terça-feira, outubro 05, 2010

Comunistas dão o tom da próxima etapa!!


PCdoB: Êxitos eleitorais e tarefas partidárias

Finda a primeira etapa do grande embate político-eleitoral, a direção e a militância partidárias são chamadas a fazer o exame da realidade e passar em revista o conjunto das tarefas partidárias.

Por José Reinaldo Carvalho*

O Brasil cumpriu no último domingo, 3 de outubro, uma etapa importantíssima da batalha político-eleitoral. Com 46,9% dos votos, Dilma Rousseff, da coligação progressista Para o Brasil Seguir Mudando, ficou em primeiro lugar, seguida por José Serra, da coligação neoliberal e conservadora PSDB-DEM-PPS, com 32,6%.


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A batalha não terminou, pois sem a maioria absoluta, Dilma, assim como Lula em 2002 e 2006, disputará o segundo turno no dia 31 de outubro.

Na medida em que expressa uma ampla maioria, o resultado é uma vitória política, a ser confirmada no segundo turno.

O PCdoB sente-se vitorioso por ter sido partícipe, desde o primeiro momento, da caminhada vitoriosa de Dilma Rousseff, passando por todas as etapas da campanha. A militância comunista não poupou energias para eleger Dilma, compreendendo que nisso reside a tarefa central para dar continuidade ao processo de mudanças que o país vem experimentando desde a primeira eleição de Lula. Nas próximas quatro semanas os comunistas seguirão no campo de batalha, batendo-se pelo mesmo objetivo, até a apuração do último voto e a confirmação da eleição de Dilma Rousseff presidente da República.

Concomitantemente, em nove estados da Federação serão realizadas eleições em segundo turno para os governos estaduais. Também aí os comunistas estarão empenhados para garantir a vitória das forças políticas aliadas e que, uma vez eleitas, contribuirão para compor uma correlação de forças favorável à ação transformadora do futuro governo.

Êxitos do PCdoB

Na luta pela concretização de objetivos próprios, o PCdoB também colheu resultado positivo. A legenda comunista obteve 2,8 milhões de votos nas eleições proporcionais para a Câmara dos Deputados, ou cerca de 2,9% dos votos válidos, elegendo 15 deputados federais. Um modesto acréscimo de 0,6% em comparação com o percentual de 2006 e de dois deputados, em relação ao mesmo pleito, quando o partido havia elegido 13.

Na disputa pelo Senado, regida pelo mecanismo do voto majoritário em cada unidade da Federação, a performance do PCdoB é admirável: Mais de 12 milhões de sufrágios (14,02% dos votos válidos) distribuídos por nove candidaturas, em nove estados, algumas com elevadas votações. Para citar apenas alguns exemplos mais significativos: Netinho de Paula (7,8 milhões de votos em São Paulo, ou 21,1%); Vanessa Graziottin (2,9 milhões de votos no Amazonas, ou 22,9%) e Abgail Pereira, com 1,5 milhão de votos, ou 13,5% no Rio Grande do Sul.

O PCdoB conseguiu eleger a senadora Vanessa Graziottin, derrotando numa disputa palmo a palmo uma das vozes mais estridentes do neoreacionarismo do Brasil, Artur Virgilio, do PSDB, aquele mesmo que ao violar o decoro parlamentar, disse uma vez que ia dar “uma surra” no presidente Lula.

A eleição de 15 deputados e uma senadora é um resultado positivo, mesmo que modesto, significando muito na trajetória de acumulação de forças do PCdoB no plano eleitoral. Agrega-se a isso a eleição de 18 deputados estaduais em 12 estados (contra 12 em nove estados no pleito de 2006).

Os resultados do PCdoB serão examinados detalhadamente na reunião da Comissão Política do próximo dia 8, quando se avaliará por que não foram atingidas plenamente as metas e alguns revezes pontuais, como ocorreu no Rio de Janeiro.

O PCdoB tem o sentimento do dever cumprido e se sente credenciado para enfrentar novos e maiores desafios.

“Novas” tarefas, tarefas permanentes

Com o encerramento do período eleitoral, em 31 de outubro, os comunistas devem dedicar o melhor das suas energias à intervenção política, à ação no seio dos movimentos de massas, sobretudo do povo trabalhador, à luta de ideias e à atividade orgânica propriamente dita.

Assume primazia o mister de cuidar mais e melhor do partido, como aconselhava o camarada João Amazonas, fortalecê-lo como organização de combate pelas transformações sociais, profundamente mergulhado nas lutas do nosso tempo, com a mirada posta no rumo do socialismo, da libertação nacional e social do povo brasileiro.

Os momentos de avaliações positivas são os mais propícios às autocríticas e retificações produtivas. Aperfeiçoar a execução da linha política, melhorar o método e o estilo de trabalho e direção, elevar o nível político-ideológico da militância, dos quadros e dirigentes, fortalecer os vínculos com as massas, construir organizações de base, soerguer direções intermediárias nas principais concentrações populacionais e municípios e corrigir os erros no funcionamento organizativo entram na ordem do dia como os focos em que devem se concentrar as atenções da direção partidária.

*Secretário Nacional de Comunicação do Comitê Central do PCdoB

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