na casa de amigos e parentes.

Em abril, a Câmara Municipal abriu uma CPI para investigar as suspeitas de que os incêndios sejam provocados por pessoas ou grupos interessados em eliminar as casas de madeira para abrir espaço à especulação imobiliária. Passados quase cinco meses, ela realizou apenas duas das seis audiências marcadas, apenas para formalizar a abertura da CPI. A comissão deve encerrar os trabalhos no próximo dia 9, sem sequer ter nomeado relator.

terça-feira, agosto 28, 2012

"COMISSÃO DA VERDADE" AVANÇA COM ESFORÇO DE ADVOGADOS E ATIVISTAS DE DIREITOS HUMANOS! ROSA É UMA DELAS!!!



Comissão da Verdade listará mortos e desaparecidos caso a caso

A comissão tem dois anos para entregar um relatório sobre as violações aos direitos humanos cometidos pelos agentes do estado, e um dos objetivos é relatar caso a caso os cidadãos mortos e desaparecidos pela ditadura civil militar de 1964 até 1985. “Pelo menos com relação à questão das mortes, dos desaparecimentos e das ocultações de cadáveres nós temos que fazer um dossiê caso a caso, diz a advogada Rosa Cardoso.

Rodrigo Otávio
São Paulo - A Comissão Nacional da Verdade entra em seu quarto mês de funcionamento com seus sete membros divididos em três frentes para acelerar os trabalhos. A comissão tem, em princípio, o prazo de dois anos para entregar um relatório sobre as violações aos direitos humanos cometidos pelos agentes do estado, e um dos objetivos é relatar caso a caso os cidadãos mortos e desaparecidos pela ditadura civil militar de 1964 até 1985.

“Pelo menos com relação à questão das mortes, dos desaparecimentos e das ocultações de cadáveres nós temos que fazer um dossiê caso a caso, de modo que depois do trabalho da Comissão da Verdade se possa, dependendo do momento em que a luta política estiver, ser utilizado também com a finalidade de justiça”, disse a advogada Rosa Cardoso, membro da comissão, durante a palestra “Comissão da Verdade: possibilidades e limites”, sexta-feira (24), no Rio de Janeiro. Segundo levantamento da comissão, o país teve cerca de 500 pessoas mortas e desaparecidas pelo regime militar.

“Não existe ainda a justiça no Brasil, se bem que a gente pode relativizar essa questão porque existe uma justiça civil que pode funcionar em favor das vítimas, como é o caso recente que nós tivemos uma ação que declarou o coronel Ustra como torturador, e outras ações desse tipo na esfera civil podem ser propostas”, afirmou Cardoso, diferenciando as esferas.

“Então o que não existe no Brasil, e é muito, é demais, e já caracteriza uma situação de impunidade, é a justiça criminal, é a justiça onde se ajuizariam processos para investigar, esclarecer e punir os crimes praticados por aqueles que perpetraram graves violações durante os governos militares”, completou.

Perseguições
Outro relatório que a comissão deve produzir é sobre demissões injustificadas e perseguições sofridas por trabalhadores durante os anos de chumbo. O trabalho será feito por uma das subcomissões a partir dos quase 70 mil depoimentos apresentados à Comissão de Anistia de 2001. Segundo Rosa Cardoso, “vamos ter ali um padrão de violação de direitos humanos, teremos um banco de estatísticas para criar padrões de que tipos de violações aconteceram durante a ditadura”.

A advogada vê a produção desse relatório como mais um exemplo da necessidade de permanente diálogo entre a comissão e a sociedade civil. “A comissão vai incorporar muitas das questões que forem trazidas. Por exemplo, o que for levantado do que aconteceu na USP (Universidade de São Paulo), mandando para a gente, vai fazer parte também desse acervo”, disse ela em relação ao levantamento que a universidade está fazendo sobre as perseguições internas ocorridas no período. Rosa adiantou que a comissão firmará um termo de cooperação com a Universidade de Brasília (UnB) e está aberta para uma parceria também com a USP.

Se com a sociedade civil Rosa prega a troca de informações, para órgãos menos solícitos a advogada lembra que a comissão “pode requisitar os documentos que entender necessários, sejam eles os mais sigilosos”. Ela afirmou que para a comissão “não tem grau de sigilo. O grau de sigilo que tem para a Lei de Acesso à Informação (LAI) não existe para a comissão nos termos em que a lei da Comissão da Verdade autoriza os comissários ou comissionados a pedir essa informação”.

Operação Condor
Entre os documentos “não conhecidos, nãos desvendados, que podem apresentar informações novas”, ela citou os arquivos do Itamaraty. “Os arquivos de um órgão que se chamou Ciecs (Centro Internacional de Estudos do Cone Sul), do Itamaraty, foram agora para o Arquivo Nacional. Isso vai nos dar uma visão muito importante sobre o que aconteceu no exílio com pessoas que saíram do país, eram perseguidas políticas e foram acompanhadas. Sobre mortes ocorridas no exílio também”.

A advogada é a responsável pelo subgrupo de trabalho sobre a Operação Condor. Segundo ela, uma das tarefas é, ao cruzar informações encontradas com outros arquivos, “caracterizar que tipo de participação o Brasil teve na operação”. O cruzamento deve ser feito sobretudo para se entender as raízes e os responsáveis pela cooperação entre civis e militares na região.

“Estudaremos os antecedentes, porque o país já tinha muitos acordos bilaterais antes desse ‘acordão’ com mais cinco países; Chile, Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai. Foi inclusive um acordo que o Brasil participou sem querer muita visibilidade, nem assinou a formalização, mas participou intensamente. E essa operação Condor mostra de uma forma muito descarnada, muito clara, a questão do terrorismo de estado praticado pelo Brasil”, disse Rosa Cardoso.

Casa da morte
Em Petrópolis (RJ), a prefeitura declarou como imóvel de utilidade pública a Casa da Morte, residência nas imediações do Centro Histórico da cidade usada por agentes do Centro de Informações do Exército (CIE) como cativeiro, centro de torturas e local de assassinato de opositores do regime militar nos anos 70. Em seu livro Memórias de Uma Guerra Suja, o ex-agente do DOPS Claudio Guerra relata ter frequentado a casa e dali ter levado alguns cadáveres para serem incinerados nos fornos da usina Cambahyba, localizada em Campos dos Goytacazes, no Norte do estado do Rio de Janeiro.

A declaração como imóvel de utilidade pública atende a reivindicações feitas pelo Conselho de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis (CDDH) e é o primeiro passo para a desapropriação e transformação da Casa da Morte em um centro de memória.

domingo, agosto 26, 2012

..: FARC: 48 anos de luta revolucionária

..: FARC: 48 anos de luta revolucionária: FARC: 48 anos de luta revolucionária - por Miguel Urbano Rodrigues -  Não há precedente na história da América Latina para uma sag...

O que leva um artista talentoso, bem sucedido, rico, atirar-se de uma ponte e suicidar-se?







Diretor que se atirou de ponte em Los Angeles era irmão de Ridley Scott e especialista em filmes de ação. Ao final, faz como personagens de seus filmes: assumiu a responsabilidade e pôs fim à própria vida

Por Alexandre Matias e Heloisa Lupinacci, no Blog do IMS
Anteontem, era domingo, fazia sol e Tony Scott saiu de casa. Estacionou seu Toyota Prius no acostamento de uma das pistas da Vincent Thomas Bridge, na grande Los Angeles, saltou a cerca de proteção e subiu em direção à ponte por volta do meio-dia. Meia hora depois, pulou da ponte e encerrou sua biografia.
Era um dos diretores mais bem sucedidos de Hollywood, embora não fosse dos mais premiados ou mais reconhecidos – esse papel caberia melhor para seu irmão, Ridley Scott. Ao contrário dele, Tony nunca foi celebrado como um talento promissor ou um dos grandes de Hollywood – Ridley teve dois grandes momentos em sua carreira, quando apareceu pela primeira vez com uma sequência de filmes magistral (Os duelistas, o primeiro AlienBlade Runner) e depois quando se estabeleceu como diretor de épicos caça-Oscar (GladiadorFalcão negro em perigoO GângsterRobin Hood).

Já Tony passou longe desses trunfos – embora seus filmes fossem igualmente populares. A começar pelos dois veículos que estabeleceram a carreira de Tom Cruise como astro – Top Gun (1986) e Dias de trovão (1990) -, passando pelo segundo filme da série Um tira da pesada (1987), com Eddie Murphy (daqueles raros casos em que a sequência supera o original) e pelo filme que consolidou Bruce Willis como astro de filmes de ação, O último Boy Scout (1991).
Eram os filmes do início da carreira de Tony que, diferente da de seu irmão, manteve-se fiel a dois temas: a tensão e a velocidade. Tanto os rachas entre jatos militares de Top Gun quanto as corridas de stock car de Dias de trovão tinham parentesco com os trens desenfreados de seus filmes mais recentes (O sequestro do metrô 123, de 2009, e Incontrolável, de 2010). E quando não eram veiculos rasgando o asfalto, o clima era de desconfiança e paranoia, tanto no claustrofóbico Maré vermelha(1995), no tenso Inimigo do Estado (1998) ou no desconfiado Jogo de espiões (2001).
Filmes duros e frios, considerados sem alma pela crítica cinéfila, mas tecnicamente perfeitos – como devem ser os filmes de ação. Nem atuações pífias como as de Tom Cruise comprometiam o andamento e a adrenalina e mesmo cercando-se de atores competentes (seu alter ego mais recente era Denzel Washington, com quem fez quatro filmes) não deixava os personagens crescerem para além do que considerava primordial em suas premissas: situações-limite, disputas de poder, decisões que precisavam ser tomadas com urgência. Era cinema com sensibilidade muscular, sem tempo para devaneios ou elucubrações, sem espaço para titubeios ou sobressaltos.
Da mesma forma que não se prendia à arte cinematográfica – tratando o cinema como uma máquina – também não ficava restrito a um tipo de formato de narrativa, indo do cinema para o documentário, para a TV, para os videoclipes e comerciais de TV. Num deles, colocou James Brown e Marilyn Manson num comercial para a BMW. Num outro colocou George Michael num único quarto no clipe de “One More Try”, quando os clipes começaram a ficar caros e superproduzidos.
Seus dois maiores momentos, no entanto, talvez sejam filmes que não tenham tanto impacto popular – não como Top Gun ou Inimigo do Estado. Em Amor à queima roupa (1993), pegou o roteiro de um certo novato conhecido por alterar a ordem da narrativa de seus filmes (um tal Quentin Tarantino) e colocou-o na ordem certa, linear – escolhendo Val Kilmer, que havia acabado de interpretar Jim Morrison num filme de Olvier Stone, para fazero papel de Elvis Presley. Dez anos depois, em Deja-Vu(2006), seu melhor filme com Denzel Washington, reinventa o conceito de máquina do tempo como um recurso técnico policial.
Contudo, seu momento mais memorável, e inusitado, dado ao rumo que levou sua carreira, é a abertura de Fome de viver (1983), seu primeiríssimo filme, – que, mesmo com David Bowie e Catherine Deneuve num filme de vampiros dos anos 80, não foi redescoberto pelas gerações que se encantam com o calor sexy da série True Blood ou o romantismo platônico emo dos livros e filmes da saga Crepúsculo.
Antes de se jogar da ponte, Tony Scott havia deixado um bilhete suicida em seu carro, cujo conteúdo ainda não havia sido revelado pela polícia. Mas desconfiava-se que ele vinha atravessando um câncer que havia sido diagnosticado como sendo intratável – a família dele nega. Verdade ou ficção, nessa versão ele decide não perder a briga para a vida e faz como os personagens de seus filmes – assume a responsabilidade e ele mesmo se mata.
Tony Scott não era um fraco.

sábado, agosto 25, 2012

Deveras importante diálogo entre Noan Chomsky e José Maria León!





Chomsky: Assange deveria ser condecorado 

Por José María León, em GkillCity, do Vermelho
Quando, na quarta-feira, 15 de agosto deste ano, era iminente que Julian Assange obteria o asilo político que tinha solicitado ao governo do Equador, escrevi ao professor Noam Chomsky, um dos pensadores mais importantes da atualidade para que me respondesse umas perguntas sobre o asilo, a geopolítica que rodeia este caso e a liberdade de expressão.

Há vários meses, havia mantido uma breve correspondência com o professor Chomsky, que ainda não tinha podido materializar uma entrevista para GkillCity. Cruzamos um par de e-mails e, ainda que tenha me advertido que tinha uma fila de solicitações de entrevista que costuma programar para meses depois, iria fazer o possível para respondê-las.

No domingo, dia 19, recebi um e-mail às 10h08, com uma breve introdução de Chomsky, o linguista e filósofo norte-americano, que devolvia o questionário respondido. Segue uma tradução de suas respostas:

GkillCity: Professor Chomsky, sabemos que está sobrecarregado com pedidos de entrevistas, por isso, quero agradecer a você por esta oportunidade. Queremos conhecer a sua opinião sobre o mais recente caso diplomático que colocou Equador no centro da atenção internacional: o asilo político a Julian Assange. O governo dos EUA emitiu uma declaração que diz que este é um problema dos britânicos, equatorianos e suecos. Você acha que é um argumento honesto? Os Estados Unidos realmente estão interessados no destino de Julian Assange?
 
Noam Chomsky: A declaração não pode ser levado a sério, simplesmente. A sombra que paira sobre toda esta questão é a expectativa de que a Suécia envie de forma rápida Assange aos Estados Unidos, onde as chances de que receba um julgamento justo são praticamente zero. Isso é evidenciado pelo tratamento brutal e ilegal a Bradley Manning e a histeria generalizada do governo e dos meios de comunicação sobre Assange.

Além disso, para aqueles que acreditam que os cidadãos têm o direito de saber o que o seu governo planeja e faz, isto é, aqueles que têm um persistente afeto pela democracia, Assange não deveria enfrentar um processo judicial, mas, pelo contrário, ser condecorado com uma medalha de honra.

Em uma entrevista com Amy Goodman, do Democracy Now!, você disse que a maior razão para os segredos governamentais é proteger esses mesmos governos de seus povos. Pela primeira vez na história, o mundo está vendo a verdadeira cara da democracia?
 
Qualquer um que estude documentos antes secretos logo adverte que o sigilo governamental é um esforço para proteger os formuladores de políticas públicas do escrutínio popular, não para proteger o país dos inimigos. Não há dúvida de que o sigilo às vezes é justificado, mas é raro, e, no caso dos vazamentos feitos pelo WikiLeaks, eu não vi um único exemplo que o tivesse merecido.

No entanto, esta não é - de nenhuma maneira - a primeira vez que documentos vazados expuseram "a verdadeira face da diplomacia". Os Papéis do Pentágono são um caso famoso, mas a verdade é que este é um problema constante. Os registros expostos, inclusive documentos que oficialmente deixaram de ser secretos, são geralmente bastante impressionantes, embora seja muito raro que esta informação se torne conhecida do público em geral e, até mesmo, pela maioria da academia.

Sobre a questão específica do asilo concedido pelo Equador a Assange, afirmou-se que o governo equatoriano mostrou ambiguidade em relação à liberdade de imprensa: por um lado, mantém um contante confronto retórico (que tem sido levada ao tribunal, come os casos do Diario El Universo e dos jornalistas Juan Carlos Calderón e Christian Zurita, autores do livro O Grande Irmão) e, por outro lado, dá asilo a Assange. Você vê contradição nisso também? Ou você tem uma leitura diferente?
 
Pessoalmente, penso que só em circunstâncias extremas deve ser usado o poder do Estado para restringir a liberdade de imprensa, não importa o quão miserável e corrupto seja o comportamento da mídia. E, certamente, tem havido muitos abusos graves, por exemplo, houve um escândalo internacional há alguns anos, quando as leis britânicas sobre calúnias foram usadas
​​por uma grande empresa de mídia para destruir um pequeno jornal dissidente por publicar uma crítica a uma notícia publicada pela grande corporação. Isso não gerou praticamente nenhuma crítica.

O caso do Equador deve ser analisado individualmente, mas para além de todas as conclusões, não tem por que pesar na concessão de asilo a Assange, assim como a vergonhosa supressão da liberdade de expressão no caso britânico que mencionei não teria por que pesar, se a Inglaterra outorgasse asilo a alguém que tema ser perseguido. E ninguém diria o contrário em caso de qualquer estado poderoso ocidental.

Já que estamos falando de ambiguidades, há um duplo padrão na aplicação da lei pelos britânicos, já que no caso Pinochet a extradição solicitada por Baltazar Garzón foi rejeitada?
A norma governante é a subordinação aos interesses do poder. Raramente há um desvio.

Qual é, na sua opinião, o futuro imediato do caso Assange? A polícia britânica vai invadir a Embaixada do Equador? Assange pode deixar o Reino Unido e, depois disso, ficar de fora de qualquer risco, inclusive chegando ao Equador?
 
Praticamente não há nenhuma possibilidade de Assange poder sair do Reino Unido, ou da Embaixada do Equador. Eu duvido que a Inglaterra vá invadir a embaixada, o que seria uma violação do direito internacional radical, mas tampouco creio que essa opção deva ser descartada. Vale a pena lembrar, por exemplo, o assalto à Embaixada do Vaticano feito pelas forças dos EUA depois de invadir o Panamá, em 1989.

As grandes potências consideram-se imunes ao direito internacional e as classes educadas geralmente protegem essa posição. Minha previsão é que os britânicos vão esperar até que Assange não tolere mais estar confinado em uma pequena sala na Embaixada (que de fato é um apartamento de tamanho modesto).

Em um aspecto mais amplo, e para terminar esta entrevista, Slavoj Zizek disse que não estamos destruindo o capitalismo, mas testemunhando como o sistema destrói a si mesmo. São os movimento Occupy, a crise financeira na Europa e nos Estados Unidos, o surgimento de América Latina e de outras regiões antes marginais e o caso Wikileaks sinais da derrubada do sistema capitalista?

Longe disso. A crise financeira na Europa poderia ser resolvida, mas está sendo usada como uma alavanca para minar o contrato social europeu; é basicamente um caso de luta de classes. Os registros da Reserva Federal dos Estados Unidos parecem melhor do que a do seu homólogo europeu, mas é ainda muito limitada, e há outras medidas que podem ser tomadas para aliviar a crise nos EUA, que é uma crise de desemprego, principalmente. Para a população em geral, o desemprego é a maior preocupação, mas as instituições financeiras, que têm uma posição dominante na economia e no sistema político, estão mais interessadas
​​em reduzir o déficit e que seus interesses prevaleçam.

Em geral, existe uma enorme lacuna entre o interesse público e as políticas públicas. Este é um só caso. A ascensão da América Latina é um fenômeno com significado histórico, mas está longe de remover o sistema de estado capitalista. E enquanto o Wikileaks e os movimentos Occupy são irritantes para os poderosos - e uma grande ajuda para o público -, não são uma ameaça para os poderes fácticos dominantes.

Muito obrigado, professor Chomsky, pelo seu tempo e sua respostas. Esperamos vê-lo em breve no Equador.
 
Eu tinha planejado uma visita há alguns anos, mas uma emergência me impediu de fazê-la. Espero concretizá-la mais cedo ou mais tarde.

Link:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=192135&id_secao=9

sexta-feira, agosto 24, 2012

Um belo poema de Jaime Sautchuk para um fim de semana mais ameno e carinhoso!!!


Cristais

JAIME SAUTCHUK

Quem vai ao espaço nas estações globais
Nota muralha da China, fogos dos poços sauditas
E vê lá de longe nossos resplandecentes cristais
Mas quem vive em Cristalina, aqui dorme e namora
Sente apenas seus belos e singelos sinais

São luzes que penetram fundo em qualquer ser
Parecem apenas pedras, rijas, sólidas e benditas
Mas que influem muito em nosso pequeno crer
Que convivem de perto com o pequi ou a amora
E estão juntinho da gente em cada adormecer

Quem vai para o leito, já esmorecido pela andança
Em seus sonhos se alevantam graciosas pepitas
De pedras, devaneios, viagens e esperança
Dos sentimentos em que a doce vida se escora
No rumo ao futuro, sem mágoa nem vingança

Soerguimentos do solo, deveras profundos
Cantos do coração, sem dores nem gritas
Sortimentos de rações desses nossos mundos
Suprimentos do passado e dos dias de agora
Fugindo das locas e de paços imundos

Como supercondutores, em válvulas e agulhas
Foram motor da indústria e animaram artistas
Mas estão no solo, em luminosas fagulhas
Num gesto que a todo dia nos rememora
O brilhante brilho em espontâneas tulhas

Pedras vulgares nos vastos cerrados delas
Para nós as mais verdadeiras ametistas
Nobres, multipresentes, únicas e tão belas
É o quartzo, que se cria com farta demora
Os teremos nas mãos ou veremos em telas

Essas pedritas, o alimento que nos revigora

Jaime Sautchuk, jornalista,escritor/poeta,lutador por um mundo melhor, coordenador do CEBRAPAZ/DF, ambentalista e revolucionario em tempo integral – 18ago2012

quinta-feira, agosto 23, 2012

Votar 65-PCdoB nestas eleições!!


Com o inicio da propaganda gratuita no Rádio e Televisão, a campanha eleitoral para prefeitos e vereadores adquire novo patamar.  Estou aqui, torcendo pelos meus camaradas que orgulhosa e ousadamente ostentam a bandeira do PCdoB e o numero 65 neste pleito. Já assumi meu apoio aqui para os candidatos a prefeitos em todos os municípios onde concorremos , aos candidatos Xaolin da Rocinha-65000, no Rio de Janeiro, Luiciana Bernardes em Vitória, Jamil Murad em São Paulo, professor Evaldo Lima em Fortaleza( com Inácio65, é claro) e manifestarei outros apoios logo que tiver numero e nome dos candidatos nas capitais. Não dá para nomear os postulantes de todas as cidades porque o espaço é pequeno e o numero deles é grande. Mas podem contar com meu apoio moral e propagandístico. Viva o PCdoB e o 65 que saira mais forte, unido e revolucionário destas eleições. 

terça-feira, agosto 21, 2012

Filmes e documentarios sobre a resistencia contra a Ditadura!!


Veja aqui os filmes/documentarios que relatam a luta de resistencia contra a Ditadura e a história dos guerrilheiros que enfrentaram os algozes da Liberdade no Brasil. È só clicar em cima do titulo e ver a obra!!


Veja documentários sobre a guerrilha no Brasil:
Documentário Tempo de Resistência: é o mais completo sobre a luta do povo brasileiro contra a ditadura militar.
Documentário Hércules 56: sobre o sequestro do embaixador americano
Documentário Brasil: um relatório sobre tortura: feito pelos guerrilheiros trocados pelo embaixador suiço. 
Reportagem sobre a Guerrilha do Araguaia
Veja o documentário 15 filhos de guerrilheiros: Eles falam de suas vidas no meio da ditadura.
Veja o grupo da Revista Subversivos - Histórias em quadrinhos baseada na luta armada.

segunda-feira, agosto 20, 2012

Boletim sobre "Estado de doença"!!!


Hoje,segunda,  dia 20, passei por duas consultas e recomendações de “N” exames, até de medicina nuclear! Meus dois AVCs temporais e o inchaço e crosta nas pernas podem ser resultado de má circulação sanguínea. Mas as principais artérias estão bem. Vou fazer agora uma ressonância especifica da cabeça/cérebro, porque ali podem estar algumas artérinhas obstruidas ou prestes, que estão causando os AVCs temporais. E tome remédios para afinar o sangue, etc. Mas devo, com previsto, durar os 300 anos que pretendo, como todo “Highlander”, porém sem probleminhas de doença que me perturbem ou preocupem. Afinal, tem um “túnel no fim da Luz”. Obrigado aos amigos que se preocupam com meu Estado. Boa noite a todos!!

sexta-feira, agosto 17, 2012

Novas tecnologias a serviço da guerra imperialista!!




Novas formas de agressão dos EUA
As Inovações “revolucionárias” na estratégia militar do imperialismo iluminam bem a ameaça para a humanidade de um sistema de poder monstruoso
Miguel Urbano Rodrigues

Os EUA surgem como pioneiros em duas formas de agressão que o Pentágono define como evolução na arte da guerra: os drones, aviões sem piloto, e os ataques cibernéticos.
Robôs sofisticados, as aeronaves sem piloto estão a ser utilizadas intensamente em bombardeamentos no Afeganistão e no Paquistão e em operações similares no Iêmen e na Somália.
Num brilhante ensaio, o professor português Frederico Carvalho analisa a rápida expansão desses armamentos de tecnologia avançada.
Em 2003, o número de veículos aéreos sem piloto (Vasp) excedia já os sete milhares. Segundo o Pentágono, esses engenhos vieram “revolucionar a arte militar”.
Eles apagaram na guerra a fronteira entre o soldado e o civil. Agora, algures numa pequena cidade dos EUA, um técnico, recebidas as instruções sobre o alvo a atingir, carrega nos botões de uma mesa de comando e depois vai jantar com a família de consciência tranquila. Nem sequer conhece o resultado da operação criminosa.
Mas o ataque pode ser também desfechado de uma base na Etiópia, em Djibuti, nas Seychelles ou na Arábia Saudita. Eventualmente, de um porta-aviões. Os drones disparam mísseis Halfi re ou Scorpion.
Afirmam os generais do Pentágono que os danos colaterais são mínimos. Mentem Dennis Blair, o ex-diretor Nacional da Espionagem, qualifica os Vasps de “arma perigosamente sedutora”, porque “é barata, não faz vítimas americanas e transmite uma imagem de dureza”.
Oficialmente, os alvos visados são grupos de terroristas ou personalidades cujos nomes constam de uma lista submetida à aprovação prévia do presidente Obama.
O balanço dos ataques a aldeias das zonas tribais do Paquistão, planejados e controlados diretamente pela CIA, é pesado.
Nas aldeias bombardeadas por cada “terrorista” abatido são mortos dez camponeses.
De uma só vez, os mísseis de um drone mataram 26 soldados paquistaneses. A indignação naqueles país foi tamanha que o governo de Islamabad proibiu durante meses na fronteira o trânsito de caminhões de abastecimento às tropas americanas e da Otan que ocupam o Afeganistão.
O presidente Obama não somente aprova a utilização massiva dos drones como deu o seu aval a uma alteração dos regulamentos que autoriza o recurso “a força letal” longe de zonas de guerra. Por outras palavras, o assassinato em países estrangeiros de indivíduos considerados “perigosos” para a segurança dos EUA passou a ser legal.
Além dos drones, os EUA contam hoje com um arsenal de robôs de reconhecimento.
Revistas especializadas referem a existência de pequenos robôs espiões com a aparência de insetos, que passam despercebidos. Está aliás em estudo a utilização de insetos reais em que seria implantado um chip eletrônico que permitiria comandar a distância o seu voo.

Cibernética a serviço da guerra
OS EUA são também pioneiros na utilização da cibernética como instrumento de espionagem e arma eficaz para a desativação ou destruição de equipamentos e sistemas informatizados.
O subsecretário de Defesa dos EUA, William Lynn, reconheceu numa declaração pública que para o Pentágono o ciberespaço “é um novo teatro de guerra”, como o solo, o mar ou o ar.
Atos de agressão cibernética confirmam essas palavras. Em setembro de 2010 a mídia estadunidense noticiou que o parque de ultracentrifugadoras de Natanz, no Irã, fora alvo de um ataque. Em Washington sabia-se que ali se procedia ao enriquecimento de urânio natural destinado a combustível nuclear para a produção de energia.
Aproximadamente mil centrifugadoras foram então inutilizadas pela operação de pirataria cibernética que utilizou o vírus Stuxnet. Posteriormente, soube-se que esse vírus, ate então desconhecido, resultara de um projeto americano-israelense.
Operações como a citada são planejadas e executadas sob a direção do Ciber Comand, subunidade do Comando Estratégico das Forças Armadas.
É de lamentar que a mídia brasileira, com poucas exceções, preste escassa atenção à importância crescente da guerra robótica e da ciberguerra nas agressões imperiais dos EUA.
Essas inovações “revolucionárias” na estratégia militar do imperialismo iluminam bem a ameaça para a humanidade de um sistema de poder monstruoso que somente encontra precedente no III Reich nazi.
 Miguel Urbano Rodrigues é jornalista e escritor português. Escreve mensalmente para o Brasil de Fato.

Mulher de luta para vereadora em Vitória!!



Minha e do Blog candidata a vereadora em Vitória. Mais qualidade e representatividade politica dos movimentos populares e de esquerda na Câmara de Vereadores. To aqui torcendo e pedindo aos amigos de Vitória que votem em Luciana Bernardes vereadora!!


Para renovar com qualidade peço seu voto em Vitória. Vote em quem tem compromisso com as lutas do povo. Como militante dos Movimentos Sociais e Filiada ao PCdoB há 11 anos, penso que podemos contribuir e muito. Minha trajetória de 9 anos pa
rticipando da reestruturação da UBM no Estado que me credenciou a fazer parte da Executuva Nacional da Entidade, somado ao nosso trabalho na Coordenação dos Movimentos Sociais, no Conselho do Direitos da Mulher de Vitória e meu comportamento como profissional da Assistencia Social não deixa dúvidas de que saberei dialogar com todas as forças identificando claramente os reais inimigos do povo. Muito Obrigada.
Luciana Bernardes

quarta-feira, agosto 15, 2012

BRASIL NOS "JOGOS OLIMPICOS": MUITO ESFORÇO, POUCO RESULTADO!!!


Parcas Medalhas


JAIME SAUTCHUK (*)

As Olimpíadas de Londres renderam ao Brasil 17 medalhas, sendo três de ouro.  Merecem parabéns os atletas que as conseguiram. Contudo, o que se pode dizer é que o resultado desses jogos, para nós, foi pífio. São honrosas as premiações obtidas, mas, convenhamos, foram parcas diante do esperado.

Primeiro, porque as leis surgidas no Brasil (Agnelo/Piva, Bolsa-Atleta e outras) e as políticas implantadas a partir da era Lula sempre indicaram um rumo promissor. A começar pela criação do Ministério do Esporte, que antes era misturado com turismo, não sabemos por quê.

Com isso, o dinheiro aplicado em esporte cresceu em mais de 30 vezes, administrado principalmente pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), uma entidade privada, como a CBF no futebol. E há também o patrocínio de empresas estatais, como Banco do Brasil, ECT, Caixa e Petrobrás. É dinheiro é público. Só que mal aplicado, pelo que se vê.

 O presidente do COB, Carlos Arthur Nuzmann, disse, ao avaliar o desempenho brasileiro em Londres, que “é preciso diversificar as modalidades em que atuamos”. Descobriu a pólvora, o veterano dirigente dos esportes olímpicos.

Também o secretário-executivo da entidade, Marcus Vinícius Freire, o Marcão, lamentou o resultado muito abaixo do esperado, mas sem explicar direito. Ambos são originários do vôlei, modalidade em que concentram investimentos, mas nem mesmo aí nossa pontuação foi de total agrado, já que ficamos com a prata no masculino.

Mas esse meio fracasso vem num momento em que o País está em campanha eleitoral. E suscita, pois, o debate no plano municipal. Os candidatos devem ter a consciência de que o esporte não é um penduricalho nas políticas públicas. É, ao contrário, uma atividade essencial, até porque está imbricada com educação e saúde, pelo menos.

E aí é que o bicho pega. Por mais que haja esforço no plano federal, quando chega lá na base, nas escolas, nas comunidades, o que se vê é um descaso completo. Os atletas surgem por acaso, por esforço pessoal, não como fruto de atividade massificada, em que toda a criança já traga com ela essa possibilidade de se desenvolver.

Há, no entanto, uma série de fatores que tornam complexa a mudança de mentalidade a respeito do esporte no Brasil. A começar pela legislação que regulamenta a atividade dos profissionais da educação física.

A Lei 9696, de 1998, que regulamenta essa profissão, cria uma divisão de áreas. Uns profissionais podem atuar nas escolas formais da rede de ensino, outros podem atuar nas academias, clubes etc. Essa divisão é reforçada na própria universidade, que tem, em verdade, dois cursos distintos: o de graduação (bacharelado) e o de licenciatura.


Quando caem no mercado de trabalho, esses profissionais são subordinados a normas diferentes. Os de licenciatura são regidos pelas regras do Ministério da Educação; os outros, pelas do Conselho Federal de Educação Física. Na maior parte dos países, como Cuba, por exemplo, não existe essa diferenciação.

No dia-a-dia, ocorre o seguinte. Pela legislação, um professor de uma escola da rede pública de uma cidade qualquer não pode ser, ao mesmo tempo, treinador de um time de futebol local. Não pode sequer desenvolver atividades de lazer com outras crianças. A tese que norteia isso é a de que, caso contrário, esse professor estaria “roubando” vaga de alguém. Parece um absurdo, mas esse é um problema real.

Na América Latina, há exemplos de forte desenvolvimento da atividade esportiva. Quando assumiu o governo da Venezuela, o presidente Hugo Chaves fez um acordo com Cuba e contratou cerca de 1.000 técnicos em educação física e esportes. Essa gente se espalhou pelo país, em centros esportivos, escolas e entidades populares. E os resultados são visíveis, em especial nos esportes de rendimento, olímpicos. Mas até no futebol.

Do ponto de vista quantitativo, o caso brasileiro é bem mais simples do que o venezuelano. As universidades brasileiras jogam no mercado, pelo menos, 30 mil novos profissionais de educação física por ano. Ou seja, o Brasil está bem servido de pessoal para atuar na massificação das atividades esportivas.

O problema é que grande parte dos profissionais que se formam atende ao chamado mercado. Eles vão atuar na área de fitness (condicionamento físico), nas academias de ginástica ou no atendimento personalizado a fregueses endinheirados. Prevalece a visão o esporte como privilégio de poucos.
Há outro contingente que vai para as escolas, mas estas também não estão voltadas para a formação de atletas. Fica, então, um vazio entre estes dois grandes nichos de mercado de trabalho (escola e fitness).


Existem vários outros problemas, como o uso dos espaços urbanos para esporte e lazer. Mesmo em cidades pequenas do interior, é comum vermos áreas que eram campos de futebol de várzea serem transformadas em estacionamentos de carros ou prédios comerciais. As prefeituras, de um modo geral, não investem nessas áreas, que poderiam ser centros de esporte e lazer, com monitoria profissional.

Apesar de ter dinheiro, o COB não tem uma política efetivamente de base. De todo modo, o momento é oportuno. Basta assegurar que o tema esporte não seja somente discurso de campanha, mas que sejam asseguradas medidas efetivas.

Só assim poderemos chegar a eventos internacionais com um volume de atletas competitivos. Não apenas com alguns abnegados ou adeptos de modalidades privilegiadas pelas autoridades do setor, como o vôlei.

 *Jaime Sautchuk é jornalista,  ambientalista e homem preocupado com as coisas do Brasil