O cantor e compositor Tom Zé quer descomplicar. Quer trazer a conversa para o palco e aporrinhar, no bom sentido, seus seguidores com estímulos de todos os lados. Por isso, nos três shows que apresenta no Sesc Pompeia, em São Paulo, a partir de hoje, a plateia será mais do que "apenas" a coadjuvante do lançamento do CD e DVD ao vivo, O Pirulito da Ciência – trabalho que compila sua trajetória, com canções que se popularizaram e também com aquelas que marcaram suas decisões de percurso durante seus 50 anos de carreira.
O público fará parte de um experimento que o baiano de 73 anos quer levar ao palco, sem saber muito bem como explicar: "Quero mostrar que toda ideia, por mais simples que seja, pode se transformar numa ótima realização. Basta você deixar ela quietinha por um tempo e trabalhar por um, dois anos, acreditar no potencial dela", diz o cantor.
"É assim que as minhas canções surgem, e foi assim que fui chamado de o 'pai da invenção' pela imprensa americana. Não sou gênio de nada. Sou um dos mais simplórios dos invencionistas. Só sei escolher as boas ideias e quero que meu público entenda que pode fazer isso também."
Tom Zé destaca essa característica por contar com um público cada vez mais jovem. E ele não fala de gente de universidade, jovens adeptos à subversão do Tropicalismo por osmose. "Tem gente de ginásio, de colegial. É para essa gente que estou cantando."
Entre marcos como "Augusta, Angélica e Consolação"; "Nave Maria"; "Parque Industrial"; "São São Paulo"; "Classe Operária" e "Menina Jesus", ele promete uma novidade para despertar a classe estudantil. "Vou fazer um arranjo de baixo, bateria e guitarra, mas como se todos os instrumentos soassem acusticamente. Explicar assim é difícil, mas no palco, mostrando, fica fácil de entender."
No show, Tom Zé se apresenta com a banda formada por Lauro Léllis (bateria); Cristina Carneiro (teclado/voz), Daniel Maia (guitarra/voz); Renato Léllis (baixo/voz); Jarbas Maria (percussão/cavaquinho/viola 12 cordas/voz) e Luanda (vocalista).
Serviço – Tom Zé em São Paulo
Teatro do Sesc Pompeia
Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 18h
Ingressos: de R$ 5 a R$ 20
Informações: (11) 3871-7700
Página de comentários e registros do cotidiano de Luiz Aparecido, sua familia e amigos. Opiniões sobre o que ocorre no Brasil e no Mundo e claro, com as pessoas!
sábado, abril 10, 2010
quarta-feira, março 31, 2010
Ditadura Nunca mais. Revolução socialista sim!!!
Reflexões sobre o 31 de março
DITADURA NUNCA MAIS!!!
Geraldo Poderoso do “Revolucionários Eternamente”
“O dia 31 de Março de 1964 foi o marco inicial do golpe militar.
Essa data jamais pode ser esquecida. Nada escapa ao tempo.
Os filhotes da ditadura hoje são apenas senis.
Mas seus netinhos dão continuidade à espécie.
Infiltrados nos meios acadêmicos, aprimoram-se intelectualmente,
tal fazia os nazistas. E difundem os mesmos ideais nefastos que
outrora envergonhara o País.
Realmente a UNE não é mais a mesma para nossa frustração.
Contudo há esperança que um dia a grande força de transformação
social e política, surja nas faculdades.
Os universitários eram boa parte dos revolucionários
que combateram a ditadura.
Felizmente a maioria permanece fiel aos compromissos tão almejados de promover a igualdade no vale dos desvalidos”
Esta quem mandou foi o Hermes!
“A oposição de direita tem base social, principalmente nas regiões Sul e Sudeste; conta com fartos recursos; goza de poder político e econômico; e controla os meios de comunicação. Ela não pode ser subestimada. Uma derrota em outubro aceleraria o seu definhamento institucional – os demos podem sumir do mapa político, juntos com os trânsfugas do PPS, e os tucanos ficariam isolados. Para este bloco político-social, a sucessão de 2010 é decisiva, representa o tudo ou nada! As condições hoje são mais favoráveis às forças que apóiam o governo Lula – apesar do suspiro dado pelo Datafolha.
Mas a vitória dependerá de vários fatores. Exigirá um programa que não se limite à mera continuidade, mas que aponte para novos avanços, com as reformas estruturais que o país necessita. Demandará habilidade nas alianças, atraindo setores de centro e neutralizando potenciais adversários. Dependerá de uma campanha de militância ativa. Estas e outras razões reforçam a urgência de uma maior aproximação de Dilma Rousseff com os movimentos sociais, que poderão jogar um papel mais protagonista na batalha eleitoral deste ano”. (Fonte) :
http://www.vermelho.org.br/blogs/altamiroborges/
DITADURA NUNCA MAIS!!!
Geraldo Poderoso do “Revolucionários Eternamente”
“O dia 31 de Março de 1964 foi o marco inicial do golpe militar.
Essa data jamais pode ser esquecida. Nada escapa ao tempo.
Os filhotes da ditadura hoje são apenas senis.
Mas seus netinhos dão continuidade à espécie.
Infiltrados nos meios acadêmicos, aprimoram-se intelectualmente,
tal fazia os nazistas. E difundem os mesmos ideais nefastos que
outrora envergonhara o País.
Realmente a UNE não é mais a mesma para nossa frustração.
Contudo há esperança que um dia a grande força de transformação
social e política, surja nas faculdades.
Os universitários eram boa parte dos revolucionários
que combateram a ditadura.
Felizmente a maioria permanece fiel aos compromissos tão almejados de promover a igualdade no vale dos desvalidos”
Esta quem mandou foi o Hermes!
“A oposição de direita tem base social, principalmente nas regiões Sul e Sudeste; conta com fartos recursos; goza de poder político e econômico; e controla os meios de comunicação. Ela não pode ser subestimada. Uma derrota em outubro aceleraria o seu definhamento institucional – os demos podem sumir do mapa político, juntos com os trânsfugas do PPS, e os tucanos ficariam isolados. Para este bloco político-social, a sucessão de 2010 é decisiva, representa o tudo ou nada! As condições hoje são mais favoráveis às forças que apóiam o governo Lula – apesar do suspiro dado pelo Datafolha.
Mas a vitória dependerá de vários fatores. Exigirá um programa que não se limite à mera continuidade, mas que aponte para novos avanços, com as reformas estruturais que o país necessita. Demandará habilidade nas alianças, atraindo setores de centro e neutralizando potenciais adversários. Dependerá de uma campanha de militância ativa. Estas e outras razões reforçam a urgência de uma maior aproximação de Dilma Rousseff com os movimentos sociais, que poderão jogar um papel mais protagonista na batalha eleitoral deste ano”. (Fonte) :
http://www.vermelho.org.br/blogs/altamiroborges/
Ditadura Nunca mais. Revolução socialista sim!!!
Reflexões sobre o 31 de março
DITADURA NUNCA MAIS!!!
Geraldo Poderoso do “Revolucionários Eternamente”
“O dia 31 de Março de 1964 foi o marco inicial do golpe militar.
Essa data jamais pode ser esquecida. Nada escapa ao tempo.
Os filhotes da ditadura hoje são apenas senis.
Mas seus netinhos dão continuidade à espécie.
Infiltrados nos meios acadêmicos, aprimoram-se intelectualmente,
tal fazia os nazistas. E difundem os mesmos ideais nefastos que
outrora envergonhara o País.
Realmente a UNE não é mais a mesma para nossa frustração.
Contudo há esperança que um dia a grande força de transformação
social e política, surja nas faculdades.
Os universitários eram boa parte dos revolucionários
que combateram a ditadura.
Felizmente a maioria permanece fiel aos compromissos tão almejados de promover a igualdade no vale dos desvalidos”
Esta quem mandou foi o Hermes!
“A oposição de direita tem base social, principalmente nas regiões Sul e Sudeste; conta com fartos recursos; goza de poder político e econômico; e controla os meios de comunicação. Ela não pode ser subestimada. Uma derrota em outubro aceleraria o seu definhamento institucional – os demos podem sumir do mapa político, juntos com os trânsfugas do PPS, e os tucanos ficariam isolados. Para este bloco político-social, a sucessão de 2010 é decisiva, representa o tudo ou nada! As condições hoje são mais favoráveis às forças que apóiam o governo Lula – apesar do suspiro dado pelo Datafolha.
Mas a vitória dependerá de vários fatores. Exigirá um programa que não se limite à mera continuidade, mas que aponte para novos avanços, com as reformas estruturais que o país necessita. Demandará habilidade nas alianças, atraindo setores de centro e neutralizando potenciais adversários. Dependerá de uma campanha de militância ativa. Estas e outras razões reforçam a urgência de uma maior aproximação de Dilma Rousseff com os movimentos sociais, que poderão jogar um papel mais protagonista na batalha eleitoral deste ano”. (Fonte) :
http://www.vermelho.org.br/blogs/altamiroborges/
DITADURA NUNCA MAIS!!!
Geraldo Poderoso do “Revolucionários Eternamente”
“O dia 31 de Março de 1964 foi o marco inicial do golpe militar.
Essa data jamais pode ser esquecida. Nada escapa ao tempo.
Os filhotes da ditadura hoje são apenas senis.
Mas seus netinhos dão continuidade à espécie.
Infiltrados nos meios acadêmicos, aprimoram-se intelectualmente,
tal fazia os nazistas. E difundem os mesmos ideais nefastos que
outrora envergonhara o País.
Realmente a UNE não é mais a mesma para nossa frustração.
Contudo há esperança que um dia a grande força de transformação
social e política, surja nas faculdades.
Os universitários eram boa parte dos revolucionários
que combateram a ditadura.
Felizmente a maioria permanece fiel aos compromissos tão almejados de promover a igualdade no vale dos desvalidos”
Esta quem mandou foi o Hermes!
“A oposição de direita tem base social, principalmente nas regiões Sul e Sudeste; conta com fartos recursos; goza de poder político e econômico; e controla os meios de comunicação. Ela não pode ser subestimada. Uma derrota em outubro aceleraria o seu definhamento institucional – os demos podem sumir do mapa político, juntos com os trânsfugas do PPS, e os tucanos ficariam isolados. Para este bloco político-social, a sucessão de 2010 é decisiva, representa o tudo ou nada! As condições hoje são mais favoráveis às forças que apóiam o governo Lula – apesar do suspiro dado pelo Datafolha.
Mas a vitória dependerá de vários fatores. Exigirá um programa que não se limite à mera continuidade, mas que aponte para novos avanços, com as reformas estruturais que o país necessita. Demandará habilidade nas alianças, atraindo setores de centro e neutralizando potenciais adversários. Dependerá de uma campanha de militância ativa. Estas e outras razões reforçam a urgência de uma maior aproximação de Dilma Rousseff com os movimentos sociais, que poderão jogar um papel mais protagonista na batalha eleitoral deste ano”. (Fonte) :
http://www.vermelho.org.br/blogs/altamiroborges/
terça-feira, março 30, 2010
Google volta atras!!!
A ilha desconhecida já está de volta!
O blog "A ilha desconhecida", do escritor cubano Enrique Ubieta, novamente está visto em sua morada habitual, depois de quase quatro dias de proibição.
A notícia foi replicada em muitos meios alternativos, desde de sexta feira 26, entre eles o Ousar Lutar Ousar Vencer, logo que o blog teve acesso negado.Ontem por volta das quatros horas da tarde o blog reapareceu em linha. Ubieta recebeu uma mensagem de blog do Blogger's, empresa de hospedagem gratuita, uma subsidiária da Google, confirmando a volta do funcionamento do blog e dando uma suposta explicação sobre a desativação.
Click aqui e assista o video ,onde o blogueiro cubano comenta o caso em seu novo blog com outro provedor.
Porém o antigo blog, com o mesmo nome, volta a funcionar no mesmo lugar de sempre, ou seja aqui.
O blog "A ilha desconhecida", do escritor cubano Enrique Ubieta, novamente está visto em sua morada habitual, depois de quase quatro dias de proibição.
A notícia foi replicada em muitos meios alternativos, desde de sexta feira 26, entre eles o Ousar Lutar Ousar Vencer, logo que o blog teve acesso negado.Ontem por volta das quatros horas da tarde o blog reapareceu em linha. Ubieta recebeu uma mensagem de blog do Blogger's, empresa de hospedagem gratuita, uma subsidiária da Google, confirmando a volta do funcionamento do blog e dando uma suposta explicação sobre a desativação.
Click aqui e assista o video ,onde o blogueiro cubano comenta o caso em seu novo blog com outro provedor.
Porém o antigo blog, com o mesmo nome, volta a funcionar no mesmo lugar de sempre, ou seja aqui.
sábado, março 27, 2010
È preciso cuidado com o Google. Espero que não me censurem, também!!
Google censura intelectual cubano e desativa o seu blog
Posted: 27 Mar 2010 12:24 AM PDT
O escritor e ensaísta cubano Henry Ubieta, que manteve o blog "A ilha desconhecida" em seu registro gratuito no provedor de blogs livres Blogger foi censurado quando os administradores do portal de propriedade do Google desativou o acesso ao blog e bloqueou sua conta do Gmail.
Ubieta, que denunciou a brutal campanha empreendida contra Cuba nas últimas semanas sobre supostas violações dos direitos humanos em Cuba, já havia publicado algumas horas antes do artigo "satanização de Cuba", o raciocínio impecável das argumentações políticas que apoiam a nova ofensiva da mídia.
Abaixo temos a mensagem enviada de Ubieta Henry, via conta de e-mail, anunciando que pediu explicações aos administradores da bloguer.com, pelo fato, que flagrantemente o ato viola o direito à liberdade de expressão dos cubanos na Internet:
Amigos: Hoje [ontem] às seis horas da tarde fui para a primeira página do meu blog, e divertia-me, por outras janelas do Internet Explorer, verificando alguns blogs sobre temas relacionados com o meu. Deixei minha casa, e eu fechei meu blog (desliguei o computador), por volta das sete, sem acrescentar nada de novo.
Em contrapartida, as nove e meia da noite, eu queria verificar o meu mail e eu não conseguia acessar o Gmail. Toda vez que eu marquei meu nome e senha, apareceu um aviso dizendo: "Conta desativada temporariamente." Eu não dava importância ao assunto, porque eu achava que era um problema da máquina ou da conexão, já que em Cuba é lenta.
Mas ao tentar abrir o blog foi ótimo para minha surpresa, encontrei um novo aviso do Blogger: "O blog foi excluída. Desculpe, o blog-a desconocida.blogspot.com ilha foi eliminada. Este endereço não está disponível para novos blogs.
Eu escrevi para o Blogger pedindo informação, e usando como referência outra conta de email pessoal(yahoo), pois a que eu tinha do gmail - base do blog, foi desqualificada como expliquei. Eu não recebi nenhuma resposta.
Se fosse um ato incomum de censura, nas próximas horas vai esclarecer esse ponto, porém eu não acho que isso é devido a um posto específico. Seria uma prova de que a guerra de "ideias" na Internet não está buscando a vitória dos ideias. Mas eu não quero admitir a possibilidade.
Espero explicação do Blogger e a possibilidade de que os danos podem ser reparados.
Eu vou mantê-los informados.
Ubieta Enrique Gomez
Fonte original :Cuba debate
Posted: 27 Mar 2010 12:24 AM PDT
O escritor e ensaísta cubano Henry Ubieta, que manteve o blog "A ilha desconhecida" em seu registro gratuito no provedor de blogs livres Blogger foi censurado quando os administradores do portal de propriedade do Google desativou o acesso ao blog e bloqueou sua conta do Gmail.
Ubieta, que denunciou a brutal campanha empreendida contra Cuba nas últimas semanas sobre supostas violações dos direitos humanos em Cuba, já havia publicado algumas horas antes do artigo "satanização de Cuba", o raciocínio impecável das argumentações políticas que apoiam a nova ofensiva da mídia.
Abaixo temos a mensagem enviada de Ubieta Henry, via conta de e-mail, anunciando que pediu explicações aos administradores da bloguer.com, pelo fato, que flagrantemente o ato viola o direito à liberdade de expressão dos cubanos na Internet:
Amigos: Hoje [ontem] às seis horas da tarde fui para a primeira página do meu blog, e divertia-me, por outras janelas do Internet Explorer, verificando alguns blogs sobre temas relacionados com o meu. Deixei minha casa, e eu fechei meu blog (desliguei o computador), por volta das sete, sem acrescentar nada de novo.
Em contrapartida, as nove e meia da noite, eu queria verificar o meu mail e eu não conseguia acessar o Gmail. Toda vez que eu marquei meu nome e senha, apareceu um aviso dizendo: "Conta desativada temporariamente." Eu não dava importância ao assunto, porque eu achava que era um problema da máquina ou da conexão, já que em Cuba é lenta.
Mas ao tentar abrir o blog foi ótimo para minha surpresa, encontrei um novo aviso do Blogger: "O blog foi excluída. Desculpe, o blog-a desconocida.blogspot.com ilha foi eliminada. Este endereço não está disponível para novos blogs.
Eu escrevi para o Blogger pedindo informação, e usando como referência outra conta de email pessoal(yahoo), pois a que eu tinha do gmail - base do blog, foi desqualificada como expliquei. Eu não recebi nenhuma resposta.
Se fosse um ato incomum de censura, nas próximas horas vai esclarecer esse ponto, porém eu não acho que isso é devido a um posto específico. Seria uma prova de que a guerra de "ideias" na Internet não está buscando a vitória dos ideias. Mas eu não quero admitir a possibilidade.
Espero explicação do Blogger e a possibilidade de que os danos podem ser reparados.
Eu vou mantê-los informados.
Ubieta Enrique Gomez
Fonte original :Cuba debate
quarta-feira, março 24, 2010
CENAS CAPIXABAS- O que acontece nas prisões mo governo Paulo Hartung!!!
TORTURA, ATÉ QUANDO MAIS?
Celso Lungaretti (*)
Graças a uma indicação do bom amigo e correspondente José Caldas da Costa, autor de Caparaó - a primeira guerrilha contra a ditadura, tomei conhecimento detalhado de um dos muitos casos escabrosos das prisões do Espírito Santo, este ocorrido no município de Viana.
O jornal capixaba em que Caldas colabora tem nome engraçado, Século Diário. Faz lembrar o Planeta Diário, no qual o Super-Homem finge ser apenas o tímido repórter Clark Kent.
Mas, foi alentador constatar que, longe dos grandes centros, continua se praticando o jornalismo de verdade que, aqui, no más.
Primeiro, o Século Diário fez longa e dramática reconstituição (Masmorras escondem histórias de morte, dor e suplício), em sua edição do último fim de semana, de um episódio de julho de 2009: Lucas Costa de Jesus, de 19 anos, detido por bancar seu vício em drogas traficando pequenas quantidades de maconha, foi alvejado pela tropa de choque que invadiu seu pavilhão na chamada penitenciária de Cascuvi. A bala de borracha o deixou com o lado esquerdo do corpo paralisado, preso a uma cadeira de rodas.
As recordações da casa dos mortos que o repórter José Rabelo colheu de Lucas são bem mais estarrecedoras do que as de Fiodor Dostoievski. Como esta, sobre o assassinato de um preso por outros:
"Lucas conta que durante o curto período em que esteve em Cascuvi, presenciou a cena bárbara de um detento sendo esquartejado. 'Eles chegam bem de surpresa. Enquanto uns cobrem cabeça do preso com um lençol, os outros já vão enfiando os chuchos (...) no peito e na barriga. Na sequencia, eles começam a cortar as partes do corpo. Puseram o coração ainda quente na minha mão e eu tive que segurar. Dava pra ver aquelas coisa amarela saindo. Acho que era gordura'".
E eis o episódio que o privou de uma existência normal:
"Lucas (...) não se lembra de quase nada que aconteceu na noite daquela sinistra segunda-feira (13/07/2009). 'Estava me preparando pra dormir. Já estava até deitado na parte de cima do beliche. Era mais de dez horas da noite quando escutamos os passos dos policiais do BME [Batalhão de Missões Especiais] subindo as escadas correndo. Eles começaram a bater no chapão. Depois entraram com tudo, batendo na gente com cassetetes, dando tiros de 12 e jogando gás. Quando acordei, já estava no hospital. Não me lembro de mais nada. Só sei que estou vivo hoje porque (...) um preso me pegou no colo e implorou socorro para mim".
Depois de passar quase um mês em coma, Lucas voltou a Cascuvi e acabou sendo libertado pela Justiça em função da lastimável condição física a que fora reduzido (tendo até de usar fraldas geriátricas) e da inexistência de cuidados médicos adequados naquela penitenciária.
Apesar da inacreditável omissão do Estado, que não fornece recursos para sua reabilitação (a família é paupérrima e não tem como custear tomografias, fisioterapia, etc.), ele já começa a andar com muletas.
VISITANTES: REVISTAS ÍNTIMAS DE
MENINOS DURAM QUASE MEIA HORA
Mas, o pior de tudo é que não se trata de caso isolado naquele pretenso centro de reeducação (duplipensar orwelliano?), mas sim da ponta de um iceberg, conforme se constata na reportagem seguinte do Século Diário, Pedro Valls exige que caso de baleado na Cascuvi seja investigado ‘até o fim’.
Aí ficamos sabendo que, em agosto/2009, o então desembargador Pedro Valls Feu Rosa, pediu providências das autoridades competentes para apuração imediata de crimes de execuções e torturas e lesões corporais contra Lucas e outros 12 detentos, assinalando:
“...todos os laudos de exame de lesões corporais destes 13 reeducandos foram emitidos em um mesmo dia! Em todos eles o médico legista (...) foi claro: ‘Houve ofensa à integridade física ou à saúde do paciente, e esta ocorreu em decorrência de ação contundente’. (...) Chamou-me a atenção, na sinistra lista que li, o relato alusivo ao (...) 'Lucas Costa de Jesus. Vítima de tortura, espancamento e lesões corporais (...) por parte de policiais dentro do presídio’.(...) Noventa dias foi o tempo que o Estado levou para massacrá-lo, torturá-lo, transformá-lo em paraplégico e depois colocá-lo em liberdade (...) preso a uma cadeira de rodas”.
E o quadro geral que o desembargador apresentou de Cascuvi, novamente, consegue superar o que Dostoievski e nosso Graciliano Ramos narraram, só ficando atrás mesmo dos horrores relatados por Alexander Soljenitsin:
Ocupação das celas. “São inúmeras as denúncias sobre a venda das mesmas. O preso que não tem como pagar passa de presídio em presídio e fica geralmente nas celas mais superlotadas e sujas. Para ter direito a cama ou (...) rede (...) tem que pagar. No IRS a galeria (...) destinada a presos que trabalham (...) custa muito dinheiro. Temos informação que chega a custar até R$ 15 mil uma vaga nessa galeria.”
Saúde. “60% dos detentos estão infectados com doenças infectocontagiosas somente porque faltam condições mínimas de higiene, tais como banheiro decente, água filtrada e sabão.”
Alimentação. “A comida que é servida aos presos é horrível, além de custar em média 12 a 14 reais e vem sempre estragada, fria e entregue fora do horário comum das refeições.”
Visitas. “Fila para entrar. Mesmo chegando às 5 horas da manhã não se consegue entrar no horário, pois as mulheres dos chefes do crime chegam tarde e entram na frente da fila, pois os seus lugares são garantidos pelos próprios policiais.”
Revista íntima dos familiares. “Há ocasiões onde várias mulheres ficam nuas durante horas aguardando as agentes concluírem a revista. Os locais das revistas são imundos, cheios de fungos. As revistas são coletivas, o que constrange ainda mais. As portas são abertas sem nenhum cuidado, com as mulheres ainda nuas. É comum as mães, mulheres e irmãs ouvirem comentários maldosos e olhares indiscretos dos agentes e policiais. Porém o pior acontece com as crianças e principalmente com os meninos. Ficam nus sozinhos e tem seus órgãos genitais revistados por policiais militares. Temos relato de que às vezes uma revista em uma criança chega a durar quase meia hora. (...) Em outras vezes as meninas são revistadas junto com as mães tendo que assistir todo o procedimento vexatório que a sua mãe é submetida e sendo obrigada a olhar e depois essa mesma criança fica completamente nua diante das agentes. (...) No dia de visita a maior parte dos familiares sai chorando e constrangido da sala da revista íntima.”
Crime de tortura. “Destes temos as provas de uns cem e temos também um CD com fotos de todos esses casos."
Lucas confirma as torturas:
“Eu apanhava ou era torturado sem saber qual era o motivo. Os policiais ou agentes chegavam de repente, mandavam a gente tirar toda a roupa e levavam a gente pro pátio, que já estava todo molhado. Isso tudo debaixo de pancada. Depois eles mandavam a gente sentar no chão molhado e começavam a dar choque. Eles riam muito da nossa cara”.
Celso Lungaretti (*)
Graças a uma indicação do bom amigo e correspondente José Caldas da Costa, autor de Caparaó - a primeira guerrilha contra a ditadura, tomei conhecimento detalhado de um dos muitos casos escabrosos das prisões do Espírito Santo, este ocorrido no município de Viana.
O jornal capixaba em que Caldas colabora tem nome engraçado, Século Diário. Faz lembrar o Planeta Diário, no qual o Super-Homem finge ser apenas o tímido repórter Clark Kent.
Mas, foi alentador constatar que, longe dos grandes centros, continua se praticando o jornalismo de verdade que, aqui, no más.
Primeiro, o Século Diário fez longa e dramática reconstituição (Masmorras escondem histórias de morte, dor e suplício), em sua edição do último fim de semana, de um episódio de julho de 2009: Lucas Costa de Jesus, de 19 anos, detido por bancar seu vício em drogas traficando pequenas quantidades de maconha, foi alvejado pela tropa de choque que invadiu seu pavilhão na chamada penitenciária de Cascuvi. A bala de borracha o deixou com o lado esquerdo do corpo paralisado, preso a uma cadeira de rodas.
As recordações da casa dos mortos que o repórter José Rabelo colheu de Lucas são bem mais estarrecedoras do que as de Fiodor Dostoievski. Como esta, sobre o assassinato de um preso por outros:
"Lucas conta que durante o curto período em que esteve em Cascuvi, presenciou a cena bárbara de um detento sendo esquartejado. 'Eles chegam bem de surpresa. Enquanto uns cobrem cabeça do preso com um lençol, os outros já vão enfiando os chuchos (...) no peito e na barriga. Na sequencia, eles começam a cortar as partes do corpo. Puseram o coração ainda quente na minha mão e eu tive que segurar. Dava pra ver aquelas coisa amarela saindo. Acho que era gordura'".
E eis o episódio que o privou de uma existência normal:
"Lucas (...) não se lembra de quase nada que aconteceu na noite daquela sinistra segunda-feira (13/07/2009). 'Estava me preparando pra dormir. Já estava até deitado na parte de cima do beliche. Era mais de dez horas da noite quando escutamos os passos dos policiais do BME [Batalhão de Missões Especiais] subindo as escadas correndo. Eles começaram a bater no chapão. Depois entraram com tudo, batendo na gente com cassetetes, dando tiros de 12 e jogando gás. Quando acordei, já estava no hospital. Não me lembro de mais nada. Só sei que estou vivo hoje porque (...) um preso me pegou no colo e implorou socorro para mim".
Depois de passar quase um mês em coma, Lucas voltou a Cascuvi e acabou sendo libertado pela Justiça em função da lastimável condição física a que fora reduzido (tendo até de usar fraldas geriátricas) e da inexistência de cuidados médicos adequados naquela penitenciária.
Apesar da inacreditável omissão do Estado, que não fornece recursos para sua reabilitação (a família é paupérrima e não tem como custear tomografias, fisioterapia, etc.), ele já começa a andar com muletas.
VISITANTES: REVISTAS ÍNTIMAS DE
MENINOS DURAM QUASE MEIA HORA
Mas, o pior de tudo é que não se trata de caso isolado naquele pretenso centro de reeducação (duplipensar orwelliano?), mas sim da ponta de um iceberg, conforme se constata na reportagem seguinte do Século Diário, Pedro Valls exige que caso de baleado na Cascuvi seja investigado ‘até o fim’.
Aí ficamos sabendo que, em agosto/2009, o então desembargador Pedro Valls Feu Rosa, pediu providências das autoridades competentes para apuração imediata de crimes de execuções e torturas e lesões corporais contra Lucas e outros 12 detentos, assinalando:
“...todos os laudos de exame de lesões corporais destes 13 reeducandos foram emitidos em um mesmo dia! Em todos eles o médico legista (...) foi claro: ‘Houve ofensa à integridade física ou à saúde do paciente, e esta ocorreu em decorrência de ação contundente’. (...) Chamou-me a atenção, na sinistra lista que li, o relato alusivo ao (...) 'Lucas Costa de Jesus. Vítima de tortura, espancamento e lesões corporais (...) por parte de policiais dentro do presídio’.(...) Noventa dias foi o tempo que o Estado levou para massacrá-lo, torturá-lo, transformá-lo em paraplégico e depois colocá-lo em liberdade (...) preso a uma cadeira de rodas”.
E o quadro geral que o desembargador apresentou de Cascuvi, novamente, consegue superar o que Dostoievski e nosso Graciliano Ramos narraram, só ficando atrás mesmo dos horrores relatados por Alexander Soljenitsin:
Ocupação das celas. “São inúmeras as denúncias sobre a venda das mesmas. O preso que não tem como pagar passa de presídio em presídio e fica geralmente nas celas mais superlotadas e sujas. Para ter direito a cama ou (...) rede (...) tem que pagar. No IRS a galeria (...) destinada a presos que trabalham (...) custa muito dinheiro. Temos informação que chega a custar até R$ 15 mil uma vaga nessa galeria.”
Saúde. “60% dos detentos estão infectados com doenças infectocontagiosas somente porque faltam condições mínimas de higiene, tais como banheiro decente, água filtrada e sabão.”
Alimentação. “A comida que é servida aos presos é horrível, além de custar em média 12 a 14 reais e vem sempre estragada, fria e entregue fora do horário comum das refeições.”
Visitas. “Fila para entrar. Mesmo chegando às 5 horas da manhã não se consegue entrar no horário, pois as mulheres dos chefes do crime chegam tarde e entram na frente da fila, pois os seus lugares são garantidos pelos próprios policiais.”
Revista íntima dos familiares. “Há ocasiões onde várias mulheres ficam nuas durante horas aguardando as agentes concluírem a revista. Os locais das revistas são imundos, cheios de fungos. As revistas são coletivas, o que constrange ainda mais. As portas são abertas sem nenhum cuidado, com as mulheres ainda nuas. É comum as mães, mulheres e irmãs ouvirem comentários maldosos e olhares indiscretos dos agentes e policiais. Porém o pior acontece com as crianças e principalmente com os meninos. Ficam nus sozinhos e tem seus órgãos genitais revistados por policiais militares. Temos relato de que às vezes uma revista em uma criança chega a durar quase meia hora. (...) Em outras vezes as meninas são revistadas junto com as mães tendo que assistir todo o procedimento vexatório que a sua mãe é submetida e sendo obrigada a olhar e depois essa mesma criança fica completamente nua diante das agentes. (...) No dia de visita a maior parte dos familiares sai chorando e constrangido da sala da revista íntima.”
Crime de tortura. “Destes temos as provas de uns cem e temos também um CD com fotos de todos esses casos."
Lucas confirma as torturas:
“Eu apanhava ou era torturado sem saber qual era o motivo. Os policiais ou agentes chegavam de repente, mandavam a gente tirar toda a roupa e levavam a gente pro pátio, que já estava todo molhado. Isso tudo debaixo de pancada. Depois eles mandavam a gente sentar no chão molhado e começavam a dar choque. Eles riam muito da nossa cara”.
domingo, março 21, 2010
Diálogo sobre a breve diáspora!!!!
Depois de longa temporada aqui em Fundão tentando me recuperar das sequelas da lesão na medula, finalmente mes que vem devo voltar a Brasilia.Vou pronto para, dentro de limitações impostas pela doença, me integrar às ações do PCdoB e entrar de cabeça na campanha de Fredo Ebling para deputado federal. E desta vez, mais experientes, não vamos dispersar nossas forças e levar Fredo para a Câmara dos Deputados.Luiz Aparecido
×Joel Rangel
Luiz vá em frente! Nada é por acaso e o que na verdade tem sentido é viver intensamente, com o coração pulsando de vida e defender o que acredita. Você é assim. Hora dessas cou ai te fazer uma visita (antes de vc viajar)!
×Dino Gracio há 12 horas
Ô da Pavuna! Vc falou que voltria pro DF "meio do ano", coisa assim. Abril NAO é meio do ano. PÔ, meu!
×Luiz Aparecido da Silva há ± 1 hora
Meu caro Dino!
Volto para Brasilia por uma serie de motivos.Conquistei meu auxilio doença do INSS, o que me permite viver melhor em Brasilia. Além disto continuo na briga para receber na integra minha anistia! Saiba mais, lá tenho trabalho e ações politicas que posso fazer, mesmo com as limitações impostas pelas sequelas da minha doença e por fim, porque achei que não tive agora, a calorosa recepção que tive das outras vezes que vim morar no Espirito Santo. A começar pelo partido, que aqui quer me ver pelas costas, com honrosas excessões. Então, por que ficar? Já estou procurando casa lá e articulando minha volta. Lá serei mais util aquilo que me propuz fazer. A vida é assim! Como dizia Chico Flores,vou ali e já volto!!
×Joel Rangel
Luiz vá em frente! Nada é por acaso e o que na verdade tem sentido é viver intensamente, com o coração pulsando de vida e defender o que acredita. Você é assim. Hora dessas cou ai te fazer uma visita (antes de vc viajar)!
×Dino Gracio há 12 horas
Ô da Pavuna! Vc falou que voltria pro DF "meio do ano", coisa assim. Abril NAO é meio do ano. PÔ, meu!
×Luiz Aparecido da Silva há ± 1 hora
Meu caro Dino!
Volto para Brasilia por uma serie de motivos.Conquistei meu auxilio doença do INSS, o que me permite viver melhor em Brasilia. Além disto continuo na briga para receber na integra minha anistia! Saiba mais, lá tenho trabalho e ações politicas que posso fazer, mesmo com as limitações impostas pelas sequelas da minha doença e por fim, porque achei que não tive agora, a calorosa recepção que tive das outras vezes que vim morar no Espirito Santo. A começar pelo partido, que aqui quer me ver pelas costas, com honrosas excessões. Então, por que ficar? Já estou procurando casa lá e articulando minha volta. Lá serei mais util aquilo que me propuz fazer. A vida é assim! Como dizia Chico Flores,vou ali e já volto!!
sexta-feira, março 12, 2010
quarta-feira, março 10, 2010
PCdoB lança Messias para governar Brasilia!!
> Camaradas,
>
> Sexta-feira ( 12/03), as 12:00 horas, será realizada na sede do PCdoB-DF(*) anúncio oficial da pré-candidatura do Advogado Messias de Souza, assessor especial do Ministro Guido Mantega, ao governo do Distrito Federal. Ofereceremos a todas forças políticas da base do governo Lula, para discussão e análise, o nome de um quadro experiente e histórico do partido e militante do PCdoB.
>
> Convidamos a todos a comparecerem e acompanharem a reunião que fará o anúncio oficial da pré-candidatura. Estarão presentes para prestigiar a atividade os presidentes do PSB, PDT e parlamentares, como o Deputado Rodrigo Rollemberg, O senador Cristovam Buarque, o deputado Tadeu Fillipelli e outros organizações partidárias convidadas.
>
> Atenciosamente,
>
> Comissão Política do PCdoB-DF
>
>
> (*) Ed. Venâncio Júnior Bloco M , sala 102, (CONIC)
Tel: 61-3321-6565
>
> Sexta-feira ( 12/03), as 12:00 horas, será realizada na sede do PCdoB-DF(*) anúncio oficial da pré-candidatura do Advogado Messias de Souza, assessor especial do Ministro Guido Mantega, ao governo do Distrito Federal. Ofereceremos a todas forças políticas da base do governo Lula, para discussão e análise, o nome de um quadro experiente e histórico do partido e militante do PCdoB.
>
> Convidamos a todos a comparecerem e acompanharem a reunião que fará o anúncio oficial da pré-candidatura. Estarão presentes para prestigiar a atividade os presidentes do PSB, PDT e parlamentares, como o Deputado Rodrigo Rollemberg, O senador Cristovam Buarque, o deputado Tadeu Fillipelli e outros organizações partidárias convidadas.
>
> Atenciosamente,
>
> Comissão Política do PCdoB-DF
>
>
> (*) Ed. Venâncio Júnior Bloco M , sala 102, (CONIC)
Tel: 61-3321-6565
domingo, março 07, 2010
Coisas do Nilo/Recordações
A cidade em outros tempos
Estas lindas fotos penetraram profundamente em minha mente e avivaram antigas lembranças. Bondes, lanchas, manguezais e catraeiros nos remetem há uma época que creio não retornará. Vou citar alguns fatos e nomes de alguns personagens.
Na Ponta da Fruta, o Humberto, Moacir, Totonho, Antonio Beju e sua esposa Marcimina, Maria Coutinho, Belmiro, João Rosa, Donato, João Couto, Eurides, Juvêncio, Milton Régis, D.Rosinha, D.Didi, seu João, Jorge, D.Moça e Zé Vieira seu marido.
Na mesma localidade residiu o cidadão Zé Brasilício. Negro , de elevada estatura, enchia um saco de 60 kg de peixes, colocava na cabeça e de uma só caminhada chegava na Barra do Jucu, tomava um copo de água, descansava uns cinco minutos e seguia ininterruptamente até Vila Velha para vender sua mercadoria. Era descalço. Os comentários eram de que foi pai de 28 pimpolhos .
Deixou que cimentassem há frente do seu comércio para que fosse o ponto final da linha de ônibus recém criada. O Ribeiro Doce se ligava com o mar. Repleto de tainhas, pitus e acarás. Por volta do meio dia os robalos emergiam para se beneficiarem da luz solar. Jogava a tarrafa, mas havia muito limo e há mesma submergia lentamente dando chance para os mesmos escapulirem. Nunca peguei nenhum. Tinham mais de 03 kg e em boa quantidade. Certos elementos os abatiam a tiros. Caçadores de paca e seus cães rondavam por ali. E muitas vezes conseguiam seu intento.Tudo findou com a construção da Rodovia do Sol, aterro e invasão.
No final da ponte da Madalena, a original, seguindo em direção há B. do Jucu, no lado direito, havia uma pequena casa. Refúgio do Pedro Bote, trabalhador da Texaco e residente no Ataide. Ali reunia seus amigos ou quem estivesse disposto aa provar uma moqueca de Gibóia e outros petiscos.
No Marista tinha Darci, Gilson Laranja, Pitanga, João Mangam de Uruguaiana/RS, Djair, Sandoval, Pacheco, Cubal, Laurino, Dolfinho, Welber, Fernando baixinho, Novaes, Borloti e os manos Apolo e Jorge Risk.
Eram dois campos. Um para menores e outro adulto. Em frente onde funcionava a cantina instalaram um jogo de bola ao mastro.
Tentarei explicar como funcionava, mas não sei se terei êxito. Era uma peça de madeira redonda de uns 2/3 metros de altura, presa ao solo num círculo de cimento . Possuía uma corda fixa na ponta do mastro e
outra na bola oval de cor vermelha . Quem enrolasse primeiro a corda que guiava a bola no poste, era o vencedor . No recreio estava sempre ocupada. Jogava-se em dupla ou individual. Foram professores os irmãos Edgard, Evaldo, Casagrande e o diretor Estevan.
Assisti com a minha classe o lançamento da pedra fundamental do santuário.
Estive no ano de 1958 na inauguração do Estádio Rubens Gomes. Quem me levou foi o botafoguense roxo Mário Monjardim, popular Babinho, na época residindo em Paul. Adalberto,Amauri, Beto, Tomé, Servílio, Pampolini, Nilton Santos, Garrincha, Didi, Edson e Garrinchinha se apresentaram ao povo capixaba. Falta alguém que não me lembro pois Amauri era o arqueiro reserva. Botafogo 03, Santo Antonio zero. Pelo clube da casa o quiper Djalma, Francisco (Chico ) e Lola (Tocinho)os dois últimos da Ilha das Flores.
E os campos de futebol do Atlético e Olímpico F.C., localizados do lado esquerdo da reta indo para a Praia da Costa. O de Jaburuna.
O Glória F.C. com sua praça de esporte perto da Penitenciária. Em frente da Casa Portuguesa o do Tabajara F.C.. Os atuais Soteco e Divino foram praticamente propriedade do Américo Bernardes.Local ermo, surgiram os campos de futebol. O Fluminensinho F.C usava uma daquelas praças. Os irmãos José Moraes, Mauro e Aécio sob a batuta de Mister Ema faziam a redonda rolar pelos gramados.
Em Aribiri próximo ao ponto dos bondes e da garagem teve um cinema. O quintal de D. Marta Vereza e Sr. Vitorino Rauta faziam fronteira com o campo do América F.C. Jogaram no time de vermelho o Pedro Sarrafo, Jonas, João Padeiro, Everaldo, Flávio, Lauro, Lico, Caiúba e Baianinho. O interesante é que saíam uniformizados da casa do Sr. Maneco, que funcionava como sede. E a garotada seguia atrás.
O Alcobaça F.C. era formado por trabalhadores da fábrica, que fabricava e vendia na sua lojinha apetitosos biscoitos e macarrão com o nome da empresa. O Paulo Maia, sem a parte posterior do braço, grande atleta, atuava neste time.
Creio que a D. Cecília e o Sr. Vitorino são os moradores mais antigos da comunidade. E a famosa CHIQUINHA BACO-BACO. Com idade avançada não perdia um jogo dos diabos vermelhos. Acredito que se não chegou aos cem anos ficou próximo ou até ultrapassou.
Por: Nilo walter - Itapuã
Estas lindas fotos penetraram profundamente em minha mente e avivaram antigas lembranças. Bondes, lanchas, manguezais e catraeiros nos remetem há uma época que creio não retornará. Vou citar alguns fatos e nomes de alguns personagens.
Na Ponta da Fruta, o Humberto, Moacir, Totonho, Antonio Beju e sua esposa Marcimina, Maria Coutinho, Belmiro, João Rosa, Donato, João Couto, Eurides, Juvêncio, Milton Régis, D.Rosinha, D.Didi, seu João, Jorge, D.Moça e Zé Vieira seu marido.
Na mesma localidade residiu o cidadão Zé Brasilício. Negro , de elevada estatura, enchia um saco de 60 kg de peixes, colocava na cabeça e de uma só caminhada chegava na Barra do Jucu, tomava um copo de água, descansava uns cinco minutos e seguia ininterruptamente até Vila Velha para vender sua mercadoria. Era descalço. Os comentários eram de que foi pai de 28 pimpolhos .
Deixou que cimentassem há frente do seu comércio para que fosse o ponto final da linha de ônibus recém criada. O Ribeiro Doce se ligava com o mar. Repleto de tainhas, pitus e acarás. Por volta do meio dia os robalos emergiam para se beneficiarem da luz solar. Jogava a tarrafa, mas havia muito limo e há mesma submergia lentamente dando chance para os mesmos escapulirem. Nunca peguei nenhum. Tinham mais de 03 kg e em boa quantidade. Certos elementos os abatiam a tiros. Caçadores de paca e seus cães rondavam por ali. E muitas vezes conseguiam seu intento.Tudo findou com a construção da Rodovia do Sol, aterro e invasão.
No final da ponte da Madalena, a original, seguindo em direção há B. do Jucu, no lado direito, havia uma pequena casa. Refúgio do Pedro Bote, trabalhador da Texaco e residente no Ataide. Ali reunia seus amigos ou quem estivesse disposto aa provar uma moqueca de Gibóia e outros petiscos.
No Marista tinha Darci, Gilson Laranja, Pitanga, João Mangam de Uruguaiana/RS, Djair, Sandoval, Pacheco, Cubal, Laurino, Dolfinho, Welber, Fernando baixinho, Novaes, Borloti e os manos Apolo e Jorge Risk.
Eram dois campos. Um para menores e outro adulto. Em frente onde funcionava a cantina instalaram um jogo de bola ao mastro.
Tentarei explicar como funcionava, mas não sei se terei êxito. Era uma peça de madeira redonda de uns 2/3 metros de altura, presa ao solo num círculo de cimento . Possuía uma corda fixa na ponta do mastro e
outra na bola oval de cor vermelha . Quem enrolasse primeiro a corda que guiava a bola no poste, era o vencedor . No recreio estava sempre ocupada. Jogava-se em dupla ou individual. Foram professores os irmãos Edgard, Evaldo, Casagrande e o diretor Estevan.
Assisti com a minha classe o lançamento da pedra fundamental do santuário.
Estive no ano de 1958 na inauguração do Estádio Rubens Gomes. Quem me levou foi o botafoguense roxo Mário Monjardim, popular Babinho, na época residindo em Paul. Adalberto,Amauri, Beto, Tomé, Servílio, Pampolini, Nilton Santos, Garrincha, Didi, Edson e Garrinchinha se apresentaram ao povo capixaba. Falta alguém que não me lembro pois Amauri era o arqueiro reserva. Botafogo 03, Santo Antonio zero. Pelo clube da casa o quiper Djalma, Francisco (Chico ) e Lola (Tocinho)os dois últimos da Ilha das Flores.
E os campos de futebol do Atlético e Olímpico F.C., localizados do lado esquerdo da reta indo para a Praia da Costa. O de Jaburuna.
O Glória F.C. com sua praça de esporte perto da Penitenciária. Em frente da Casa Portuguesa o do Tabajara F.C.. Os atuais Soteco e Divino foram praticamente propriedade do Américo Bernardes.Local ermo, surgiram os campos de futebol. O Fluminensinho F.C usava uma daquelas praças. Os irmãos José Moraes, Mauro e Aécio sob a batuta de Mister Ema faziam a redonda rolar pelos gramados.
Em Aribiri próximo ao ponto dos bondes e da garagem teve um cinema. O quintal de D. Marta Vereza e Sr. Vitorino Rauta faziam fronteira com o campo do América F.C. Jogaram no time de vermelho o Pedro Sarrafo, Jonas, João Padeiro, Everaldo, Flávio, Lauro, Lico, Caiúba e Baianinho. O interesante é que saíam uniformizados da casa do Sr. Maneco, que funcionava como sede. E a garotada seguia atrás.
O Alcobaça F.C. era formado por trabalhadores da fábrica, que fabricava e vendia na sua lojinha apetitosos biscoitos e macarrão com o nome da empresa. O Paulo Maia, sem a parte posterior do braço, grande atleta, atuava neste time.
Creio que a D. Cecília e o Sr. Vitorino são os moradores mais antigos da comunidade. E a famosa CHIQUINHA BACO-BACO. Com idade avançada não perdia um jogo dos diabos vermelhos. Acredito que se não chegou aos cem anos ficou próximo ou até ultrapassou.
Por: Nilo walter - Itapuã
quarta-feira, fevereiro 24, 2010
Juventude no comando da Revolução!!!
Julio Vellozo:
Desafio do PCdoB é deixar contentamento comodista
Paulista e tocador de cuíca, corintiano e historiador, Julio Vellozo transita bem em universos variados como o do samba, da academia e do movimento estudantil. Aos 33 anos, dos quais 14 são de militância comunista, ele chega à Secretaria de Juventude tendo em seu currículo passagens pela direção da UJS e do comitê paulistano. Agora, assume o desafio de fazer com que o PCdoB saia do “contentamento comodista” que por vezes tem marcado sua atuação na juventude e vá além das vitórias já alcançadas.
Julio Vellozo
Vellozo: PCdoB prioriza a juventude
Nesta entrevista concedida ao Partido Vivo, o novo secretário diz que “a grande questão agora, diante dos grandes êxitos que conquistamos, é como abrir um novo período de crescimento”. Para ele, “isso se torna ainda mais importante se considerarmos que o Brasil vive um momento muito positivo, onde as oportunidades para a esquerda socialista são muito grandes”. E destaca: “ainda temos muito por fazer” na área da juventude frente aos objetivos estratégicos e revolucionários do PCdoB.
Por isso, quer aplicar a política de quadros de maneira a incrementar a formação dos jovens militantes comunistas, ampliar quantitativamente as fileiras do partido na juventude e, ao mesmo tempo, contribuir para que esse público tenha papel protagonista nas próximas eleições. “Conhecemos a força da direita e sabemos que ela ainda não mostrou nem o começo de suas garras”, alerta.
Partido Vivo: Que virtudes e que fraquezas você destacaria no que diz respeito à atuação do PCdoB junto à juventude?
Julio Vellozo: O PCdoB tem muita força entre os jovens e isso é reconhecido nacional e internacionalmente. A União da Juventude Socialista (UJS) – que é a principal frente de trabalho do PCdoB nesse meio – é a maior organização de juventude política do Brasil; é respeitada como tal e atingiu grande protagonismo na cena jovem brasileira especialmente depois de seu relançamento em 1996, quando passou a viver uma trajetória de ascensão. A partir do governo Lula esse crescimento ganhou maior velocidade. Além da UJS, destaco a atuação do partido com relação às Políticas Públicas para a Juventude, um trabalho que começou a crescer no governo Lula e que também tem sido positivo.
A grande questão agora, diante dos grandes êxitos que conquistamos, é como abrir um novo período de crescimento. Isso se torna ainda mais importante se considerarmos que o Brasil vive um momento muito positivo, onde as oportunidades para a esquerda socialista são muito grandes.
Para isso é necessário que não nos contentemos com as vitórias que tivemos até agora, que saiamos do que vem sendo chamado entre nós de um “contentamento comodista”. Hoje, no trabalho de juventude, ainda medimos os nossos êxitos sempre de maneira relativa, ou seja, em comparação com os de outras organizações políticas; isso é um jeito viciado de encarar as coisas. O certo é medirmos nossas vitórias em relação a nossos objetivos estratégicos. Pensando assim vemos que ainda temos muito por fazer.
Partido Vivo: Como deve ser a atuação da Secretaria levando em conta dois dos principais pontos aprovados no 12º Congresso, a defesa do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND) e a nova política de quadros?
JV: A juventude tem papel fundamental em ambos os casos. No caso do NPND, tem papel central, especialmente no que diz respeito a trabalhar para fazer com que esse ciclo aberto por Lula tenha continuidade em 2011. A juventude, inclusive, tem tido importante participação nesses dois governos. Um exemplo foram as manifestações do dia 16 de agosto de 2005 – que ficaram conhecidas como “Fica, Lula” – quando o governo estava em dificuldades, enfrentando uma série de acusações e a direita preparava uma saída golpista. A juventude deve continuar ocupando posição central na política nacional, o que neste momento significa influenciar as eleições de 2010. Tenho a impressão de que o movimento social como um todo – e dentro dele o de juventude – terá papel fundamental para vencermos as eleições que serão difíceis, apesar de as últimas três pesquisas serem bastante positivas. Conhecemos a força da direita e sabemos que ela ainda não mostrou nem o começo de suas garras.
Sobre a Política de Quadros, aqui na Secretaria de Juventude vemos esta questão como ponto fundamental do que chamamos de estruturação partidária. Trata-se, neste momento, de dar consequência ao que foi discutido e aprovado no 12º Congresso: a necessidade de dirigir o partido pelos quadros, de preparar a nova geração dirigente do partido. Aí o papel da juventude é absolutamente fundamental. Afinal, essa frente é uma grande fornecedora de quadros do partido. Nomes como Orlando Silva Jr. (ministro do Esporte); Luciana Santos (vice-presidente do partido e secretária de Ciência e Tecnologia de Pernambuco); Renildo Calheiros (prefeito de Olinda); Ricardo Abreu “Alemão” (secretário de Relações Internacionais), entre tantos outros, vieram da atuação no movimento estudantil. Em resumo, se não cuidarmos de nossos jovens, teremos uma política de quadros capenga. Um jovem chega à UJS com 15 anos, por exemplo, e sai com 29, portanto, um período em que é definido o futuro dessas pessoas. É nessa fase que se desenvolve a posição política, a profissão, as habilidades e muito da personalidade dessas pessoas. Por tudo isso, pretendo dar uma ênfase especial à questão de quadros na Secretaria de Juventude.
Partido Vivo: Dentro desse universo de itens aprovados no 12º Congresso – e do qual o NPND faz parte – está o Programa Socialista. Como avalia esse documento?
JV: Vejo que o grande mérito do Programa é enfatizar o caminho para o socialismo, retirando a ênfase sobre o que seria sua primeira fase. Quando colocamos a ênfase no caminho, isso tem um efeito imediato de tornar o programa mais factível aos olhos das pessoas. O partido passa, assim, a ter mais possibilidade de convencer o povo de que o objetivo é possível. No programa anterior, ficava sempre aquela pergunta no ar: mas como chegaremos ao socialismo? E o programa atual faz justamente isso: mostra o caminho. E ao fazer isso, ele reforça a convicção socialista porque essa convicção não é como a fé religiosa que – com todo respeito – é absoluta, incondicional. A adesão à nossa causa tem cunho científico, pressupondo, portanto, certa prova e demonstração de que aquilo é factível. Na medida em que o novo Programa mostra um caminho concreto, ele reforça as convicções no rumo estratégico e a ideia de que é possível vencer.
Outra marca fundamental no novo Programa é o fato de coroar todo um esforço que o partido tem feito de compreender melhor o Brasil. É injusto achar que isso é coisa recente porque desde Otávio Brandão, de Agrarismo e Industrialismo, o partido faz um esforço nesse sentido. Esta ideia de que compreender o Brasil era fundamental sempre apareceu, ainda que com menor ênfase nas elaborações do partido.
O diferencial é que desta vez colocamos isso no centro e construímos um caminho brasileiro. O Programa representa, concretamente, uma tentativa de fazer o caminho brasileiro para o socialismo calcado na realidade do país e não emanado de uma teoria abstrata, ou de um modelo importado.
Agora acho também que tudo isso só terá um efeito ampliado se fizermos um grande esforço de divulgação do Programa Socialista. Ele não pode ir para a estante ou para um link do Partido Vivo e ficar ali. Iniciativas como a que está sendo proposta, de imprimir um milhão de livretos do Programa Socialista, devem ser abraçadas pelo partido. Acho que só podemos pôr um ponto final no processo congressual quando fizermos um grande esforço de divulgação do que o congresso decidiu.
Partido Vivo: Voltando à questão da juventude, apesar de ser um partido pequeno, o PCdoB consegue destaque nessa frente, ainda que com limitações. Qual acredita ser o segredo para esse desempenho?
JV: São vários os fatores. O primeiro é que o PCdoB, depois dos trabalhadores, prioriza de fato a juventude, fazendo um grande investimento nessa frente. Isso revela muito do caráter do partido porque uma agremiação política mais pragmática, que tem como objetivo fazer pequenas reformas, não tem necessidade de ter uma frente de juventude forte. Agora, uma sigla como a nossa, de característica revolucionária, com um objetivo estratégico que consiste em construir o socialismo, necessita de uma organização robusta e atuante. Desde que a UJS foi lançada em 1984, a atenção que o partido dá à juventude é muito maior que a das outras legendas.
O segundo aspecto é que uma ideologia revolucionária, que busca mudanças radicais, atrai a juventude. Tem peso também o fato de o partido investir em quadros jovens. E faz isso inclusive em momentos em que o sujeito ainda não está absolutamente pronto, mas está quase. Ou seja, é uma aposta. Por fim, para não me alongar, colocaria o fato de o partido ter uma política justa em relação à juventude. Acredito que nada disso teria força se o PCdoB não tivesse, por exemplo, uma política ampla em relação às entidades estudantis, uma política de não aparelhamento, de diálogo, tratando essas entidades como instrumentos de frente única de luta e não como instrumentos partidários. Portanto, é uma receita de vários ingredientes.
Partido Vivo: Você tocou num ponto importante. O PCdoB por vezes é criticado por um suposto aparelhamento dessas entidades...
JV: Primeiramente, existe uma ideia errada de que o PCdoB comanda a UNE. O PCdoB é minoria na direção da entidade. Fazem parte dela as mais diversas forças do espectro político nacional, como DEM, PSDB, PSol, PT etc. A UNE é, portanto, uma entidade plural dentro da qual estão diferentes forças políticas e inclusive jovens que não fazem parte de nenhuma organização.
Outra crítica que a UNE recebe diz respeito à sua relação com o governo Lula. A entidade sempre teve independência, mas sabe aproveitar o fato de que o Brasil tem um governo democrático e popular e, em defesa dos interesses dos estudantes, aproveita todas as brechas possíveis de negociação para ter conquistas concretas. O que a UNE se recusa – e que a direita e a grande imprensa querem a todo o custo – é a ser um instrumento das tentativas golpistas de setores conservadores para desestabilizar o governo. Existe hoje um bloco de forças que dirige a entidade – da qual a UJS faz parte – que tem muito clara a ideia de que a UNE, para ser independente e defender os interesses dos estudantes, precisa aproveitar as oportunidades que um governo como o de Lula abre para conquistar vitórias para os jovens. A UNE critica o governo no que é necessário, mas ela não vai cumprir o papel que a direita gostaria: ser um instrumento de desestabilização do governo para a própria direita voltar ao poder.
Partido Vivo: Quais devem ser os próximos passos da secretaria, especialmente levando em conta as eleições deste ano?
JV: Um dos pontos tem a ver com o que coloquei antes. Para não deixarmos que a turma durma sobre os louros, a secretaria estabeleceu, há algum tempo, uma data-símbolo: o ano de 2022, centenário do PCdoB e bicentenário da Independência do Brasil. O objetivo é chegarmos – se possível até antes dessa data – a um trabalho de juventude de qualidade superior, a uma posição de hegemonia no Brasil entre a juventude.
Para isso, trabalhamos com dois vetores: ter uma UJS de massas e ter um trabalho de juventude o mais diversificado possível, que aborde esse público em suas mais diferentes áreas. Esse seria o nosso ponto de chegada. A ideia é trabalhar com esse horizonte, mas ao mesmo tempo com foco porque quando temos somente o horizonte, ficamos diletantes; por outro lado, se tivermos apenas foco, perdemos o horizonte. Nosso foco para o período mais imediato é a realização do Congresso da UJS em junho, em Salvador; queremos que a UJS reúna ao menos 100 mil jovens num mês em que estaremos na boca do gol da campanha eleitoral. Queremos que esse congresso seja um momento de inflexão da campanha entre os jovens.
Do ponto de vista do partido, nosso esforço será ganhar conjunto de nossas direções para esta concepção e esses objetivos. Vamos ter uma postura “campanhista” na secretaria para que o PCdoB como um todo se aproprie dessa estratégia.
Da redação,
Priscila Lobregatte
Desafio do PCdoB é deixar contentamento comodista
Paulista e tocador de cuíca, corintiano e historiador, Julio Vellozo transita bem em universos variados como o do samba, da academia e do movimento estudantil. Aos 33 anos, dos quais 14 são de militância comunista, ele chega à Secretaria de Juventude tendo em seu currículo passagens pela direção da UJS e do comitê paulistano. Agora, assume o desafio de fazer com que o PCdoB saia do “contentamento comodista” que por vezes tem marcado sua atuação na juventude e vá além das vitórias já alcançadas.
Julio Vellozo
Vellozo: PCdoB prioriza a juventude
Nesta entrevista concedida ao Partido Vivo, o novo secretário diz que “a grande questão agora, diante dos grandes êxitos que conquistamos, é como abrir um novo período de crescimento”. Para ele, “isso se torna ainda mais importante se considerarmos que o Brasil vive um momento muito positivo, onde as oportunidades para a esquerda socialista são muito grandes”. E destaca: “ainda temos muito por fazer” na área da juventude frente aos objetivos estratégicos e revolucionários do PCdoB.
Por isso, quer aplicar a política de quadros de maneira a incrementar a formação dos jovens militantes comunistas, ampliar quantitativamente as fileiras do partido na juventude e, ao mesmo tempo, contribuir para que esse público tenha papel protagonista nas próximas eleições. “Conhecemos a força da direita e sabemos que ela ainda não mostrou nem o começo de suas garras”, alerta.
Partido Vivo: Que virtudes e que fraquezas você destacaria no que diz respeito à atuação do PCdoB junto à juventude?
Julio Vellozo: O PCdoB tem muita força entre os jovens e isso é reconhecido nacional e internacionalmente. A União da Juventude Socialista (UJS) – que é a principal frente de trabalho do PCdoB nesse meio – é a maior organização de juventude política do Brasil; é respeitada como tal e atingiu grande protagonismo na cena jovem brasileira especialmente depois de seu relançamento em 1996, quando passou a viver uma trajetória de ascensão. A partir do governo Lula esse crescimento ganhou maior velocidade. Além da UJS, destaco a atuação do partido com relação às Políticas Públicas para a Juventude, um trabalho que começou a crescer no governo Lula e que também tem sido positivo.
A grande questão agora, diante dos grandes êxitos que conquistamos, é como abrir um novo período de crescimento. Isso se torna ainda mais importante se considerarmos que o Brasil vive um momento muito positivo, onde as oportunidades para a esquerda socialista são muito grandes.
Para isso é necessário que não nos contentemos com as vitórias que tivemos até agora, que saiamos do que vem sendo chamado entre nós de um “contentamento comodista”. Hoje, no trabalho de juventude, ainda medimos os nossos êxitos sempre de maneira relativa, ou seja, em comparação com os de outras organizações políticas; isso é um jeito viciado de encarar as coisas. O certo é medirmos nossas vitórias em relação a nossos objetivos estratégicos. Pensando assim vemos que ainda temos muito por fazer.
Partido Vivo: Como deve ser a atuação da Secretaria levando em conta dois dos principais pontos aprovados no 12º Congresso, a defesa do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND) e a nova política de quadros?
JV: A juventude tem papel fundamental em ambos os casos. No caso do NPND, tem papel central, especialmente no que diz respeito a trabalhar para fazer com que esse ciclo aberto por Lula tenha continuidade em 2011. A juventude, inclusive, tem tido importante participação nesses dois governos. Um exemplo foram as manifestações do dia 16 de agosto de 2005 – que ficaram conhecidas como “Fica, Lula” – quando o governo estava em dificuldades, enfrentando uma série de acusações e a direita preparava uma saída golpista. A juventude deve continuar ocupando posição central na política nacional, o que neste momento significa influenciar as eleições de 2010. Tenho a impressão de que o movimento social como um todo – e dentro dele o de juventude – terá papel fundamental para vencermos as eleições que serão difíceis, apesar de as últimas três pesquisas serem bastante positivas. Conhecemos a força da direita e sabemos que ela ainda não mostrou nem o começo de suas garras.
Sobre a Política de Quadros, aqui na Secretaria de Juventude vemos esta questão como ponto fundamental do que chamamos de estruturação partidária. Trata-se, neste momento, de dar consequência ao que foi discutido e aprovado no 12º Congresso: a necessidade de dirigir o partido pelos quadros, de preparar a nova geração dirigente do partido. Aí o papel da juventude é absolutamente fundamental. Afinal, essa frente é uma grande fornecedora de quadros do partido. Nomes como Orlando Silva Jr. (ministro do Esporte); Luciana Santos (vice-presidente do partido e secretária de Ciência e Tecnologia de Pernambuco); Renildo Calheiros (prefeito de Olinda); Ricardo Abreu “Alemão” (secretário de Relações Internacionais), entre tantos outros, vieram da atuação no movimento estudantil. Em resumo, se não cuidarmos de nossos jovens, teremos uma política de quadros capenga. Um jovem chega à UJS com 15 anos, por exemplo, e sai com 29, portanto, um período em que é definido o futuro dessas pessoas. É nessa fase que se desenvolve a posição política, a profissão, as habilidades e muito da personalidade dessas pessoas. Por tudo isso, pretendo dar uma ênfase especial à questão de quadros na Secretaria de Juventude.
Partido Vivo: Dentro desse universo de itens aprovados no 12º Congresso – e do qual o NPND faz parte – está o Programa Socialista. Como avalia esse documento?
JV: Vejo que o grande mérito do Programa é enfatizar o caminho para o socialismo, retirando a ênfase sobre o que seria sua primeira fase. Quando colocamos a ênfase no caminho, isso tem um efeito imediato de tornar o programa mais factível aos olhos das pessoas. O partido passa, assim, a ter mais possibilidade de convencer o povo de que o objetivo é possível. No programa anterior, ficava sempre aquela pergunta no ar: mas como chegaremos ao socialismo? E o programa atual faz justamente isso: mostra o caminho. E ao fazer isso, ele reforça a convicção socialista porque essa convicção não é como a fé religiosa que – com todo respeito – é absoluta, incondicional. A adesão à nossa causa tem cunho científico, pressupondo, portanto, certa prova e demonstração de que aquilo é factível. Na medida em que o novo Programa mostra um caminho concreto, ele reforça as convicções no rumo estratégico e a ideia de que é possível vencer.
Outra marca fundamental no novo Programa é o fato de coroar todo um esforço que o partido tem feito de compreender melhor o Brasil. É injusto achar que isso é coisa recente porque desde Otávio Brandão, de Agrarismo e Industrialismo, o partido faz um esforço nesse sentido. Esta ideia de que compreender o Brasil era fundamental sempre apareceu, ainda que com menor ênfase nas elaborações do partido.
O diferencial é que desta vez colocamos isso no centro e construímos um caminho brasileiro. O Programa representa, concretamente, uma tentativa de fazer o caminho brasileiro para o socialismo calcado na realidade do país e não emanado de uma teoria abstrata, ou de um modelo importado.
Agora acho também que tudo isso só terá um efeito ampliado se fizermos um grande esforço de divulgação do Programa Socialista. Ele não pode ir para a estante ou para um link do Partido Vivo e ficar ali. Iniciativas como a que está sendo proposta, de imprimir um milhão de livretos do Programa Socialista, devem ser abraçadas pelo partido. Acho que só podemos pôr um ponto final no processo congressual quando fizermos um grande esforço de divulgação do que o congresso decidiu.
Partido Vivo: Voltando à questão da juventude, apesar de ser um partido pequeno, o PCdoB consegue destaque nessa frente, ainda que com limitações. Qual acredita ser o segredo para esse desempenho?
JV: São vários os fatores. O primeiro é que o PCdoB, depois dos trabalhadores, prioriza de fato a juventude, fazendo um grande investimento nessa frente. Isso revela muito do caráter do partido porque uma agremiação política mais pragmática, que tem como objetivo fazer pequenas reformas, não tem necessidade de ter uma frente de juventude forte. Agora, uma sigla como a nossa, de característica revolucionária, com um objetivo estratégico que consiste em construir o socialismo, necessita de uma organização robusta e atuante. Desde que a UJS foi lançada em 1984, a atenção que o partido dá à juventude é muito maior que a das outras legendas.
O segundo aspecto é que uma ideologia revolucionária, que busca mudanças radicais, atrai a juventude. Tem peso também o fato de o partido investir em quadros jovens. E faz isso inclusive em momentos em que o sujeito ainda não está absolutamente pronto, mas está quase. Ou seja, é uma aposta. Por fim, para não me alongar, colocaria o fato de o partido ter uma política justa em relação à juventude. Acredito que nada disso teria força se o PCdoB não tivesse, por exemplo, uma política ampla em relação às entidades estudantis, uma política de não aparelhamento, de diálogo, tratando essas entidades como instrumentos de frente única de luta e não como instrumentos partidários. Portanto, é uma receita de vários ingredientes.
Partido Vivo: Você tocou num ponto importante. O PCdoB por vezes é criticado por um suposto aparelhamento dessas entidades...
JV: Primeiramente, existe uma ideia errada de que o PCdoB comanda a UNE. O PCdoB é minoria na direção da entidade. Fazem parte dela as mais diversas forças do espectro político nacional, como DEM, PSDB, PSol, PT etc. A UNE é, portanto, uma entidade plural dentro da qual estão diferentes forças políticas e inclusive jovens que não fazem parte de nenhuma organização.
Outra crítica que a UNE recebe diz respeito à sua relação com o governo Lula. A entidade sempre teve independência, mas sabe aproveitar o fato de que o Brasil tem um governo democrático e popular e, em defesa dos interesses dos estudantes, aproveita todas as brechas possíveis de negociação para ter conquistas concretas. O que a UNE se recusa – e que a direita e a grande imprensa querem a todo o custo – é a ser um instrumento das tentativas golpistas de setores conservadores para desestabilizar o governo. Existe hoje um bloco de forças que dirige a entidade – da qual a UJS faz parte – que tem muito clara a ideia de que a UNE, para ser independente e defender os interesses dos estudantes, precisa aproveitar as oportunidades que um governo como o de Lula abre para conquistar vitórias para os jovens. A UNE critica o governo no que é necessário, mas ela não vai cumprir o papel que a direita gostaria: ser um instrumento de desestabilização do governo para a própria direita voltar ao poder.
Partido Vivo: Quais devem ser os próximos passos da secretaria, especialmente levando em conta as eleições deste ano?
JV: Um dos pontos tem a ver com o que coloquei antes. Para não deixarmos que a turma durma sobre os louros, a secretaria estabeleceu, há algum tempo, uma data-símbolo: o ano de 2022, centenário do PCdoB e bicentenário da Independência do Brasil. O objetivo é chegarmos – se possível até antes dessa data – a um trabalho de juventude de qualidade superior, a uma posição de hegemonia no Brasil entre a juventude.
Para isso, trabalhamos com dois vetores: ter uma UJS de massas e ter um trabalho de juventude o mais diversificado possível, que aborde esse público em suas mais diferentes áreas. Esse seria o nosso ponto de chegada. A ideia é trabalhar com esse horizonte, mas ao mesmo tempo com foco porque quando temos somente o horizonte, ficamos diletantes; por outro lado, se tivermos apenas foco, perdemos o horizonte. Nosso foco para o período mais imediato é a realização do Congresso da UJS em junho, em Salvador; queremos que a UJS reúna ao menos 100 mil jovens num mês em que estaremos na boca do gol da campanha eleitoral. Queremos que esse congresso seja um momento de inflexão da campanha entre os jovens.
Do ponto de vista do partido, nosso esforço será ganhar conjunto de nossas direções para esta concepção e esses objetivos. Vamos ter uma postura “campanhista” na secretaria para que o PCdoB como um todo se aproprie dessa estratégia.
Da redação,
Priscila Lobregatte
sexta-feira, fevereiro 05, 2010
Imperialismo americano esta mais vivo que nunca!!!
Cercando a Venezuela - Ignacio Ramonet
Posted: 04 Feb 2010 11:51 PM PST
Chávez vive um cerco ao seu país
A chegada ao poder do presidente Hugo Chávez na Venezuela no dia 2 de fevereiro de 1999 coincidiu com um acontecimento militar traumático para os Estados Unidos: o fechamento de sua principal instalação militar na região, a base Howard, situada no Panamá, e fechada em virtude dos Tratados Torrijos-Carter (1977).
Em substituição, o Pentágono elegeu quatro localidades para controlar a região: Manta, no Equador; Comalapa, em El Salvador; e nas ilhas de Aruba e Curaçao (de soberania holandesa).
A suas – por assim dizer – "tradicionais" missões de espionagem adicionou novos cometidos oficiais a estas bases (vigiar o narcotráfico e combater a imigração clandestina para os Estados Unidos); além de outras tarefas encobertas, tais como lutar contra os insurgentes colombianos; controlar os fluxos de petróleo e minerais, os recursos de água doce e a biodiversidade.
Porém, desde o início, seus principais objetivos foram: vigiar a Venezuela e desestabilizar a Revolução Bolivariana. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, o Secretário norte-americano de Defesa, Donald Rumsfeld, definiu uma nova doutrina militar para enfrentar o "terrorismo internacional".
Modificou a estratégia de deslocamento exterior, fundada na existência de enormes bases dotadas de numeroso pessoal. E decidiu substituir essas megabases por um número muito mais elevado de Foreing Operating Location (FOL, Lugar Operacional Preposicionado) e de Cooperative Security Locations (CSL, Lugar de Segurança Compartilhado), com pouco pessoal militar, porém equipado com tecnologias ultramodernas de detecção.
Resultado: em pouco tempo, a quantidade de instalações militares estadunidenses no exterior se multiplicou, alcançando a insólita soma de 865 bases de tipo FOL ou CSL localizadas em 46 países. Jamais na história, uma potência multiplicou de tal modo seus postos militares de controle para implantar-se através do planeta.
Na América Latina, o redesdobramento de bases permitiu que a de Manta (Equador) colaborasse no falido golpe de Estado de 11 de abril de 2002 contra o presidente Chávez. A partir de então, uma campanha midiática dirigida por Washington começa a difundir falsas informações sobre a pretendida presença nesse país de células de organizações como Hamas, Hezbolah e até Al Qaeda.
Com o pretexto de vigiar tais movimentos e em represália contra o governo de Caracas, que pôs fim, em maio de 2004, a meio século de presença militar estadunidense na Venezuela, o Pentágono amplia o uso de suas bases militares nas ilhas de Aruba e Curaçao, situadas muito próximas das costas venezuelanas, onde, ultimamente, têm sido incrementadas as visitas de navios de guerra dos Estados Unidos.
Isso tem sido denunciado recentemente pelo presidente Chávez: "É bom que a Europa saiba que o império norteamericano está armado até os dentes; enchendo as ilhas de Aruba e Curaçao com aviões e navios de guerra. (...) Estou acusando o Reino dos Países Baixos de estar preparando, junto com o império yanqui, uma agressão contra a Venezuela" (1).
Em 2006, em Caracas se começa a falar em "socialismo do século XXI"; nasce a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e Hugo Chávez é reeleito presidente. Washington reage impondo um embargo sobre a venda de armas para a Venezuela sob o pretexto de que Caracas "não colabora suficientemente na guerra contra o terrorismo". Os aviões F-16 das Forças Aéreas venezuelanas ficam sem peças de reposição.
Diante dessa situação, as autoridades venezuelanas estabelecem um acordo com a Rússia para dotar sua força aérea de aviões Sukhoi. Washington denuncia um suposto "rearmamento massivo" da Venezuela, omitindo recordar que os maiores orçamentos militares da América Latina são os do Brasil, da Colômbia e do Chile. E que, a cada ano, a Colômbia recebe uma ajuda militar estadunidense de US$ 630 milhões (uns 420 milhões de euros). A partir daí, as coisas se aceleram.
No dia 1º de março de 2008, ajudadas pela base de Manta, as forças colombianas atacam um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), situado no interior do território do Equador.
Quito, em represália, decide não renovar o acordo sobre a base de Manta que venceu em novembro de 2009.
Washington responde, no mês seguinte, com a reativação da IV Frota (desativada em 1948, há 60 anos...), cuja missão é vigiar a costa atlântica da América do Sul. Um mês mais tarde, os Estados sulamericanos, reunidos em Brasília, respondem criando a União das Nações Sulamericanas (Unasul); e, em março de 2009, criaram o Conselho de Defesa Sulamericano.
Umas semanas depois, o embaixador dos Estados Unidos em Bogotá anuncia que a base de Manta será relocalizada em Palanquero, na Colômbia. Em junho, com o apoio da base estadunidense de Soto Cano acontece o golpe de Estado em Honduras contra o presidente Manuel Zelaya, que havia conseguido integrar seu país a Alba.
Em agosto, o Pentágono anuncia que estabeleceria sete novas bases militares na Colômbia. E, em outubro, o presidente conservador do Panamá, Ricardo Matinelli, admite que cedeu aos Estados Unidos o uso de quatro novas bases militares.
Desse modo, a Venezuela e a Revolução Bolivariana se veem rodeadas por nada menos que 13 bases estadunidenses, situadas na Colômbia, no Panamá, em Aruba e em Curaçao. Bem como pelos porta-aviões e navios de guerra da IV Frota.
O presidente Obama parece ter deixado mãos livres ao Pentágono. Tudo anuncia uma agressão iminente. Os povos consentirão que um novo crime contra a democracia seja cometido na América Latina?
Nota:
(1) Discurso no Encontro da ALBA com os Movimentos Sociais, Dinamarca, Copenhague, 17 de dezembro de 2009.
Publicado originalmente no Le Monde Diplomatique em espanhol nº 171 Janeiro de 2010
Posted: 04 Feb 2010 11:51 PM PST
Chávez vive um cerco ao seu país
A chegada ao poder do presidente Hugo Chávez na Venezuela no dia 2 de fevereiro de 1999 coincidiu com um acontecimento militar traumático para os Estados Unidos: o fechamento de sua principal instalação militar na região, a base Howard, situada no Panamá, e fechada em virtude dos Tratados Torrijos-Carter (1977).
Em substituição, o Pentágono elegeu quatro localidades para controlar a região: Manta, no Equador; Comalapa, em El Salvador; e nas ilhas de Aruba e Curaçao (de soberania holandesa).
A suas – por assim dizer – "tradicionais" missões de espionagem adicionou novos cometidos oficiais a estas bases (vigiar o narcotráfico e combater a imigração clandestina para os Estados Unidos); além de outras tarefas encobertas, tais como lutar contra os insurgentes colombianos; controlar os fluxos de petróleo e minerais, os recursos de água doce e a biodiversidade.
Porém, desde o início, seus principais objetivos foram: vigiar a Venezuela e desestabilizar a Revolução Bolivariana. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, o Secretário norte-americano de Defesa, Donald Rumsfeld, definiu uma nova doutrina militar para enfrentar o "terrorismo internacional".
Modificou a estratégia de deslocamento exterior, fundada na existência de enormes bases dotadas de numeroso pessoal. E decidiu substituir essas megabases por um número muito mais elevado de Foreing Operating Location (FOL, Lugar Operacional Preposicionado) e de Cooperative Security Locations (CSL, Lugar de Segurança Compartilhado), com pouco pessoal militar, porém equipado com tecnologias ultramodernas de detecção.
Resultado: em pouco tempo, a quantidade de instalações militares estadunidenses no exterior se multiplicou, alcançando a insólita soma de 865 bases de tipo FOL ou CSL localizadas em 46 países. Jamais na história, uma potência multiplicou de tal modo seus postos militares de controle para implantar-se através do planeta.
Na América Latina, o redesdobramento de bases permitiu que a de Manta (Equador) colaborasse no falido golpe de Estado de 11 de abril de 2002 contra o presidente Chávez. A partir de então, uma campanha midiática dirigida por Washington começa a difundir falsas informações sobre a pretendida presença nesse país de células de organizações como Hamas, Hezbolah e até Al Qaeda.
Com o pretexto de vigiar tais movimentos e em represália contra o governo de Caracas, que pôs fim, em maio de 2004, a meio século de presença militar estadunidense na Venezuela, o Pentágono amplia o uso de suas bases militares nas ilhas de Aruba e Curaçao, situadas muito próximas das costas venezuelanas, onde, ultimamente, têm sido incrementadas as visitas de navios de guerra dos Estados Unidos.
Isso tem sido denunciado recentemente pelo presidente Chávez: "É bom que a Europa saiba que o império norteamericano está armado até os dentes; enchendo as ilhas de Aruba e Curaçao com aviões e navios de guerra. (...) Estou acusando o Reino dos Países Baixos de estar preparando, junto com o império yanqui, uma agressão contra a Venezuela" (1).
Em 2006, em Caracas se começa a falar em "socialismo do século XXI"; nasce a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) e Hugo Chávez é reeleito presidente. Washington reage impondo um embargo sobre a venda de armas para a Venezuela sob o pretexto de que Caracas "não colabora suficientemente na guerra contra o terrorismo". Os aviões F-16 das Forças Aéreas venezuelanas ficam sem peças de reposição.
Diante dessa situação, as autoridades venezuelanas estabelecem um acordo com a Rússia para dotar sua força aérea de aviões Sukhoi. Washington denuncia um suposto "rearmamento massivo" da Venezuela, omitindo recordar que os maiores orçamentos militares da América Latina são os do Brasil, da Colômbia e do Chile. E que, a cada ano, a Colômbia recebe uma ajuda militar estadunidense de US$ 630 milhões (uns 420 milhões de euros). A partir daí, as coisas se aceleram.
No dia 1º de março de 2008, ajudadas pela base de Manta, as forças colombianas atacam um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), situado no interior do território do Equador.
Quito, em represália, decide não renovar o acordo sobre a base de Manta que venceu em novembro de 2009.
Washington responde, no mês seguinte, com a reativação da IV Frota (desativada em 1948, há 60 anos...), cuja missão é vigiar a costa atlântica da América do Sul. Um mês mais tarde, os Estados sulamericanos, reunidos em Brasília, respondem criando a União das Nações Sulamericanas (Unasul); e, em março de 2009, criaram o Conselho de Defesa Sulamericano.
Umas semanas depois, o embaixador dos Estados Unidos em Bogotá anuncia que a base de Manta será relocalizada em Palanquero, na Colômbia. Em junho, com o apoio da base estadunidense de Soto Cano acontece o golpe de Estado em Honduras contra o presidente Manuel Zelaya, que havia conseguido integrar seu país a Alba.
Em agosto, o Pentágono anuncia que estabeleceria sete novas bases militares na Colômbia. E, em outubro, o presidente conservador do Panamá, Ricardo Matinelli, admite que cedeu aos Estados Unidos o uso de quatro novas bases militares.
Desse modo, a Venezuela e a Revolução Bolivariana se veem rodeadas por nada menos que 13 bases estadunidenses, situadas na Colômbia, no Panamá, em Aruba e em Curaçao. Bem como pelos porta-aviões e navios de guerra da IV Frota.
O presidente Obama parece ter deixado mãos livres ao Pentágono. Tudo anuncia uma agressão iminente. Os povos consentirão que um novo crime contra a democracia seja cometido na América Latina?
Nota:
(1) Discurso no Encontro da ALBA com os Movimentos Sociais, Dinamarca, Copenhague, 17 de dezembro de 2009.
Publicado originalmente no Le Monde Diplomatique em espanhol nº 171 Janeiro de 2010
terça-feira, janeiro 19, 2010
considerações hereticas sobre aliança politica para derrotar direita em Brasilia!
BRASILIA TEM JEITO!!!
Luiz Aparecido*
Muita gente ainda esta atarantada com os acontecimentos que abalaram
as estruturas da política de Brasília. O chamado “mensalão do DEM”,
denunciado por gente do próprio governo Arruda, flagrou do governador
a secretários de Estado e deputados distritais da base governista,
recebendo dinheiro de propina pelas mãos de Durval Ferreira, então
secretario de Relações Institucionais do governador Arruda. O
escândalo mobilizou quem faz política a serio no Distrito Federal, o
Ministério Publico, a OAB e entidades da sociedade civil e partidos
oposicionistas.
Mas quem fez barulho mesmo e foi para a rua mobilizar o povo foi a
juventude, principalmente as ligadas aos partidos de esquerda como
PCdoB, parte do PT, Psol, PSTU, UNE, UJS e outras. A mobilização “Fora
Arruda” arrefeceu um pouco com as festas de fim de ano, mas parece que
voltam mais acirradas e organizadas agora. Considero que essas
manifestações devem ser ampliadas, envolvendo as massas que
decidem, esclarecendo o povo pobre da periferia das cidades satélites,
principal base popular de apoio governista. Sem este povo na luta não
se vai a lugar nenhum, porque será uma minoria nas ruas gritando “Fora
Arruda”. Mas, nas eleições que se aproximam, o “povão" vai lá e vota no
ex-governador Joaquim Roriz ou num candidato apoiado por Arruda.
O que fazer!
È preciso copiar milhões de vídeos/DVDs das imagens do escândalo,
distribuir ao povo pobre das periferias e realizar mutirões de visitas
a estes lugares para conversar com a população e explicar as causas do
escândalo. Só uma mo bilização massiva e permanente, pode criar as
condições de se articular uma base política forte para derrotar essa
corja de corruptos populistas que domina a cena política brasiliense
há décadas. Não se pode esquecer que a corrupção agora denunciada tem
origem nos governos de Roriz, Arruda e seus aliados -- filhotes do
mesmo ovo da serpente.
Não é hora de exclusivismo. Quem esta nas ruas
protestando, deve ser a base da aliança política capaz de
derrotar o populismo de Roriz/Arruda e seus asseclas. É preciso estar alerta
contra o oportunismo que tenta montar na situação como num "cavalo selado".
Exemplo disso é o caso do vacilante e pusilânime ex-ministro e
ex-deputado, Agnelo Queiroz, que oportunisticamente abandonou o P CdoB (onde
construiu sua vida política) para, como bom carreirista, correr atrás de
uma vaga de candidato a governador. Dois meses antes do escândalo vir a
tona, ele já sabia de tudo; conhecia os vídeos mostrando a
corrupção e ficou calado. Isto é grave e desqualifica uma figura que faria qualquer coisa
para ser governador do DF e vem se escalando como alternativa.
Somar forças e ir ao povo!
Se a mobilização continuar e se ampliar, incluindo parcelas
significativas das massas das periferias, liberando a coragem de costurar
alianças com quem esta na luta para a escolha do nome capaz de unir essas forças,
é possível ganhar as eleições de outubro e construir um
governo democrático e popular no Distrito Federal. Para isso, as forças polític as
mais consequentes devem buscar unir todos os setores avançados nas diversas
agremiações partidárias e nas organizações democráticas da sociedade civil.
Só assim, o sistema montado há décadas no DF para iludir o povo,
destruir o projeto arquitetônico/humanista e roubar dinheiro publico,
poderá ser derrotado nas urnas. Projetos exclusivistas (como o modelo PT, que
sempre quer montar a cabeça, tronco e membros da chapa, aventuras
individuais e sem base social, ou alianças de cúpulas partidárias, tendem a fracassar.
A direita corrupta vai se unir e, novamente logrando o povo pobre e carente das
periferias, ganhará novamente as eleições.
Por isso é preciso desprendimento, clareza de objetivos e inserção junto
ao povo para derrotar a quadrilha populista e corrupta. E, sem medo d e errar,
relembro que há um político em Brasília capaz de
derrotar a direita demotucana: é Orlando Carrielo, que já foi candidato a
governador, é um homem de esquerda honesto e desprendido e pode, se
não houver preconceito das forças envolvidas neste projeto
de salvação do Distrito Federal, ganhar as eleições e expulsar de vez
esta corja que domina o cenário político e de poder da capital do
Pais. E se houver outro nome no seio da esquerda combativa de
Brasília, capaz de desempenhar esta tarefa hercúlea, que apareça. A
hora é agora.
Pode significar o nascimento de uma nova força política inserida no povo e
com grandeza suficiente para acabar com o preconceito, que há tanto
tempo internamente derrota a própria esquerda. Mas essa força tem que mergulhar
no seio das massas despossuidas, carentes e mantidas como
ref éns dos populistas de direita. Vamos construir esta aliança
imbatível com quem está hoje nas ruas combatendo Arruda e sua corja!
*Jornalista e ex-secretário adjunto de Comunicação do DF
Luiz Aparecido*
Muita gente ainda esta atarantada com os acontecimentos que abalaram
as estruturas da política de Brasília. O chamado “mensalão do DEM”,
denunciado por gente do próprio governo Arruda, flagrou do governador
a secretários de Estado e deputados distritais da base governista,
recebendo dinheiro de propina pelas mãos de Durval Ferreira, então
secretario de Relações Institucionais do governador Arruda. O
escândalo mobilizou quem faz política a serio no Distrito Federal, o
Ministério Publico, a OAB e entidades da sociedade civil e partidos
oposicionistas.
Mas quem fez barulho mesmo e foi para a rua mobilizar o povo foi a
juventude, principalmente as ligadas aos partidos de esquerda como
PCdoB, parte do PT, Psol, PSTU, UNE, UJS e outras. A mobilização “Fora
Arruda” arrefeceu um pouco com as festas de fim de ano, mas parece que
voltam mais acirradas e organizadas agora. Considero que essas
manifestações devem ser ampliadas, envolvendo as massas que
decidem, esclarecendo o povo pobre da periferia das cidades satélites,
principal base popular de apoio governista. Sem este povo na luta não
se vai a lugar nenhum, porque será uma minoria nas ruas gritando “Fora
Arruda”. Mas, nas eleições que se aproximam, o “povão" vai lá e vota no
ex-governador Joaquim Roriz ou num candidato apoiado por Arruda.
O que fazer!
È preciso copiar milhões de vídeos/DVDs das imagens do escândalo,
distribuir ao povo pobre das periferias e realizar mutirões de visitas
a estes lugares para conversar com a população e explicar as causas do
escândalo. Só uma mo bilização massiva e permanente, pode criar as
condições de se articular uma base política forte para derrotar essa
corja de corruptos populistas que domina a cena política brasiliense
há décadas. Não se pode esquecer que a corrupção agora denunciada tem
origem nos governos de Roriz, Arruda e seus aliados -- filhotes do
mesmo ovo da serpente.
Não é hora de exclusivismo. Quem esta nas ruas
protestando, deve ser a base da aliança política capaz de
derrotar o populismo de Roriz/Arruda e seus asseclas. É preciso estar alerta
contra o oportunismo que tenta montar na situação como num "cavalo selado".
Exemplo disso é o caso do vacilante e pusilânime ex-ministro e
ex-deputado, Agnelo Queiroz, que oportunisticamente abandonou o P CdoB (onde
construiu sua vida política) para, como bom carreirista, correr atrás de
uma vaga de candidato a governador. Dois meses antes do escândalo vir a
tona, ele já sabia de tudo; conhecia os vídeos mostrando a
corrupção e ficou calado. Isto é grave e desqualifica uma figura que faria qualquer coisa
para ser governador do DF e vem se escalando como alternativa.
Somar forças e ir ao povo!
Se a mobilização continuar e se ampliar, incluindo parcelas
significativas das massas das periferias, liberando a coragem de costurar
alianças com quem esta na luta para a escolha do nome capaz de unir essas forças,
é possível ganhar as eleições de outubro e construir um
governo democrático e popular no Distrito Federal. Para isso, as forças polític as
mais consequentes devem buscar unir todos os setores avançados nas diversas
agremiações partidárias e nas organizações democráticas da sociedade civil.
Só assim, o sistema montado há décadas no DF para iludir o povo,
destruir o projeto arquitetônico/humanista e roubar dinheiro publico,
poderá ser derrotado nas urnas. Projetos exclusivistas (como o modelo PT, que
sempre quer montar a cabeça, tronco e membros da chapa, aventuras
individuais e sem base social, ou alianças de cúpulas partidárias, tendem a fracassar.
A direita corrupta vai se unir e, novamente logrando o povo pobre e carente das
periferias, ganhará novamente as eleições.
Por isso é preciso desprendimento, clareza de objetivos e inserção junto
ao povo para derrotar a quadrilha populista e corrupta. E, sem medo d e errar,
relembro que há um político em Brasília capaz de
derrotar a direita demotucana: é Orlando Carrielo, que já foi candidato a
governador, é um homem de esquerda honesto e desprendido e pode, se
não houver preconceito das forças envolvidas neste projeto
de salvação do Distrito Federal, ganhar as eleições e expulsar de vez
esta corja que domina o cenário político e de poder da capital do
Pais. E se houver outro nome no seio da esquerda combativa de
Brasília, capaz de desempenhar esta tarefa hercúlea, que apareça. A
hora é agora.
Pode significar o nascimento de uma nova força política inserida no povo e
com grandeza suficiente para acabar com o preconceito, que há tanto
tempo internamente derrota a própria esquerda. Mas essa força tem que mergulhar
no seio das massas despossuidas, carentes e mantidas como
ref éns dos populistas de direita. Vamos construir esta aliança
imbatível com quem está hoje nas ruas combatendo Arruda e sua corja!
*Jornalista e ex-secretário adjunto de Comunicação do DF
quinta-feira, janeiro 14, 2010
LUTA PELA VERDADEE PELA VIDA!!!
ECOS DO PORÃO!!! - Emiliano José
Fico pensando no que foi o nazismo. No Tribunal de Nuremberg. Na justiça que se procurou fazer diante daquele genocídio. Julgou-se os assassinos, e ponto. Não os que a ele resistiram. E só o faço como alusão à situação brasileira.
Fico pensando na decisão argentina de abrir todos os arquivos confidenciais das Forças Armadas referentes ao período da ditadura militar, ocorrida entre 1976-1983. Essa abertura foi feita para subsidiar a apuração de violações aos direitos humanos durante aquele período.
E penso novamente no Brasil, no barulho que se está fazendo diante da possibilidade da criação da Comissão Nacional da Verdade, que já aconteceu na maioria dos países da América Latina que viveram também a tenebrosa experiência de ditaduras. Nesses países encara-se com naturalidade que criminosos, torturadores, assassinos sejam julgados, e muitos deles foram julgados, condenados e presos.
Quem desembarcasse no Brasil nos últimos dias e não soubesse nada de nossa história, certamente começaria a assimilar a idéia de que não houve ditadura. Que ela não matou, não seqüestrou, não torturou barbaramente homens, mulheres, crianças, religiosos, religiosas. Que não empalou pessoas, que não fez desaparecer seres humanos, que não cortou cabeças, que não queimou corpos. Que não cultivou o pau de arara, o choque elétrico, o afogamento, a cadeira do dragão, que não patrocinou monstros como Carlos Alberto Brilhante Ustra ou Sérgio Paranhos Fleury, este morto, o primeiro ainda exibindo sua arrogância, cinismo e ainda certeza da impunidade.
De repente, se não insistirmos na luta para afirmar a verdade da história, gente do nosso povo pode até acreditar na versão que querem passar de que houve apenas uma luta entre um regime legal e os que a ele se opunham.
É falso, mentiroso dizer que a Comissão Nacional da Verdade que se pretende implantar queira eliminar a Lei de Anistia. Ela pretende, se instalada, apurar todas as violações de direitos humanos ocorridas no âmbito da repressão política durante os 21 anos de ditadura.
É a forma de legalmente desencadear o processo histórico, político, ético,
criminal, como disse o ministro Vannuchi, de todos os episódios de tortura, assassinatos e desaparecimentos de opositores políticos registrados naquele período.
O que se sustenta, aqui e em todo o mundo democrático, é que a tortura é crime imprescritível, e que esse crime não pode permanecer impune. Não é à toa que o ex-ditador Pinochet, um assassino, foi detido em Londres e depois julgado em seu país.
Não se queira fazer acreditar que a Comissão Nacional da Verdade pretenda desmoralizar as Forças Armadas. Ao contrário. Pretende-se que quaisquer que sejam os cidadãos que tenham cometido o crime da tortura ou que tenham assassinado pessoas por razões políticas ou tenham feito com que desaparecessem sejam julgados por seus crimes de lesa-humanidade.
E julgamento é atribuição do Judiciário, com sua soberania e com os ritos próprios da democracia. Diz-se isso para que se diferencie dos mais de 20 anos da ditadura, onde não havia qualquer legalidade. Muitos dos nossos companheiros não chegaram a ser julgados: foram mortos de forma covarde, insista-se na palavra, covarde, na tortura brutal, cruel, e os registros históricos são vastíssimos. Não cabem neste artigo.
Assistam o filme Cidadão Boilensen. É interessante como registro da associação corrupta entre grupos empresariais e a Operação Bandeirante, entre o aparato repressivo e as finanças, entre a ditadura e o grande negócio. Puro banditismo, acobertado pelo silêncio imposto à época. E para compreender, também, parte, apenas parte, da impressionante crueldade desse aparato.
Não sei como se movimentará a sociedade brasileira nesse caso. Sei que mais de 10 mil cidadãos assinaram um manifesto, inclusive eu, defendendo que os envolvidos em crimes de tortura em nome do Estado brasileiro devem ser julgados e punidos pelos seus atos.
Estamos defendendo a civilização, a humanidade, a democracia. Não dá para acobertar crimes como o da tortura ou assassinatos e desaparecimentos de opositores políticos. Esta é a posição de quem não esquece o terrorismo da ditadura. A posição de quem defende intransigentemente a democracia. E que grita: ditadura, nunca mais!
Emiliano Jose é Jornalista, escritor, deputado federal (PT/BA)
fonte : Agência Carta Maior
Fico pensando no que foi o nazismo. No Tribunal de Nuremberg. Na justiça que se procurou fazer diante daquele genocídio. Julgou-se os assassinos, e ponto. Não os que a ele resistiram. E só o faço como alusão à situação brasileira.
Fico pensando na decisão argentina de abrir todos os arquivos confidenciais das Forças Armadas referentes ao período da ditadura militar, ocorrida entre 1976-1983. Essa abertura foi feita para subsidiar a apuração de violações aos direitos humanos durante aquele período.
E penso novamente no Brasil, no barulho que se está fazendo diante da possibilidade da criação da Comissão Nacional da Verdade, que já aconteceu na maioria dos países da América Latina que viveram também a tenebrosa experiência de ditaduras. Nesses países encara-se com naturalidade que criminosos, torturadores, assassinos sejam julgados, e muitos deles foram julgados, condenados e presos.
Quem desembarcasse no Brasil nos últimos dias e não soubesse nada de nossa história, certamente começaria a assimilar a idéia de que não houve ditadura. Que ela não matou, não seqüestrou, não torturou barbaramente homens, mulheres, crianças, religiosos, religiosas. Que não empalou pessoas, que não fez desaparecer seres humanos, que não cortou cabeças, que não queimou corpos. Que não cultivou o pau de arara, o choque elétrico, o afogamento, a cadeira do dragão, que não patrocinou monstros como Carlos Alberto Brilhante Ustra ou Sérgio Paranhos Fleury, este morto, o primeiro ainda exibindo sua arrogância, cinismo e ainda certeza da impunidade.
De repente, se não insistirmos na luta para afirmar a verdade da história, gente do nosso povo pode até acreditar na versão que querem passar de que houve apenas uma luta entre um regime legal e os que a ele se opunham.
É falso, mentiroso dizer que a Comissão Nacional da Verdade que se pretende implantar queira eliminar a Lei de Anistia. Ela pretende, se instalada, apurar todas as violações de direitos humanos ocorridas no âmbito da repressão política durante os 21 anos de ditadura.
É a forma de legalmente desencadear o processo histórico, político, ético,
criminal, como disse o ministro Vannuchi, de todos os episódios de tortura, assassinatos e desaparecimentos de opositores políticos registrados naquele período.
O que se sustenta, aqui e em todo o mundo democrático, é que a tortura é crime imprescritível, e que esse crime não pode permanecer impune. Não é à toa que o ex-ditador Pinochet, um assassino, foi detido em Londres e depois julgado em seu país.
Não se queira fazer acreditar que a Comissão Nacional da Verdade pretenda desmoralizar as Forças Armadas. Ao contrário. Pretende-se que quaisquer que sejam os cidadãos que tenham cometido o crime da tortura ou que tenham assassinado pessoas por razões políticas ou tenham feito com que desaparecessem sejam julgados por seus crimes de lesa-humanidade.
E julgamento é atribuição do Judiciário, com sua soberania e com os ritos próprios da democracia. Diz-se isso para que se diferencie dos mais de 20 anos da ditadura, onde não havia qualquer legalidade. Muitos dos nossos companheiros não chegaram a ser julgados: foram mortos de forma covarde, insista-se na palavra, covarde, na tortura brutal, cruel, e os registros históricos são vastíssimos. Não cabem neste artigo.
Assistam o filme Cidadão Boilensen. É interessante como registro da associação corrupta entre grupos empresariais e a Operação Bandeirante, entre o aparato repressivo e as finanças, entre a ditadura e o grande negócio. Puro banditismo, acobertado pelo silêncio imposto à época. E para compreender, também, parte, apenas parte, da impressionante crueldade desse aparato.
Não sei como se movimentará a sociedade brasileira nesse caso. Sei que mais de 10 mil cidadãos assinaram um manifesto, inclusive eu, defendendo que os envolvidos em crimes de tortura em nome do Estado brasileiro devem ser julgados e punidos pelos seus atos.
Estamos defendendo a civilização, a humanidade, a democracia. Não dá para acobertar crimes como o da tortura ou assassinatos e desaparecimentos de opositores políticos. Esta é a posição de quem não esquece o terrorismo da ditadura. A posição de quem defende intransigentemente a democracia. E que grita: ditadura, nunca mais!
Emiliano Jose é Jornalista, escritor, deputado federal (PT/BA)
fonte : Agência Carta Maior
quinta-feira, janeiro 07, 2010
POLEMIZANDO SOBRE O PPS E SEU NEFASTO LIDER!!!!
O companheiro Jackson Rangel Vieira, postou nesta quinta-feira, dia 7 de janeiro, um comentário no Facebook, sobre um "tour" nacional do governador paranaense Roberto Requião, do PMDB, tentando mobilizar as bases do seu partido para lançamento de candidatura própria a presidente da Republica nas próximas eleições gerais de outubro próximo. Estabeleci com ele um debate que segue abaixo. Participe também deste debate comentando nos blogs.
Meu caro Jackson!
O governador Requião é o que de melhor tem o PMDB. Mas infelizmente esta sua iniciativa só servira para lhe dar visibilidade nacional, mas não frutificara em candidatura. O PMDB infelizmente esta amarado totalmente à candidatura Dilma para presidente e o vice tende a ser o fisiológico Michel Temer. Uma pena. Mas torço pelo Requião!!!
Faço aqui ainda uma premissa nada temerosa. Com o desmoronamento moral do DEM depois do escândalo de Brasília, creio que o candidato a vice na chapa do Serra (PSDB) a presidente, devera ser o chefão do PPS, o inefável Roberto Freire. Afinal eles precisam de uma corzinha pelo menos cor de rosa, para não sair a seco como neoliberais e o PPS tem servido bem ultimamente como sublegenda do PSDB.
Jackson Rangel Vieira
Análise irrepreensível. Nada a acrescentar!
Jackson Rangel Vieira
Ainda mais que Roberto Freire parou de fumar! Ponto significativo para o Serra!
×Luiz Aparecido da Silva
Meu caro!
O homem do PPS que serve para todos os fins é o Roberto Freire. Aquele que desmontou o antigo e glorioso PCB e o transformou nesta coisa que teve até o Blairo Maggi como quadro do partido. Para quem não sabe, o Maggi é governador de Mato Grosso e o maior plantador de soja do mundo e também o maior desmatador e devastador de floresta do Planeta!!
Jackson Rangel Vieira
Amigo, depois de muito tempo em silêncio observando, parece decidiu hoje desabafar. PPS não é mais partido comunista desde a operação implante R$ de Freire, transformando a legenda mais capitalista do que o menos de esquerda. Ele ficou só com o discurso, mas o partido faz corar qualquer comuna. Não fica com saudosismo! Será masoquismo! Abraços e prazer e ler seus comentários de qualidade acima da média!
Meu caro Jackson!
O governador Requião é o que de melhor tem o PMDB. Mas infelizmente esta sua iniciativa só servira para lhe dar visibilidade nacional, mas não frutificara em candidatura. O PMDB infelizmente esta amarado totalmente à candidatura Dilma para presidente e o vice tende a ser o fisiológico Michel Temer. Uma pena. Mas torço pelo Requião!!!
Faço aqui ainda uma premissa nada temerosa. Com o desmoronamento moral do DEM depois do escândalo de Brasília, creio que o candidato a vice na chapa do Serra (PSDB) a presidente, devera ser o chefão do PPS, o inefável Roberto Freire. Afinal eles precisam de uma corzinha pelo menos cor de rosa, para não sair a seco como neoliberais e o PPS tem servido bem ultimamente como sublegenda do PSDB.
Jackson Rangel Vieira
Análise irrepreensível. Nada a acrescentar!
Jackson Rangel Vieira
Ainda mais que Roberto Freire parou de fumar! Ponto significativo para o Serra!
×Luiz Aparecido da Silva
Meu caro!
O homem do PPS que serve para todos os fins é o Roberto Freire. Aquele que desmontou o antigo e glorioso PCB e o transformou nesta coisa que teve até o Blairo Maggi como quadro do partido. Para quem não sabe, o Maggi é governador de Mato Grosso e o maior plantador de soja do mundo e também o maior desmatador e devastador de floresta do Planeta!!
Jackson Rangel Vieira
Amigo, depois de muito tempo em silêncio observando, parece decidiu hoje desabafar. PPS não é mais partido comunista desde a operação implante R$ de Freire, transformando a legenda mais capitalista do que o menos de esquerda. Ele ficou só com o discurso, mas o partido faz corar qualquer comuna. Não fica com saudosismo! Será masoquismo! Abraços e prazer e ler seus comentários de qualidade acima da média!
terça-feira, janeiro 05, 2010
João Amazonas sempre!!

João Amazonas, a referência necessária
Luiz Manfredini *
“... no Partido reside o fator determinante dos sucessos
ou dos fracassos da revolução e da edificação socialista”.
João Amazonas
Nesses tempos novos, no Brasil e no mundo, novos e, portanto, desafiantes para quem trilha o caminho da transformação social, lembro-me frequentemente de João Amazonas, o construtor e o principal ideólogo do PCdoB, nascido em 1o de janeiro de 1912, em Belém do Pará. Teria completado 98 anos, mas viveu 90, 67 dos quais dedicados à luta pelo socialismo em nosso País. De 1962 a 2001, foi o dirigente principal do PCdoB. Vasta, portanto, sua experiência. E vasto e fecundo o pensamento que desenvolveu, persistente e agudo, até o fim da vida.
Diante desses tempos novos, das singularidades da luta pelo socialismo e por sua construção no mundo contemporâneo, poderíamos recolher de João Amazonas reflexões em diversos campos da atividade revolucionária. Opto por uma, cuja centralidade me parece atualíssima tanto para os comunistas, como para os que almejam a construção de uma sociedade socialista em nosso País. Refiro-me ao meio que tornará possível a conquista dessa nova ordem entre nós, ou seja, o partido revolucionário, os homens e mulheres que, nas palavras de Engels, “serão os únicos a possuir força e vontade para chamar à vida esta sociedade nova e melhor”.
Amazonas tratou disso no texto “Força decisiva da revolução e da construção do socialismo”, escrito em 1996. Eram os tempos miseráveis da década neoliberal no Brasil e a poeira do muro de Berlin ainda sufocava mentes e abalava convicções. Ao aprofundar seu exame sobre a derrota do socialismo no Leste europeu (iniciado quatro anos antes, no processo do VIII Congresso do PCdoB), Amazonas focou a questão crucial do partido como intérprete e condutor das mudanças. Não qualquer partido, mas um dotado das “qualidades indispensáveis ao cumprimento de sua missão histórica”. E citou o conselho de Marx e Engels aos dirigentes comunistas alemães: “Pactuai acordos para alcançar objetivos práticos do movimento, mas não trafiqueis com os princípios, não realizeis ‘concessões’ teóricas”.
Com Lênin
Amazonas situa Lênin como “quem, pela primeira vez, desenvolveu a teoria do partido como organização dirigente da classe operária e como instrumento insubstituível à vitória da revolução social”. O dirigente bolchevique, prossegue Amazonas, “sustentou a idéia do partido de princípios, marxista, que atua em todas as lutas dos trabalhadores e do povo, mantendo sempre sua feição revolucionária”. Na visão leninista, que Amazonas defende, “o partido deveria ser organização de vanguarda, uma vez que somente uma parte da sociedade, e mesmo da classe operária, tem condições de compreender em profundidade o processo da transformação histórica”. Em outras palavras: “O partido não é uma organização de frente única, na qual cabem diversas correntes em pugna por objetivos imediatos”.
Ao analisar as circunstâncias da derrota socialista na então URSS e no Leste da Europa, Amazonas afirma: “Indubitavelmente, o PCUS degenerou. A derrota do socialismo começou precisamente com a degenração dessa organização de vanguarda. Ainda no tempo de Stálin já apareciam sérios indícios. O PCUS burocratizava-se, desligava-se da classe operária e das amplas massas populares, caía na rotina e no formalismo, estimulava a fé supersticiosa nos dirigentes (...). Muitos quadros faziam ‘carreira’ no partido, visando a interesses pessoais”.
Para Amazonas, “socialismo e partido são inseparáveis. Apareceram juntos e caminharam juntos no histórico cenário dos entrechoques de classes”. Assim, “é impossível mudar o regime econômico e social sem ter como suporte fundamental uma organização de vanguarda”. E prossegue: “Para vencer, [o partido] precisa situar-se ideologica e politicamente no campo do proletariado, não apenas na fase da revolução, mas durante todo o período de transição, até a passagem ao comunismo, abrindo caminhos novos à transformação da sociedade”.
“Os fracassos originam-se, em última instância, das posições de conciliação de classes, das ilusões pequeno-burguesas de que se pode triunfar nos marcos do regime capitalista, ou realizar as mudanças históricas adaptando-se às normas e ao estilo de vida burgueses”. Mas adverte: “A luta de classes não pode ser enfrentada de maneira mecânica, sectária. O proletariado luta em todos os terrenos, utilizando as contradições existentes no campo adversário, defendendo as conquistas sociais, as liberdades democráticas, avançando passo a passo na estradaque conduz à revolução e o socialismo”.
Por todas essas razões, Amazonas conclui: “Cuidar do Partido para podermos dizer, como Lênin, do Partido bolchevique: ‘Nele temos fé, nele vemos a inteligência, a honra e a consciência de nossa época”.
Não se poderia pensar em outro modo de homenagear o velho dirigiente comunista, em seu 98o aniversário de nascimento, senão focando e difundindo as férteis reflexões que produziu e que se projetam para iluminar a contemporaneidade da luta revolucionária em nosso País.
quarta-feira, dezembro 30, 2009
O que estão escondendo no caso do menino americano!!!!
PARENTESCO DO GAROTO SEAN COM A GUERRILHEIRA GUTA INFLUIU NO CASO?
Celso Lungaretti (*)
Resistentes trocados pelo embaixador dos EUA: Guta era a única mulher.
Por que resolvi escrever sobre os derradeiros capítulos da disputa da guarda do garoto Sean Goldman, que nunca chamara minha atenção?
Foi, é claro, por causa da ultrajante chantagem do senador estadunidense que, como resposta à sábia decisão do ministro Marco Aurélio Mello de adiar o desfecho do processo até que Sean fosse ouvido pelo Supremo Tribunal Federal, passou a embargar um projeto já aprovado pela Câmara de lá, no sentido de que se mantivesse durante 2010 uma isenção tarifária para exportações brasileiras.
Conhecendo Gilmar Mendes de outros carnavais, foi só ler a notícia para adivinhar que, aproveitando o recesso do STF, ele decidiria em nome da sonante razão de Estado (pois, se o projeto não fosse votado até 30/12, haveria um prejuízo de US$ 3 bilhões para os exportadores brasileiros).
Tão aberrante me parecia a capitulação diante dessa chantagem imunda que eu fiz tudo ao meu alcance para que ela não se consumasse. Foi pouco, infelizmente.
De início, nem sequer pretendia comentar o caso em si. Mas, compadeci-me desse menino que teve a vida virada pelo avesso quando a mãe o trouxe para o Brasil, outra vez quando a mãe morreu e mais uma vez agora, sendo privado da família que identifica como sua desde os quatro anos de idade.
E fiquei enojado ao saber que o tal David Goldman aceitara embolsar US$ 150 mil para não processar a avó de Sean.
Por último, desagradou-me seu egoísmo, ao priorizar a si próprio e não ao filho. É claríssimo que Sean preferia ficar no Brasil e não ser separado da irmãzinha.
Por que ele não aceitou uma solução intermediária, que não traumatizasse tanto aquele por quem deveria zelar? Por orgulho masculino ferido, senso de propriedade, oportunidade de despontar como vitorioso na mídia?
Tudo me faz concluir que seja um ser humano sem grandeza na alma.
Só neste domingo (27) vim a conhecer uma nova peça desse quebra-cabeças, que veio totalmente ao encontro da posição que assumi. Quis o destino que eu fizesse a opção mais coerente com com meus valores e devoções, mesmo sem conhecer todos os lados da questão.
O maior jornalista brasileiro vivo, Alberto Dines, publicou memorável artigo no Observatório da Imprensa, Uma História de Amanhã. Com sua sensibilidade aguçada, Dines também notou quão danosa foi a decisão de Gilmar Mendes para Sean:
"Prevaleceram no Supremo Tribunal Federal (STF) os argumentos ditos 'técnicos' e nos EUA as pressões de uma mídia sensacionalista, assanhada pelo espetáculo e pela bandeira 'Sean é nosso'.
"O governo americano sossegou, dona Hillary Clinton mandou dizer que está entusiasmada e agora pode implementar sua política de boa-vizinhança. Nossos magistrados estão certos de que cumpriram os ritos, as leis e convenções e agora podem lavar as mãos. Sempre lavam as mãos.
"Ao longo da encarniçada batalha judicial em torno do seu destino ninguém procurou saber o que se passava na alma desta criança que em quatro anos sofreu uma incrível sucessão de traumas: perdeu a mãe jovem, vivia ameaçado de ser separado da irmã recém-nascida, dos avôs maternos e do pai adotivo que lhe ofereciam carinho...
"...Ninguém pode adivinhar o que significa exatamente uma transição não-traumática para uma criança já tão traumatizada e sobressaltada".
A ÚLTIMA GRANDE CAUSA DE GUTA
Mas, foi nos comentários desse texto que eu encontrei a informação mais surpreendente e relevante (para mim). O leitor Flávio Salles, de Belém, postou:
"Não sou reporter e por isto mesmo acho muito estranho (na verdade nem tanto) que não se divulgue que o menino Sean é sobrinho-neto da ex-guerrilheira Maria Augusta Carneiro Ribeiro, a Guta, do MR8 e amiga intima do Zé Dirceu e do Lula. Acho que esta informação esclareceria mais um pouco o motivo de todo este carnaval em torno do repatriamento do menino..."
Seguindo a indicação de Salles, fui ao blogue do Zé Dirceu e encontrei o que ele escreveu quando da morte de Guta, no último mês de maio:
"Infelizmente, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, a Guta, não resistiu às conseqüências do acidente que sofreu há algumas semanas. Guardarei dela a imagem de combatente e de resistente - marcas que a acompanharam sempre...
"...Guta, junto com companheiros seus do MR-8 e da Dissidência Guanabara - Vladimir Palmeira e Ricardo Vilas Boas - fez parte do grupo dos 15 presos políticos (entre os quais, eu) trocados pelo embaixador americano Charles Burke Elbrick em 1969.
"Nos últimos anos, ela trabalhou como ouvidora da Petrobras. Sua última luta (...) foi em defesa do seu sobrinho neto, Sean...
"A permanência da criança no Brasil, com a família de sua mãe - Bruna Bianchi Carneiro Ribeiro, já falecida - foi a última grande causa na qual Guta se engajou. Essa é uma causa, portanto, que podemos e devemos abraçar como uma homenagem a Guta."
Mesmo ignorando tudo isso, eu o fiz. Tenho a consciência tranquila: graças à sorte ou à intuição, escolhi o rumo certo.
Celso Lungaretti (*)
Resistentes trocados pelo embaixador dos EUA: Guta era a única mulher.
Por que resolvi escrever sobre os derradeiros capítulos da disputa da guarda do garoto Sean Goldman, que nunca chamara minha atenção?
Foi, é claro, por causa da ultrajante chantagem do senador estadunidense que, como resposta à sábia decisão do ministro Marco Aurélio Mello de adiar o desfecho do processo até que Sean fosse ouvido pelo Supremo Tribunal Federal, passou a embargar um projeto já aprovado pela Câmara de lá, no sentido de que se mantivesse durante 2010 uma isenção tarifária para exportações brasileiras.
Conhecendo Gilmar Mendes de outros carnavais, foi só ler a notícia para adivinhar que, aproveitando o recesso do STF, ele decidiria em nome da sonante razão de Estado (pois, se o projeto não fosse votado até 30/12, haveria um prejuízo de US$ 3 bilhões para os exportadores brasileiros).
Tão aberrante me parecia a capitulação diante dessa chantagem imunda que eu fiz tudo ao meu alcance para que ela não se consumasse. Foi pouco, infelizmente.
De início, nem sequer pretendia comentar o caso em si. Mas, compadeci-me desse menino que teve a vida virada pelo avesso quando a mãe o trouxe para o Brasil, outra vez quando a mãe morreu e mais uma vez agora, sendo privado da família que identifica como sua desde os quatro anos de idade.
E fiquei enojado ao saber que o tal David Goldman aceitara embolsar US$ 150 mil para não processar a avó de Sean.
Por último, desagradou-me seu egoísmo, ao priorizar a si próprio e não ao filho. É claríssimo que Sean preferia ficar no Brasil e não ser separado da irmãzinha.
Por que ele não aceitou uma solução intermediária, que não traumatizasse tanto aquele por quem deveria zelar? Por orgulho masculino ferido, senso de propriedade, oportunidade de despontar como vitorioso na mídia?
Tudo me faz concluir que seja um ser humano sem grandeza na alma.
Só neste domingo (27) vim a conhecer uma nova peça desse quebra-cabeças, que veio totalmente ao encontro da posição que assumi. Quis o destino que eu fizesse a opção mais coerente com com meus valores e devoções, mesmo sem conhecer todos os lados da questão.
O maior jornalista brasileiro vivo, Alberto Dines, publicou memorável artigo no Observatório da Imprensa, Uma História de Amanhã. Com sua sensibilidade aguçada, Dines também notou quão danosa foi a decisão de Gilmar Mendes para Sean:
"Prevaleceram no Supremo Tribunal Federal (STF) os argumentos ditos 'técnicos' e nos EUA as pressões de uma mídia sensacionalista, assanhada pelo espetáculo e pela bandeira 'Sean é nosso'.
"O governo americano sossegou, dona Hillary Clinton mandou dizer que está entusiasmada e agora pode implementar sua política de boa-vizinhança. Nossos magistrados estão certos de que cumpriram os ritos, as leis e convenções e agora podem lavar as mãos. Sempre lavam as mãos.
"Ao longo da encarniçada batalha judicial em torno do seu destino ninguém procurou saber o que se passava na alma desta criança que em quatro anos sofreu uma incrível sucessão de traumas: perdeu a mãe jovem, vivia ameaçado de ser separado da irmã recém-nascida, dos avôs maternos e do pai adotivo que lhe ofereciam carinho...
"...Ninguém pode adivinhar o que significa exatamente uma transição não-traumática para uma criança já tão traumatizada e sobressaltada".
A ÚLTIMA GRANDE CAUSA DE GUTA
Mas, foi nos comentários desse texto que eu encontrei a informação mais surpreendente e relevante (para mim). O leitor Flávio Salles, de Belém, postou:
"Não sou reporter e por isto mesmo acho muito estranho (na verdade nem tanto) que não se divulgue que o menino Sean é sobrinho-neto da ex-guerrilheira Maria Augusta Carneiro Ribeiro, a Guta, do MR8 e amiga intima do Zé Dirceu e do Lula. Acho que esta informação esclareceria mais um pouco o motivo de todo este carnaval em torno do repatriamento do menino..."
Seguindo a indicação de Salles, fui ao blogue do Zé Dirceu e encontrei o que ele escreveu quando da morte de Guta, no último mês de maio:
"Infelizmente, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, a Guta, não resistiu às conseqüências do acidente que sofreu há algumas semanas. Guardarei dela a imagem de combatente e de resistente - marcas que a acompanharam sempre...
"...Guta, junto com companheiros seus do MR-8 e da Dissidência Guanabara - Vladimir Palmeira e Ricardo Vilas Boas - fez parte do grupo dos 15 presos políticos (entre os quais, eu) trocados pelo embaixador americano Charles Burke Elbrick em 1969.
"Nos últimos anos, ela trabalhou como ouvidora da Petrobras. Sua última luta (...) foi em defesa do seu sobrinho neto, Sean...
"A permanência da criança no Brasil, com a família de sua mãe - Bruna Bianchi Carneiro Ribeiro, já falecida - foi a última grande causa na qual Guta se engajou. Essa é uma causa, portanto, que podemos e devemos abraçar como uma homenagem a Guta."
Mesmo ignorando tudo isso, eu o fiz. Tenho a consciência tranquila: graças à sorte ou à intuição, escolhi o rumo certo.
terça-feira, dezembro 22, 2009
Boas Festas aos amigos e leitores!!!
Feliz Natal, Boas Festas e um 2010 realmente Dez!!!
Nesta data que nos remete ao congraçamento entre as pessoas e significa paz e amor entre os seres humanos, eu, Polyana e meus filhos, desejamos a você e sua família, um Natal pleno de harmonia, felicidades, alegria e saúde!
E um 2010 repleto de prosperidade, paz, alegria e tudo de bom que a humanidade e a natureza possam produzir. E obrigado pela amizade e solidariedade que sempre dedicou a mim e minha família.
Luiz Aparecido, Polyana e filhos!
Nesta data que nos remete ao congraçamento entre as pessoas e significa paz e amor entre os seres humanos, eu, Polyana e meus filhos, desejamos a você e sua família, um Natal pleno de harmonia, felicidades, alegria e saúde!
E um 2010 repleto de prosperidade, paz, alegria e tudo de bom que a humanidade e a natureza possam produzir. E obrigado pela amizade e solidariedade que sempre dedicou a mim e minha família.
Luiz Aparecido, Polyana e filhos!
segunda-feira, dezembro 14, 2009
Comentando nota de Carlos Fernando Lima!!
Mensagem que enviei ao amigo combatente da vida, Carlos Fernando, sobre seu artigo postado no blog www.esquinadovento.com.br
:"Meu caro Fernando!
Como disse antes seu texto e suas indagações e duvidas estão perfeitas. Dói saber que os homens do verdadeiro crime oganizado, continuam soltos por ai a desfrutar a fortuna que angariaram com vários tipos de crime, que vão do "inocente" jogo do bicho ao trafico de drogas, exploração do lenocicio, mortes encomendadas, como a do jovem juiz combativo, corrupção ativa nos poderes legislativo, executivo e até judiciario. Mas se fizermos uma leitura atualizada do Espirito Santo hoje, vamos ficar aterrorizados de novo. E agora perplexos por aqui não haver mais oposição politica seria ao poder dominante. Seja ele aceitavel ou não. O governo capixaba atual conseguiu a hegemonia politica quase total, o que beira o totalitarismo. È triste ver isto e tão pouca gente brigando para mudar este quadro e estabelecer a polemica social e política e portanto o avanço da luta no campo das idéias.Tenho dito e pronto a abrir trincheiras e dar os primeiros tiros nesta guerrilha saudavel".
:"Meu caro Fernando!
Como disse antes seu texto e suas indagações e duvidas estão perfeitas. Dói saber que os homens do verdadeiro crime oganizado, continuam soltos por ai a desfrutar a fortuna que angariaram com vários tipos de crime, que vão do "inocente" jogo do bicho ao trafico de drogas, exploração do lenocicio, mortes encomendadas, como a do jovem juiz combativo, corrupção ativa nos poderes legislativo, executivo e até judiciario. Mas se fizermos uma leitura atualizada do Espirito Santo hoje, vamos ficar aterrorizados de novo. E agora perplexos por aqui não haver mais oposição politica seria ao poder dominante. Seja ele aceitavel ou não. O governo capixaba atual conseguiu a hegemonia politica quase total, o que beira o totalitarismo. È triste ver isto e tão pouca gente brigando para mudar este quadro e estabelecer a polemica social e política e portanto o avanço da luta no campo das idéias.Tenho dito e pronto a abrir trincheiras e dar os primeiros tiros nesta guerrilha saudavel".
quinta-feira, dezembro 10, 2009
Um capixaba para moralizar Brasilia!!!!
O esquema de corrupção descoberto recentemente em Brasília envolvendo o governador José Roberto Arruda, do DEM( sempre ele), é resultado de uma briga de duas quadrilhas, uma do Arruda e do seu vice, o mega empresário Paulo Otavio e outra do ex-governador e ex-senador cassado, Joaquim Roriz e mais uma mulher rejeitada, a ex-esposa de Arruda, a atriz Mariane Vicentine e outros desafetos. Esta guerra começou ainda antes da campanha para governador de 2005, quando Arruda decidiu romper com o governador Roriz e se aliar a Paulo Otavio, para com muito dinheiro escuso e articulações bem montadas, tomar o poder no Distrito Federal.
Joaquim Roriz, desde o inicio da campanha e depois, já no governo de Jose Roberto Arruda, plantou espiões do tipo Durval Barbosa, que foi ser secretario de Relações Institucionais e de dentro do núcleo de poder, gravar e espionar a traquinagens de Arruda. O governador por sua vez, moveu mundos e fundos para cassar o mandato de Roriz, eleito na mesma eleição do governador. Roriz cassado se armou mais ainda e intensificou a espionagem ao esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, que por sinal existia desde o seu governo e ele conhecia bem. Arruda apenas o rearticulou em beneficio próprio. Montou também um mensalão para cooptar deputados e criar uma base aliada tão ampla, que tinha do PDT de Cristovan Buarque, até o PPS e o PSDB, PMDB e outros partidos. Só não entraram neste governo de união o PT e o PCdoB e os nanicos PSTU e PSOL.
Muita sujeira
Agora, depois que a bomba preparada por Roriz explodiu, todos estes partidos romperam com Arruda. Até seu partido, o DEM, deve expulsa-lo. Vejam que até Mariane Vicentine, ex esposa de Arruda diz em entrevista ao jornalista Mino Pedrosa da “Isto É”, que o governador usa o dinheiro da corrupção para construir patrimônio não declarado à Receita. No acordo extrajudicial, ela ficou com R$ 15 milhões. Depois se aliou a Roriz e diz que há mais corrupção a ser investigada.
Agora a atriz Mariane Vicentine, diz que não se surpreendeu com as denúncias e as imagens de corrupção, que colocam seu ex-marido como o chefe da quadrilha do Mensalão do Demo. “Ele se aliou a pessoas que são sujas e perigosas, e há muito mais para ser investigado” disse Mariane à ISTOÉ, referindo-se a Durval Barbosa (ex-secretário de Relações Institucionais), Marcelo Toledo (braço direito de Durval) e Fábio Simão (ex-chefe de gabinete). Segundo a ex-mulher de Arruda, além do dinheiro entregue em espécie, o governador teria gastos pessoais pagos com dinheiro ilegal, através de cartões de crédito usados por seus principais auxiliares.
Desde os tempos de Roriz
Segundo Mariane, o esquema corrupto do governo de Arruda não difere do que funcionou em governos anteriores. Ela diz que, já durante a campanha, Durval, Simão e outros começaram a gravar Arruda e empresários, para que depois de eleito o governador fosse obrigado a abrigar a quadrilha. “Lembro que deixava os comícios para correr para casa e amamentar o nosso filho; enquanto isso, esse grupo alimentava a discórdia para provocar a minha separação, pois nunca o recebi em minha casa. Fui saber depois que, enquanto eu amamentava nosso filho, Arruda se encontrava com mulheres apresentadas por esses assessores, que o gravavam e filmavam para chantageá-lo depois”, afirma. “Até o carro usado por Arruda na campanha foi todo grampeado pelo Simão.”
A solução
Provavelmente Arruda será cassado, assim como seu vice, Paulo Otavio. Na linha da sucessão, o presidente da Câmara Distrital(Assembléia de lá) está comprometido com o mensalão criado pelo governador. Até o presidente do Tribunal de Justiça, que seria outro na linha de sucessão, esta manchado pela sujeita que tomou conta do Distrito Federa e atingiu até o Poder Judiciário. Resta talvez, antecipar as eleições, ou assumir um deputado para terminar o mandato no final do ano que vem.
Nas próximas eleições o PT sai enfraquecido em Brasília, por não ter feito uma oposição dura e conseqüente ao governo Arruda, o PCdoB perdeu seu maior quadro exatamente para este PT enfraquecido e sobra quem, para disputar com a turma do Roriz, que apesar de cassado, deve ter um candidato na manga para tentar ganhar de novo o governo de Brasília. O PCdoB e os nanicos PSTU e PSOL. Um candidato natural desta aliança, que pode se fortalecer diante dos descalabros das legendas fortes, é Orlando Carielo, do PSTU, que já foi candidato a governador contra Roriz e não fez feio não.
A curiosidade é que orlando Carielo, criado em Brasília, arquiteto e ex-funcionario da Codeplan e professor de arquitetura na UNB, é capixaba. Mesmo morando há décadas no Distrito Federal, tem parentes no Espírito Santo e é filho de falecido Orlando Carielo, que foi em priscas eras, vereador e presidente da Câmara Municipal de Vitória. Homem de bem, político firme e sagaz, Orlando pode ser no próximo ano, a solução da esquerda para disputar o governo do Distrito Federal e iniciar um processo de limpeza na sujeirada deixada por Roriz e seus sequazes e acólitos.
Joaquim Roriz, desde o inicio da campanha e depois, já no governo de Jose Roberto Arruda, plantou espiões do tipo Durval Barbosa, que foi ser secretario de Relações Institucionais e de dentro do núcleo de poder, gravar e espionar a traquinagens de Arruda. O governador por sua vez, moveu mundos e fundos para cassar o mandato de Roriz, eleito na mesma eleição do governador. Roriz cassado se armou mais ainda e intensificou a espionagem ao esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, que por sinal existia desde o seu governo e ele conhecia bem. Arruda apenas o rearticulou em beneficio próprio. Montou também um mensalão para cooptar deputados e criar uma base aliada tão ampla, que tinha do PDT de Cristovan Buarque, até o PPS e o PSDB, PMDB e outros partidos. Só não entraram neste governo de união o PT e o PCdoB e os nanicos PSTU e PSOL.
Muita sujeira
Agora, depois que a bomba preparada por Roriz explodiu, todos estes partidos romperam com Arruda. Até seu partido, o DEM, deve expulsa-lo. Vejam que até Mariane Vicentine, ex esposa de Arruda diz em entrevista ao jornalista Mino Pedrosa da “Isto É”, que o governador usa o dinheiro da corrupção para construir patrimônio não declarado à Receita. No acordo extrajudicial, ela ficou com R$ 15 milhões. Depois se aliou a Roriz e diz que há mais corrupção a ser investigada.
Agora a atriz Mariane Vicentine, diz que não se surpreendeu com as denúncias e as imagens de corrupção, que colocam seu ex-marido como o chefe da quadrilha do Mensalão do Demo. “Ele se aliou a pessoas que são sujas e perigosas, e há muito mais para ser investigado” disse Mariane à ISTOÉ, referindo-se a Durval Barbosa (ex-secretário de Relações Institucionais), Marcelo Toledo (braço direito de Durval) e Fábio Simão (ex-chefe de gabinete). Segundo a ex-mulher de Arruda, além do dinheiro entregue em espécie, o governador teria gastos pessoais pagos com dinheiro ilegal, através de cartões de crédito usados por seus principais auxiliares.
Desde os tempos de Roriz
Segundo Mariane, o esquema corrupto do governo de Arruda não difere do que funcionou em governos anteriores. Ela diz que, já durante a campanha, Durval, Simão e outros começaram a gravar Arruda e empresários, para que depois de eleito o governador fosse obrigado a abrigar a quadrilha. “Lembro que deixava os comícios para correr para casa e amamentar o nosso filho; enquanto isso, esse grupo alimentava a discórdia para provocar a minha separação, pois nunca o recebi em minha casa. Fui saber depois que, enquanto eu amamentava nosso filho, Arruda se encontrava com mulheres apresentadas por esses assessores, que o gravavam e filmavam para chantageá-lo depois”, afirma. “Até o carro usado por Arruda na campanha foi todo grampeado pelo Simão.”
A solução
Provavelmente Arruda será cassado, assim como seu vice, Paulo Otavio. Na linha da sucessão, o presidente da Câmara Distrital(Assembléia de lá) está comprometido com o mensalão criado pelo governador. Até o presidente do Tribunal de Justiça, que seria outro na linha de sucessão, esta manchado pela sujeita que tomou conta do Distrito Federa e atingiu até o Poder Judiciário. Resta talvez, antecipar as eleições, ou assumir um deputado para terminar o mandato no final do ano que vem.
Nas próximas eleições o PT sai enfraquecido em Brasília, por não ter feito uma oposição dura e conseqüente ao governo Arruda, o PCdoB perdeu seu maior quadro exatamente para este PT enfraquecido e sobra quem, para disputar com a turma do Roriz, que apesar de cassado, deve ter um candidato na manga para tentar ganhar de novo o governo de Brasília. O PCdoB e os nanicos PSTU e PSOL. Um candidato natural desta aliança, que pode se fortalecer diante dos descalabros das legendas fortes, é Orlando Carielo, do PSTU, que já foi candidato a governador contra Roriz e não fez feio não.
A curiosidade é que orlando Carielo, criado em Brasília, arquiteto e ex-funcionario da Codeplan e professor de arquitetura na UNB, é capixaba. Mesmo morando há décadas no Distrito Federal, tem parentes no Espírito Santo e é filho de falecido Orlando Carielo, que foi em priscas eras, vereador e presidente da Câmara Municipal de Vitória. Homem de bem, político firme e sagaz, Orlando pode ser no próximo ano, a solução da esquerda para disputar o governo do Distrito Federal e iniciar um processo de limpeza na sujeirada deixada por Roriz e seus sequazes e acólitos.
quarta-feira, dezembro 09, 2009
Torturador não merece perdão, nem anistia!!!
Entidades lançam campanha contra anistia a torturadores
Nos próximos meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar um processo decisivo para o futuro democrático do Brasil. Trata-se da ADPF (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental) nº 153, proposta em outubro de 2008 pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que reivindica que o Supremo interprete que a Lei de Anistia não se aplica aos crimes comuns praticados pelos agentes da ditadura civil militar (1964-1985). O processo aguarda o parecer do Procurador Geral da República, e, em seguida, o ministro relator, Eros Grau, poderá colocar em pauta de julgamento.
Com o objetivo de impedir que os agentes da repressão sejam anistiados, um grupo de defensores de direitos humanos e entidades da sociedade civil criou o “Comitê contra a Anistia aos Torturadores”.
Tortura, assassinato e desaparecimento forçado são crimes de lesa-humanidade, portanto não podem ser objeto de anistia ou auto-anistia. Estudos indicam que a impunidade dos crimes de ontem favorece a continuidade da violência atual dos agentes do Estado, que continuam praticando tortura e execuções extrajudiciais contra a população pobre.
A primeira iniciativa do comitê é o lançamento de um manifesto on-line, que já conta com o apoio de intelectuais, artistas, juristas, parlamentares e defensores de direitos humanos. Entres os que subscrevem a petição estão Antonio Candido, Chico Buarque, José Celso Martinez Correa, Aloysio Nunes Ferreira, Frei Betto, Marilena Chauí, João Pedro Stedile e Sérgio Mamberti.
Para assinar o manifesto,
clique em- http://www.ajd.org.br/contraanistia_port.php
Mais informações: Tatiana (11) 8327-5319
Nos próximos meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar um processo decisivo para o futuro democrático do Brasil. Trata-se da ADPF (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental) nº 153, proposta em outubro de 2008 pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que reivindica que o Supremo interprete que a Lei de Anistia não se aplica aos crimes comuns praticados pelos agentes da ditadura civil militar (1964-1985). O processo aguarda o parecer do Procurador Geral da República, e, em seguida, o ministro relator, Eros Grau, poderá colocar em pauta de julgamento.
Com o objetivo de impedir que os agentes da repressão sejam anistiados, um grupo de defensores de direitos humanos e entidades da sociedade civil criou o “Comitê contra a Anistia aos Torturadores”.
Tortura, assassinato e desaparecimento forçado são crimes de lesa-humanidade, portanto não podem ser objeto de anistia ou auto-anistia. Estudos indicam que a impunidade dos crimes de ontem favorece a continuidade da violência atual dos agentes do Estado, que continuam praticando tortura e execuções extrajudiciais contra a população pobre.
A primeira iniciativa do comitê é o lançamento de um manifesto on-line, que já conta com o apoio de intelectuais, artistas, juristas, parlamentares e defensores de direitos humanos. Entres os que subscrevem a petição estão Antonio Candido, Chico Buarque, José Celso Martinez Correa, Aloysio Nunes Ferreira, Frei Betto, Marilena Chauí, João Pedro Stedile e Sérgio Mamberti.
Para assinar o manifesto,
clique em- http://www.ajd.org.br/contraanistia_port.php
Mais informações: Tatiana (11) 8327-5319
segunda-feira, novembro 23, 2009
Voltando ao SARAH!!!!
Mais de um ano após minha cirurgia na coluna para estancar o processo de paralisação, advinda com a doença “Meliopatia Cervical”, volto ao Hospital brasiliense SARAH para consulta e procura de algum novo tratamento que acelere minha recuperação. A “Meliopatia Cervical” é uma doença que me atingiu das vértebras c2 a c4 que foram se fechando e lesou a medula, causando um processo de paralisação (inicialmente dormência) nas mãos, depois pernas, chegou aos quadris, bexiga e intestinos.
A cirurgia abriu as vértebras, colocou pinos de tungstênio para mante-las afastadas e liberar a medula, para que aos poucos ela se recuperasse. Só que a recuperação é lenta.
Mais de um ano depois, os movimentos nas mãos, pernas e quadris votaram parcialmente e estacionaram. Só a bexiga e intestinos voltaram a funcionar quase normalmente. Para andar ainda preciso de apoio em longas distancias uso cadeiras de rodas, curtas distancias andador e proximidades ando( ou me arrasto) escorando os braços em paredes ou outros tipos de apoio.
Minha consulta no SARAH será no próximo dia 1 de Dezembro. Não sei se depois exigirão novos exames ou experimentarão outros medicamentos que acelere a recuperação dos movimentos e da lesão na Medula. Torço por uma solução, mas estou preparado para seguir como estou, com as limitações e seqüelas que ficaram com a doença. Mas sei que a solução se houver, esta no SARAH e na equipe do Dr. Hudson Mourão Mesquita, que me tratou nesses quase dois anos de doença.
Outro mistério é a origem da doença. De onde e como foram as vértebras se fechando até esmagar a medula e causar a quase completa paralisação do meu corpo? È algo que tanto eu como os médicos ainda teremos que descobrir, se isto for possível. Não houve queda ou acidente que pudesse detonar este processo Mas sigo confiante na melhoria e avanço da recuperação, que sempre soube seria demorada. Mas que cansa, cansa.
A cirurgia abriu as vértebras, colocou pinos de tungstênio para mante-las afastadas e liberar a medula, para que aos poucos ela se recuperasse. Só que a recuperação é lenta.
Mais de um ano depois, os movimentos nas mãos, pernas e quadris votaram parcialmente e estacionaram. Só a bexiga e intestinos voltaram a funcionar quase normalmente. Para andar ainda preciso de apoio em longas distancias uso cadeiras de rodas, curtas distancias andador e proximidades ando( ou me arrasto) escorando os braços em paredes ou outros tipos de apoio.
Minha consulta no SARAH será no próximo dia 1 de Dezembro. Não sei se depois exigirão novos exames ou experimentarão outros medicamentos que acelere a recuperação dos movimentos e da lesão na Medula. Torço por uma solução, mas estou preparado para seguir como estou, com as limitações e seqüelas que ficaram com a doença. Mas sei que a solução se houver, esta no SARAH e na equipe do Dr. Hudson Mourão Mesquita, que me tratou nesses quase dois anos de doença.
Outro mistério é a origem da doença. De onde e como foram as vértebras se fechando até esmagar a medula e causar a quase completa paralisação do meu corpo? È algo que tanto eu como os médicos ainda teremos que descobrir, se isto for possível. Não houve queda ou acidente que pudesse detonar este processo Mas sigo confiante na melhoria e avanço da recuperação, que sempre soube seria demorada. Mas que cansa, cansa.
terça-feira, novembro 17, 2009
Solidariedade a Cesari Battisti!
Em defesa do direito de asilo político e humanitário
Luiz Aparecido*
Tomado pelo espírito e solidariedade revolucionaria e humanitaria, divulgo em meu artigo de hoje, cópia da CARTA ABERTA de autoria do preso político italiano CESARE BATISTTI, que se encontra preso na penitenciária da Papuda no Distrito Federal, EM GREVE DE FOME desde o dia 13 de novembro de 2009, por tempo indeterminado.
Cópia da presente carta foi entregue ontem, dia 16 de dezembro, pelo Senador José Nery, do PSOL do Pará, ao Ministro Luiz Soares Dulci para chegar às mãos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Várias atividades e iniciativas de apoio e solidariedade ao companheiro Cesare Battisti estão sendo articuladas para o início da próxima semana, com a finalidade de divulgarmos sua situação e buscarmos ampliar a mobilização em sua defesa, e impedir que o Presidente Lula assine sua deportação para a Itália, onde está condenado à prisão perpétua e sem direito a ver a luz do dia enquanto durar a pena. Importante lembrar que o companheiro Cesare Battisti foi guerrilheiro durante os anos de chumbo na Itália, na década de 70 e 80, quando enfrentou, juntamente com milhares de militantes de organizações da esquerda socialista, a máfia, a corrupção, a tortura e os esquadrões da morte das forças policiais do Estado italiano.
As entidades, parlamentares, partidos políticos, ativistas, militantes e personalidades do Distrito Federal que apoiam e se solidarizam com o movimento pela libertação e concessão de asilo político a Cesare, estarão realizando uma reunião plenária de mobilização e organização de atividades na próxima segunda feira, dia 16 de novembro de 2009, às 19 horas, na Auditório da FENASPS, situado no Edifício Venâncio V - Térreo - Loja 28 (CONIC).
Tais atividades visam ampliar a mobilização diante da realização do julgamento final do STF sobre o pedido de extradição formulado pelo governo fascista de Berlusconi, que ocorrerá na próxima quarta feira, 18 de novembro de 2009. Aos ativistas e militantes de outros estados, solicitamos que se integrem à corrente nacional de e-mails e manifestações públicas que possam chegar ao Presidente Lula, exigindo a imediata concessão de asilo político em nosso país e a consequente libertação de nosso companheiro de lutas e de sonhos por um mundo socialista. Aos ativistas do Distrito Federal, contamos com a sua presença nesta reunião de segunda feira. Pedimos, em nome de todos que estão envolvidos nessa campanha, que façamos unitariamente esse gesto humanitário e político pela vida e pela libertação de nosso companheiro Cesare Battisti.
*Jornalista e cientista social
“Carta aberta ao presidente Lula e ao povo brasileiro
Cesari Battisti
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR
LUIS INÁCIO LULA DA SILVA
PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO BRASILEIRA
AO POVO BRASILEIRO
“Trinta anos mudam muitas coisas na vida dos homens, e às vezes fazem uma vida toda”. (O homem em revolta –Albert Camus)
Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós, podem sinceramente dizer que nunca desejou afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo.
Entretanto, freqüentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida.
A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as reações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muitos exilados.
Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos. Não tudo! Os sonhos continuam!
Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram conquistadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia. Eu sou fruto desses anos 70, assim como muitos outros aqui no Brasil, inclusive muitos companheiros que hoje são responsáveis pelos destinos do povo brasileiro. Eu na verdade não perdi nada, porque não lutei por algo que podia levar comigo. Mas agora, detido aqui no Brasil não posso aceitar a humilhação de ser tratado de criminoso comum.
Por isso, frente à surpreendente obstinação de alguns ministros do STF que não querem ver o que era realmente a Itália dos anos 70, que me negam a intenção de meus atos; que fecharam os olhos frente à total falta de provas técnicas de minha culpabilidade referente aos quatro homicídios a mim atribuídos; não reconhecem a revelia do meu julgamento; a prescrição e quem sabem qual outro impedimento à extradição.
Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato.
E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político. Espero com isso impedir, num último ato de desespero, esta extradição, que para mim equivale a uma pena de morte.
Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver.
Findo esta carta, agradecendo aos companheiros que desde o início da minha luta jamais me abandonaram e da mesma foram agradeço àqueles que chegaram de última hora, mas, que tem a mesma importância daqueles que estão ao meu lado desde o princípio de tudo. A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!
Espero que o legado daqueles que tombaram no front da batalha não fique em vão. Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade.
Entrego minha vida nas mãos de Vossa Excelência e do Povo Brasileiro”.
Brasília, 13 de novembro de 2009
Cesari Battisti
Luiz Aparecido*
Tomado pelo espírito e solidariedade revolucionaria e humanitaria, divulgo em meu artigo de hoje, cópia da CARTA ABERTA de autoria do preso político italiano CESARE BATISTTI, que se encontra preso na penitenciária da Papuda no Distrito Federal, EM GREVE DE FOME desde o dia 13 de novembro de 2009, por tempo indeterminado.
Cópia da presente carta foi entregue ontem, dia 16 de dezembro, pelo Senador José Nery, do PSOL do Pará, ao Ministro Luiz Soares Dulci para chegar às mãos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Várias atividades e iniciativas de apoio e solidariedade ao companheiro Cesare Battisti estão sendo articuladas para o início da próxima semana, com a finalidade de divulgarmos sua situação e buscarmos ampliar a mobilização em sua defesa, e impedir que o Presidente Lula assine sua deportação para a Itália, onde está condenado à prisão perpétua e sem direito a ver a luz do dia enquanto durar a pena. Importante lembrar que o companheiro Cesare Battisti foi guerrilheiro durante os anos de chumbo na Itália, na década de 70 e 80, quando enfrentou, juntamente com milhares de militantes de organizações da esquerda socialista, a máfia, a corrupção, a tortura e os esquadrões da morte das forças policiais do Estado italiano.
As entidades, parlamentares, partidos políticos, ativistas, militantes e personalidades do Distrito Federal que apoiam e se solidarizam com o movimento pela libertação e concessão de asilo político a Cesare, estarão realizando uma reunião plenária de mobilização e organização de atividades na próxima segunda feira, dia 16 de novembro de 2009, às 19 horas, na Auditório da FENASPS, situado no Edifício Venâncio V - Térreo - Loja 28 (CONIC).
Tais atividades visam ampliar a mobilização diante da realização do julgamento final do STF sobre o pedido de extradição formulado pelo governo fascista de Berlusconi, que ocorrerá na próxima quarta feira, 18 de novembro de 2009. Aos ativistas e militantes de outros estados, solicitamos que se integrem à corrente nacional de e-mails e manifestações públicas que possam chegar ao Presidente Lula, exigindo a imediata concessão de asilo político em nosso país e a consequente libertação de nosso companheiro de lutas e de sonhos por um mundo socialista. Aos ativistas do Distrito Federal, contamos com a sua presença nesta reunião de segunda feira. Pedimos, em nome de todos que estão envolvidos nessa campanha, que façamos unitariamente esse gesto humanitário e político pela vida e pela libertação de nosso companheiro Cesare Battisti.
*Jornalista e cientista social
“Carta aberta ao presidente Lula e ao povo brasileiro
Cesari Battisti
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR
LUIS INÁCIO LULA DA SILVA
PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO BRASILEIRA
AO POVO BRASILEIRO
“Trinta anos mudam muitas coisas na vida dos homens, e às vezes fazem uma vida toda”. (O homem em revolta –Albert Camus)
Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós, podem sinceramente dizer que nunca desejou afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo.
Entretanto, freqüentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida.
A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as reações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muitos exilados.
Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos. Não tudo! Os sonhos continuam!
Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram conquistadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia. Eu sou fruto desses anos 70, assim como muitos outros aqui no Brasil, inclusive muitos companheiros que hoje são responsáveis pelos destinos do povo brasileiro. Eu na verdade não perdi nada, porque não lutei por algo que podia levar comigo. Mas agora, detido aqui no Brasil não posso aceitar a humilhação de ser tratado de criminoso comum.
Por isso, frente à surpreendente obstinação de alguns ministros do STF que não querem ver o que era realmente a Itália dos anos 70, que me negam a intenção de meus atos; que fecharam os olhos frente à total falta de provas técnicas de minha culpabilidade referente aos quatro homicídios a mim atribuídos; não reconhecem a revelia do meu julgamento; a prescrição e quem sabem qual outro impedimento à extradição.
Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato.
E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político. Espero com isso impedir, num último ato de desespero, esta extradição, que para mim equivale a uma pena de morte.
Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver.
Findo esta carta, agradecendo aos companheiros que desde o início da minha luta jamais me abandonaram e da mesma foram agradeço àqueles que chegaram de última hora, mas, que tem a mesma importância daqueles que estão ao meu lado desde o princípio de tudo. A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!
Espero que o legado daqueles que tombaram no front da batalha não fique em vão. Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade.
Entrego minha vida nas mãos de Vossa Excelência e do Povo Brasileiro”.
Brasília, 13 de novembro de 2009
Cesari Battisti
quinta-feira, novembro 12, 2009
Fascista israelense no País!!!
Mercador da morte e do Apartheid visita o Brasil
Luiz Aparecido*
O Brasil recebeu nestes últimos dias, quarta e quinta-feira, o presidente do Estado de Israel, Shimon Peres. Como não podia deixar de ser, veio a negócios e tentar convencer nosso governo e nossa sociedade democrática, de sua política terrorista contra o povo palestino e os árabes e muçulmanos em geral. Foi recebido polidamente pelo presidente Lula, que não deixou passar a ocasião de, frente a frente com Shimon Peres, defender a próxima visita do presidente do Iran ao Brasil e de uma política de diálogo e respeito às diferenças raciais e religiosas, para criar um clima de paz e harmonia no Oriente Médio e no Mundo.
Deve ter surpreendido o presidente de Israel, que aqui veio disseminar sua política racista e de violência contra árabes e palestinos. Ao chegar Shimon Peres teve o desplante de dizer que iria fazer sugestões ao governo brasileiro em questões de segurança, principalmente porque vamos receber proximamente, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Como se Israel soubesse tratar de segurança de forma civilizada e democrática.
O partido de Shimon Peres é o Kadima, fundado por Ariel Sharon, que coordenou os massacres de Sabra e Chatila no Líbano em 1982 e organizou a sangrenta repressão à segunda Intifada em 2000, que ele mesmo havia provocado. A atual presidente do Kadima é Tzipi Livni, que disputava o “mérito” da organização do massacre de Gaza em janeiro de 2009.
Shimon Peres disse, em entrevista ao Expresso, diário português, que “no fim, o mundo irá agradecer-nos” pelo massacre em Gaza, pelos 1500 mortos, pela destruição completa de um território que já vinha sofrendo dois anos de fechamento de fronteiras. É também um presidente que defende o crescimento dos assentamentos na Cisjordânia e a expansão do Muro que dilacera a sociedade palestina.
Mesmo assim teve platéia
Mas mesmo no Brasil, esse porta-voz de Israel foi recebido por vários dignitários brasileiros e pelos empresários paulistas, na semana em que o mundo se levanta contra o Muro do Apartheid. A Fiesp, sempre na contra mão da história e dos interesses populares, organizou um seminário especial destinado a discutir as relações comerciais Brasil-Israel e o Acordo de Livre Comércio Mercosul-Israel, pautado para votação no Congresso.
Além de Shimon Peres, falou o presidente da empresa israelense Elbit, desenvolvedora dos principais armamentos e tanques israelenses usados no massacre em Gaza. E parecia ser este mercador da morte o homem que entende de segurança publica. Logo ele, que alimenta as tropas israelenses nos massacres que produz em Israel contra o indefeso povo palestino. Lá eles confundem alguns grupos revolucionários e considerados terroristas, com todo o povo palestino e os árabes em geral e atiram em tudo que vêem pela frente nos territórios palestino. È só ver o escandaloso numero de crianças, mulheres e idosos mortos em cada investida israelense contra o que eles chamam de “terroristas”
Qual mensagem o Brasil passa ao mundo com essa visita? A mensagem de que senhores da guerra podem testar seus equipamentos contra populações infinitamente menos preparadas e depois vendê-los a outros países, sedimentando assim as “parcerias estratégicas”. Entretanto, vários protestos foram organizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro contra este mercador da morte, racista e ponta de lança do imperialismo norte-americano no Oriente Médio.
*Jornalista e cientista social
Luiz Aparecido*
O Brasil recebeu nestes últimos dias, quarta e quinta-feira, o presidente do Estado de Israel, Shimon Peres. Como não podia deixar de ser, veio a negócios e tentar convencer nosso governo e nossa sociedade democrática, de sua política terrorista contra o povo palestino e os árabes e muçulmanos em geral. Foi recebido polidamente pelo presidente Lula, que não deixou passar a ocasião de, frente a frente com Shimon Peres, defender a próxima visita do presidente do Iran ao Brasil e de uma política de diálogo e respeito às diferenças raciais e religiosas, para criar um clima de paz e harmonia no Oriente Médio e no Mundo.
Deve ter surpreendido o presidente de Israel, que aqui veio disseminar sua política racista e de violência contra árabes e palestinos. Ao chegar Shimon Peres teve o desplante de dizer que iria fazer sugestões ao governo brasileiro em questões de segurança, principalmente porque vamos receber proximamente, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Como se Israel soubesse tratar de segurança de forma civilizada e democrática.
O partido de Shimon Peres é o Kadima, fundado por Ariel Sharon, que coordenou os massacres de Sabra e Chatila no Líbano em 1982 e organizou a sangrenta repressão à segunda Intifada em 2000, que ele mesmo havia provocado. A atual presidente do Kadima é Tzipi Livni, que disputava o “mérito” da organização do massacre de Gaza em janeiro de 2009.
Shimon Peres disse, em entrevista ao Expresso, diário português, que “no fim, o mundo irá agradecer-nos” pelo massacre em Gaza, pelos 1500 mortos, pela destruição completa de um território que já vinha sofrendo dois anos de fechamento de fronteiras. É também um presidente que defende o crescimento dos assentamentos na Cisjordânia e a expansão do Muro que dilacera a sociedade palestina.
Mesmo assim teve platéia
Mas mesmo no Brasil, esse porta-voz de Israel foi recebido por vários dignitários brasileiros e pelos empresários paulistas, na semana em que o mundo se levanta contra o Muro do Apartheid. A Fiesp, sempre na contra mão da história e dos interesses populares, organizou um seminário especial destinado a discutir as relações comerciais Brasil-Israel e o Acordo de Livre Comércio Mercosul-Israel, pautado para votação no Congresso.
Além de Shimon Peres, falou o presidente da empresa israelense Elbit, desenvolvedora dos principais armamentos e tanques israelenses usados no massacre em Gaza. E parecia ser este mercador da morte o homem que entende de segurança publica. Logo ele, que alimenta as tropas israelenses nos massacres que produz em Israel contra o indefeso povo palestino. Lá eles confundem alguns grupos revolucionários e considerados terroristas, com todo o povo palestino e os árabes em geral e atiram em tudo que vêem pela frente nos territórios palestino. È só ver o escandaloso numero de crianças, mulheres e idosos mortos em cada investida israelense contra o que eles chamam de “terroristas”
Qual mensagem o Brasil passa ao mundo com essa visita? A mensagem de que senhores da guerra podem testar seus equipamentos contra populações infinitamente menos preparadas e depois vendê-los a outros países, sedimentando assim as “parcerias estratégicas”. Entretanto, vários protestos foram organizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro contra este mercador da morte, racista e ponta de lança do imperialismo norte-americano no Oriente Médio.
*Jornalista e cientista social
sexta-feira, outubro 30, 2009
Violência do dia a dia!!!
Violência- Doença social
Luiz Aparecido*
Basta ver os noticiários na TV, ouvir nas emissoras de rádio ou ler nos jornais ou sites da Internet, para sentir como a violência na sociedade brasileira e capixaba aumenta e está impregnada em todas as camadas da população. Já não é mais sequer uma doença, mas uma septicemia aguda. E parece não haver política publica de segurança ou mobilização social que de jeito.
Os últimos acontecimentos do Rio de Janeiro, mostram a chaga de forma assustadora. Em guerra aberta de traficantes e policiais, a população civil das áreas conflagradas é quem mais sofre. Mais de 40 mortes numa semana de conflitos, muitos deles vitimas de balas perdidas. O povo trabalhador que é maioria da população destas áreas, sofre em meio aos tiroteios e anda é tratada como suspeita pelas forças de segurança. A guerra atinge a todos nos morros e favelas e afeta também a classe média e até mesmo, os antes intocáveis ricaços que habitam não só o Rio de Janeiro, mas São Paulo, Belo Horizonte e outros grandes e médios centros urbanos.
Nesta guerra fratricida, é a droga o principal combustível dos conflitos. Mas a miséria e o abandono social das populações pobres é outro detonador possante. A historia do Brasil mostra desde o fim da escravidão, como os negros e pobres foram sendo afastados dos centros urbanos e abandonados sem nenhuma política publica de inclusão social. Por décadas a situação só vem piorando, com o aumento da população e a concentração de renda e poder nas mãos de uns poucos, que nunca se preocupam com a distribuição de renda e Justiça social.
Num ambiente destes, a violência e o desprezo pela vida humana se dissemina e atinge setores médios e altos da população. Os parâmetros se diluem e o discernimento entre o certo e o errado, mais a disseminação do uso das drogas e do álcool, se tornam o combustível que incendeia a onda de violência. Crimes hediondos dentro de famílias aparentemente estabilizadas assusta ainda mais o vetor social. Filhos atacam pais em busca de meios para adquirir drogas, famílias se dilaceram em busca de heranças e vinganças pessoais, enfim, um pandemônio infernal assusta todo tecido social da Nação.
Isto, sem contar o mau exemplo dos políticos e classes dominantes, que como aves de rapina dilapidam o patrimônio publico e desmoraliza os símbolos do Estado e do que seria Publico. A própria Justiça parece contaminada por este mal, além de secularmente estar sempre ao lado dos ricos e poderosos. Estes exemplos vão solapando as bases de uma sociedade que deveria ser justa e solidária. Não basta mais a ação governamental, mas o despertar de toda população para a luta contra a pobreza, as drogas, o trafico de armas, a corrupção, a violência policial contra pobres e negros trabalhadores, o desperdício acintoso dos ricaços, que aviltam e despertam a ira da sociedade e cria o caldo de cultura da violência generalizada.
È hora de tomar consciência da gravidade da situação, os cidadãos de bem mobilizar a sociedade civil e exigir do poder publico ações concretas, contra a violência, a corrupção, e a inação dos poderosos e seus acólitos.
*Jornalista e cientista social
Luiz Aparecido*
Basta ver os noticiários na TV, ouvir nas emissoras de rádio ou ler nos jornais ou sites da Internet, para sentir como a violência na sociedade brasileira e capixaba aumenta e está impregnada em todas as camadas da população. Já não é mais sequer uma doença, mas uma septicemia aguda. E parece não haver política publica de segurança ou mobilização social que de jeito.
Os últimos acontecimentos do Rio de Janeiro, mostram a chaga de forma assustadora. Em guerra aberta de traficantes e policiais, a população civil das áreas conflagradas é quem mais sofre. Mais de 40 mortes numa semana de conflitos, muitos deles vitimas de balas perdidas. O povo trabalhador que é maioria da população destas áreas, sofre em meio aos tiroteios e anda é tratada como suspeita pelas forças de segurança. A guerra atinge a todos nos morros e favelas e afeta também a classe média e até mesmo, os antes intocáveis ricaços que habitam não só o Rio de Janeiro, mas São Paulo, Belo Horizonte e outros grandes e médios centros urbanos.
Nesta guerra fratricida, é a droga o principal combustível dos conflitos. Mas a miséria e o abandono social das populações pobres é outro detonador possante. A historia do Brasil mostra desde o fim da escravidão, como os negros e pobres foram sendo afastados dos centros urbanos e abandonados sem nenhuma política publica de inclusão social. Por décadas a situação só vem piorando, com o aumento da população e a concentração de renda e poder nas mãos de uns poucos, que nunca se preocupam com a distribuição de renda e Justiça social.
Num ambiente destes, a violência e o desprezo pela vida humana se dissemina e atinge setores médios e altos da população. Os parâmetros se diluem e o discernimento entre o certo e o errado, mais a disseminação do uso das drogas e do álcool, se tornam o combustível que incendeia a onda de violência. Crimes hediondos dentro de famílias aparentemente estabilizadas assusta ainda mais o vetor social. Filhos atacam pais em busca de meios para adquirir drogas, famílias se dilaceram em busca de heranças e vinganças pessoais, enfim, um pandemônio infernal assusta todo tecido social da Nação.
Isto, sem contar o mau exemplo dos políticos e classes dominantes, que como aves de rapina dilapidam o patrimônio publico e desmoraliza os símbolos do Estado e do que seria Publico. A própria Justiça parece contaminada por este mal, além de secularmente estar sempre ao lado dos ricos e poderosos. Estes exemplos vão solapando as bases de uma sociedade que deveria ser justa e solidária. Não basta mais a ação governamental, mas o despertar de toda população para a luta contra a pobreza, as drogas, o trafico de armas, a corrupção, a violência policial contra pobres e negros trabalhadores, o desperdício acintoso dos ricaços, que aviltam e despertam a ira da sociedade e cria o caldo de cultura da violência generalizada.
È hora de tomar consciência da gravidade da situação, os cidadãos de bem mobilizar a sociedade civil e exigir do poder publico ações concretas, contra a violência, a corrupção, e a inação dos poderosos e seus acólitos.
*Jornalista e cientista social
domingo, outubro 25, 2009
Manfredini mostra que a REVOLUÇÃO não morreu!!!!
24 de Outubro de 2009 - 0h03
Revolução, por que não?
Luiz Manfredini *
Pertenço a uma geração – a dos anos 60 – que conviveu com a idéia de revolução. É verdade que, de acordo com a pessoa ou o grupo, alterava-se o entendimento sobre a natureza e o alcance dessa revolução. Política para alguns, cultural ou meramente comportamental para outros.
Mas em todos – até mesmo naqueles que não se dedicavam à militância política – mantinha-se um pressuposto de ação coletiva, sob o influxo de uma idéia totalizante voltada para a transformação do mundo que, por iníquo, apresentava-se intolerável àquela juventude carregada de sonhos.
No deserto neoliberal que se instaurou no Brasil a partir fim dos anos 80, o impulsos de ação coletiva cederam espaço à perversa competição individual por ganhos pessoais dentro de um sistema inquestionável, e o termo revolução, quando usado, passou a designar circunstâncias e intenções particularizadas, desconectados de um projeto conjunto de superação civilizacional e, portanto, sem qualquer risco para o novo status quo do capital. Ouvia-se falar de revolução disso, revolução daquilo, as mudanças importantes dentro do sistema eram sempre revoluções. Digamos, o termo revolução tornou-se algo ordinário (no sentido de medíocre, vulgar), desidratado da substância política capaz de lhe conferir força e consequência.
O neoliberalismo esboroou-se, mas muitos dos seus pressupostos fincaram raízes e resistem à crise. Mantém-se, portanto, o desafio de resgatar uma cultura de transformação social capaz de robustecer o caminho ao avanço civilizacional representado pela construção do socialismo no Brasil. E tal resgate significa repor não apenas certos conceitos, como também suas designações. Então é preciso vincar que os que defendem a alternativa socialista defendem uma revolução. Revolução é fenômeno histórico, seus matizes (e quando se dará e como se dará) são determinados pelas circunstâncias concretas em que é gestada. Mas a transformação que se pretende será sempre revolução. E isso não pode ser escamoteado, deve ser dito.
Não defendo nenhum pregacionismo em relação à idéia e ao termo revolução. Nada de principismo, doutrinarismo., Defendo, isto sim, que não o abandonemos para a designação de banalidades, que restauremos seu sentido mais original e historicamente sustentado, o sentido da transformação política de fundo que altere a natureza e os objetivos sociais, econômicos, culturais de uma sociedade (ainda que coexistam, em forças da esquerda nacional, diferentes concepções dessa revolução).
Abrir mão dessa terminologia pode significar algo mais extenso e profundo que a mera escolha de palavras e conceitos segundo as necessidades de amplitude política. Pode significar renúncia – ainda que tácita, ou parcial – dos objetivos maiores do projeto socialista. Assim como os comunistas, a despeito da debacle no Leste europeu no início dos anos 80, não abriram mãos de cores e símbolos, de referências teóricas e objetivos estratégicos, não se deve relegar o termo e a idéia da revolução ao baú do esquecimento, sob qualquer tipo de pretexto.
5 comentários
* Jornalista e escritor paranaense, autor de "As moças de Minas" e "Memória de Neblina".
Revolução, por que não?
Luiz Manfredini *
Pertenço a uma geração – a dos anos 60 – que conviveu com a idéia de revolução. É verdade que, de acordo com a pessoa ou o grupo, alterava-se o entendimento sobre a natureza e o alcance dessa revolução. Política para alguns, cultural ou meramente comportamental para outros.
Mas em todos – até mesmo naqueles que não se dedicavam à militância política – mantinha-se um pressuposto de ação coletiva, sob o influxo de uma idéia totalizante voltada para a transformação do mundo que, por iníquo, apresentava-se intolerável àquela juventude carregada de sonhos.
No deserto neoliberal que se instaurou no Brasil a partir fim dos anos 80, o impulsos de ação coletiva cederam espaço à perversa competição individual por ganhos pessoais dentro de um sistema inquestionável, e o termo revolução, quando usado, passou a designar circunstâncias e intenções particularizadas, desconectados de um projeto conjunto de superação civilizacional e, portanto, sem qualquer risco para o novo status quo do capital. Ouvia-se falar de revolução disso, revolução daquilo, as mudanças importantes dentro do sistema eram sempre revoluções. Digamos, o termo revolução tornou-se algo ordinário (no sentido de medíocre, vulgar), desidratado da substância política capaz de lhe conferir força e consequência.
O neoliberalismo esboroou-se, mas muitos dos seus pressupostos fincaram raízes e resistem à crise. Mantém-se, portanto, o desafio de resgatar uma cultura de transformação social capaz de robustecer o caminho ao avanço civilizacional representado pela construção do socialismo no Brasil. E tal resgate significa repor não apenas certos conceitos, como também suas designações. Então é preciso vincar que os que defendem a alternativa socialista defendem uma revolução. Revolução é fenômeno histórico, seus matizes (e quando se dará e como se dará) são determinados pelas circunstâncias concretas em que é gestada. Mas a transformação que se pretende será sempre revolução. E isso não pode ser escamoteado, deve ser dito.
Não defendo nenhum pregacionismo em relação à idéia e ao termo revolução. Nada de principismo, doutrinarismo., Defendo, isto sim, que não o abandonemos para a designação de banalidades, que restauremos seu sentido mais original e historicamente sustentado, o sentido da transformação política de fundo que altere a natureza e os objetivos sociais, econômicos, culturais de uma sociedade (ainda que coexistam, em forças da esquerda nacional, diferentes concepções dessa revolução).
Abrir mão dessa terminologia pode significar algo mais extenso e profundo que a mera escolha de palavras e conceitos segundo as necessidades de amplitude política. Pode significar renúncia – ainda que tácita, ou parcial – dos objetivos maiores do projeto socialista. Assim como os comunistas, a despeito da debacle no Leste europeu no início dos anos 80, não abriram mãos de cores e símbolos, de referências teóricas e objetivos estratégicos, não se deve relegar o termo e a idéia da revolução ao baú do esquecimento, sob qualquer tipo de pretexto.
5 comentários
* Jornalista e escritor paranaense, autor de "As moças de Minas" e "Memória de Neblina".
sábado, outubro 24, 2009
Como Corisco de Lampião!!
Minha gente!!!
Otto Lara Rezende dizia que “mineiro só é solidário no câncer”. Não somos mineiros nem cínicos. Estou aguardando há meses chamado do SARAH para novos exames e buscar outros, ou um novo tratamento que me ajude a melhorar. Não tem sido mole não. Tenho piorado vagarosamente, Antes melhorava lentamente. Isto me preocupa, porque meus movimentos se tornam mais difíceis e, por exemplo, no final da tarde estou com a impressão de pesar 400 quilos e mal me locomovo amparado nas paredes e objetos.
Mas isto não é um lamento não. È apenas informando aos amigos mais chegados como estou.
Continuo na luta com o INSS para receber meu auxilio doença e depois tentar uma aposentadoria e aguardando que se transforme em realidade, a Anistia que conquistei no STJ e na Comissão de Anistia. Justiça no Brasil é fogo, só é boa para o Daniel Dantas e seus acólitos da vida. A família, Polyana e as crianças vão bem. Polyana cansada e estressada, mas lutando bravamente para que ganhemos nossas batalhas e nossa vida melhore.
Como dizia Corisco, o Diabo Louro de Lampião. "Só me entrego na morte, de Parabelun na mão".
Luiz Aparecido*
*Leia meus blogs- www.luizap.blogspot.com e www.luiz-aparecido.zip.net
Otto Lara Rezende dizia que “mineiro só é solidário no câncer”. Não somos mineiros nem cínicos. Estou aguardando há meses chamado do SARAH para novos exames e buscar outros, ou um novo tratamento que me ajude a melhorar. Não tem sido mole não. Tenho piorado vagarosamente, Antes melhorava lentamente. Isto me preocupa, porque meus movimentos se tornam mais difíceis e, por exemplo, no final da tarde estou com a impressão de pesar 400 quilos e mal me locomovo amparado nas paredes e objetos.
Mas isto não é um lamento não. È apenas informando aos amigos mais chegados como estou.
Continuo na luta com o INSS para receber meu auxilio doença e depois tentar uma aposentadoria e aguardando que se transforme em realidade, a Anistia que conquistei no STJ e na Comissão de Anistia. Justiça no Brasil é fogo, só é boa para o Daniel Dantas e seus acólitos da vida. A família, Polyana e as crianças vão bem. Polyana cansada e estressada, mas lutando bravamente para que ganhemos nossas batalhas e nossa vida melhore.
Como dizia Corisco, o Diabo Louro de Lampião. "Só me entrego na morte, de Parabelun na mão".
Luiz Aparecido*
*Leia meus blogs- www.luizap.blogspot.com e www.luiz-aparecido.zip.net
Brasil sem força militar para enfrentar qualquer conflito111
Hipotético uso da força!!
Luiz Aparecido*
O presidente deposto de Honduras continua com seus 60 seguidores arranchado na Embaixada brasileira em Honduras. As negociações não andam, a Organização dos Estados Americanos-OEA e a ONU não tomam nenhuma atitude, não forçam via bloqueio e sanções, afastar os usurpadores do poder naquele pequeno pais caribenho e o impasse se arrasta por semanas e meses. O próprio Brasil, que deu guarida a Zelaya se sente impotente e aguarda um milagre que desça dos céus para resolver a questão. Afinal tudo acabou num imbróglio difícil de resolver.
Mas, e se os golpistas decidirem invadir a embaixada e evacuar Zelaya e seus seguidores e os prenderem. O que o Brasil irá fazer concretamente? Hipoteticamente só restaria ao Brasil declarar guerra e invadir Honduras e restabelecer o Estado de Direito com Zelaya na presidência. Se fosse com os americanos, certamente seria isto que iria acontecer, com o beneplácito da OEA e da ONU. Mas o Brasil faria o que?
Brasil sem força militar
Sequer um porta-aviões e navios de transporte de tropas para chegar rapidamente até lá, nós temos funcionando. Nossos comandantes militares vivem dizendo que nossas naves de guerra e até aviões de ataque, não funcionam direito e os poucos que ainda navegam e voam, o fazem por autofagia, ou seja, um quebra e vão pegando peças de outro para consertar. È feia a nossa situação de força militar. Isto para um país como o Brasil, continental e importante no panorama mundial. Econômica e socialmente um sucesso e militarmente um fiasco.
E não é por culpa do governo Lula não. Esta situação sempre foi precária e ultimamente só piorou. Depois da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, herdamos um parque bélico sucateado e sobras do conflito e um acordo militar com os Estados Unidos, que só nos transformou em força auxiliar dos americanos em sua política belecista e hegemonista.Durante os mais de 20 anos de Ditadura Militar, as Forças Armadas foram voltadas para combater os inimigos internos do regime. Mas ainda assim os militares investiram num parque bélico brasileiro.
Criaram a Embraer e a Imbel, fabricaram pequenos aviões de treinamento e ataque, na Imbel, em consórcio com outras empresas produziram muitas armas, inclusive o lança mísseis Astra, que foi vendido para vários países e atuou com sucesso em guerras no Oriente Médio e na África. Nossa Marinha, através de seu Arsenal da Marinha produziu pequenos braços de guerra, reformou e modernizou vários navios e começou a trabalhar na construção de um submarino nuclear, projeto que continua em ação.
Enfim, os militares romperam o acordo militar que tinham com os americanos e diversificaram seu arsenal e fornecedores. A doutrina de Segurança Nacional que era inspirada pelos americanos em cima da Guerra Fria, foi ultrapassada, assim como a política de combate aos inimigos internos e o fim da Ditadura mudou tudo. A partir do governo Collor, houve uma deliberada política de desmonte das nossas Forças Armadas, também inspirada pela política norte-americana e neoliberal, de que com o fim da Guerra Fria e o “fim do socialismo real”, os paises não precisavam mais de forças armadas para combater o “perigo comunista”.
Hoje, o Brasil continua sem uma política de fortalecimento de suas forças armadas e luta para, pelo menos manter o mínimo de estrutura militar. Mas países como Argentina, Peru, Chile, Venezuela e Colômbia, apadrinhada pelos Estados Unidos na sua guerra interna contra a guerrilha das FARC e dos narcotraficantes, possuem forças armadas bem mais poderosas que o Brasil e podem nos vencer em qualquer conflito armado. Com crise Hondurenha ou não, o Brasil precisa ter uma Força Militar a altura de sua importância no Mundo e para defender suas fronteiras terrestres e marítimas, que são as maiores do Mundo. È uma questão de soberania nacional que deve interessar a todos os brasileiros de qualquer tendência política,
*Jornalista e Cientista Social
Luiz Aparecido*
O presidente deposto de Honduras continua com seus 60 seguidores arranchado na Embaixada brasileira em Honduras. As negociações não andam, a Organização dos Estados Americanos-OEA e a ONU não tomam nenhuma atitude, não forçam via bloqueio e sanções, afastar os usurpadores do poder naquele pequeno pais caribenho e o impasse se arrasta por semanas e meses. O próprio Brasil, que deu guarida a Zelaya se sente impotente e aguarda um milagre que desça dos céus para resolver a questão. Afinal tudo acabou num imbróglio difícil de resolver.
Mas, e se os golpistas decidirem invadir a embaixada e evacuar Zelaya e seus seguidores e os prenderem. O que o Brasil irá fazer concretamente? Hipoteticamente só restaria ao Brasil declarar guerra e invadir Honduras e restabelecer o Estado de Direito com Zelaya na presidência. Se fosse com os americanos, certamente seria isto que iria acontecer, com o beneplácito da OEA e da ONU. Mas o Brasil faria o que?
Brasil sem força militar
Sequer um porta-aviões e navios de transporte de tropas para chegar rapidamente até lá, nós temos funcionando. Nossos comandantes militares vivem dizendo que nossas naves de guerra e até aviões de ataque, não funcionam direito e os poucos que ainda navegam e voam, o fazem por autofagia, ou seja, um quebra e vão pegando peças de outro para consertar. È feia a nossa situação de força militar. Isto para um país como o Brasil, continental e importante no panorama mundial. Econômica e socialmente um sucesso e militarmente um fiasco.
E não é por culpa do governo Lula não. Esta situação sempre foi precária e ultimamente só piorou. Depois da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, herdamos um parque bélico sucateado e sobras do conflito e um acordo militar com os Estados Unidos, que só nos transformou em força auxiliar dos americanos em sua política belecista e hegemonista.Durante os mais de 20 anos de Ditadura Militar, as Forças Armadas foram voltadas para combater os inimigos internos do regime. Mas ainda assim os militares investiram num parque bélico brasileiro.
Criaram a Embraer e a Imbel, fabricaram pequenos aviões de treinamento e ataque, na Imbel, em consórcio com outras empresas produziram muitas armas, inclusive o lança mísseis Astra, que foi vendido para vários países e atuou com sucesso em guerras no Oriente Médio e na África. Nossa Marinha, através de seu Arsenal da Marinha produziu pequenos braços de guerra, reformou e modernizou vários navios e começou a trabalhar na construção de um submarino nuclear, projeto que continua em ação.
Enfim, os militares romperam o acordo militar que tinham com os americanos e diversificaram seu arsenal e fornecedores. A doutrina de Segurança Nacional que era inspirada pelos americanos em cima da Guerra Fria, foi ultrapassada, assim como a política de combate aos inimigos internos e o fim da Ditadura mudou tudo. A partir do governo Collor, houve uma deliberada política de desmonte das nossas Forças Armadas, também inspirada pela política norte-americana e neoliberal, de que com o fim da Guerra Fria e o “fim do socialismo real”, os paises não precisavam mais de forças armadas para combater o “perigo comunista”.
Hoje, o Brasil continua sem uma política de fortalecimento de suas forças armadas e luta para, pelo menos manter o mínimo de estrutura militar. Mas países como Argentina, Peru, Chile, Venezuela e Colômbia, apadrinhada pelos Estados Unidos na sua guerra interna contra a guerrilha das FARC e dos narcotraficantes, possuem forças armadas bem mais poderosas que o Brasil e podem nos vencer em qualquer conflito armado. Com crise Hondurenha ou não, o Brasil precisa ter uma Força Militar a altura de sua importância no Mundo e para defender suas fronteiras terrestres e marítimas, que são as maiores do Mundo. È uma questão de soberania nacional que deve interessar a todos os brasileiros de qualquer tendência política,
*Jornalista e Cientista Social
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