Memória de Neblina: sonhos e pesadelos nos anos de chumbo
Três amigos quase cinqüentões se reúnem para ruminar sobre a trajetória que iniciaram ainda na adolescência. Nasce daí um painel do duplo desafio da juventude dos anos 60: os conflitos decorrentes da idade intermediária – nem são mais crianças, tampouco adultos – numa época de intensa efervescência cultural e comportamental, e os criados pela ditadura imposta ao País a partir de 1964. Assim se desenvolve o romance “Memória de Neblina”, do jornalista e escritor Luiz Manfredini.
“Memória de Neblina” é um romance sobre meninos e meninas que, sob a ditadura militar, conviveram com sonhos e pesadelos justamente quando estavam se formando para a vida. Hilários, dramáticos, amorosos, radicais, lutam e brincam a um só tempo. Vivem um tempo de trevas. Ainda assim, acendem risos. O lúdico não abandona o revolucionário. Nas frias madrugadas curitibanas, cobrem as imaculadas paredes de um colégio – todas elas – com poemas pichados com bastões de cera. Em seguida, mergulham em estrepulias até o amanhecer. Dias depois, lá estão eles distribuindo panfletos em um bairro operário e discursando sobre bancos de praças. Mais tarde, entre operários e camponeses, semeiam sua revolução. “Memória de Neblina” é, sobretudo, um elogio ao pensamento humanista e transformador.
Luiz Manfredini é veterano jornalista em Curitiba. Trabalhou em O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e revista ISTOÉ, entre outros órgãos de imprensa. É colunista do portal Vermelho e membro do Conselho Editorial da revista Princípios, editada em São Paulo.
Junto com o anterior, “As moças de Minas” (lançado em 1989 e relançado em 2008), “Memória de Neblina “compõe uma viagem aos sonhos e aos pesadelos de uma juventude que viu erguer-se diante de si a muralha da ditadura. Muitos desses jovens, inconformados, partiram para a luta, escrevendo assim um dos capítulos mais significativos da história política do Brasil. O livro está à venda no sítio www.livrariascuritiba.com.br
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