domingo, julho 22, 2012

Povo de Aracaju decide seu destino nestas eleições!!


Amor e ódio: que destino queremos dar a Aracaju?

Christian Lindberg Lopes do Nascimento[1]


            Desde o nascedouro da cultura ocidental, vivemos um conflito interno envolvendo dois polos: de um lado as paixões, os sentimentos e do outro a razão. O filósofo grego Sócrates incumbiu a primazia do segundo sobre o primeiro. Na modernidade, os filósofos iluministas reforçaram esta tendência, porém, em meados do século XIX, o pêndulo iniciou um movimento de reversão. Com os avanços dos estudos no campo da psicologia e a radicalização do individualismo, as paixões foram alçadas a um novo patamar, com repercussões coletivas e, principalmente, particulares. Porém, filósofos agrupados na denominada Escola de Frankfurt, alertaram aqueles que subjugam as paixões no sentido de não asfixiá-la por completo, apontando para a necessidade de a razão esclarecedora abrir espaço, de forma racional, para os sentimentos.
            Digo isto porque a eleições de 2012, na cidade de Aracaju, está polarizada por dois projetos antagônicos, não só na forma de gerir o Estado, mas, principalmente, na perspectiva de humanizar a nossa cidade. O eleitor aracajuano, geralmente bem informado e crítico, sabe e conhece o que representa cada um dos postulantes ao cargo de prefeito e vice-prefeito da capital sergipana.
            De um lado temos um candidato que já foi tudo na vida política: prefeito biônico durante a ditadura militar, governador e que está presente na vida pública há aproximadamente 30 anos. Com tanto folego, é um postulante que tem base de apoio real, embora seu agrupamento político tenha perdido as últimas eleições no Estado e nunca tenha governado Aracaju, desde a redemocratização do país na década de 80.
            Do outo lado, o jovem candidato que entrou na vida pública há pouco tempo, fruto da renovação política que o país tem vivido, desde a metade da década passada. Porém, ele representa um projeto que governa Aracaju desde o ano de 2000 e o Estado de Sergipe, a partir de 2006, além de ser filho de um dos políticos mais tradicionais e ativo do cenário sergipano.
            Considerando o perfil de cada candidato, nesse momento, o que vale mais é o projeto que cada um representa. Aristóteles, na sua Ética a Nicomaco, já nos alertava para que dirigissemos nossa vida em busca da felicidade, compreendendo este termo como aquilo que está relacionado à totalidade dos cidadãos que habitam uma cidade. Se é ingênuo ou não esta afirmação aristotélica, o que nos interessa é o fato de que a busca da felicidade é um ato racional e que visa o bem comum.
            Este raciocínio é válido à medida que o aracajuano é, culturalmente falando, um indivíduo pacato, solidário e fraterno, e que, somado aos traços já mencionados, o torna um eleitor criterioso, que age guiado pela vontade soberana e pensando no bem comum. A vingança, o ódio, a birra, o rancor, nunca foram as marcas dos residentes em Aracaju, muito menos a ação irracional.
Ao mesmo tempo, é muito nítido a diferença dos projetos que estão em jogo. Talvez os mais antigos, como eu, tenham recordações de como Sergipe foi governada nos anos 90, já os mais novos também sabem como o Estado era gerido no início da década passada. Aracaju é orgulho de todos porque seus moradores souberam escolher, racionalmente, o melhor caminho a ser trilhado e os condutores mais hábeis e democráticos para administrar nossa cidade.
            Tenho ciência que não vivemos em uma redoma repleta de perfeição. Aracaju precisa progredir na democratização da gestão do aparato estatal, aperfeiçoar a administração da máquina pública, consolidar os serviços públicos e torná-los mais eficiente, finalizar o processo de inclusão daqueles que ainda estão excluídos da cidadania. Enfim, nossa cidade tem know-how, recursos humanos qualificados e criatividade suficiente para enfrentar os problemas do presente e prepará-la para os desafios do futuro. Está nas mãos de cada um o caminho a ser percorrido, mas lembre-se, o resultado final da sua escolha vai impactar no perfil da cidade que você almeja para o futuro próximo, o seu e o de todos que aqui residem.
1-Christian Lindberg Lopes do Nascimento
Graduado em Filosofia e mestre em Educação pela UFS. Atualmente é doutorando em Filosofia da Educação na UNICAMP. Email: christian.lindberg76@gmail.com 




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