domingo, novembro 11, 2012

ARTISTAS REVOLUCIONARIOS DE TODO MUNDO APOIARAM ALN E MARIGHELLA!!!


Jean-Luc Godard financiou guerrilha de Marighella

Jean-Luc Godard (cineasta francês), Glauber Rocha (diretor de cinema), Jean-Paul Sartre (filósofo francês),
Luchino Visconti (cineasta italiano) e Augusto Boal (dramaturgo): apoio direto à guerrilha de Carlos Marighella


Artigo de Euler de França Belem
O baiano Carlos Marighella financiou a guerrilha contra a ditadura civil-militar, no fim da década de 1960, com dinheiro basicamente de assaltos a bancos e empresas. O líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), que se intitulava “terrorista”, também recebeu dinheiro de Cuba (que bancou o treinamento militar dos guerrilheiros), da Coreia do Norte (200 mil dólares atualizados) e de artistas e intelectuais do Brasil e de outros países.

No Brasil, Marighella teve no diretor de cinema Glauber Rocha uma permanente fonte de apoio. Em 1967, revela o jornalista Mário Magalhães, no livro “Marighella — O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo” (Companhia das Letras, 732 páginas), o cineasta baiano enviou “uma carta a Alfredo Gue­vara, chefe do instituto cinematográfico cubano. Pretendia dirigir ‘uma fita radical violenta, divulgando abertamente (e justificando) a criação de diferentes Vietnãs’”. Não deu pé, mas a história foi adaptada em “Terra em Transe”.

Em Roma, Glauber tornou-se “colaborador” da ALN. “Jean-Luc Godard filmava ‘O Vento do Leste’, Glauber falou com ele, e o francês destinou verbas da produção para a ALN.” Irrequieto, o cineasta baiano idealizou “um longa-metragem com a atriz Norma Benguell segurando fo­tos de Marighella e pelada na cordilheira dos Andes. Não seria mera representação, caso o projeto não tivesse sido abortado. A musa do Cinema Novo apoiava a ALN, da qual se considerava simpatizante, e escondia militantes. Por conta de declarações contra a ditadura, sequestraram-na e a levaram para a PE”.

Em 1970, outro cineasta, o italiano Luchino Visconti, que estava filmando “Morte em Veneza” (baseado na novela de Thomas Mann, escritor alemão filho de uma brasileira), “doou dinheiro aos marighellistas. Já se incorporara à” ALN “seu compatriota Gianni Amico, corroteirista de ‘Antes da Revolução’, película de Bernardo Bertolucci, e ‘Leão de Sete Ca­beças’, de Glauber Rocha, outro baiano vinculado à ALN”.

Jean-Paul Sartre iniciou a publicação de textos de Marighe­lla na Europa, “em 1969, na revista ‘Les Temps Modernes’”. A “linguagem direta” dos textos, traduzidos para o francês pela guerrilheira brasileira Ana Corbisier, agradou o autor de “O Ser e o Na­da”. Ao frade Oswaldo Re­zen­de e ao advogado Aloysio Nunes Fer­reira Filho (hoje tucano), ambos da ALN, o fi­lósofo francês disse “que contassem com ele”.

Mário Magalhães conta que “o pintor catalão Joan Miró doou para a ALN esboços que renderam mais de 3 mil dólares. No Bra­­sil, a italiana Lina Bo Bardi, autora do projeto arquitetônico do Museu de Arte de São Paulo, foi anfitriã de Marighella em sua Ca­sa de Vidro paulistana”. Nessa casa, Marighella dialogou com o capitão Carlos Lamarca.

O dramaturgo e encenador Augusto Boal, amigo de Marighella e do segundo homem da ALN, Joaquim Câmara Ferreira, co­laborou com a guerrilha. Chegou a ceder sua casa para reuniões de Câmara Ferreira.

Nenhum comentário: