domingo, abril 17, 2011

Prenuncio de uma discussão sobre a Revolução. Vale a pena ler , divulgar e discutir. Sem preconceitos.



Velho companheiro,

eu comecei a escrever umas 20 linhas sobre a coluna do Clóvis Rossi e acabou saindo um artigo em que coloquei praticamente toda a minha visão revolucionária atual.

Poderia até guardar para um livro, mas acho mais importante colocar as idéias para circularem imediatamente.

E, se o que o CR prevê acontecer, a esquerda terá de repensar muitas coisas -- além de ser obrigada a responder à inevitável ofensiva propagandística da direita.

Eu propus um passo adiante. Não creio que muitos aceitem de imediato, mas a semente está lançada. O que mais eu poderia fazer?

Agradeço a força. Às vezes eu me sinto como se estivesse correndo atrás do tempo perdido. Só hoje estou podendo fazer o que gostaria de ter feito 30 anos atrás.

Um forte abraço e ótimo resto de domingo!

Celso

Meu amigo e camarada Lunga!!

Seu artigo é instigante e realmente importante. È algo para se estudar e pensar. Vou até repassar para nosso Comite Central.,Advirão criticas severas ou não. Mas voce colocou o dedo na ferida e isto é que é importante.
Vamos repassar, colocar nos blogs. Amanhã coloco no meu! e ESPERARMOS O QUE VEM AI.
VOCE ESTA SE TORNANDO UM DOS MAIS DESTACADOS E IMPORTANTES PENSADORES REVOLUCIONARIOS DE NOSSO TEMPO. Aguarde.

Um abraço e abra sua Mente e coração tambem para as criticas e uma visão diferente de Stalin e do processo revolucionario.Viu no que deu o fim das idéias e prenuncios de Stalin. Krushsov, depois Brejnev, Gorbachov , Ieltsin e o caos.
Vamos prensar. Mas dou força ao debate e te respeito pela a coraGEM e a dedicação a revolução.
Abração
lUIZaPARECIODO

EIS AI ABAIXO, O ARTIGO DO LUNGARETTI PARA DISCUTIR E PENSAR SEM PRECONCEITOS E VISANDO A UNIDADE NA DIVERSIDADE!!!!

UM IDEÁRIO PARA A REVOLUÇÃO DO SÉCULO 21

Celso Lungaretti (*)


Em sua coluna dominical -- Adeus, Fidel; adeus, silêncio? --, o veterano jornalista Clóvis Rossi aborda as "reformas econômicas que transformarão a ilha caribenha", a serem aprovadas hoje (17), no 6º Congresso do Partido Comunista Cubano.
Segundo ele, o corte de um quinto dos postos de trabalho no setor público e o estímulo à criação de um setor privado capaz de absorver tais trabalhadores implicarão a abertura do regime cubano: "às reformas econômicas que serão lançadas hoje seguir-se-á a prazo relativamente curto a reforma política".

Ele especula que a construção do porto de Mariel, financiada pelo Brasil, "só tem sentido se for para exportar para os Estados Unidos".

E, como queria demonstrar, conclui: "Se é assim, implica o restabelecimento de relações, com todo o cortejo de consequências".

Se os palpites de Clóvis Rossi estiverem certos, preparemo-nos para a grita ensurdecedora da imprensa burguesa, festejando a capitulação da pequenina ilha asfixiada pelo embargo comercial estadunidense.

E vamos, sim, dar nossa resposta a esta zombaria do jornalista:
"Na hora em que a esquerda continua sob os escombros do Muro de Berlim, começa a cair mais um muro. Talvez seja a hora de construir algo com tantos tijolos".

BECO SEM SAÍDA

Já faz quase um século que os movimentos revolucionários desviaram por atalho que acabou conduzindo a um beco sem saída.

O desvio foi decidido às vésperas da revolução soviética, quando o Partido Bolchevique discutiu dramaticamente se valia a pena tomar-se o poder num país atrasado, contrariando duas premissas marxistas: a da revolução internacional e a da construção do socialismo a partir das nações economicamente mais pujantes (e não o contrário!).

Prevaleceu o argumento de que, embora a Rússia não estivesse pronta para o socialismo, serviria como um estopim da revolução mundial, começando pela revolução alemã, prevista para questão de meses. Então, o atraso econômico russo seria contrabalançado pela prosperidade alemã; juntas, efetuariam uma transição mais suave para o socialismo.

"...finalmente, um tirano
substitui o Comitê Central..."

Deu tudo errado. A reação venceu na Alemanha, a nova república soviética ficou isolada e, após rechaçar bravamente as tropas estrangeiras que tentaram restabelecer o regime antigo, viu-se obrigada a erguer uma economia moderna a partir do nada.
Quando o ardor revolucionário das massas arrefeceu -- não dura indefinidamente, em meio à penúria --, a mobilização de esforços para superação do atraso econômico acabou se dando por meio da ditadura e do culto à personalidade.

A Alemanha nazista era o espantalho que impunha urgência: mais dia, menos dia haveria o grande confronto e a URSS precisava estar preparada. O stalinismo foi engendrado em circunstâncias dramáticas.

A república soviética acabou salvando o mundo do nazismo -- foi ela que quebrou as pernas de Hitler, sem dúvida! --, mas perdeu sua alma: já não eram os trabalhadores que estavam no poder, mas sim uma odiosa nomenklatura.

Concretizara-se a profecia sinistra de Trotski: primeiro, o partido substitui o proletariado; depois, o Comitê Central substitui o partido; finalmente, um tirano substitui o Comitê Central.

Com uma ou outra nuance, foi este o destino das revoluções que tentaram edificar o socialismo num só país: ficaram isoladas, tornaram-se autoritárias e não tiveram pujança econômica para competir com o mundo capitalista, acabando por sucumbir ou por se tornarem modelos híbridos (como o chinês, que mescla capitalismo na economia com stalinismo na política).

E AGORA, JOSÉ?

Agora, só nos resta voltarmos ao princípio de tudo: Marx.
Reassumirmos a tarefa de engendrar uma onda revolucionária que varrerá o mundo.
Esquecermos a heresia de solapar o capitalismo a partir dos seus elos mais fracos, pois o velho barbudo estava certíssimo: as nações economicamente mais poderosas é que determinam a direção para a qual as demais seguirão, e não o contrário.

Isto, claro, se tivermos como meta a condução da humanidade a um estágio superior de civilização. Pois o cerco das nações prósperas pelos rústicos e atrasados já vingou uma vez, quando Roma sucumbiu aos bárbaros... e o resultado foi um milênio de trevas.

Se, pelo contrário, quisermos cumprir as promessas originais do marxismo, as condições hoje são bem propícias do que um século atrás:

"...só unidos e solidários os
homens conseguirão sobreviver..."

• o capitalismo já cumpriu seu papel histórico no desenvolvimento das forças produtivas e está tendo sobrevida cada vez mais parasitária, perniciosa e destrutiva -- tanto que mantém a parcela pobre da humanidade sob o jugo da necessidade quando já estão criadas todas as premissas para o reino da liberdade, e o 1º mundo sob o jugo da competitividade obsessiva, estressante e neurótica, quando já estão criadas todas as premissas para uma existência fraternal, harmoniosa e criativa;

• os meios de comunicação que ele desenvolveu, como a internet, facilitam a disseminação e coordenação dos movimentos revolucionários em escala mundial, de forma que um novo 1968, p. ex., hoje seria muito mais abrangente (está longe de ser utópica, agora, a possibilidade de uma onda revolucionária varrer o mundo);

• a necessidade de adotarmos como prioridade máxima a colaboração dos homens para promover o bem comum, em lugar da ganância e da busca de diferenciação e privilégio, será dramatizada pelas consequências das alterações climáticas e da má gestão dos recursos imprescindíveis à vida humana, gerando crises tão agudas que só unidos e solidários eles conseguirão sobreviver.

Nem preciso dizer que a forte componente libertária original do marxismo tem de ser reassumida, pois os melhores seres humanos, aqueles dos quais precisamos, jamais nos acompanharão de outra forma (esta é uma das conclusões mais óbvias a serem tiradas dos acontecimentos das últimas décadas).

A bandeira da liberdade deve ser empunhada de novo pelos que realmente a podem concretizar, não pelos que só têm a oferecer um cativeiro com as grades introjetadas, pois a indústria cultural as martela dia e noite na cabeça dos videotas.

É este o edifício sólido que podemos começar a construir com os tijolos dos muros tombados.
* jornalista e escrito. htpp://naufrago-da-utopia.blogspot.com

2 comentários:

nilo walter disse...

No livro, Fuga da História, de Domenico Losurdo, o mesmo declara que a "China está aplicando uma dantesca NEP " , sob o controle do Estado. Opinião que comungo . É o que talvez ocorra em Cuba .A antiga URSS começou do nada, mas grandes exitos foram alcançados.No meu modesto ponto de vista,não sou nenhum teórico,Stalin continua sendo uma referência mundial,mesmo tendo cometido algumas falhas.São tantos livros lançados criticando o georgiano que dá para desconfiar, pois não se bate em gato morto . SE " são as nações economicamente mais poderosas que determinam a direção ", iremos seguir o modelo chinês .

Anônimo disse...

A revolução interna (pessoal) já começou a bastante tempo, a insatisfação clama por mudanças e jovens, pensadores, intelectuais, estudantes estão à beira da loucura com a forma como os detentores do poder estão a conduzir a ordem econômica, social. Um barrio de pólvora está na iminência de explodir e quando acontecer não terá mais volta. Como bem frisado no artigo o capitalismo, através da globalização desenfreada, feroz, tratou de excluir várias pessoas e famílias a ter oportunidades, colocando-as à beira da marginalidade, contudo nos últimos 20 ou 30 anos, conseguiu aproximar os povos de todas as partes do Mundo através da internet. Tá aí uma das formas pelas quais muitos grupos sociais e frentes estão se organizando. Até à REVOLUÇÃO.. Che ainda vive.

ANARKOCOMUNISTA