domingo, março 07, 2010

Coisas do Nilo/Recordações

A cidade em outros tempos

Estas lindas fotos penetraram profundamente em minha mente e avivaram antigas lembranças. Bondes, lanchas, manguezais e catraeiros nos remetem há uma época que creio não retornará. Vou citar alguns fatos e nomes de alguns personagens.

Na Ponta da Fruta, o Humberto, Moacir, Totonho, Antonio Beju e sua esposa Marcimina, Maria Coutinho, Belmiro, João Rosa, Donato, João Couto, Eurides, Juvêncio, Milton Régis, D.Rosinha, D.Didi, seu João, Jorge, D.Moça e Zé Vieira seu marido.

Na mesma localidade residiu o cidadão Zé Brasilício. Negro , de elevada estatura, enchia um saco de 60 kg de peixes, colocava na cabeça e de uma só caminhada chegava na Barra do Jucu, tomava um copo de água, descansava uns cinco minutos e seguia ininterruptamente até Vila Velha para vender sua mercadoria. Era descalço. Os comentários eram de que foi pai de 28 pimpolhos .

Deixou que cimentassem há frente do seu comércio para que fosse o ponto final da linha de ônibus recém criada. O Ribeiro Doce se ligava com o mar. Repleto de tainhas, pitus e acarás. Por volta do meio dia os robalos emergiam para se beneficiarem da luz solar. Jogava a tarrafa, mas havia muito limo e há mesma submergia lentamente dando chance para os mesmos escapulirem. Nunca peguei nenhum. Tinham mais de 03 kg e em boa quantidade. Certos elementos os abatiam a tiros. Caçadores de paca e seus cães rondavam por ali. E muitas vezes conseguiam seu intento.Tudo findou com a construção da Rodovia do Sol, aterro e invasão.

No final da ponte da Madalena, a original, seguindo em direção há B. do Jucu, no lado direito, havia uma pequena casa. Refúgio do Pedro Bote, trabalhador da Texaco e residente no Ataide. Ali reunia seus amigos ou quem estivesse disposto aa provar uma moqueca de Gibóia e outros petiscos.

No Marista tinha Darci, Gilson Laranja, Pitanga, João Mangam de Uruguaiana/RS, Djair, Sandoval, Pacheco, Cubal, Laurino, Dolfinho, Welber, Fernando baixinho, Novaes, Borloti e os manos Apolo e Jorge Risk.

Eram dois campos. Um para menores e outro adulto. Em frente onde funcionava a cantina instalaram um jogo de bola ao mastro.

Tentarei explicar como funcionava, mas não sei se terei êxito. Era uma peça de madeira redonda de uns 2/3 metros de altura, presa ao solo num círculo de cimento . Possuía uma corda fixa na ponta do mastro e
outra na bola oval de cor vermelha . Quem enrolasse primeiro a corda que guiava a bola no poste, era o vencedor . No recreio estava sempre ocupada. Jogava-se em dupla ou individual. Foram professores os irmãos Edgard, Evaldo, Casagrande e o diretor Estevan.

Assisti com a minha classe o lançamento da pedra fundamental do santuário.

Estive no ano de 1958 na inauguração do Estádio Rubens Gomes. Quem me levou foi o botafoguense roxo Mário Monjardim, popular Babinho, na época residindo em Paul. Adalberto,Amauri, Beto, Tomé, Servílio, Pampolini, Nilton Santos, Garrincha, Didi, Edson e Garrinchinha se apresentaram ao povo capixaba. Falta alguém que não me lembro pois Amauri era o arqueiro reserva. Botafogo 03, Santo Antonio zero. Pelo clube da casa o quiper Djalma, Francisco (Chico ) e Lola (Tocinho)os dois últimos da Ilha das Flores.

E os campos de futebol do Atlético e Olímpico F.C., localizados do lado esquerdo da reta indo para a Praia da Costa. O de Jaburuna.

O Glória F.C. com sua praça de esporte perto da Penitenciária. Em frente da Casa Portuguesa o do Tabajara F.C.. Os atuais Soteco e Divino foram praticamente propriedade do Américo Bernardes.Local ermo, surgiram os campos de futebol. O Fluminensinho F.C usava uma daquelas praças. Os irmãos José Moraes, Mauro e Aécio sob a batuta de Mister Ema faziam a redonda rolar pelos gramados.

Em Aribiri próximo ao ponto dos bondes e da garagem teve um cinema. O quintal de D. Marta Vereza e Sr. Vitorino Rauta faziam fronteira com o campo do América F.C. Jogaram no time de vermelho o Pedro Sarrafo, Jonas, João Padeiro, Everaldo, Flávio, Lauro, Lico, Caiúba e Baianinho. O interesante é que saíam uniformizados da casa do Sr. Maneco, que funcionava como sede. E a garotada seguia atrás.

O Alcobaça F.C. era formado por trabalhadores da fábrica, que fabricava e vendia na sua lojinha apetitosos biscoitos e macarrão com o nome da empresa. O Paulo Maia, sem a parte posterior do braço, grande atleta, atuava neste time.

Creio que a D. Cecília e o Sr. Vitorino são os moradores mais antigos da comunidade. E a famosa CHIQUINHA BACO-BACO. Com idade avançada não perdia um jogo dos diabos vermelhos. Acredito que se não chegou aos cem anos ficou próximo ou até ultrapassou.

Por: Nilo walter - Itapuã

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