José Trajano
Acabei de ler “Procurando Monica”, de
José Trajano. Emocionante, fácil e prazeiroso de ler, mas ficou aquele
sentimento de “Deja Vu”. Trajano fica nos devendo o “grand finale”, em outro
livro talvez. E ainda, já que começou como memorialista, um livro sobre sua
trajetória de jornalista esportivo e que revolucionou a profissão e a crônica esportiva,
mais suas andanças pelo Brasil e pelo Mundo afora vivendo e trabalhando ao
mesmo tempo.
Em “Procurando Monica”, ao final
fiquei esperando a cena entre Zézinho e Monica, como Jofre Soares e Mirian Pires, se amando carnalmente como no memorável filme de 1977,
de Cacá Diegues, “Chuvas de Verão”. Quem sabe na continuação...
Me vi retratado ali, como diria minha
amiga Maria Luiza Araújo, na cena inacabada como eu e a moça penapolense de
Sorocaba, que nem ata nem desata. Ela resistindo a nova vida e eu frustrado e
incompleto, indo em busca de não um amor
intenso, mas uma paquera dos tempos de juventude na querida Penápolis e que finalmente
pode render algo de novo em minha vida!
Por fim, reproduzo aqui mensagem de
meu amigo Luiz Carlos Antero no Facebook:
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Luiz escreveu: "O José Trajano é o protagonista do meu
primeiro emprego, no Rio de Janeiro, nos anos de chumbo da ditadura
civil-militar, Luiz. Fui ao Jornal dos Sports indicado
por um amigo comum e ele me disse: "a Sheila (era a viúva do Mário
Filho, nome de batismo do Maracanã, irmão do Nelson Rodrigues) não está
empregando ninguém". No entanto, deu o jeito dele e me manteve por
lá por uns dois meses. Foi quando o Celso Itiberê, editor de Esportes do
Globo, solicitou que ele indicasse dois repórteres. Eu fui um deles.
Entre diversos episódios notáveis, minha primeira cobertura (pauta dele)
foi de um jogo entre os times juvenis do Vasco e do Flamengo, em São
Januário. Quando cheguei na redação, ensaiei um texto manual; ele rasgou
o papel e disse, imperativo: na máquina (ao que lembro, uma Olivetti do
tipo gigante). É com orgulho que lembro de ter conhecido esse comunista
sanguíneo, solidário, de luta, torcedor do América e rubro até nas opções
esportivas. Entre as lendas que corriam ao seu respeito, uma delas é que
tomava porres de cointreau (kkkk, um dia, em Brasília, experimentei; é
brabo). Mas o melhor mesmo é que eu soube: no ESPN, foi Trajano que
inspirou vídeos documentários sobre o período da ditadura, temas
políticos diversos, envolvendo inclusive heróis como o Osvaldão. Quero
ler esse livro "procurando Mônica".
Eu acrescento que além de Trajano, na ESPN tem o Helvidio Mattos,
figura impar com quem trabalhei nos “Diários Associados”, de São Paulo,
que fez realidade as idéias e projetos de Trajano!
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