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sexta-feira, julho 09, 2010
Tributo/Réquiem a Taiguara
UMA VÓZ PELA LIBERDADE E PELO SOCIALISMO!
Taiguara Chalar da Silva, nasceu em Montevidéu, no dia 9 de outubro de 1945 e faleceu em São Paulo, 14 de fevereiro de 1996. Foi um cantor e compositor Brasileiro, hoje pouco lembrado, embora nascido no Uruguai durante uma temporada de shows de seu pai, o Bandoneonista e Maestro Ubirajara Silva.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1949 e para São Paulo, posteriormente, em 1960. Largou a Faculdade de Direito,onde participou do movimento estudantil e teve seus primeiros passos na política para se dedicar à música, mas continuou ligado ao movimento estudantil e ao pessoal de esquerda. Participou de vários festivais e programas da TV. Fez bastante sucesso nas décadas de 60 e 70. Autor de vários clássicos da MPB, como Hoje, Universo do teu corpo, Piano e viola, Amanda, Tributo a Jacob do Bandolim, Viagem, Berço de Marcela, Teu sonho não acabou, Geração 70 e "Que as Crianças Cantem Livres"; entre outros.
Uma voz contra a Ditadura
Considerado um dos símbolos da resistência à censura durante a ditadura militar, Taiguara foi um dos compositores mais censurados na historia da MPB, tendo cerca de 100 canções vetadas. Muito ligado aos comunistas, era amigo pessoal de Luiz Carlos Prestes, que seguiu sempre, inclusive nas disputas internas do velho PCB. Os problemas com a censura eventualmente levaram Taiguara a se auto-exilar na Inglaterra em meados de 1973.
Em Londres, estudou no Guildhall School of Music and Drama e gravou o Let the Children Hear the Music, que nunca chegou ao mercado, tornando-se o primeiro disco estrangeiro de um brasileiro censurado no Brasil.
Em 1975, voltou ao Brasil e gravou o Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara com Hermeto Paschoal e participação de músicos como Wagner Tiso, Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Jacques Morelenbaum, Novelli, Zé Eduardo Nazário, Ubirajara Silva e uma orquestra sinfônica de 80 músicos. O espetáculo de lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias foram recolhidas pela ditadura militar em poucos dias.
Em seguida, Taiguara partiu para um segundo auto-exílio que o levaria à África e à Europa por vários anos. Lá cantou suas canções de amor e protesto e denunciava, onde podia, os abusos da Ditadura e a perseguição ao pessoal de esquerda e a artistas engajados.
Quando finalmente voltou a cantar no Brasil, em meados dos anos 80, não obteve mais o grande sucesso de outros tempos, muito embora suas músicas de maior êxito tenham continuado a serem relembradas em flashbacks das rádios AM e FM. Faleceu em 1996 devido a um persistente câncer na bexiga.
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