quarta-feira, maio 30, 2012

Discutindo o futuro do Cerrado

Rui Faquini


Siron Franco




O Cerrado na Rio+20

JAIME SAUTCHUK*

O encontro global sobre clima chamado de Rio+20, no mês que vem,
terá certamente muitos discursos empolgados de chefes de estado e
de governo do mundo inteiro, mas pouco resultado prático. O evento
será, entretanto, palco de uma série de outros acontecimentos que
chamarão a atenção de quem nele estiver antenado, ao redor do
Planeta.

Uma dessas atrações, que desde agora já vem chamando atenção,
é uma exposição (ou instalação) que o artista plástico goiano Siron
Franco fará, baseado principalmente em fotos do também goiano
Rui Faquini. A mostra, ou libelo, ocupará generoso espaço do Centro
Cultural Banco do Brasil, que faz parte da estrutura da Rio+20, para
denunciar a destruição do Cerrado brasileiro.

As peças tratarão dos mais variados aspectos do Cerrado. Vegetação,
insetos, solo, fauna, flores, frutos, arquitetura, água e tudo o que de
mais belo se pode encontrar nesse bioma. Isto, somado ao que há de
mais doloroso, como o fogo predatório, a motosserra, as máquinas e
seus correntões, que derrubam tudo o que houver pela frente.

Em corredores diferentes, a genialidade de Siron criará ambientes
também diversificados. Uns de calma, paz e beleza, outros de
angústia, desgosto e desespero. É, enfim, a brutal diferença entre
a riqueza natural do Cerrado e a pobre riqueza do dinheiro, fruto da
destruição para servir a um modelo de ocupação comprovadamente
nefasto, para o usufruto de poucos.

E conta com a genialidade, persistência e competência de Faquini, um
fotógrafo que há mais de 40 anos palmilha os cantinhos mais remotos
do Cerrado, especialmente no Planalto Central do País, para deles
fazer um retrato ampliado, completo. De minúsculas plantas e insetos
a majestosas paisagens. Dos verde das chuvas ao amarelo dos meses
sem água. Dos rios transbordantes às praias de finas areias dos
tempos da seca.

Sua vasta produção está, em parte, publicada em incontáveis
obras de sua autoria ou ilustrando trabalhos de terceiros, ornando
ambientes dos mais diversos ou, ainda, servindo para peças de
campanhas em defesa do Cerrado. Outra grande parte segue inédita,

em seus arquivos, dos mais bem organizados da fotografia brasileira.

Siron Franco nasceu em Cidade de Goiás, antiga Vila Boa, que foi
capital do estado até a construção de Goiânia, na década de 1.940. É
uma cidade histórica, criada pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da
Silva Filho, o Anhanguera II, em 1.726. E hoje mora em Goiânia. Ele
costuma dizer que adora capitais, “mas desde que sejam de Goiás”.
Faquini, por sua vez, nasceu em Morrinhos, cidade do Sul do Estado,
e hoje mora no Distrito Federal, numa área fora de Brasília, “em chão
goiano”.

Além da paixão pelo Cerrado, entre Siron e Faquini há um monte
de outras afinidades. Uma delas é a mania de sempre encontrar um
jeito novo de mostrar algo que aparentemente já foi dissecado por
completo. Com uma vantagem: a constante procura de um modo
mais belo de dizer coisas que muitas vezes são tristes e feias.

Para a exposição da Rio+20, para demonstrar a dedicação, dia
desses, já tarde da noite, Siron telefonou dizendo que sentia falta
de alguma coisa e pedia a Faquini algo tão simples como “umas
trinta cabeças de abelhas”. E o pior é que foram enviadas trinta fotos
de cabeças diferentes de diferentes tipos de abelhas. É a busca da
perfeição, em ambos.

Com coisas de tipo, mesmo que a Rio+20 não traga nada de novo
para tentar salvar o Planeta, vale a pena conferir essa bela iniciativa
de salvar o Cerrado.

terça-feira, maio 29, 2012

Dialogo da busca da unidade na diversidade!!



Bom dia amigos e amigas, combatentes da liberdade e do socialismo. Òtima semana a todos e preparem-se para a semana que começa com luta.Neste sábado participei do almoço/encontro do "Centro de memória Operaria" da Vila Planalto. Um sucesso que aumenta a cada novo evento. Encontrei lá o Toninho Andrade, do PSol, animado com entendimentos entre eles e o PCdoB em Estados do Norte e torcendo para que a unidade na diversidade se estenda para Maranhão, Ceará e outros Estados! Nós tambem!!!

Já relatei acima o encontro/almoço que "Centro de Memória Operaria",da Vila Planalto em Brasilia, dirigido pelo companheiro Everaldo Cavazzo, realizou no sábado passado e proporcionou um proficuo encontro meu com o Toninho Andrade, do PSol. Espero que outros encontros como este aconteçam e mais gente preocupada com o futuro de Brasilia e do Brasil participem. Ai vai a foto!!

quinta-feira, maio 24, 2012

REFORMA OU REVOLUÇÃO:Um dilema que permanece!!!!




Neste artigo, Celso Lungaretti coloca o dedo na ferida que sangra na esquerda brasileira! Partidos e organizações de esquerda se acomodam no legalismo proporcionado por uma Democracia relativa, porém ampla e se tornam reformistas, deixando o processo necessario da Revolução em segundo plano. Tarefa hoje dos comunistas e revolucionarios, é lutar interna e externamente para que nossa esperança no processo revolucionario, socialista não se perca na poeira da ilusão reformista. Por isto seu artigo esta neste Blog!(Luiz Aparecido)


A FALSA CONSCIÊNCIA E A ESQUERDA
QUE COM ELA COMPACTUA

Celso Lungaretti (*)


Como faz falta uma esquerda à moda antiga, que não tenha medo medo de dizer em alto e bom som que o  problema fundamental nas nações capitalistas é exatamente o fato de serem capitalistas!
No Brasil, a esquerda que perdeu a vontade de fazer a revolução, preferindo disputar nacos de poder sob o capitalismo, embarca grotescamente no denuncismo contra a corrupção, pautado pelo inimigo e insuflado  ad nauseam  pela indústria cultural do inimigo.
Com isto, o debate político permanece há anos estagnado e não se oferece aos trabalhadores uma PERSPECTIVA REVOLUCIONÁRIA.
Bem dizia o Paulo Francis, nos seus melhores dias: o combate à corrupção é bandeira da direita.
A corrupção é inerente ao sistema que coloca a ganância e a busca da diferenciação acima de todos os outros valores, inclusive a família e a vida; haverá sempre algum político querendo levar vantagem por meios escusos e sua momentânea colocação na berlinda será sempre conveniente para quem está empenhado em evitar que os explorados reflitam sobre os caminhos concretos para darem um fim à exploração.
Entra CPI, sai CPI e nada verdadeiramente muda, ninguém é verdadeiramente punido, só cumpre um período de ostracismo e depois volta à tona, belo e lampeiro. Os acusados de uma podem até se tornar os juízes de outra, como Fernando Collor.

Caberia à esquerda brasileira dizer aos explorados: "Isto é só poeira colorida que o sistema joga nos seus olhos, para que sintam-se vingados vendo um poderoso cair no opróbrio! Vocês precisam é de que os frutos do seu trabalho não lhes sejam usurpados, não de catarse barata!".
Assim como caberia à esquerda  européia (começando pela da França, onde a xenofobia virou grande tema eleitoral...) dizer aos explorados de lá: "Não são os imigrantes que desgraçam sua vida ao disputarem postos de trabalho consigo, mas sim o capitalismo, ao forçar o trabalhadores a uma competição zoologica por bens que poderiam sobrar para todos, se a produção fosse voltada para o atendimento das necessidades humanas e o que se produz fosse distribuído equitativamente entre todos os seres humanos".
Mas, não o fazem. Então, entregues à FALSA CONSCIÊNCIA que o sistema tudo faz para neles incutir, os explorados daqui esbravejam contra todos os políticos e descreem na atividade política como caminho para forjarem uma sociedade mais justa, enquanto os explorados de lá hostilizam irmãos ao invés de buscarem seu apoio na luta contra o verdadeiro vilão, o capitalismo.
Até que a esquerda volte a ser revolucionária, continuaremos patinando sem sair do lugar.
* jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

terça-feira, maio 22, 2012


Xaolin da Rocinha aqui com Oscar Niemayer: dois revolucionarios preocupados com nosso povo!

Pronunciamento feito por Xaolin no Fórum Nacional, no BNDES, a convite do Ministro Reis Velloso.

Bom tarde senhoras, bom tarde senhores! 
Bom tarde a digníssima mesa!
O meu muito obrigado ao Exmo.sr. Ministro Reis Velloso pelo convite.
O meu muito obrigado ao camarada Vicente Pereira e a camarada Marília Pastuk, ambos da Ação Comunitária Brasileira, que generosamente me contataram para ser também protagonista deste novo processo que se apresenta. 
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“Rocinha e as favelas: um olhar sobre os direitos do cidadão, desafios e perspectivas,
políticas públicas e cidade integrada”.

*Antonio (Xaolin) Ferreira de Mello

“O papel de uma organização revolucionária é dar voz, boca e ação aos humildes e oprimidos”.
O escravo sem voz nem boca/o extenso sofrimento/se fez homem/se chamou Povo/Proletariado/ Sindicato./ganhou pessoa e postura.”
Pablo Neruda

Entendo que aqui, hoje, se dá um novo processo, transformador, mudancista. Entretanto quando este Fórum abre espaço para a favela falar, isto é revolucionário. É só entender Pablo Neruda, poeta chileno. Este processo que ora se apresenta deve a partir de agora ser sustentável como todos os processos necessários para a qualidade de vida dos habitantes desta cidade. 
A favela como ser distante do desenvolvimento da cidade está superada. A luta de seus moradores em fazer da favela espaço de moradia e de habitação digna é real. Desde a tática de subir o morro, cavar a pedra e fincar a estaca que sustenta o barraco até a luta pela água tratada, escolas com educação de qualidade, saúde pública de qualidade, saneamento básico, acessibilidade e outros serviços, a favela vai se tornando parte integrante desta cidade que em certo momento tenta isolá-la, mas os trabalhadores e o povo demonstram que querem permanecer onde suas raízes estão. 
Muito além da macroeconomia, muito além da economia solidária, o mais premente, o mais importante, urge, tem pressa: é a atenção à educação pública de qualidade e sustentável. Sem uma educação pública de qualidade e sustentável, todas as outras iniciativas estarão fadadas ao fracasso. Temos que criar um novo projeto nacional de desenvolvimento com grandes investimentos na educação.
Construir um pacto entre trabalhadores e empresários para investimentos na indústria e que o nosso povo tenha uma vida totalmente digna.
Na Rocinha não é diferente, conforme censo da SDSDH/RJ divulgado no Livro Plano de Desenvolvimento
Sustentável da Rocinha, somente 82% das crianças e jovens na faixa etária entre 07 e 14 anos freqüentam a
escola. Muitas lutas, muitos sofrimentos, muitas lagrimas, mas também muitas vitórias e muitos sorrisos. 
Quando surge o PAC nas favelas passei a entender o quanto é importante esta obra para a integração da cidade, porque Rocinha, São Conrado e Gávea se relacionavam através das relações do trabalho e a favela era vista como espaço violento, segregado e passível de remoção. O PAC integrou a favela a São Conrado, Gávea e á cidade, via debates intensos onde os protagonistas foram se conhecendo e se respeitando, olhando o outro como diferente, mas respeitando as diferenças. 
Malgrado a relação entre classes distintas, a Rocinha é hoje parte integrante do território, então o PAC contribuiu para a auto estima dos moradores dos três bairros e a possibilidade dos bairros debaterem juntos para a melhoria dos mesmos se torna real.
A Câmara Comunitária da Rocinha, São Conrado e Gávea, onde os participantes se reúnem e debatem em 10 Grupos Temáticos, os chamados GTs Educação, Saúde, Turismo Urbanismo/Meio Ambiente, Esporte/Lazer, Comunicação, Trabalho/Renda, Juventude, Segurança/Cidadania/DH e Cultura, como possibilitou a aproximação de classes distintas e a confiança das pessoas umas as outras com interesses convergentes para melhorar a vida da cidade e de seus habitantes. Neste sentido o morador é emponderado e passa a reivindicar melhorias para os bairros e o poder público incentiva esta relação e também dialoga com a população e atende suas demandas. 
Haja vista o Parque Ecológico da Rocinha que se constituiu em um eco limite natural e que foi uma demanda debatida pelos moradores na Oficina do Imaginário, em opção a construção de muros. Quando pronto irá atender a todos os bairros do Rio e Janeiro, a todos os brasileiros e outros povos de outros paises através do turismo ecológico. 
E a Rua 4; beco escuro que virou rua onde os bons ventos sopram e a luz natural ilumina um povo esperançoso e deleta as doenças de pulmão para bem longe e dá-lhe direito a moradia digna em um conjunto habitacional no próprio local.
É preciso que esta relação se torne sustentável e os três bairros venham a se consolidar nas relações humanas como exemplos para a cidade e que as políticas públicas atinjam aqueles que mais precisam dela sem deixar de lado o atendimento a outros bairros. 
Integrar as pessoas é o mais difícil. Entretanto na Rocinha, São Conrado e Gávea isto está se tornando possível. Entendemos que todo cidadão tem direito a cidade, que aceita e recebe a todos com o mesmo espírito de solidariedade e integração. 
Agora, quando surge o Programa de Polícia de Proximidade, as UPPs, isto significa que no asfalto e nas favelas é possível um diálogo entre os cidadãos, onde uma nova classe social/econômica surge e abre caminhos para que este mesmo cidadão possa viver com mais segurança, dignidade e qualidade de vida. 
A favela é parte integrante da cidade, isto é realidade. Digo com firmeza, porque hoje estou falando como favelado para o asfalto e todos me ouvem, portanto somos todos cidadãos da mesma cidade.
Por um novo projeto nacional de desenvolvimento!
Por uma educação pública de qualidade e sustentável!
Favela é cidade!
Obrigado Sr. Ministro Reis Velloso!
Obrigado camaradas! 
Um forte abraço da Rocinha e das favelas do Rio de Janeiro para todos vocês! 
Viva o Rio de Janeiro!
Viva o Brasil!
Viva o povo brasileiro! 

*Presidente da Câmara Comunitária da Rocinha, 
São Conrado e Gávea.
Foi presidente da Associação de Moradores da Rocinha.
Email: axaolin@yahoo.com.br
camaracomunitaria@yaoo.com.br

domingo, maio 20, 2012

Carlos Pompe e a "Marcha das Vadias"



Coluna de Carlos Pompe de hoje trata da questão das mulheres e sua história através dos Tempos!
Marcha das Vadias, pra que te quero

Reproduzo o texto de Andréa Cerqueira, mãe da Bruna, do Coletivo da Marcha, mestranda em Sociologia pela Universidade de Brasília e Multiplicadora da Técnica do Teatro do Oprimido.
Uma abordagem interessante sobre a opressão da mulher.

“José, José, prepara teu café,
João, João, cozinha teu feijão,
Zeca, Ô Zeca, lava tua cueca!”
Toré feminista (Loucas de Pedra Lilás)

Nossa história começa lá atrás. Nos estágios mais remotos da vida humana.

Segundo o psicólogo alemão Erich Neumann, no período primordial, “não existe uma pré- disposição nem uma incapacidade, condicionadas pelo sexo, no que diz respeito a qualquer tipo de ocupação importante para o grupo. Encontramos homens ociosos e mulheres guerreiras, da mesma forma que há mulheres ociosas e homens ativos. Algumas vezes a relação com o poder é prerrogativa dos homens e, em outras circunstâncias, das mulheres.”

Já no auge da época matriarcal, a individualidade era pouco desenvolvida, assim como as relações individuais entre homens e mulheres. A existência coletiva do grupo estava em primeiro plano. Os rituais universais de fecundidade eram orientados para a comunidade como um todo.

Na religião e mitologia do Egito, segundo Neumann, “a reelaboração patriarcal do simbolismo matriarcal anterior já pode ser claramente constatada.” E, na Índia antiga, numa passagem das “lendas do Padmasambhava”, as mulheres serão tratadas como as ‘ogras’ do ser humano, e o seu corpo será o “caldeirão de cobre das bruxas, no qual têm lugar todos os sofrimentos…”
Alguns historiadores creditam a origem do poder paterno, que sempre acompanha a autoridade marital, à remota Índia. Nos textos sagrados, a família era um grupo religioso do qual o pai era o chefe.

Com Jesus Cristo a coisa muda de figura, senão na prática, pelo menos teoricamente. Jesus proclama que a autoridade paterna não seria mais exercida no interesse do pai, mas do filho, e que a mãe não seria a esposa-escrava, mas a companheira. Sabemos que esta mensagem foi reinterpretada de diversas maneiras posteriormente por teólogos e apóstolos e deu no que deu!

Santo Agostinho vai afirmar que a mulher é “um animal que não é firme, nem estável, odioso, que alimenta a maldade… ela é fonte de todas as discussões, querelas e injustiças.” Ou seja, é sempre Eva, coitada, a responsável pelos pecados de Adão! E São Paulo, em a Epístola aos Efésios, vai afirmar que o homem deve ser o chefe do casal, pois foi criado primeiro: “…assim como a Igreja está sujeita à Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.” Santa interpretação!

Como se não bastassem esses defeitos de ‘origem’, a filosofia vai tentar reafirmar, com Aristóteles, a autoridade do marido e do pai. Segundo o filósofo, haveria uma desigualdade ‘natural’ entre os seres humanos. Dotada de frágil capacidade de deliberação, a opinião de uma mulher não era digna de consideração, e sua única virtude moral seria “vencer a dificuldade de obedecer”.

Saltemos alguns séculos, para chegarmos à França de Rousseau, o pai do contrato social. Para ele, a mulher era uma criatura essencialmente ‘relativa’, um ‘complemento’ do homem.
Mas na França também se fizeram ouvir outras vozes. Montesquieu, considerado um dos precursores da antropologia, denunciou diversas vezes as desigualdades entre homens e mulheres. Afirmava que não era natural a submissão das mulheres aos homens, e que este ‘império’ masculino era uma verdadeira tirania. “…se as mulheres são efetivamente inferiores aos homens deste século, a causa não reside na sua natureza, mas na educação que lhes é dada, ou melhor, na educação que lhes é recusada.”

Mas foi a partir do século XIX, que as coisas começaram a ficar mais nítidas, porque os cientistas sociais começaram a desvendar o que antes era tido como ‘natural’. Em A origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Engels vai afirmar que o primeiro antagonismo de classe que aparece na história coincide com o antagonismo entre o homem e a mulher, na monogamia, e que a primeira divisão do trabalho acontece entre o homem e a mulher para a procriação dos filhos. Diz ele: “a reversão do direito materno foi a grande derrota histórica do sexo feminino. O homem passou a governar também a casa, a mulher foi degradada, escravizada, tornou-se escrava do prazer do homem, e um simples instrumento de reprodução…”

A expansão do capitalismo, segundo a socióloga britânica, Sylvia Walby, foi um fator importante para a criação das circunstâncias materiais que levaram ao movimento das mulheres na esfera pública e ao feminismo.

A feminista norte-americana Heidi Hartmann buscou explicar a parceria entre patriarcado e capitalismo e a incapacidade dos movimentos trabalhistas socialistas, dominados por homens, em priorizar o sexismo. A filósofa e cientista política Iris Young, sua conterrânea, argumentava que as relações patriarcais estavam internamente relacionadas às relações de produção como um todo. E afirmava que a organização autônoma das mulheres permanecia como uma necessidade prática. Já a feminista francesa Christine Delphy descreveu o matrimônio como uma relação de classe em que o trabalho da mulher beneficia o homem, sem que haja uma remuneração compatível.

Segundo o sociólogo Avtar Brah, até recentemente, as perspectivas feministas ocidentais davam pouca ou nenhuma atenção aos processos de racialização do gênero, classe e sexualidade. Segundo o autor, estruturas de classe, racismo, gênero e sexualidade não podem ser tratados como “variáveis independentes”, porque a opressão de cada uma está inscrita dentro da outra – é constituída pela outra e é constitutiva dela.

E falar em feminismo no Brasil e na América Latina sem falar em gênero e raça, não faz sentido. Em todos os períodos de crise, houve a feminização da pobreza. Mulheres e negras foram as mais atingidas pela violência e pelas desigualdades. Segundo a feminista negra brasileira Luiza Bairros, o patriarcado repousa em bases ideológicas semelhantes às que permeiam o racismo: a crença na dominação constituída com base em noções de inferioridade e superioridade.

Se, a violência atinge uma em cada três mulheres na América Latina; quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica; uma mulher é agredida a cada cinco minutos no Brasil; e 70% das vítimas de violência sexual doméstica no DF têm até 14 anos, eu pergunto: COMO NÃO MARCHAR?

Segundo a infopedia, a marcha descende da tradição medieval inglesa que levava um servo a acompanhar a pé o seu amo que viajava em carruagens puxadas por cavalos.

Contra tradições e preconceitos que queremos superar, marchamos sem oprimir ninguém, lado a lado.

Contra o MACHISMO, O RACISMO, A HOMOFOBIA E TODAS AS FORMAS DE OPRESSÃO E DESIGUALDADE.

VIVA A MARCHA DAS VADIAS!

sexta-feira, maio 18, 2012

Bóris Casoy e a "Comissão da Verdade"







direto do Facebook



COMISSÃO DA VERDADE É PARA A VERDADE!!!!!

Definitivamente a boquirrotice de Boris Casoy desconhece qualquer limite.
Com a curiosidade atiçada pelo link que o amigo Cido Araujo comparilhou ontem (o qual faço questão de não reproduzir), fui ver o que esse decrépito âncora do telejornal da Band havia dito a respeito da Comissão da Verdade. Há muito que eu não vejo telejornais, mas fui lá conferir o que eu já sabia que encontraria: um oceano de imbecilidades articulado de forma empafiosa e autoritária, bem ao gênero Arnaldo Jabosta.

É estarrecedor que num momento tão importante quanto esse que estamos vivendo, um telejornal desinforme o público, promovendo uma leitura absurdamente canhestra acerca da Comissão da Verdade e dos objetos sobre os quais deverão incidir seus trabalhos.

Segundo Boris Casoy, a Comissão da Verdade também deveria investigar os CRIMES (como ele fez questão de salientar) cometidos pelos TERRORISTAS GUERRILHEIROS da esquerda. E acrescentou que as batalhas armadas que aconteceram no Brasil durante os anos de chumbo fizeram parte de uma GUERRA.

É preciso que alguém diga a esse velho cretino que não existe guerra quando um lado dispunha de todo o aparato repressivo do Estado, enquanto o outro lado se organizava, da forma como era possível, numa situação de clandestinidade e sem o patrocínio de grandes empresários, como o Sr. Boilesen, da Ultragaz, e outros membros da FIESP, além de bancos, como o Bradesco, e até mesmo multinacionais. O que houve, portanto, foi um MASSACRE, promovido pelos agentes oficiais do Estado contra cidadãos que resistiam heroicamente à ruptura com a ordem democrática promovida pelo golpe de 64. O lado que instaurou o regime de exceção não pode querer posar de vítima por ter sofrido baixas em virtude de uma luta que se travou nos únicos termos que foram permitidos pela arbitrariedade do próprio regime: a luta armada. Quem fechou as portas para o diálogo não tem o direito de culpar aqueles cidadãos brasileiros que pegaram em armas para se fazer ouvir.

O belo artigo de Paulo Moreira Leite publicado na revista Época (afaste-se, portanto, qualquer suspeita quanto à fonte, afinal a última coisa que poderíamos esperar de uma publicação da Editora Globo seria uma tendência pró-esquerda) é um excelente contraponto às idéias mofadas do Boris Casoy, que provavelmente desdenha garis porque se sabe um lixo-humano.

ALEM DA PROPAGANDA DOMINANTE (Paulo Moreira Leite - Revista Época)

Não gosto de chavões mas às vezes não dá para escapar. Há momentos em que a mentira dominante é a ideologia da propaganda dominante. É assim quando falamos sobre a Comissão da Verdade.

O país passou a ditadura sob censura, contando histórias, mentiras e falsidades que o regime militar deixava publicar. O resultado está aí, décadas depois.

As pessoas – aquelas de boa fé – que falam que também deveríamos esclarecer a violência de quem fazia oposição ao regime querem mostrar-se como cidadãos de boa vontade, cordatos, preocupados com o futuro.

Não são pessoas com ideias extremadas e estão convencidas de que numa sociedade democrática deve haver lugar para conservadores e progressistas, para direita e esquerda e assim por diante. Concordo com isso.

Mas é preciso ver a realidade. Não pode haver luta ideológica em relação ao passado.

Basta entrar nos arquivos do Supremo Tribunal Militar para verificar que nenhum caso de ação violenta da oposição deixou de ser apurado e investigado na época. Nada escapou a um regime de força, que mantinha um aparato imenso, treinado com especialistas internacionais e equipado para perseguir seus inimigos de forma implacável, com violência e sem restrições para usar métodos ilegais de captura e interrogatório de presos.

Quem for atrás, por exemplo, do seqüestro do embaixador Charles Elbrick, o primeiro caso no gênero, irá descobrir o seguinte.

O chefe da operação, que era o operário Virgílio Gomes da Silva, foi morto pela tortura no DOI CODI de São Paulo. Joaquim Câmara Ferreira, que era o principal dirigente da operação, também foi morto em circunstâncias idênticas. Manoel Cyrilo, que participou diretamente da captura do embaixador, foi preso, torturado e, passou anos na prisão. Só foi solto depois da anistia, quando conseguiu provar que era capaz de ter um emprego.

Carlos Marighella, que era o principal dirigente da ALN, mas nem participou pessoalmente da operação e há dúvidas até de que a tenha apoiado, foi executado meses depois.

Fernando Gabeira, que esqueceu um paletó no cativeiro que serviu de primeira pista para se chegar ao grupo de seqüestradores, foi preso e torturado.

O empresário Rubens Paiva foi preso, torturado e morto porque que recebeu uma carta de uma pessoa que vivia no Chile e tinha uma ligação com um dos participantes do seqüestro. Imaginaram que ele pudesse estar envolvido e foi assassinado. Rubens Paiva era deputado pelo PTB, foi cassado em 64. Formado em engenharia pelo Mackenzie, era pai de cinco filhos.

O seqüestro do embaixador virou livro de memórias e filme, O que é Isso companheiro? O massacre de Rubens Paiva inspirou um belo livro, Segredo de Estado.

Mas até hoje não sabemos sequer o que aconteceu com Rubens Paiva. Numa ação vergonhosa, para enganar a opinião pública, o regime chegou a informar oficialmente aos jornais que ele havia sido resgatado por uma organização de esquerda e fugido. A mentira foi manchete.

Também não sabemos quem assassinou Virgílio, nem Joaquim Câmara Ferreira.

Ao contrário dos militantes de oposição, que foram presos e não tiveram direito a um julgamento de nenhum tipo, e podiam considerar-se felizes quando eram encaminhados com vida a um tribunal, para uma sentença de cartas marcadas, os responsáveis por suas mortes não foram incomodados desde então. Seguiram na carreira profissional e até foram promovidos.

Diante de tudo isso, eu acho que é o caso de fazer algumas perguntas simples: o que aconteceu? Quem deu as ordens? Quem achou que deveria cumpri-las? Por que? Quem escondeu os corpos dos desaparecidos? Quando? De que forma?

Não é revanchismo. Não tivemos uma guerra civil. Tivemos um massacre. Não deixaram o outro lado vivo para contar a história.

Não estamos falando de cidadãos que agiram por sua conta e arcaram com o peso de suas opções políticas. Estamos falando de agentes do Estado, que fizeram carreira no serviço público, obedeciam a uma cadeia de comando, davam e cumpriam ordens.

É por isso que essa história deve ser contada. É uma questão de respeito.

quinta-feira, maio 17, 2012

Iriny vai vencendo resistencias à sua candidatura a prefeita de Vitória/ES


Por Luiz Aparecido
A deputada federal Iriny Lopes,  do PT capixaba, que deixou de ser ministra da Secretaria Especial de Politicas para Mulheres da Presidencia da Republica, para ser candidata a prefeita de Vitória, vai, apesar dos percalços construindo sua candidatura.
 Hostilizada pela cúpula do PT do Espirito Santo, estranhamente submetida aos caprichos do ex-governador Paulo Hartung, ignorada pelo sempre aliado PSB do atual governador Renato CasaGrande e sob o cerco das candidaturas, do deputado estadual Luciano Rezende, do PPS e do ex-prefeito Luiz Paulo Velloso Lucas, do PSDB, ela resiste.

Ao seu lado, aquele PT velho de guerra dos bons tempos, o PCdoB sempre fiel a sua trajetória e uns poucos atores políticos, coerentes com o processo de mudanças que o Espirito Santo esta a merecer há muito tempo. Iriny tem história desde lá atrás, quando militava nos movimentos populares, procurava fundar no Estado um partido que acreditava, seria o caudatário das transformações, defendia com garra os direitos humanos, enfrentava o crime organizado que havia aparelhado as principais instituições do Espirito Santo.

 Onde havia luta popular lá estava Iriny Lopes.

Mais uma luta ela  esta vencendo com garra. Não se compôs com a verdadeira máfia  que domina o Estado e a Capital, enfrenta os grandes grupos econômicos associados ao poder local, não se vergou aos ditames sequer de seu partido, agora aliado do que há de pior na politica capixaba.

 Foi onde esta a verdadeira politica. Os movimentos sociais, as instituições sérias e não contaminadas, os aliados dos momentos de luta como o PCdoB e lideranças do povo. E com isto, pavimenta sua trajetória que a levara a Prefeitura da capital. E pode ser o começo de uma história, que em 2014 desague na conquista do governo do Estado, por forças politicas comprometidas com mudanças de fato nos rumos deste Espirito Santo tão maltratado pela politica há mais de duas décadas.

Artigo sensivel e direto de Rudolfo Lago!1


Luz nas sombras

“Se não querem sair dos porões e não aceitam tirar de lá os esqueletos que ali sepultaram, só nos resta invadir as celas escuras e jogar luz lá dentro”
O mundo da sombra/ Caverna escondida/ Onde a luz da vida/ Foi quase apagada/ O mundo da sombra/ Região do escuro/ Do coração duro/ Da alma abalada
Estes acima são os versos iniciais da Balada do Lado sem Luz, composição de Gilberto Gil, gravada por Maria Bethania em um de seus mais belos discos,Pássaro Proibido. Composta nos duros anos de chumbo do início da década de 1970, é um retrato triste, sofrido daqueles tempos. Tempos em que um país passou a ser governado dos porões. De um submundo escuro e fétido que sustentava a máquina governamental com tortura, com deduragem, com ameaças, com medo, com o “coração duro”.
O tempo passou, a ditadura militar acabou, mas aqueles que se refugiavam nos porões recusam-se a sair deles. Se não mais matam ou torturam, continuam se movimentando no escuro. Saindo apenas quando podem se proteger da luz do dia. Esgueirando-se pelos becos. Nessas horas, espalham mentiras, divulgam falsos dossiês, ou emprestam a soldo seus antigos serviços de arapongagem. São os Dadás que se espalham pelos esquemas dos Cachoeiras.
Essas pessoas se acostumaram aos porões. Se agarram a eles. E, principalmente, recusam-se a tirar de lá os esqueletos que ali deixaram. Com as chagas, as feridas, que a eles impuseram. E fica o Brasil preso a um tempo que já passou. Incapaz de virar a página. Com uma lacuna de sua história guardada, coberta de pó, por esses porteiros do submundo.
Se eles não querem sair dos porões e não aceitam tirar de lá os esqueletos que ali sepultaram, só nos resta, então, invadir essas celas escuras. Abrir todas as portas. Abrir todas as janelas. Acender todas as luzes e lanternas para iluminar essas salas e revelar, afinal, o que elas escondem. Esse foi o passo que deram nossos vizinhos e companheiros de porões e tempos de chumbo, como o Chile e a Argentina. Esse era o passo que até então nos recusávamos a dar. Até então. Ontem (16), o passo foi dado, com a entrada em vigor da Lei de Acesso e a instalação da Comissão da Verdade. Foi só o primeiro passo. Será preciso seguir com a mesma coragem, com a mesma cabeça erguida, em direção a essas sombras, que continuarão agarradas aos seus porões.
Talvez o fato de a presidenta Dilma Rousseff ter sido fruto das circunstâncias, e não de um projeto pessoal de chegada ao poder, venha dando a ela as condições para enfrentar alguns delicados gargalos brasileiros. Gargalos que precisavam ser atacados, mas que, pela sua delicadeza, eram evitados. Talvez por medo da reação que provocavam naqueles com as pretensões eleitorais que Dilma não tinha. Eleitorais, reforce-se, porque pretensões políticas Dilma sempre as teve, ou não teria largado vida e família para militar na clandestinidade, sabendo os riscos de ser presa e torturada, como foi, pela defesa das suas ideias. Dilma parece raciocinar da seguinte forma: “As circunstâncias me puseram aqui para fazer as coisas em que eu acredito. Se der certo, lucrarei politicamente com isso. Se não der certo, volto para o bastidor em que estava antes”.
Assim, Dilma peita os líderes políticos tradicionais buscando estabelecer um novo tipo de coalizão na qual não se veja obrigada a fingir que a corrupção, os “malfeitos”, usando o termo dela, não existem. Peita os banqueiros e seus lucros excessivos para estabelecer um padrão de juros menos extorsivo, em patamares que voltem a estimular o empreendimento no país. E peita esses senhores das sombras para que o Brasil, enfim, ponha fim à ditadura militar e se torne, afinal, o que, queira Deus, é o seu destino: uma democracia civil. Porque essa canção de Gil citada lá em cima termina com os seguintes versos: “O meu canto é a confirmação/ Da promessa que diz/ Que haverá esperança enquanto houver/ Um canto mais feliz”. E “canto” pode ser também um lugar mais iluminado que o porão.

segunda-feira, maio 14, 2012

Jovens Rebeldes esculacham torturador no Rio de Janeiro!


Posted by Levante 
Cerca de 50 jovens do movimento Levante Popular da Juventude realizaram na manhã desta segunda, 14, um protesto contra o torturador José Antônio Nogueira Belham, em frente a sua casa, no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, na rua Marques de Abrantes, 218.
Com o intuito de chamar a atenção da sociedade sobre a importância da Comissão Nacional da Verdade, que tem por objetivo investigar os crimes cometidos por agentes de Estado (torturas, assassinatos, sequestros) no período da Ditadura Militar (1964-1985), os manifestantes promoveram um ato de escracho/esculacho contra Belham para denunciar suas ações enquanto torturador do Regime Militar.
Belhan, envolvido nas torturas como colaborador e informante, foi o chefe do DOI-CODI do Rio (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), um dos órgãos de repressão do governo brasileiro durante o regime militar. Dentre as inúmeras torturas e assassinatos cometidos em sua repartição está a do engenheiro civil e militante pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) Rubens Paiva, como citado no livro A Ditadura Escancarada (p. 326), de Elio Gaspari (2002).
O caráter da ação, conhecida como “escracho”, baseia-se em ações similares as que acontecem na Argentina e no Chile, em que jovens fazem atos de denúncias e revelações dos torturadores que continuam soltos e sem julgamento de suas ações durante a Ditadura Militar.
O Levante, na ambição de ter a verdadeira história do nosso país revelada, vai continuar denunciando os torturadores e lutando pela justiça até que sejam todos eles julgados. Se não há justiça, há escracho.

Quero lembrar aos companheiros e amigos, que em Brasilia estão morando ou servindo as Forças Armadas, centenas de torturadores que atuaram nos Centros de Repressão na época da Ditadura, incluindo o capitão, hoje Coronel, que escapou da explosão da bomba que iriam explodir no RioCentro, em 1981. Estã todos alí pelas quadras onde moram os militares ou na área residencial do Setor Militar Urbano!

sábado, maio 12, 2012

MOBILIZAR PARA REFORMAR O ESTADIO DO PENAPOLENSE!!!





PENAPOLENSES DE TODO MUNDO. UNÍ-VOS!!! 2
A grande meta foi atingida! O Clube Atlético Penapolense, o nosso CAP, galgou a Primeira Divisão do Campeonato Paulista de Futebol, uma das maiores e mais importantes competições esportivas do Mundo. Agora, nós,  seus torcedores e amigos, temos uma tarefa pela frente.
Mobilizar a sociedade penapolense, os filhos da cidade que estão espalhados por este Brasil afora, e até no Exterior, e buscar, junto a Prefeitura local, ao Ministério do Esporte, ao Congresso, via deputados federais e senadores que obtiveram votos na cidade, à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, através dos deputados estaduais que também tiveram votação dos penapolenses, para reformar e equipar o Estadio Tenente Carriço com as condições para abrigar as grandes torcidas que lá irão ver jogos importantes do próximo campeonato.
BUSCAR VERBAS
Sem isto, o CAP perde o mando de jogo e partidas importantes contra o Corinthians, o Palmeiras, o São Paulo, o Santos e outros grandes times, terão que ser disputadas fora da cidade, em Araçatuba, Marilia, Lins, Bauru ou São José do Rio Preto, onde há estádios maiores e melhor equipados.
Deputados federais e senadores poderão destinar verbas para o Orçamento da União prover o município de dinheiro para estas reformas do Estadio. O mesmo devem fazer os deputados estaduais, destinando verbas para o Orçamento do Estado de São Paulo e encaminhar à Secretaria de Esportes o dinheiro para ajudar neste empreendimento importante para a cidade.
E tem ainda os empresários bem sucedidos da cidade e personalidades penapolenses que estão vivendo fora e que podem contribuir financeiramente com esta empreitada. Por fim, vamos mobilizar a Sabrina Sato, uma artista e personalidade conhecida em todo o País, para nos ajudar nesta mobilização nacional em prol da reforma e ampliação do Estádio Tenente Carriço. Temos ainda o Válter e a Denise Pini, o advogado Flávio Bortot(penapolense adotado) e o Tato Fischer em São Paulo, eu e o Florianinho Pastore em Brasilia, enfim , tem muita gente que pode ajudar nesta epopéia penapolense. E é coisa de URGENCIA!!!!
Outras carências de Penapolis
Transcrevo abaixo mensagem de outra penapolense, Lucia Roxo, orgulhosa  das conquistas do CAP, mas também preocupada com outros problemas que afligem a cidade e seus moradores. São questões para tocarmos juntos e buscar soluções conjuntas. Vejam abaixo
Bom dia, Luiz.
Entendo seu orgulho e amor pelo futeból, mas tavez voce desconheça a situação em que se encontra a Santa Casa de Misericordia! Em 2010, meu irmão teve um AVC gravíssimo  e teve que ser transferido para Biriguí por falta de leito  na unidade de terapia intensiva em Penápolis. Falta creche naquela cidade, habitação,  trabalho, o único lar de idosos que oferece dignidade é particular e cobra  preço  estratosférico, algumas escolas estão caindo aos pedaços, a biblioteca deixa muito a desejar... ruas esburacadas, assaltos, a venda de  droga corre solta...
Caro Luiz, não esquece de incluir estes ítens quando você pedir união ao povo de Penápolis !
Abraço grande.
M. Lucia Roxo Nobre



quarta-feira, maio 09, 2012

Iriny Lopes disputa Vitória para abalar o "poder" local!


Aos que questionam candidatura da deputada Iriny Lopes a prefeita de Vitória, no Espirito Santo,  baseando-se no que lá ocorre agora com a administração João Coser, tambem do PT, tenho a dizer o seguinte:
"Este não é o PT da Iriny. Há muitos PTs por este Espirito Santo e este Brasil afora. Alguns se submetem ao poder local e outros querem modificar e mudar este poder. E lembre-se: Poder é uma coisa, governo é outro!! Veja o Brasil: O PT e parte da esquerda esta no governo, mas o poder continua na mãos dos mesmos grupos que dominam o Brasil há mais de 500 anos. È isto que temos que mudar, este é o processo revolucionario que devemos dar curso. OK?

terça-feira, maio 08, 2012

Partidos de esquerda vivem um dilema que precisa ser resolvido logo! REFORMA OU REVOLUÇÃO?



Neste artigo, Celso Lungaretti coloca o dedo na ferida que sangra na esquerda brasileira! Partidos e organizações de esquerda se acomodam no legalismo proporcionado por uma Democracia relativa, porém ampla e se tornam reformistas, deixando o processo necessario da Revolução em segundo plano. Tarefa hoje dos comunistas e revolucionarios, é lutar interna e externamente para que nossa esperança no processo revolucionario, socialista não se perca na poeira da ilusão reformista. Por isto seu artigo esta neste Blog!(Luiz Aparecido)


A FALSA CONSCIÊNCIA E A ESQUERDA
QUE COM ELA COMPACTUA

Celso Lungaretti (*)


Como faz falta uma esquerda à moda antiga, que não tenha medo medo de dizer em alto e bom som que o  problema fundamental nas nações capitalistas é exatamente o fato de serem capitalistas!
No Brasil, a esquerda que perdeu a vontade de fazer a revolução, preferindo disputar nacos de poder sob o capitalismo, embarca grotescamente no denuncismo contra a corrupção, pautado pelo inimigo e insuflado  ad nauseam  pela indústria cultural do inimigo.
Com isto, o debate político permanece há anos estagnado e não se oferece aos trabalhadores uma PERSPECTIVA REVOLUCIONÁRIA.
Bem dizia o Paulo Francis, nos seus melhores dias: o combate à corrupção é bandeira da direita.
A corrupção é inerente ao sistema que coloca a ganância e a busca da diferenciação acima de todos os outros valores, inclusive a família e a vida; haverá sempre algum político querendo levar vantagem por meios escusos e sua momentânea colocação na berlinda será sempre conveniente para quem está empenhado em evitar que os explorados reflitam sobre os caminhos concretos para darem um fim à exploração.
Entra CPI, sai CPI e nada verdadeiramente muda, ninguém é verdadeiramente punido, só cumpre um período de ostracismo e depois volta à tona, belo e lampeiro. Os acusados de uma podem até se tornar os juízes de outra, como Fernando Collor.

Caberia à esquerda brasileira dizer aos explorados: "Isto é só poeira colorida que o sistema joga nos seus olhos, para que sintam-se vingados vendo um poderoso cair no opróbrio! Vocês precisam é de que os frutos do seu trabalho não lhes sejam usurpados, não de catarse barata!".

Assim como caberia à esquerda  européia (começando pela da França, onde a xenofobia virou grande tema eleitoral...) dizer aos explorados de lá: "Não são os imigrantes que desgraçam sua vida ao disputarem postos de trabalho consigo, mas sim o capitalismo, ao forçar o trabalhadores a uma competição zoologica por bens que poderiam sobrar para todos, se a produção fosse voltada para o atendimento das necessidades humanas e o que se produz fosse distribuído equitativamente entre todos os seres humanos".

Mas, não o fazem. Então, entregues à FALSA CONSCIÊNCIA que o sistema tudo faz para neles incutir, os explorados daqui esbravejam contra todos os políticos e descreem na atividade política como caminho para forjarem uma sociedade mais justa, enquanto os explorados de lá hostilizam irmãos ao invés de buscarem seu apoio na luta contra o verdadeiro vilão, o capitalismo.

Até que a esquerda volte a ser revolucionária, continuaremos patinando sem sair do lugar.
* jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com


CELSO LUNGARETTI

DERROTA DA DIREITA FRANCESA AGUÇA
A CRISE GLOBAL DO CAPITALISMO


Uma ótima análise da vitória eleitoral de François Hollande está em artigo que a Folha de S. Paulo publica do seu antigo correspondente na França, João Batista Natali:
"François Hollande derrotou Nicolas Sarkozy e é o novo presidente da França. Tudo bem. Mas a esquerda que ele hoje representa tem muito pouco a ver com a de François Mitterrand, este sim um socialista de radicalismo histórico, que, em 1981, chegou ao Palácio do Eliseu ao imobilizar a direita do então presidente Giscard d'Estaing.

O socialismo de Hollande está hoje 'aguado'. Foi passivo ou conivente na dinâmica em que a integração da sociedade francesa à União Europeia tirou do Estado a capacidade de gerar fórmulas originais ou de de impor reviravoltas sociais e econômicas.

Some-se a isso o fato de o modelo da globalização dos mercados impor aos governos europeus margens estreitas de manobra. Eles podem apenas operar inflexões dentro de um receituário ortodoxo -cortar despesas para rolar os títulos da dívida, por exemplo.

Hollande insistiu que a austeridade fiscal não é a forma adequada para enfrentar a crise eclodida em 2008. Ela traz estagnação, bloqueia o crescimento.

A chanceler Angela Merkel sinalizou na semana passada que poderá caminhar um pouco nesse sentido, por meio de uma receita um um tantinho diferente da que a Alemanha adotou e que vinha financiando no bloco europeu.
Merkel, com isso, atapetou o corredor em que recepcionará Hollande. Ela sabe que entre Paris e Berlim existe um eixo sólido e informal sobre o qual se assenta uma longa agenda que vai da paz na região à preservação das instituições europeias.

O problema para Hollande, no entanto, está numa espécie de círculo vicioso que herdou. Só poderá aumentar os gastos do Estado -para manter o melhor sistema público de saúde do planeta, excelente sistema educacional e serviços de invejável qualidade- se a economia voltar a crescer.

Mas um hipotético retorno ao crescimento levará às demandas sociais represadas, que tornariam o Estado um pouco mais caro e pesado.

E ainda: sem política cambial, já que o franco deu lugar ao euro administrado em Frankfurt, a competitividade externa se dá por meio de fatores como o custo da mão de obra para as empresas (encargos sociais).

É impensável que um presidente socialista trombe com os sindicatos. Nem Sarkozy foi capaz de tamanha loucura".

Natali está certo ao enfatizar que o novo François socialista é versão desbotada do antigo, Mitterrand. 

Mas, vale a pena refletirmos sobre as contradições do capitalismo europeu, neste momento de guinada histórica: os políticos comprometidos com políticas recessivas tendem a ser cada vez mais escorraçados pelo eleitorado e quem os substituir, mesmo que aguado, terá de buscar alternativa à ortodoxia econômica neoliberal. Na marra, sob vara dos cidadãos.

Natali mostra a dificuldade da empreitada; o cobertor é curto demais, deixando de fora os ombros ou os pés. Então, é de supor-se que haverá ziguezagues, com novas tentativas de impor o receituário ortodoxo, seguidas de novos recuos impostos pelos que não participaram do banquete e agora se recusam a pagar a conta da esbórnia do grande capital.

A crise capitalista global tende a agravar-se, abrindo uma janela de oportunidades revolucionárias. É isto que nos diz respeito, é isto que realmente importa para nós.

Do blogue Náufrago da Utopia