Jean-Luc Godard
financiou guerrilha de Marighella
Jean-Luc
Godard (cineasta francês), Glauber Rocha (diretor de cinema), Jean-Paul Sartre
(filósofo francês),
Luchino Visconti (cineasta italiano) e Augusto Boal (dramaturgo): apoio direto à guerrilha de Carlos Marighella
Artigo de Euler de França Belem
Luchino Visconti (cineasta italiano) e Augusto Boal (dramaturgo): apoio direto à guerrilha de Carlos Marighella
Artigo de Euler de França Belem
O baiano Carlos
Marighella financiou a guerrilha contra a ditadura civil-militar, no fim da
década de 1960, com dinheiro basicamente de assaltos a bancos e empresas. O
líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), que se intitulava “terrorista”,
também recebeu dinheiro de Cuba (que bancou o treinamento militar dos
guerrilheiros), da Coreia do Norte (200 mil dólares atualizados) e de artistas
e intelectuais do Brasil e de outros países.
No Brasil, Marighella teve no diretor de cinema Glauber Rocha uma permanente fonte de apoio. Em 1967, revela o jornalista Mário Magalhães, no livro “Marighella — O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo” (Companhia das Letras, 732 páginas), o cineasta baiano enviou “uma carta a Alfredo Guevara, chefe do instituto cinematográfico cubano. Pretendia dirigir ‘uma fita radical violenta, divulgando abertamente (e justificando) a criação de diferentes Vietnãs’”. Não deu pé, mas a história foi adaptada em “Terra em Transe”.
Em Roma, Glauber tornou-se “colaborador” da ALN. “Jean-Luc Godard filmava ‘O Vento do Leste’, Glauber falou com ele, e o francês destinou verbas da produção para a ALN.” Irrequieto, o cineasta baiano idealizou “um longa-metragem com a atriz Norma Benguell segurando fotos de Marighella e pelada na cordilheira dos Andes. Não seria mera representação, caso o projeto não tivesse sido abortado. A musa do Cinema Novo apoiava a ALN, da qual se considerava simpatizante, e escondia militantes. Por conta de declarações contra a ditadura, sequestraram-na e a levaram para a PE”.
Em 1970, outro cineasta, o italiano Luchino Visconti, que estava filmando “Morte em Veneza” (baseado na novela de Thomas Mann, escritor alemão filho de uma brasileira), “doou dinheiro aos marighellistas. Já se incorporara à” ALN “seu compatriota Gianni Amico, corroteirista de ‘Antes da Revolução’, película de Bernardo Bertolucci, e ‘Leão de Sete Cabeças’, de Glauber Rocha, outro baiano vinculado à ALN”.
Jean-Paul Sartre iniciou a publicação de textos de Marighella na Europa, “em 1969, na revista ‘Les Temps Modernes’”. A “linguagem direta” dos textos, traduzidos para o francês pela guerrilheira brasileira Ana Corbisier, agradou o autor de “O Ser e o Nada”. Ao frade Oswaldo Rezende e ao advogado Aloysio Nunes Ferreira Filho (hoje tucano), ambos da ALN, o filósofo francês disse “que contassem com ele”.
Mário Magalhães conta que “o pintor catalão Joan Miró doou para a ALN esboços que renderam mais de 3 mil dólares. No Brasil, a italiana Lina Bo Bardi, autora do projeto arquitetônico do Museu de Arte de São Paulo, foi anfitriã de Marighella em sua Casa de Vidro paulistana”. Nessa casa, Marighella dialogou com o capitão Carlos Lamarca.
O dramaturgo e encenador Augusto Boal, amigo de Marighella e do segundo homem da ALN, Joaquim Câmara Ferreira, colaborou com a guerrilha. Chegou a ceder sua casa para reuniões de Câmara Ferreira.
No Brasil, Marighella teve no diretor de cinema Glauber Rocha uma permanente fonte de apoio. Em 1967, revela o jornalista Mário Magalhães, no livro “Marighella — O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo” (Companhia das Letras, 732 páginas), o cineasta baiano enviou “uma carta a Alfredo Guevara, chefe do instituto cinematográfico cubano. Pretendia dirigir ‘uma fita radical violenta, divulgando abertamente (e justificando) a criação de diferentes Vietnãs’”. Não deu pé, mas a história foi adaptada em “Terra em Transe”.
Em Roma, Glauber tornou-se “colaborador” da ALN. “Jean-Luc Godard filmava ‘O Vento do Leste’, Glauber falou com ele, e o francês destinou verbas da produção para a ALN.” Irrequieto, o cineasta baiano idealizou “um longa-metragem com a atriz Norma Benguell segurando fotos de Marighella e pelada na cordilheira dos Andes. Não seria mera representação, caso o projeto não tivesse sido abortado. A musa do Cinema Novo apoiava a ALN, da qual se considerava simpatizante, e escondia militantes. Por conta de declarações contra a ditadura, sequestraram-na e a levaram para a PE”.
Em 1970, outro cineasta, o italiano Luchino Visconti, que estava filmando “Morte em Veneza” (baseado na novela de Thomas Mann, escritor alemão filho de uma brasileira), “doou dinheiro aos marighellistas. Já se incorporara à” ALN “seu compatriota Gianni Amico, corroteirista de ‘Antes da Revolução’, película de Bernardo Bertolucci, e ‘Leão de Sete Cabeças’, de Glauber Rocha, outro baiano vinculado à ALN”.
Jean-Paul Sartre iniciou a publicação de textos de Marighella na Europa, “em 1969, na revista ‘Les Temps Modernes’”. A “linguagem direta” dos textos, traduzidos para o francês pela guerrilheira brasileira Ana Corbisier, agradou o autor de “O Ser e o Nada”. Ao frade Oswaldo Rezende e ao advogado Aloysio Nunes Ferreira Filho (hoje tucano), ambos da ALN, o filósofo francês disse “que contassem com ele”.
Mário Magalhães conta que “o pintor catalão Joan Miró doou para a ALN esboços que renderam mais de 3 mil dólares. No Brasil, a italiana Lina Bo Bardi, autora do projeto arquitetônico do Museu de Arte de São Paulo, foi anfitriã de Marighella em sua Casa de Vidro paulistana”. Nessa casa, Marighella dialogou com o capitão Carlos Lamarca.
O dramaturgo e encenador Augusto Boal, amigo de Marighella e do segundo homem da ALN, Joaquim Câmara Ferreira, colaborou com a guerrilha. Chegou a ceder sua casa para reuniões de Câmara Ferreira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário