A VITÓRIA DO MONCADA
Fernando Mousinho (PSB-DF)
Os preparativos do assalto ao Quartel de Moncada naquele glorioso 26 de julho de 1953 mobilizara em
torno de 1.200 revolucionários, para a ínfima quantidade de 150 ou 160 armas.
Desproporção tal que exigiu uma severa seleção dentre os mais bem preparados.
O fardamento era o do exército e as patentes de sargento,
para confundir o inimigo. Usavam sapatos, e não botas, para reconhecerem-se uns
aos outros. O boné e todo o resto era militar, o que cobrou enorme trabalho de
confecção. A ideia era criar uma confusão descomunal, antes que as outras
unidades se dessem conta do que acontecia. Seria simulado um levantamento de
sargentos.
O plano incluía ainda, enganar a reação utilizando sargentos
prisioneiros que, ao telefone, falariam com seus superiores e com todos os
demais sargentos de Santiago, para subordiná-los ou pelo menos ganhar tempo.
Previa também tomar a guarita principal e o Estado Maior do
quartel. Assim como o Palácio da Justiça e o hospital civil.
As armas tomadas ao quartel seriam distribuídas ao povo
instalado em diversos prédios da cidade, de onde se organizaria a defesa para
enfrentar o contra-ataque. Ao mesmo tempo seria deflagrada uma greve nacional
geral.
Nesse contexto, é muito importante salientar o papel das
mulheres cubanas, as quais, hoje e sempre, desempenharam papel essencial em
todo processo histórico revolucionário da Ilha. Melba Hernández e Aidé
Santamaria, por exemplo, durante vários dias introduziram em Santiago de Cuba,
por vias diferentes - estrada de ferro, rodovia e etc -, malas contendo armas.
Malas tão enormes e pesadas que, certa ocasião, um gentil soldado batistiano
ajudou a carregá-las.
Finalizo lembrando que o assalto ao Quartel de Moncada não
foi em vão. Ao contrário. O triunfo da Revolução Cubana foi a vitória do
Moncada, pois, pela primeira vez na história de Cuba, as promessas feitas ao
povo foram cumpridas: o problema da terra, o problema da industrialização, o
problema da moradia, o problema do desemprego, o problema da educação e o
problema da saúde do povo.
Ou seja, os primeiros anos da Revolução foram dedicados ao cumprimento
dos seis pontos do Programa do Moncada.
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