Cristais
JAIME SAUTCHUK
Quem
vai ao espaço nas estações globais
Nota
muralha da China, fogos dos poços sauditas
E vê
lá de longe nossos resplandecentes cristais
Mas
quem vive em Cristalina, aqui dorme e namora
Sente
apenas seus belos e singelos sinais
São
luzes que penetram fundo em qualquer ser
Parecem
apenas pedras, rijas, sólidas e benditas
Mas
que influem muito em nosso pequeno crer
Que
convivem de perto com o pequi ou a amora
E
estão juntinho da gente em cada adormecer
Quem
vai para o leito, já esmorecido pela andança
Em
seus sonhos se alevantam graciosas pepitas
De
pedras, devaneios, viagens e esperança
Dos
sentimentos em que a doce vida se escora
No
rumo ao futuro, sem mágoa nem vingança
Soerguimentos
do solo, deveras profundos
Cantos
do coração, sem dores nem gritas
Sortimentos
de rações desses nossos mundos
Suprimentos
do passado e dos dias de agora
Fugindo
das locas e de paços imundos
Como
supercondutores, em válvulas e agulhas
Foram
motor da indústria e animaram artistas
Mas
estão no solo, em luminosas fagulhas
Num
gesto que a todo dia nos rememora
O
brilhante brilho em espontâneas tulhas
Pedras
vulgares nos vastos cerrados delas
Para
nós as mais verdadeiras ametistas
Nobres,
multipresentes, únicas e tão belas
É o
quartzo, que se cria com farta demora
Os
teremos nas mãos ou veremos em telas
Essas
pedritas, o alimento que nos revigora
Jaime Sautchuk, jornalista,escritor/poeta,lutador por um mundo melhor, coordenador do CEBRAPAZ/DF, ambentalista e revolucionario em tempo integral – 18ago2012
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