sábado, fevereiro 26, 2011

Aqui duas visões progressistas sobre a crise na Libia

Workers World: A Líbia e o imperialismo

De todas as lutas que agora decorrem no Norte de África e no Médio Oriente, a mais difícil de deslindar é aquela na Líbia. Qual é o caráter da oposição ao regime Kadafi, a qual consta que agora controla a cidade de Bengazi, no Leste do país?
Será apenas coincidência que a rebelião tenha começado em Bengazi, a qual é a norte dos mais ricos campos petrolíferos da Líbia bem como próxima da maior parte dos seus oleodutos e gasodutos, refinarias e o seu porto de gás natural liquefeito (GNL)? Haverá um plano de partição do país?

Qual é o risco de intervenção militar imperialista, a qual apresenta grave perigo para o povo de toda a região?

A Líbia não é como o Egito. Seu líder, Muamar el-Kadafi, não tem sido um fantoche imperialista como Hosni Mubarak. Durante muitos anos, Kadafi esteve aliado a países e movimentos que combatiam o imperialismo. Ao tomar o poder em 1969 através de um golpe militar, ele nacionalizou o petróleo da Líbia e utilizou grande parte do dinheiro para desenvolver a economia líbia. As condições de vida do povo melhoraram radicalmente.

Por isso, os imperialistas estavam determinados a deitar a Líbia abaixo. Os EUA em 1986 realmente lançaram ataques aéreos a Trípoli e Bengazi que mataram 60 pessoas, incluindo a filha de Kadafi, ainda uma criança – o que raramente é mencionado pelas mídias corporativas. Foram impostas sanções devastadoras tanto pelos EUA como pela ONU a fim de arruinar a economia líbia.

Depois de os EUA invadirem o Iraque em 2003 e arrasarem grande parte de Bagdá com uma campanha de bombardeio que o Pentágono exultantemente chamou "pavor e choque", Kadafi tentou evitar a ameaça de outra agressão à Líbia fazendo grandes concessões políticas e econômicas ao imperialismo. Ele abriu a economia a bancos e corporações estrangeiras; concordou com exigências do FMI quanto ao "ajustamento estrutural", privatizando muitas empresas estatais e cortando subsídios do estado a necessidades como alimentos e combustível.

O povo líbio está a sofrer dos mesmos preços elevados e desemprego que estão na base das rebeliões em outros lados e que decorre da crise econômica capitalista mundial.

Não pode haver dúvida de que a luta que varre o mundo árabe pela liberdade política e a justiça econômica também tocou um ponto sensível na Líbia. Não há dúvida de que o descontentamento com o regime Kadafi está a motivar uma seção significativa da população.

Contudo, é importante para os progressistas saberem que muitas das pessoas que estão a ser promovidas no Ocidente como líderes da oposição são há muito agentes do imperialismo. A BBC mostrou em 22 de fevereiro imagens de multidões em Bengazi deitando abaixo a bandeira verde da república e substituindo-a pela bandeira do antigo rei Idris – que foi um fantoche dos EUA e do imperialismo britânico.

As mídias ocidentais baseiam grande parte das suas reportagens sobre supostos fatos fornecidos pelos grupo exilado Frente Nacional para a Salvação da Líbia (National Front for the Salvation of Libya), a qual foi treinada e financiada pela CIA estadunidense. Pesquise no Google o nome da frente mais CIA e encontrará centenas de referências.

O Wall Street Journal de 23 de fevereiro escreveu em editorial que "Os EUA e a Europa deveriam ajudar os líbios a derrubarem o regime Kadafi". Não há qualquer conversa nas salas das administrações ou nos corredores de Washington acerca de intervir para ajudar o povo do Kuwait ou da Arábia Saudita ou do Bahrein a derrubarem seus governantes ditatoriais. Mesmo com todos os falsos elogios às lutas de massas que agora sacodem a região, isso seria impensável. Em relação ao Egito e à Tunísia, o imperialismo está a mover todas as alavancas que podem para tirar as massas das ruas.

Tão pouco houve qualquer conversa de intervenção dos EUA para ajudar o povo palestino de Gaza quando milhares morreram por serem bloqueados, bombardeados e invadidos por Israel. Exatamente o oposto. Os EUA intervieram para impedir a condenação do estado colonizador sionista.

O interesse do imperialismo na Líbia não é difícil de descobrir. Em 22 de fevereiro a Bloomberg.com escreveu: se bem que a Líbia seja o terceiro maior produtor de petróleo da África, é o país do continente que tem as maiores reservas provadas — 44,3 mil milhões de barris. É um país com uma população relativamente pequena mas com potencial para produzir enormes lucros para as companhias de petróleo gigantes. É assim que os super ricos a encaram e o que está por trás da sua apregoada preocupação com os direitos democráticos do povo da Líbia.

Obterem concessões de Kadafi não é suficiente para os barões imperialistas do petróleo. Eles querem um governo sob a sua dominação total, tudo do bom e do melhor. Eles nunca esqueceram Kadafi por derrubar a monarquia e nacionalizar o petróleo. Fidel Castro, em Cuba, na sua coluna "Reflexões", registra o apetite do imperialismo por petróleo e adverte que os EUA estão a lançar as bases para uma intervenção militar na Líbia.

Nos EUA, algumas forças tentam mobilizar uma campanha a nível de rua promovendo uma tal intervenção estadunidense. Deveríamos opor-nos a isto totalmente e recordar a qualquer pessoa bem intencionada os milhões de mortos e deslocados pela intervenção dos EUA no Iraque.

Os progressistas têm simpatia com o que encaram como um movimento popular na Líbia. Podemos ajudar tal movimento principalmente pelo apoio às suas exigências justas mas rejeitando uma intervenção imperialista, seja qual for a forma que assuma. É o povo da Líbia que deve decidir o seu futuro.

Fonte: Workers World. Tradução do Resistir.Info

AQUI A POSIÇÃO DE JOELSON MEIRA:

GADDAFI E AS LIÇÕES DA DEMOCRACIA


A sociedade humana produz inteligência política e pilares de organização da convivência entre pessoas e nações. Mas produz , também, anacronismos e distorções ao longo das experiências na governança dos negócios públicos.

Há 42 anos no poder , acumulando bilhões de dinheiro roubado da sociedade Líbia, agora vem à tona o poder financeiro da família de Gaddafi , em investimentos em vários setores da economia, na Suiça e principalmente em Londres.

Notícias dão conta de investimentos atá na Bahia , mais precisamente em Juazeiro.
Enquanto a família do ditador Líbio espalha fortuna pelo mundo, o povo é fuzilado nas ruas de Benghazi e protesta pelo fim do anacrônico e agonizante regime.

Este episódio deplorável acende a luz amarela das democracias , ainda que de caráter ideológico burguês, porquanto o germe da corrupção que degenera os governos, está presente em todos os aparatos estatais, numa conspiração silenciosa dos que se supõem acima da outorga concedida pelos cidadãos e cidadãs, outorga esta que tem o fim específico de administrar os negócios públicos. Repetindo: públicos !

Quais as lições que devemos absorver dos acontecimentos na Líb ia ? Seguramente, a primeira delas é a confirmação da submissão do homem público às normas de conduta ética, moral e legal , sem as quais os governantes se acham acima do bem e do mal , semi-deuses que acreditam na manipulação das vidas das pessoas, impunemente.

Alheios ao sistema de freios e contra-pesos, tais governantes ( e Ghaddafi é o maior exemplo ) encastelam-se ao lado de figuras imprestáveis, bajuladoras medíocres e pequenas , vão se distanciando do povo , confundem a coisa pública como patrimônio familiar , abandonam os amigos da revolução que os colocaram no poder, encantam-se com os jatinhos , resorts e hotéis de luxo, jovens prostitutas , carros de última geração, restaurantes sofisticados ( muitos de culinária duvidosa ) sem percerberem que um profundo silêncio, uma grande conspiração , um ódio inapag ável, uma resposta retumbante vão sendo forjados ao seu redor , resultando em profunda revolta como aquela que presenciamos na Líbia.

Aqui no Brasil , estamos longe destes acontecimentos mas a ciência política é uma só e serve para qualquer lugar. Em Valença , os supermercados do Prefeito Ramiro foram saqueados numa resposta espontânea da comunidade em face da insegurança e descaso daquele gestor . Na Líbia , o ditador Gaddafi foi sitiado num bunker, enquanto a população ocupa as ruas das cidades esperando o fim do regime .

Tais figuras, manipuladoras das consciências , estão em fase de extinção. Ao final dos governos , os sinais exteriores de riqueza vão produzindo os bloqueios e sequestros de bens . Ministr os e Embaixadores já abandonaram o barco e se juntaram ao povo revoltado. Os laranjas utilizados , sem compromissos com qualquer princípio, vão denunciando o ditador , como acontece , agora , em Londres . As famílias, que pareciam viver numa zona de luxo e conforto, entram em pânico com a possibilidade da execração pública, prenunciando o fim das dinastias de forma melancólica , triste e solitária.

A Líbia está há milhares de quilometros do Brasil mas a revolta das urnas , em nosso sistema político , é a lição que todos nós, políticos e governantes , devemos entender como alerta das massas globalizadas.

Joelson Meira
Secretário de Articulação com a União
Camaçari/BA

terça-feira, fevereiro 22, 2011

PCdoB desmente "Estadão" e defende seus dirigentes e sua politica!!!

PCdoB e Ministério respondem falsas denúncias do Estadão

O PCdoB divulgou nota classificando de calúnia as acusações veiculadas pelo O Estado de S. Paulo neste domingo (20) e nesta segunda-feira (21). As ditas reportagens alegam irregularidades em projetos conduzidos pelo Ministério do Esporte, cujo ministro, Orlando Silva, é filiado ao partido. O Vermelho publica a íntegra da nota do PCdoB e reproduz também resposta do Ministério, em que são esclarecidas questões relativas a cada projeto citado pelo jornal.

O PCdoB divulgou, nesta segunda, uma nota em que apresenta o posicionamento do partido, sob o título “Estadão ataca PCdoB para golpear o governo Dilma”. Denunciando o jornal O Estado de S. Paulo de cometer crime de calúnia, a nota apresenta as intenções editoriais do veículo ao publicar reportagens “tão extensas quanto falsas”. “Visivelmente esse movimento pretende atingir o Ministério do Esporte para golpear por extensão o nascente governo da presidente Dilma Rousseff”, avalia o partido no texto divulgado. Para os dirigentes comunistas, as falsas acusações publicadas no jornal são apoiadas "tão somente na manipulação grosseira de um amontoado de 'estórias'".

Em material divulgado na página do Ministério do Esporte (veja a íntegra), o ministro Orlando Silva também responde às denúncias e afirma que “os convênios de funcionamento de núcleos do programa citados pela reportagem não prevêem a construção e/ou reforma dos espaços, mas o aproveitamento da estrutura existente”. Segundo o site do ministério, as respostas apresentadas por Orlando, que citam cada projeto citado nas matérias, são as mesmas dadas pelo ministro ao jornalista Leandro Colon (Estadão), mas que não foram veiculadas pelas reportagens.

Leia a íntegra da nota emitida pelo PCdoB acerca das alegadas denúncias do Estadão:
“Estadão ataca PCdoB para golpear o governo Dilma

Na suas edições de 20 e 21 de fevereiro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou um arremedo de reportagem tão extenso quanto falso no qual ataca com calúnias a honorabilidade do Partido Comunista do Brasil e de um dos seus dirigentes, Orlando Silva, ministro do Esporte. Visivelmente esse movimento pretende atingir o Ministério do Esporte para golpear por extensão o nascente governo da presidente Dilma Rousseff.

Apoiado tão somente na manipulação grosseira de um amontoado de 'estórias', o referido texto afirma de modo criminoso que o Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, “além de dividendos eleitorais, transformou-se num instrumento financeiro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)”. Para sustentar esta mentirosa afirmação diz que entidades apartidárias e ONGs com as quais o Partido não tem vínculo algum seriam “subordinadas” a ele e mero biombo para supostas ações ilícitas. Mas não se apresenta nenhuma prova, nenhum fato que comprove denúncia tão grave.

E mais. Não se atendeu ao procedimento básico do jornalismo que mereça esse nome: ouvir 'o outro lado'. No texto não há a palavra do PCdoB, não foi ouvida a defesa da direção nacional do PCdoB, apenas de passagem a do ex-presidente do Partido da seção do Distrito Federal. Utilizaram de forma parcial e distorcida a nota esclarecedora dos fatos emitida pelo Ministério do Esporte.

Vamos ao mérito. O Programa Segundo Tempo tem a finalidade de oferecer a crianças e adolescentes, sobretudo, de famílias de baixa renda, atividades esportivas e recreativas como meio de inclusão social. Conforme afirmou o Ministério do Esporte, desde 2003 os governos do ex-presidente Lula e, agora, o governo Dilma já aplicaram mais de 1 bilhão de reais para torná-lo realidade. Esse programa já atendeu 1 milhão de jovens. Ainda segundo o Ministério o programa se realiza por meio de convênios com mais de duas centenas de instituições de governos estaduais e de prefeituras e, também, de entidades populares e ONGs. E rigorosamente nenhuma triagem ou distinção de referência partidária é feita para que sejam estabelecidos esses convênios.

O que fez a pretensa reportagem? Ela 'pinçou' neste amplo universo determinadas entidades servindo-se de um critério muito usado à época das ditaduras, ou seja, o da “caça aos comunistas”. Então o dito texto informa, ou melhor, denuncia, que em tal entidade há nove comunistas filiados, naquela outros tantos e por aí segue. E sem apresentar nenhuma evidência, nenhuma prova, estampa a calúnia que vincula as finanças do Partido com a atividade dessas entidades.

Desse modo, o pretenso 'furo' jornalístico se revela um arranjo, um enredo mentiroso.

O PCdoB na atualidade, decorrente de seu programa partidário e do convite advindo de méritos na sua atuação política, tem quadros e lideranças no exercício de responsabilidades públicas nas distintas esferas de governo.

Nessa atividade se orienta pela política de que seus membros no exercício de funções públicas, seja em postos legislativos, sejam em cargos nos executivos, devem se pautar pelo rigoroso cumprimento da legislação e orientações administrativas inerentes às funções exercidas e não confundir, sob qualquer justificativa, o exercício de sua função de governo com sua atividade partidária. Neste trabalho, tem como princípio e como prática o rigoroso zelo pelo patrimônio público. Demonstração disso é que não há nada que os desabone. O trabalho por eles realizado é fiscalizado e aprovado nos termos da lei. Já o Partido como instituição tem toda sua movimentação contábil e financeira aprovada pelos órgãos competentes da República.

O que levaria o Estadão a publicar em duas edições seguidas um ataque tão artificial quanto sórdido ao PCdoB?

Primeiro - O conservadorismo reacionário não admite que forças progressistas, de esquerda, como o Partido Comunista, ganhem força crescente na democracia brasileira.

Segundo - Por um preceito elementar da 'guerra'. Pelos flancos se atinge o objetivo principal. O Ministério do Esporte sequer existia como tal em 2003. De lá para cá pela importância de sua atividade e pelos méritos dos titulares de sua gestão – entre os quais destaca-se o trabalho do ministro Orlando Silva – a pasta adquire progressivamente a relevância que a sociedade atribui ao tema. A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 serão marcas destacadas da agenda nacional e do governo federal. Portanto, o objetivo desta pseudo reportagem é atingir o governo da presidente Dilma Rousseff numa área das mais simbólicas para seu mandato.

Terceiro - Certa linha editorial da mídia nacional não admite programas do governo federal direcionados aos mais pobres. Sabemos a oposição, por exemplo, que o Bolsa Família sofreu e ainda sofre por parte de vários veículos de comunicação. O Programa Segundo Tempo pretende levar o esporte às crianças e aos jovens da periferia, das favelas, do interior pobre e distante. Por isso recebe ataques como este.

O Partido Comunista do Brasil tem quase 90 anos de atuação ininterrupta na história brasileira. Possui um legado de construção da nação e de defesa resoluta da democracia. É uma legenda respeitada pelos aliados e mesmo pelos adversários. A reação já utilizou as mais diferentes armas para tentar excluí-lo da vida política nacional, inclusive a tortura e o assassinato dos quais foram vítimas centenas de dirigentes e militantes, sobretudo, na luta para que a nação viesse a desfrutar da democracia que hoje o país respira. Desta feita, a mídia é usada para enfraquecê-lo, mas o resultado será nulo, dado o caráter falso, inverídico deste amontoado de mentiras a que o Estadão denomina de reportagem.

Direção Nacional do PCdoB
São Paulo, 21 de fevereiro, 2011”

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

De no que deu! O PT abusou e agora aguenta!!!


'Aliança com PT pode se quebrar',diz presidente do PC do B

Em entrevista ao iG, Renato Rabelo cobrou 'responsabilidade' do partido de Dilma e falou sobre a aproximação com Kassab

Ricardo Galhardo, iG São Paulo | 18/02/2011 12:2

Aliado de primeira hora do PT há mais de 30 anos, o PC do B pode romper com o partido da presidenta Dilma Rousseff caso os petistas insistam em exercer uma hegemonia absoluta tanto na partilha dos cargos federais quanto nas eleições municipais de 2012. A afirmação foi feita pelo presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo, em entrevista ao iG.

Renato Rabelo, presidente do PC do B, falou ao iG sobre aliança do alianças histórica com o PT

“Cabe ao PT uma grande responsabilidade. Do contrário essa aliança pode se quebrar ou até pior, surgir uma antialiança ao PT. Pode até haver separação”, disse.

Sentado sob um retrato do histórico líder comunista João Amazonas (1912-2002) na reformulada sede do partido no centro de São Paulo, Rabelo disse que o PC do B prepara para 2012 o lançamento do maior número de candidatos a prefeito de sua história, muitos deles contra o PT - como o vereador Netinho de Paula, na capital paulista - e não descartou alianças pontuais com partidos de oposição a Dilma.

Quanto à recente aproximação do partido com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), Rabelo admitiu, pragmático, não haver afinidades ideológicas, mas defendeu a aliança. "Com o Kassab não há uma identidade ideológica, há aproximações políticas. Se tivéssemos, por exemplo, a mesma ideologia que o PT nós seríamos do PT, faríamos parte do PT", disse Rabelo, que falou ainda sobre o movimento do prefeito em direção à base aliada à presidenta Dilma Rousseff. "Não estamos indo para o lado do Kassab. O Kassab é que está vindo para o lado de cá." Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

iG - O PC do B já traçou uma estratégia para 2012?
Renato Rabelo - O PC do B levou 15 anos tendo somente candidatos proporcionais e assim mesmo concentrando em algumas candidaturas. De 2004 e 2006 para cá começamos a mudar essa orientação e ter candidaturas majoritárias. Agora pretendemos ir mais ainda. Em 2010, fomos o quarto partido mais votado para o Senado, mais até do que o DEM. E se tivemos estes votos é porque temos lideranças importantes. Essa acumulação eleitoral vai desembocar em 2012. O que a gente chama de projeto 2012 é o maior da história do PC do B. Podemos até eleger prefeitos de capitais, como por exemplo a Manuela (D’Ávila) em Porto Alegre, onde podemos contar com apoio até do PT. O governador Tarso Genro (PT) admite que PC do B teve um papel importante na eleição dele. Em São Paulo queremos dar peso à candidatura do Netinho de Paula.

iG - O senhor disse que durante 15 anos o PC do B só teve candidaturas proporcionais. Isso se deve em grande parte aos apoios oferecidos ao PT. Em 2012 essa relação vai mudar?
Rabelo - Na evolução política há sempre variações nas relações. Não se pode dizer que uma relação política vai ser igual a vida inteira. Toda aliança é fruto de um momento. Tudo na vida é assim. Pode mudar para melhor ou para pior. Pode mudar para uma aproximação maior ou para um afastamento. Nós tivemos sempre uma relação de primeiro nível com o PT. O que acontece agora é que o PT é o partido hegemônico na esfera federal e luta para manter essa hegemonia. Exatamente por isso pode cometer erros, tender a querer uma hegemonia absoluta. Se nesse processo não houver entendimento e confiança mútua pode criar problemas e afastamentos, uma reação em sentido contrário, uma frente contra o partido hegemônico. Isso a história mostra. Então cabe ao PT uma grande responsabilidade que é exercer uma hegemonia que dê harmonia à aliança. Do contrário essa aliança pode se quebrar ou até pior, surgir uma antialiança ao PT. Pode até haver separação. Depende da atitude de cada partido.

iG - A forma como o PT tem lidado com a divisão de cargos do governo Dilma é um risco?
Rabelo - O governo está começando. Ainda não se pode dizer. Mas vai ser um fator indicador importante e vamos levar em conta tudo isso. Não vamos raciocinar com o fígado mas se a atitude é política vamos responder politicamente. Dentro das nossas condições, é claro.

iG – Qual é sua opinião sobre a aproximação do PC do B com Gilberto Kassab?
Rabelo – Há uma convergência com o prefeito em algumas questões políticas que já vem de um ano ou mais. O episódio da mesa da Câmara de Vereadores (onde o PC do B apoiou Kassab contra o PT) mostra isso. Nós apoiamos o candidato do prefeito porque aquele grupo dominava a mesa há muito tempo. O prefeito Kassab resolveu enfrentar essa questão e nós tivemos um papel importante porque nossos dois vereadores foram a fiel da balança. Kassab está determinado em vir para um partido da base de apoio do governo federal. É por isso que houve essa aproximação. Para o PC do B, a definição política dele é muito importante. Não vamos fazer aliança com pessoas que estão do lado político que não é o nosso. Em resumo: não estamos indo para o lado do Kassab. O Kassab é que está vindo para o lado de cá.

iG - O PC do B vai participar da administração Kassab?
Rabelo - Neste processo de aproximação ele aventou a possibilidade de oferecer esta secretaria que não existe ainda, que é a secretaria dita especial para preparar a Copa de 2014 em São Paulo. A cidade está enfrentando uma série de problemas. Nem o estádio foi construído. O que ele diz é que o PC do B já está na área e poderia levar adiante esta questão. Não sei exatamente se ele já fez o convite.

iG – Existe alguma identificação ideológica ou programáticas entre Kassab e o PC do B?
Rabelo – Proximidade ideológica do PC do B com os outros partidos é muito pequena porque cada partido tem sua ideologia. Com o Kassab não há uma identidade ideológica, há aproximações políticas. Se tivéssemos, por exemplo, a mesma ideologia que o PT nós seríamos do PT, faríamos parte do PT.

iG – O PC do B concorda com a forma como Kassab administra a cidade, com as políticas do governo dele para, por exemplo, a questão dos moradores de rua?
Rabelo – Não temos ainda uma aliança formal e é evidente que existem diferenças importantes do PC do B com ele. Uma das questões que a gente coloca como um divisor de águas é o tratamento dado aos movimentos sociais. E aí entra a questão dos moradores de rua. Para o PC do B, esta é uma questão que pesa muito. A aliança política é um processo. Na medida em que ele vem para o lado de cá tem que dar demonstrações políticas que nos identifiquem. O PC do B nunca coloca de lado a plataforma política. Ninguém pode apontar que o PC do B fez alianças de momento, fisiológicas. Como é que vou explicar para a militância? Isso é uma convergência que vai se dando.

iG – Já se falou que Kassab pode ir para o PMDB, fundar um partido, ir para o PSB. O PC do B acolheria o prefeito?
Rabelo – Os caminhos mais naturais para o prefeito são o PMDB ou o PSB. Podemos tê-lo como aliado. Acho até que tem havido progressos na negociação dele com o PSB. Outra possibilidade seria fundar um novo partido. Porque aí ele manteria o mandato e num segundo momento este partido poderia se fundir a outro da base aliada de Dilma como, por exemplo, o PSB. É uma saída, embora fundar um partido no Brasil hoje não seja uma coisa fácil.

iG – Apesar da aproximação com a base do governo Dilma, Kassab continua fiel a José Serra e mantém muitos serristas em cargos importantes da prefeitura. O rompimento com Serra é uma imposição para a aliança?
Rabelo - O PC do B não vê essas coisas como absolutas. O que interessa para o partido é a tendência que vai se esboçando. Na prática, o prefeito já está se identificando mais com a base de Dilma e formalmente ainda tem vínculos com Serra, mas é só formal.

iG – Mas ele mantém muitas pessoas ligadas a Serra na prefeitura.
Rabelo – Tudo isso não se faz da noite para o dia. Se a tendência fosse de manter o vínculo com a oposição se tornaria mais difícil uma aliança. Se ele tem compromisso com o Serra, e ele disse que tem o que mostra até uma certa honestidade ele, poderia dizer que deve a Serra compromissos que Serra realizou. Kassab diz claramente que o Serra foi leal com ele e agora está retribuindo a lealdade.

iG - O PC do B espera uma ruptura de Kassab com José Serra?
Rabelo - O Kassab vindo para a situação se afasta naturalmente do Serra. Ele vai criando essas condições, as pontes vão sendo queimadas e a essa altura não tem como haver retorno. A oposição está desbaratada, é natural que uma parte da oposição se desgarre.

domingo, fevereiro 06, 2011

Recuerdos de Taperai







Por mais de 20 dias, em janeiro, fiquei hospedado na Pousada Tururu, em Taperai, do meu amigo de infancia e juventude, Antonio Eduardo Molina Mandell, o “Alemão”, que há quase 20 anos não via.

Ambos começamos nossa vida em Penápolis, a “Capital secreta do Mundo”, nos idos dos anos 60. Militamos juntos na Ação Popular Marxista-Leninista-APML. Depois fui para o PCdoB e “Alemão ficou ao Deus dará. Acabou preso 4 vezes, uma inclusive num aparelho da ALN, com a qual ele não tinha ligação nenhuma.

Assim foi a vida. Depois virou fotógrafo de impar sensibilidade e profissionalismo, trabalhando para agencias famosas como a Norton e DPZ entre outros trabalhos como livros(“Visões de Minas”, com Chico Vilella) entre outros. Sua galeria de fotos de astros da musica popular brasileira é famosa e correu o Brasil nas varias exposições que fez.

Virou matuto

Cansado da loucura do transito e da concorrência desleal no campo profissional em São Paulo, escolheu para viver, uma gleba de terra virgem em Taperai, perto de Piedade e Sorocaba, no interior de São Paulo, porta de entrada do famoso Vale do Ribeira, onde a VPR do capitão Lamarca tentou montar um campo de treinamento de guerrilha nos anos de chumbo.

Hoje, casado com Mara e o filho Antonio, o “Tunico”, tenta tocar a pousada e estimular seus vizinhos a cuidar do que resta da Mata Atlantica naquela região paulista. Cria abelhas para mel, cultiva plantas e árvores raras e em extinção e vai vivendo sua vida pacata.

O Lugar que escolheu para viver é de rara beleza(veja pelas fotos) e tranquilidade. Vale uma visita a Posada Tururu em Taperai, bater papos com o “Alemão” e a Mara e curtir a mata, os pássaros, os animais silvestres que restaram. O endereço eletrônico de lá é:
mansanimar@hotmail.com

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

BOA NOTICIA!!!!Dynéas esta melhorando celeremente.




Na minha volta de Taperai a Brasilia, antes de pegar o avião em Campinas, passei por Valinhos, onde Dynéas Aguiar, nosso querido camarada “Careca”, que já saiu do Hospital, esta se recuperando na casa da filha “Tininha”. Encontrei-o ainda abatido pela doença que o acometeu, mas reagindo bem ao tratamento e todo animado e falante. Já pensa até em voltar ao trabalho na Fundação Mauricio Grabóis, do PCdoB.

Estava sensibilizado pela solidariedade de todo o partido e amigos neste seu período difícil e inclusive, enviou um comunicado a todos(abaixo) sobre sua situação e demonstrando intensa vontade de superar a doença e viver ainda muitos anos contribuindo para com o partido. As fotos anexas demonstram sua melhora. Ficou feliz em me ver e ao Alemão, a Mara e o filho deles, do “Tunico”.
COMUNICADO DO DYNEAS

Queridas(os) Companheiras(os),

Recebi com muita emoção as mensagens por vocês enviadas. Chegaram no
momento em que a enfermidade que me abatia estava em seu auge. Ela se
denomina miastenia gravis, que, em resumo, é um ataque de anticorpos
que bloqueia a comunicação do cérebro com determinados órgãos,
afetando os músculos em particular.

Não pretendo fazer uma crônica da minha enfermidade, mas ela atingiu o
sistema nervoso, afetando a sustentação da cabeça e se espraiou para a
vista, a fala, a respiração e a traquéia. Nesse momento, os médicos
que me acompanham conseguiram diagnosticá-la e programaram o
tratamento. Foi uma hora muito difícil, que quase me abateu de vez. Os
médicos me informaram que a parte clínica já estava definida, mas o
resultado final do tratamento iria depender muito da minha vontade de
viver.

Eu já estava recebendo uma grande assistência por parte da família, e
foi justamente quando suas mensagens chegaram, me convocando para
continuar na luta. O que elevou a minha moral e a decisão firme de
vencer a doença. Por isso, agradeço o sentimento de solidariedade do
Partido, que é também nossa grande família. Espero dentro em breve
estarmos novamente juntos nas batalhas que advirão.

Dyneas