sexta-feira, fevereiro 17, 2012

PCdoB: história de lutas pelo socialismo e Revolução!





PCdoB: 18 de fevereiro e 25 de março, uma só festa Neste sábado,18 de fevereiro, transcorre o 50º aniversário da reorganização revolucionária do PCdoB, quando, sob a liderança de João Amazonas, Maurício Grabois, Carlos Danielli e Pedro Pomar, os comunistas brasileiros se insurgiram contra a onda liquidacionista e oportunista de direita que assolou as fileiras do partido na segunda metade dos anos1950. Dentro de um mês, em 25 de março – comemoram-se os 90 anos da fundação do partido. Não há como celebrar as duas datas separadamente. Em 1922, surgia o partido, em 1962, começava a consolidar-se um núcleo marxista-leninista, em meio a autocríticas sobre o passado.
Em diferentes momentos de sua história, o partido comunista tinha sido acometido por surtos de oportunismo, ora de “esquerda”, ora de direita e por divisões internas. Isto não deixou de afetar negativamente a sua afirmação como corrente política de peso no País, pois as divisões são sempre danosas. No caso de 1962, a ruptura correspondeu à salvação de um projeto comunista e socialista revolucionário no País. A degradação do PCB, até sua liquidação e transformação em PPS, é disto uma cabal demonstração.

 A existência do Partido Comunista do Brasil corresponde a uma necessidade objetiva do desenvolvimento das lutas sociais. No longínquo março de 1922, sua fundação fez parte do ambiente de mobilizações democráticas e renovação cultural que contagiaram a incipiente classe operária da época, a intelectualidade, os setores médios e os militares patrióticos. É um acontecimento que está inscrito na mesma cadeia de eventos do qual fizeram parte a greve geral de 1917, a Semana de Arte Moderna de 1922 e as revoltas tenentistas democráticas, entre elas a Coluna Prestes. 

Obviamente, a fundação do partido comunista no Brasil guardou também relação direta com os acontecimentos mundiais do início do século 20, sendo o mais importante de todos a Grande Revolução Socialista de Outubro na Rússia, em 1917, que deu origem ao primeiro Estado dirigido pelos trabalhadores sob a liderança do partido comunista.

Para a militância comunista jovem, assim como para os quadros maduros e os dirigentes, os amigos, aliados, simpatizantes e eleitores, celebrar o aniversário do PCdoB e de sua reorganização deve corresponder a um investimento de energias intelectuais e materiais para que este partido se desenvolva e consolide como uma força de combate pelo socialismo no Brasil. Isto significa renovar esforços para que o partido desempenhe papel de destaque na luta política e social como uma força irreconciliável com as classes dominantes retrógradas, opressoras e entreguistas; uma força antagônica ao imperialismo, um partido de classe, portador das aspirações históricas dos trabalhadores e de todo o povo brasileiro; capaz de sintetizar em plataformas políticas amplas e unitárias, as questões emergentes, como a nacional, a democrática e a popular, sempre em ligação com a perspectiva socialista; um partido de todas as lutas do povo brasileiro e nítida identidade comunista.

 A ruptura com o revisionismo e o oportunismo de direita em 1962, fortemente marcada por acontecimentos externos, no âmbito do movimento comunista internacional, foi provocada também por razões internas, relacionadas com a tática e a estratégia da revolução brasileira e a construção do partido. Um grupo reformista e oportunista rasgou o programa do 4º Congresso, de 1954, que embora com limitações políticas e ideológicas, era, em essência, revolucionário. Substituiu-o pela Declaração de Março de 1958, que entrou para a história do movimento comunista do Brasil como o documento fundador do revisionismo contemporâneo e do oportunismo de direita. Foi a partir da reorganização revolucionária em 1962 e da experiência acumulada na luta contra a ditadura militar iniciada em 1964, que o partido comunista alcançou o seu amadurecimento tático e estratégico.

O PCdoB aprendeu que era indispensável enraizar-se entre as massas, inserir-se no curso político, enfrentar os grandes e pequenos embates políticos do cotidiano, concertar alianças amplas e acumular forças revolucionariamente. Desde então, caracteriza-se por ser o partido das lutas do povo brasileiro. As atuais conquistas democráticas e patrióticas do povo brasileiro têm muito a ver com a contribuição do Partido Comunista do Brasil. O ciclo político que o país atravessa a partir da vitória de Lula, faz parte da história de 90 anos do PCdoB. Ao tempo em que é uma realidade nova e de desenrolar dinâmico, propicia o desenvolvimento e enriquecimento do pensamento estratégico e tático dos comunistas.

 No transcurso dos 50 anos da reorganização do PCdoB e 90 da sua fundação, renova-se também o esforço para construir um partido comunista organicamente forte, ideológica e politicamente capaz, à altura da sua missão histórica, ligado às massas, em especial aos trabalhadores, um partido com força militante, influência política ampla, presente nos acontecimentos candentes, dotado de amplo horizonte histórico, cultural e teórico, enraizado no solo nacional, patriótico e internacionalista. Nos idos de 1945 a 1948 o partido foi edificado com algumas dessas características e tinha, ademais, força eleitoral. Hoje está em curso uma complexa construção, que necessita de persistência no rumo e constante avaliação, verificação e aperfeiçoamento.

O empenho atual se volta para construir um partido de massas e de quadros, renovado nas formas de atuação e de organização, na atualização de conceitos e métodos, mantendo sempre os princípios de um partido com identidade comunista, perspectiva estratégica socialista e marcado caráter de classe como partido dos trabalhadores. No plano político, agigantam-se os desafios de aglutinar ampla frente partidária, social e de personalidades para lutar por um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento e reformas estruturais de conteúdo democrático, popular e patriótico que abram caminho à construção de uma nação soberana, democrática e socialmente progressista.

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